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PREVENTIVA

VALDO BERTOLDO
Colaboradores: Nathiele Correia e Luzbia Correia
1

Morte encefálica
Comunique a morte encefálica da paciente que entrou com TCE grave ao PS. O
esposo é o familiar e se encontra a beira do leito.
1. (Se apresentou) Bom dia, eu sou o médico aqui do hospital e gostaria de
conversar com você.
2. Questiono nome e grau de parentesco. (Tratar sempre pelo nome, pegar na
mão ou no ombro do familiar)
3. Setting-up- Convidou para um lugar tranqüilo (no caso estavam à beira do leito
do paciente, nunca dar qualquer notícia perto do paciente, levar para um lugar
calmo, oferecer cadeira, e mencionar que no lugar que estão não vão ser
interrompidos)
4. Perception- Questionar sobre o conhecimento do quadro? Sabia a gravidade?
Sabia os riscos? Tinha conhecimento de como ela chegou ao hospital? Foi
informada sobre condutas que seriam tomadas? Participou de decisões?
(Atualmente o familiar precisa ser informado e autorizar a abertura do protocolo
de morte encefálica, então o paciente precisa ser questionado sobre a
informação).
5. Invitation- questionar se está se sentindo bem agora no momento? Se está
preparado para receber qualquer notícia? Se está acompanhado? Se quer a
presença de alguém na sala?
6. Knowledge- informar sobre a morte, dar um minuto de silencio para o paciente
(o que se chama pausa dramática), fala que não era a notícia que queria dar
no momento?
7. Emotion- Não falar que ele precisa ser forte, não falar que precisa cuidar e
apoiar os outros membros da família ou filhos, falar que entende a dor e o luto
que é uma situação difícil e triste. Que os profissionais do hospital estão
prontos para ajudar e apoiar nesse momento tão deliciado, oferecer um copo
de água para o paciente, pegar no ombro do paciente.
8. Informar como se chegou ao diagnóstico de morte encefálica:
 Primeiro ficou em observação e tratamento no hospital por 6 horas como
mínimo.
 Identificou a causa de morte encefálica (TCE, AVC, ENCEFALOPATIA
ANOXICA) afastou causas reversíveis (droga depressora, hipotermia).
 Comunicou aos familiares e solicitou a autorização para abertura do
protocolo.
 Antes de iniciar exame clinico (temperatura corporal deverá ser superior
a 35ºC, saturação arterial de oxigênio deve estar acima de 94%,Pressão
Arterial Sistólica maior ou igual a 100 mmHg ou Pressão Arterial Média
(PAM) maior ou igual a 65 mmHg para adultos, A hipernatremia grave
refratária ao tratamento NÃO inviabiliza a determinação da ME, exceto
quando esta for a única causa do coma.)
 Exame clinico (Será considerado especificamente capacitado o médico
com um ano de experiência no atendimento de pacientes em coma e que
tenha acompanhado ou realizado pelo menos dez determinações de
morte encefálica e realizado curso de capacitação para determinação de
morte encefálica; Um dos médicos especificamente capacitado deverá
ser especialista em uma das seguintes especialidades: medicina
intensiva, medicina intensiva pediátrica, neurologia, neurologia
pediátrica, neurocirurgia ou medicina de emergência. Nenhum desses

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médicos poderá fazer parte da equipe de transplante). 2 médicos


diferentes, 2 avaliações clinicas com intervalos de:
 (De 7 dias a 2 meses incompletos – 24 horas (considerar idade a
termo).
 De 2 meses a 24 meses incompletos – 12 horas
 Acima de 2 anos – 1 hora
Identificou-se no exame clinico:
Como aperceptivo (sem resposta ao estimulo externo- Glasgow <3)
Ausência de reflexos do tronco (foto motor, córneo-palpebral, óculo
cefálico: olho de boneca, vestíbulo-ocular: prova calórica, tosse)
Teste da apneia (coloca O2 100% por 10 minutos e desconecta o
ventilador e inserir O2 6L/minuto/ gasometria: a PCO2 MAIOR que
55mmHg, só é necessário 1 teste de apneia positivo (PCO2 final maior
que 55mmHg, sem movimentos respiratórios).
Exame complementar: ausência circulação sanguínea intracraniana ou
ausência de atividade elétrica cerebral ou ausência de atividade
metabólica cerebral: arteriografia, eletroencefalografia, cintilografia.
9. Informa que todos esses exames e teste foram realizados é que realmente se
concluiu que tinha morte encefálica. (Confirmado por 2 médicos)
10. Strategy and summary: informar próximos passos (questionas duvidas do
paciente, se ficou alguma coisa que talvez ele não tenha entendido, explicar
que os procedimentos foram feitos, que em qualquer serviço de saúde seriam
realizados os mesmos procedimentos, informar serviços de funerária, atestado
de óbito, e doação de órgãos quando o paciente candidato apto ao
procedimento.
11. Informar que notificara o serviço de doação de órgãos (o paciente aceitando ou
não doar os órgãos precisa comunicar o serviço).
12. Acolher toda das as emoções (estamos aqui para ajudar, pode contas com o
apoio do hospital e dos profissionais, deseja avisar alguém?, ligar para
alguém?, pedir para alguém acompanhar você nesse momento?, seus filhos
estão sendo cuidado por alguém?)

