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O que é provisão de férias?

Entenda
como calcular
A Provisão de férias é uma estimativa de gastos com as férias dos empregados.

Provisão de férias é uma estimativa de gastos com as férias dos empregados, ela deve ser

classificada no passivo circulante em relação aos trabalhadores que, no fechamento do

período de referência, tiverem adquirido direito a férias, integrais ou não. O valor

das férias devem ser reconhecidos contabilmente como custos operacionais.

Você sabe como contabilizar a provisão de férias? O direito ao gozo de férias está previsto

na Constituição Federal e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) , e a ele fazem jus todos

os empregados com vínculo formal,

Essa garantia constitucional, assim como outros direitos trabalhistas, representa uma

obrigação empresarial, e as companhias devem estar preparadas para arcar com os seus

custos e contabilizá-los adequadamente.

Então, se é gerente de RH ou mesmo administrador de uma pequena ou média empresa, já

deve saber que os direitos trabalhistas são muitos, e a eles correspondem obrigações

equivalentes para as organizações.

Se, por um lado, os trabalhadores têm direito a certas garantias, por outro é preciso que o

empreendedor esteja atento a elas e saiba como contabilizá-las, para evitar sofrer

fiscalizações ou penalidades por parte dos órgãos competentes - e para evitar erros ou

equívocos nas contas da empresa.

Por isso, neste artigo será falado sobre a provisão de férias, explicando em que ela consiste e

abordando as formas de fazer a sua correta contabilização. Acompanhe:

O que significa provisão de férias?

Em sentido técnico-contábil, o termo "provisão" se refere a valores relacionados com o

decréscimo do ativo financeiro ou com o aumento do passivo empresarial, em decorrência da

constituição de novas obrigações ou despesas. Assim, como demandam cálculo do seu

efetivo valor, elas têm um caráter meramente estimativo.

As provisões, sejam elas estimadas ou não, correspondem a gastos ou prováveis perdas no

ativo financeiro empresarial, relativos a determinado período-base em que incorrerem. Elas

serão contabilizadas, pagas ou apuradas no próprio período-base ou nos períodos-base

subsequentes.
Já as provisões de férias, como o próprio nome indica, são estimativas de gastos com

as férias dos empregados.

Elas devem ser contabilizadas mensalmente, pelo valor referente a 1/12 (um doze avos) da

remuneração de cada funcionário, e devem atender ao princípio da competência. E todas as

despesas devem ser registradas tão logo incorridas, ou seja, no momento em que acontecem.

No geral, a complexidade do cálculo das provisões de férias se deve ao fato de que a

remuneração dos empregados não é estática, mas sofre variações em decorrência de horas

extras, adicionais noturnos, comissões e outras parcelas eventuais.

É justamente por essa razão, inclusive, que o lançamento dos valores relativos às férias é

feito como uma provisão, e não como um número exato.

Contabilização da provisão de férias

Em regra, levando-se em conta as obrigações fiscais, se uma empresa apura os seus

resultados trimestralmente - seja por meio de balanços ou balancetes -, o registro das

despesas com férias e seus respectivos encargos sociais pode ser feita trimestral ou

mensalmente.

Se ela optar por fazer uma estimativa mensal (balanço anual), é possível que o registro da

apropriação seja feito apenas no final do exercício, ou no momento do levantamento de

balanços.

De toda forma, a Provisão para Férias deve ser classificada no Passivo Circulante em relação

aos trabalhadores que, no fechamento do período de referência, tiverem adquirido direito

a férias, sejam integrais ou não, referente ao período correspondente.

E o valor das férias, assim como o respectivo abono constitucional e os encargos sociais

incidentes, devem ser reconhecidos contabilmente como custos ou como despesas

operacionais.

Agora, como contrapartida, haverá as contas de "Férias a Pagar" e "Encargos Sociais

sobre Férias a Pagar" ou, alternativamente, uma única conta de "Férias e Encargos Sociais a

Pagar". Estas podem ser classificadas no Passivo Circulante.

