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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2
Referencias............................................................................................ 40
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NOSSA HISTÓRIA
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A neuropatologia correlata às esquizofrenias
Os neurobiólogos, em seu entusiasmo, consideram-nas amplamente
reconhecidas como doença cerebral.
1. Anormalidades genéticas
3. Complicações perinatais
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interferência com a migração neuronal no hipocampo (que é especialmente
sensível à hipóxia no segundo trimestre), pode levar à hipoplasia grosseira da
formação hipocampal e à histoarquitetura aberrante das células piramidais em
partes do hipocampo. Autores demonstraram que a exposição do feto à influenza
durante o segundo trimestre se associa a um aumento do risco de desenvol-
vimento das esquizofrenias. Lesões cerebrais perinatais podem contribuir para
o espectro heterogêneo da síndrome esquizofrênica, e podem auxiliar a explicar
a sua discordância em gêmeos monozigóticos e variações na idade de início dos
sintomas deficitários e seu curso.
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ventrículo têm forte semelhança com a esquizofrenia catatônica; alucinações e
delírios são mais prováveis com tumores temporais, frontais e hipofisários.
5. Doenças sistêmicas
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5d. Doenças clínicas sistêmicas. Essas doenças incluem insuficiência
renal e uremia, encefalopatia hepática, hiponatremia, hipercalcemia, hipo-
glicemia e miastenia gravis.
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6. Depressores do SNC. Esses incluem o álcool e os benzodiazepínicos
hipno-indutores.
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Clinicamente demonstra-se que a ventriculomegalia não está
consistentemente relacionada com o(s) tratamento(s) recebido(s) ou com a dura-
ção da doença. Muitos estudos demonstraram uma correlação entre a
ventriculomegalia e certas variáveis clínicas, incluindo complicações obstétricas,
ajustamento pré-mórbido deficiente, história familiar de psicose, perturbação
neuropsicológica, má resposta às drogas neurolépticas, sintomas negativos pro-
eminentes e a presença de movimentos involuntários. Contudo, outros estudos
falharam em achar correlações com várias destas variáveis clínicas.
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crescimento e neurodesenvolvimento, possivelmente mais sob controle genético
programado do que por agressão ambiental incidental.
1f. Lobos frontais. A disfunção dos lobos frontais tem sido implicada na
esquizofrenia. Muitas das manifestações da esquizofrenia, tais como sintomas
negativos, incapacidade de planejamento, mau julgamento e cognição deficiente
foram atribuídas à disfunção do lobo frontal, devido à forte semelhança com a
síndrome que se segue à lesão dos lobos frontais. Contudo, embora haja alguma
evidência de anormalidades estruturais nos lobos frontais, em imagens de RM
na esquizofrenia, a maior parte da evidência para transtornos do lobo frontal em
pacientes esquizofrênicos é de perturbação do funcionamento.
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FSCr no córtex pré-frontal dorsolateral (CPFDL) estava significativamente
reduzido em pacientes esquizofrênicos versus sujeitos-controle, durante o
desempenho do teste de classificação de cartões de Wisconsin ( Wisconsin Card
Sorting test – WCS), que presumivelmente ativa o CPFDL.
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que os gânglios da base podem estar metabolicamente hiperativos nas
esquizofrenias não-medicadas, e uma possível relação dessa anormalidade com
o transtorno do pensamento foi proposta.
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Achados recentes relativos a alterações macro e microscópicas no
cérebro de pacientes esquizofrênicos, indicam uma evidência crescente de um
contexto do neurodesenvolvimento para a neurobiologia e neuropsicopatologia
das esquizofrenias. Se os achados continuarem a ser replicados, ficará mais
provável que a base das alterações estruturais do cérebro está principalmente
sob controle genético, com alguma modulação por fatores do ambiente perinatal
e outros fatores que contribuem para a heterogeneidade da síndrome esquizo-
frênica. E bem possível que a lesão neurodesenvolvimental nas esquizofrenias
seja qualitativamente similar na maioria dos pacientes, mas quantitativamente
diferente através dos subtipos clínicos.
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Neuropsicopatologia dos Núcleos da Base
Os núcleos da base são uma série de agrupamentos neuronais, de origem
Telê encefálica, localizados na base do cérebro, na intimidade da substância
branca.
