Você está na página 1de 3

Leitura e escrita em alunos com autismo: a ludicidade mediando os

processos de aprendizagem
Amanda de Cássia Araújo de Souza1, Inaiara Ferreira da Silva2, Macioneide Alves de
Araújo3,
Maria Maisa Ferreira de Sousa Oliveira4, Giovana Maria Belém Falcão5

1
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu/FECLI,
e-mail: amanda.souza@aluno.uece.br
2
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu/FECLI, e-mail:
inaiara.silva@aluno.uece.br
3
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu/FECLI, e-mail:
macioneide.araujo@aluno.uece.br
4
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu/FECLI, e-mail:
maisa.sousa@aluno.uece.br
5
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu/FECLI, e-mail:
giovana.falcao@uece.br

RESUMO.O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a utilização dos jogos
e atividades lúdicas na aquisição da leitura e escrita em crianças com Transtorno do
Espectro Autista (TEA). O estudo de natureza qualitativa e cunho bibliográfico,
evidenciou que a utilização de atividades lúdicas e dos jogos, se apresentam como
possibilidades importantes na mediação do processo de aquisição da leitura e escrita,
favorecendo uma aprendizagem mais significativa, despertando a atenção, interesse
e o desenvolvimento cognitivo dos alunos com TEA. O professor deverá se
apropriar, portanto, de possibilidades metodológicas que contemplem as
necessidades de todos os alunos, respeitando o ritmo, interesse e características de
cada um.

Palavras-chave: Jogos e atividades lúdicas. Autismo. Leitura e escrita.

1. INTRODUÇÃO

A fase de alfabetização e letramento constitui uma etapa importante na vida escolar


das crianças, sendo ela um processo que deve ser feito com cuidado pelo educador. Nessa fase
a criança encontra-se num momento em que o professor deve buscar desenvolver ao máximo
o potencial de sua aprendizagem.
A utilização do lúdico nas salas de aulas tem se tornado tema comum nos debates
entre pedagogos que buscam aperfeiçoar os seus métodos de ensino. Isso se explica no fato de
que a inserção de jogos e brincadeiras desperta maior atenção da criança, estimulando o seu
desenvolvimento cognitivo ao mesmo tempo em que propicia o prazer ao combinar o ato de
brincar com o de aprender. Segundo HAIDT (2002, p.48) “respeitar as características de cada
etapa do desenvolvimento é considerar o interesse de cada fase, estimulando a atividade
funcional, isto é, a atividade natural de cada indivíduo”. Assim se compreende que o
professor pode utilizar a atividade natural ao indivíduo que está na fase da infância, que é o
brincar, para o desenvolvimento de outra área cognitivas como a leitura e escrita.
Para crianças com deficiência a utilização de diversos recursos pedagógicos na
mediação dos processos de leitura e escrita se fazem ainda mais importantes. No caso das
crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é imprescindível conhecer as
características de cada aluno para definir as estratégias metodológicas que devem ser
direcionadas.
Este trabalho tem por objetivo refletir sobre a utilização dos jogos e atividades lúdicas
na aquisição da leitura e escrita em crianças com autismo. Partimos do entendimento de que é
importante refletir sobre os métodos de ensino que são direcionados à esses educandos, pois
para que a inclusão educacional aconteça, é preciso pensar em caminhos que favoreçam seus
processos de aprendizagem, além do mais estes devem participar de todas as atividades
propostas a fim de evitar segregação, inclusive nas atividades que envolvem a utilização dos
jogos lúdicos. Além disso, estudar sobre a leitura e escrita de crianças com autismo se
apresenta como importante para nós que iremos integrar o subprojeto PIBID/Alfabetização da
Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu/FECLI/UECE, possibilitando desde já,
pensar em uma educação mais inclusiva e significativa.

2.METODOLOGIA

Este estudo se apoia na abordagem qualitativa, a partir de uma pesquisa bibliográfica.