Se houver reajustes salariais, deverá ser efetuado o ajuste do valor da despesa apropriada,

lançando-se, em seguida, o avo do respectivo mês, que já foi calculado sobre o valor

reajustado. Esse procedimento é parecido com o que ocorre com a classificação do 13º

salário.

Determinando os valores devidos


O valor do saldo apropriado de férias, quando do final do exercício, é determinado levando-

se em conta a remuneração mensal do funcionário e no total de dias de férias a que ele tiver

direito na época do balanço.

No cômputo, não se pode esquecer do adicional constitucional de 1/3 e da apropriação dos

encargos sociais pela empresa.

Baixa da dos valores apropriados

Quando da concessão das férias ou da sua indenização por motivo de dispensa do

empregado, o montante pago a título de férias e abonos ou indenizações deve ser baixado

da categoria de "Férias a Pagar" até o limite do que foi apropriado mês a mês.

Para a contabilização férias na folha de pagamento, a legislação previdenciária impõe que

as remunerações de férias, os abonos pecuniários e o 1/3 constitucional devam figurar

na folha de pagamento de salários do período de gozo das férias ou do mês do

desligamento do funcionário.

Por essa razão, o pagamento das férias será debitado em conta de "Adiantamento de Férias",

no Ativo Circulante. Isso só ocorre por conta da exigência da legislação previdenciário; não

fosse o caso, o pagamento das férias poderia ser contabilizado diretamente na conta "Férias

a Pagar".

Férias indenizadas

Se o contrato de trabalho do empregado for rescindido , as contribuições de  INSS e FGTS não

incidem sobre as férias indenizadas (mesmo se pagas em dobro ou forem proporcionais).

Nesse caso, o montante relativo às férias apropriadas (e o consoante adicional constitucional

de 1/3) será debitado normalmente, pelo pagamento, e os encargos sociais que já tenham

sido apropriados deverão ser revertidos.

Como calcular a provisão de férias?

Para fazer a provisão de pagamento é importante realizar os cálculos da maneira correta.

Veja como fazer o cálculo da provisão de férias:

1 - Consulte o valor da última remuneração do empregado (salário + variáveis, como

comissões e horas extras);

2 - Divida esse valor por 30 (consideramos este como padrão, mas é importante lembrar que

algumas empresas optam por considerar os dias do mês);

3 - Multiplique esse valor por 1,33, que corresponderá ao valor do dia de  férias acrescido de

1/3;

4 - Calcule a quantidade de dias de férias que o profissional tem direito;


5 - Multiplique o resultado da linha 3 pela resultado da linha 4;

6 - Sobre o resultado da linha 5, aplique os percentuais de  INSS Patronal e FGTS da empresa

(importante lembrar que a alíquota de INSS varia conforme atividade da empresa e a

de FGTS varia conforme o tipo de contrato: aprendiz 2% e empregado normal 8%).

Pronto, agora você tem o valor da provisão de férias + a provisão dos encargos!

Impactos tributários da provisão de férias

Sobre a remuneração paga pela empresa aos seus empregados e os resultados empresariais

em sentido genérico, incidem determinados tributos. Contudo, algumas modificações na

rotina da empresa ou nos valores pagos aos seus funcionários vão impactar em diferentes

quocientes tributários.

Assim, o provisionamento de férias é dedutível das bases de cálculo para apuração

do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro líquido,

relativas à respectiva obrigação legal para com os empregados da empresa.

Isso acontece porque os diferentes valores impactam no lucro contábil e, consequentemente,

as bases de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social

sobre o Lucro (CSL) sofrerão alterações.

Por fim, vale ressaltar, a dedução das despesas em função da apropriação mensal

das férias é plenamente admitida pela legislação federal do Imposto de Renda.

*Artigo por  Marcelo Furtado, CEO da startup Convenia.

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