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função motora e três, funções cognitivas e comportamentais. Ressalte-se que
funções cognitivas, classicamente atribuídas ao córtex frontal pela
neuropsicologia (função executiva, memória de trabalho e atenção seletiva),
estão, na realidade, associadas aos circuitos iniciados nesta área e que se
dirigem a estruturas subcorticais. Portanto síndromes neuropsicopatológicas
associadas originalmente a disfunções dos lobos frontais podem também ser
determinadas por lesões e/ou alterações em outros pontos subcorticais do
circuito, como estriado, putâmen e tálamo.
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As fibras provenientes do córtex cerebral são glutamatérgicas, portanto,
excitatórias; e fazem sinapse com o neurônio do estriado denominado célula
espinhosa média, que constitui cerca de 90% da população neuronal desse
núcleo. Sobre esse neurônio convergem fibras colinérgicas e gabaérgicas
provenientes de interneurônios estriatais e também fibras dopaminérgicas
originadas na parte compacta da substância negra (SNc). Tendo em perspectiva
a série de fibras que convergem para a célula espinhosa média, pode-se inferir
que esse neurônio constitui um importante sítio de processamento de
informações. No estriado, o circuito pode assumir uma via direta, conectando o
estriado ao segmento interno do globo pálido e à parte reticulada da substância
negra (GPi/SNr), ou uma via indireta, ligando o estriado ao segmento externo do
globo pálido (GPe), em seguida ao núcleo subtalâmico (NST) e, finalmente, à
GPi/SNr.
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A atividade inibitória preponderante dos núcleos da base sobre o tálamo
resultaria na inibição de movimentos indesejados, enquanto a atividade
facilitadora focalizada possibilitaria a execução do movimento pretendido. Assim,
os núcleos da base não seriam responsáveis pela geração ou iniciação dos
movimentos, que seriam funções do córtex cerebral e do cerebelo, mas pela
facilitação dos mesmos por supressão de movimentos conflitantes. Esse modelo
é respaldado pela fisiopatologia de transtornos do movimento, tanto
hipercinéticos como hipocinéticos.
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déficit de atenção (THDA), a síndrome de Tourette e o transtorno obsessivo-
compulsivo (TOC), estaria associada à disfunção dos circuitos frontoestriatais.
Isso porque esses circuitos seriam responsáveis pelo controle cognitivo, ou seja,
pela supressão de respostas cognitivas ou comportamentais conflitantes.
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pensamento concreto e perseverante e desorganização do comportamento,
podem mesmo ser observadas em pacientes com esquizofrenia.
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intimamente relacionado a outro circuito que se inicia na porção medial do córtex
orbito frontal, compondo o circuito límbico ou medial. O primeiro está associado
ao comportamento motivacional. Uma lesão deste circuito pode acarretar graus
variáveis de redução da motivação, desde apatia, abulia até mutismo acinético.
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neurológicos e comportamentais da CS também reforça a concepção de
comprometimento dos núcleos da base e, portanto, de diferentes circuitos
frontoesrriatais.
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estreptocócico seria resultado do comprometimento diferencial dos circuitos pelo
processo auto-imune.
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Um transtorno agudo severo ou um transtorno de longa duração que
progride para um transtorno severo tendem a induzir delirium agudo, que pode
anunciar um final catastrófico. Em alguns casos, o delirium é claramente ligado
a transtornos metabólicos secundários. Sintomas psicóticos podem muitas vezes
ocorrer com delirium. Algumas endocrinopatias severas (e ocasionalmente
moderadas) induzem automatismos, despersonalização ou percepção sensorial
exacerbada. Nesses casos, o paciente pode ser diagnosticado incorretamente
como tendo epilepsia do lobo temporal ou transtorno somatoforme.
Hormônio da Tireóide
Hipertireoidismo
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elevados de hormônio tireóideo na internação devem ter os testes repetidos duas
semanas mais tarde. Intoxicação aguda por drogas, particularmente com
psicoestimulantes, pode imitar o hipertireoidismo e também pode produzir
hipertireoidismo transitório.
Tratamento.
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Os sintomas neuropsicopatológicos (incluindo a síndrome de
personalidade putativa) geralmente são revertidos com o tratamento
antitireóideo, mas pode ser necessário um ano para a recuperação completa.
Psicose pode ocorrer ou ser exacerbada pela medicação antitireóidea, e
neurolépticos podem induzir uma síndrome semelhante à tempestade tireóidea
e síndrome neuroléptica maligna em pacientes hipertireóideos psicóticos. A
evidência disponível sugere que os neurolépticos de baixa potência são tolera-
dos em pacientes hipertireóideos e que, assim, devem ser prescritos quando
indicado.