Conforme GIL (2002) por meio da pesquisa encontra-se soluções a diferentes questões, sendo
a pesquisa bibliográfica em concordância com Marconi e Lakatos (1992) a busca de todo o
levantamento de toda bibliografia já publicada em formas de livros, revistas, publicações
avulsas e imprensa escrita.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os primeiros anos na escola são uma fase importante para o desenvolvimento dos
alunos. É nesse período que as crianças estão desenvolvendo o processo de alfabetização e
letramento. Conforme Soares (2017) a alfabetização é processo de apropriação do sistema
alfabético de escrita e letramento como o processo de inserção e participação na cultura
escrita. Através disso faz-se necessário buscar recursos para o desenrolar dessas ações, sendo
as atividades e jogos lúdicos uma estratégia importante para o desenvolvimento dos processos
de leitura e escrita.
De acordo com MALUF (2014, p.21), a atividade lúdica “é toda e qualquer animação
que tem como intenção causar prazer e entretenimento em quem a prática”. O uso delas em
sala de aula poderá contribuir bastante na aprendizagem do educando. Mas é preciso planejar
bem, dando a essas atividades, objetivos específicos e, assim, estas terão realmente sentido
para o aluno e dessa forma irão viabilizar seu processo de aprendizagem.
Vale ressaltar, que cada criança é diferente e tem seu tempo de aprender. No caso das
crianças com Transtorno do Espectro autista (TEA) as especificidades no processo de
aprendizagem são muitas. De acordo com Cunha (2016), esse transtorno tem como sinais
mais comuns dificuldades na comunicação e interação social e ainda movimentos repetitivos.
Sendo assim, é necessário se apropriar das características do autismo, conhecer seu aluno e
planejar atividades que favoreçam a aprendizagem. As práticas lúdicas aparecem como
possibilidades, permitindo que o aluno aprenda junto aos outros colegas e se desenvolva,
direito que lhe é assegurado.
Dentre as possibilidades metodológicas para mediar o processo de leitura e escrita
muitas são as alternativas. Consoante Cunha (2016) o uso massinha de modelar, cartões com
imagens ou música poderão corroborar para o processo de aprendizagem da leitura e escrita.
Esta atividade poderá ajudar a trabalhar a coordenação motora fina e ampla, favorecer a
criatividade e imaginação, aspectos muito importantes para a aprendizagem. O uso de
músicas, também é de grande ajuda pois propicia o desenvolvimento da memória e a
representação da leitura. Tais atividades poderão gerar a interação entre pares que também
colaboram no desenvolvimento da criança.
As diversas possibilidades oportunizam o aprendizado da leitura e escrita de modo
mais significativo, permitindo explorar os diversos aspectos do desenvolvimento em crianças
que apresentam características tão peculiares, como àqueles que têm o transtorno do espectro
autista, mas também devem ser utilizadas com todos os estudantes, respeitando o ritmo,
interesse e características de cada um. Como participantes do Subprojeto PIBID/Alfabetização
e futuras docentes, entendemos que é preciso estar atentas aos processos de aprendizagem de
todas as crianças, afinal todos têm o direito de aprender.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de jogos e atividades lúdicas para o processo de ensino e aprendizagem de


crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) se apresenta como possibilidade
importante na mediação do processo de aquisição da leitura e escrita. De acordo com o estudo
realizado, ficou evidenciado que tais atividades despertam maior atenção e interesse da
criança com TEA, favorecendo sua aprendizagem.
Diante disso, pode-se concluir que esses alunos necessitam de métodos diversificados
que favoreçam o processo de alfabetização e o professor que faz uso dessas possibilidades
metodológicas deve procurar adaptações e estratégias que possam facilitar o ensino dos
alunos com essa condição e assim vivenciar uma prática pedagógica que contemple as
necessidades de todos os alunos, se apresentando, verdadeiramente, inclusiva.
O subprojeto PIBID/Alfabetização, da FECLI o qual estamos vinculadas, será uma
oportunidade importante para vivenciarmos as atividades lúdicas junto a todos os estudantes,
inclusive àqueles que têm deficiência ou alguma condição atípica.

5. REFERÊNCIAS

CUNHA, E. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de


ensinar- ideias e práticas pedagógicas. 4 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2016.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo: Atlas, 2002.

HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática geral. São Paulo: Ática, 2002.

MALUF, Angela Cristina Munhoz. Atividades Lúdicas na Educação Infantil: conceitos,


orientações e práticas/ 4. ed.-Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

MARCONI, m. de A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. São: Atlas, 1986.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 3. Ed. Belo Horizonte: Autêntica,
2017.

Você também pode gostar