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Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

Unidade Acadêmica de Física - Campus Campina Grande


Curso de Licenciatura em Física

FERNANDO LUIZ FLORÊNCIO BARROS

Campina Grande/PB
2020.2e
A obra “Como estrelas na Terra, toda criança é especial” retrata a vida do
jovem protagonista Ishaan Awasthi, de 9 anos que sofre de dislexia. Mas não
restrito apenas a tal contexto, traz consigo forte crítica a todo sistema
educacional e as formas de encaminhamentos dados aos problemas de
aprendizagem.
Ishaan aparece logo no início do filme como um ser que causa
perturbação a seus pais, vizinhos e colegas de classe. Que apesar de serem
sintomas da dislexia que seria descoberta posteriormente pelo professor de artes
(Aamir Khan) que não seguia a clássica – e defasada - metodologia de ensino,
não fora notada por longos anos.
A reprovação no 3º ano, e a provável reprovação no ano que decorria fez
com que o pai, Vipin Sharma, o transferisse no meio do ano para um colégio
interno. Longe da família e com as dificuldades de relacionamento com outros
tornou aquilo muito mais difícil e torturador a Ishaan, tendo em vista que até
coisas que eram de seu agrado foram perdendo o brilho e encanto.
A intolerância e impaciência de quem o rodeava torna clara a crítica feita
a todas as famílias que incorporam os desejos próprios aos filhos, tornando o
processo de ensino-aprendizagem em uma competição, onde só há uma
alternativa, a vitória, seja ela tida sobre qualquer custo.
A realização profissional por parte dos docentes é fato importantíssimo
para que ocorra proveito para ambos os lados da relação entre professor e aluno.
O amor é revelado nas menores ações tidas, diferentemente aquele sentimento
apresentado por alguns, que em diversos momentos do filme mostram a
expulsão de Ishaan da sala de aula sem a correta interpretação da situação.
A coragem do então professor substituto Aamir e tato ao notar as ações e
sentimentos do seu aluno disléxico foram de suma importância para os
resultados obtidos futuramente na obra. Enfrentou rotulações impostas por seus
colegas – que em dado momento fazem uso de palmatória -, dificuldade em
realizar mudanças, sendo chamado de flautista maluco por causa da forma que
se apresentou em seu primeiro dia de aula na nova turma.
Ao obter apoio por parte do diretor da instituição se tem o ápice do filme,
quando Aamir e Ishaan começam a passar 3 (três) horas a mais do turno normal
de aulas, percebe-se as transições de cenas do processo de ensino-
aprendizagem.
A frase: “Cada criança tem capacidade e habilidades únicas” foi utilizada
com Tisca e Vipin – os pais da criança – para fazer com que eles pudessem ter
um início de mudança na forma que viam seu filho, indo além das dificuldades.
Ao realizar uma visita a casa de Ishaan, o professor descobre coisas que
servirão para ele chamar e enturmar o garoto com todos, as pinturas e desenhos,
que acabaram desenvolvendo a proposta de um concurso entre alunos e
professores, quebrando assim parte da hierarquia que existia ali.
Duas pinturas se destacam, a do ganhador – Ishaan -, e a do professor
de artes, essa por retratar a forma carinhosa, amorosa e de extrema estima que
via seu aluno disléxico, e aquela por se tornar a capa do anuário escolar.
Pouco antes das férias de verão seus pais vão a escola e recebem as tão
calorosas notícias de tamanho desenvolvimento/progresso.
A longa metragem sem dúvida é uma indicação para os profissionais
docentes, mas também fortemente aos pais e aos profissionais da psicologia e
profissionais das áreas da saúde que lidam com crianças e adultos com dislexia
e afins. Revela de forma profunda a realidade na educação e os discursos que
a cercam. Mais que isso, denuncia as fortes dificuldades na educação e dos
profissionais no enfrentamento e acolhimento de demandas com necessidades
especiais.

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