Hipotireoidismo
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alterações na cognição e no estado afetivo. As alterações na cognição podem
ocorrer isoladamente ou parecer mais gerais do que os transtornos do humor.
Transtornos afetivos abrangendo de depressão leve à psicose e tendência
suicida ocorrem em mais da metade dos pacientes com hipotireoidismo de grau
I. Depressão e, em extensão menor, ansiedade, podem ocorrer logo nas
primeiras três semanas do início do hipotireoidismo, particularmente em
pacientes com história de transtornos afetivos. lrritabilidade marcante, labilidade
emocional e insônia são observados freqüentemente. Os pacientes têm uma
quantidade reduzida dos estágios 3 e 4 do sono, similar ao observado na de-
pressão. Ocorre psicose em 10% dos pacientes com hipotireoidismo de grau I,
mas raramente pode ser vista em casos mais leves. A qualidade da psicose não
é específica e geralmente é parte de um delirium.
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terapia antidepressiva padrão. O hipotireoidismo precisa ser corrigido len-
tamente, porque pode ocorrer descompensação cardíaca ou
neuropsicopatológica aguda com a reposição rápida, particularmente nos idosos.
Finalmente, o hipotireoidismo em pacientes recebendo lítio pode-se resolver
espontaneamente. Se isso não ocorrer, a terapia de reposição com T4 deve ser
instituída, e o T4 e o TSH devem ser monitorizados para excluir tanto o tratamen-
to excessivo como o inadequado.
Cortisol
Hipercortisolismo
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contudo, explicar os sintomas neuropsicopatológicos na doença de Cushing,
porque o CRF é suprimido prematuramente.
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podem ficar deprimidos com a supressão dos esteróides, levando ao uso ilícito
continuado. Psicose, com ou sem alterações da consciência e da cognição, tem
sido relatada em até 20% dos pacientes recebendo 80mg/dia ou mais de
prednisona, podendo ser mais comum nas mulheres.
Hipocortisolismo
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Embora a apatia e a fraqueza sejam geralmente sintomas proeminentes, o
transtorno pode se apresentar como hipogonadismo ou hipotireoidismo.
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a drogas que induzam hipotensão. O lítio pode alterar as necessidades de
reposição mineralocorticóide, e pode ser difícil manter níveis estáveis de lítio.
Hiperparatireoidismo e hipercalcemia
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desenvolver demência com aumentos muito leves do cálcio sérico. Alterações
eletroencefalográficas (EEG) não são uma ferramenta diagnóstica sensível.
Hipoparatireoidismo e hipocalcemia
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ser excluída em todos os casos de tetania induzida pela hiperventilação. Raramente,
o quadro assemelha-se a transtorno bipolar.
Insulina
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(cetoacidose diabética [CAD] e síndrome hiperosmolar não-cetótica) induzem
o delirium e coma.
Por outro lado, pacientes com hipoglicemia podem ser diagnosticados por
engano como histéricos, epilépticos ou intoxicados porque exibem uma combinação
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de estados dissociativos, automatismos e raiva. Em muitos casos, os pacientes
hipoglicêmicos mostraram-se agressivos e paranóides e, com isso, recebem um
diagnóstico psiquiátrico primário. Em retrospecto, contudo, esses pacientes têm si-
nais claros de delirium: redução da consciência ou desorientação. Em casos de
episódios recorrentes de hipoglicemia, o diagnóstico pode ser um desafio.
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de hipoglicemia moderada podem produzir alterações neurofisiológicas e cognitivas
irreversíveis em recém-nascidos, em crianças e, em menor grau, em adultos.
Hipoinsulinismo e hiperglicemia
Vasopressina
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conteúdo de água. Os centros reguladores da secreção da vasopressina e da sede
parecem estar adjacentes um do outro ao hipotálamo.
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(isto é, 30 mEq/l abaixo do normal) não produzem sintomas óbvios, se ocorrem em
dias ou semanas. Os sintomas podem progredir com uma queda aguda do nível do
sódio, ou o paciente pode estar assintomático, tendo então urna convulsão súbita.
Achados neurológicos assimétricos têm sido descritos.
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uma osmolaridade estável na urina, mas geralmente aumentam sua osmolaridade
acima dos níveis do plasma e, então, exibem pouco aumento adicional com a
vasopressina.
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Prolactina
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Referencias
Green, R. L. & Ostrander, R. L. (2009). Neuroanatomy for students of
behavioral disorders. New York: Norton & Company.
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