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Planificação familiar
Adolescente de 16 anos de idade procura atendimento na UBS porque iniciou
atividade sexual há 6 meses e teme gravidez.
Acolhimento:

1. Identifica-se como medico e menciona que ira realizar o atendimento.


2. Qual o seu nome, idade, profissão, casada? Tratar sempre pelo nome.
3. Estabelece clima harmônico (deixando a paciente confortável,
postura sempre reta, tórax voltado para paciente, olhando sempre
nos olhos, não cruzar os braços.
4. Investigar a queixa da paciente, escutar sempre sem interrupções
desnecessárias.
5. Informar para paciente que não tem problema consultar sozinha por ser
menor de idade, pois ela já tem capacidade de responder por seus
atos, e tudo que for falado na consulta será protegido por sigilo médico.

Anamneses:

1. Antecedentes ginecológicos: (idade da menarca, cólica menstrual, data


da última menstruação, ciclos menstruais, Papanicolau, ITS,)
2. Vida sexual: (vida sexual ativa, número de parceiros: >3por ano se
considera risco, uso de preservativos, sexo anal?)
3. Antecedentes obstétricos: (número de gestação, aborto, óbito fetal,)
4. Antecedentes patológicos: Diabetes, HAS, alergias, ITS?Medicamentos
(anticonvulsivantes/ ACO só pode ácido valproico), alérgico, cirúrgicos?
5. Antecedentes familiares: Endometriose, Sop, malformações uterinas...
HAS...
6. Hábitos: fuma álcool, drogas, atividade física?

Exame físico:

1. Eu vou precisar te examinar, você autoriza? Vai subindo na maca, eu


vou lavar minhas mãos e aquecer.
2. Por favor, eu preciso de uma auxiliar de enfermagem me acompanhando
na avaliação da paciente.
3. Sinais vitais (PA, FC, FR,...)
4. Avaliar pele, olhos, mucosas, cabeça...
5. Exame de (MAMA, ABDOMEN, GENITÁLIA)

Orientação e conduta:
1. Informar a paciente sobre os métodos e que ela precisa escolher de
acordo com as contra indicações, se ela pode usar ou não aquele
método.
2. Métodos comportamentais: tabelinha, muco cervical, temperatura basal,
(informar que são métodos que estão em desuso, pelo grande risco de
gravidez)
3. Métodos de barreira: preservativo masculino e feminino, diafragma.
4. Métodos hormonais: ACO, anticoncepcionais de progestogênio,
anticoncepcionais injetáveis, anel vaginal, adesivo, implantes.
5. DIU cobre ou hormonal. (o de cobre é oferecido pelo SUS).
6. Métodos definitivos
Laqueadura tubarica: Realizada por meio de uma mini laparotomia, via
vaginal ou por videolaparoscopia.

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Realização de ressecção de uma porção da tuba, colocação de anel


tubário ou grampo; Legislação brasileira:
• Só pode ser feita se a paciente tem plena capacidade civil, idade
superior a 25 anos ou, pelo menos, 2 filhos vivos (sem considerar o feto
da gestação em curso);
• Deve-se respeitar um intervalo mínimo de 60 dias entre a
manifestação do desejo de laqueadura e a sua realização e obter
consentimento pós-informado assinado e firmado da paciente ou do
casal, caso ela tenha relação conjugal estável;
• Fora dessa situação, a LT só poderá ser realizada se a paciente
estiver em risco de morte ou de agravo à saúde em gestações futuras,
comprovado por um relatório assinado por 2 médicos.
7. Deixar a paciente participar da escolha do método.
8. A depender do método escolhido pesquisar contra-indicações
absolutas.
ACO: Tabagistas com mais de 35 anos, Hipertensão arterial; Acidente
vascular cerebral prévio; Enxaqueca com aura; Os anticonvulsivantes
que têm reação cruzada com a pílula anticoncepcional são os indutores
fortes da CYP 3A4. A CYP 3A4 é uma enzima hepática que metaboliza
a carbamazepina, oxcarbamazepina, topiramato, primidona, fenitoína e
fenobarbital. Os métodos administrados por via oral e os que contêm
etinil estradiol são prescritos para estas pacientes, Amamentação,
Câncer de mama.
DIU: Dismenorreia moderada a severa (relativa); Alterações anatômicas
(útero bicorno ou didelfo, septos longitudinal ou transverso); Fluxo
menstrual volumoso (relativa), Anemia (relativa).
9. Explicar para a paciente como ela tem que tomar o método. (Iniciar
sempre no 1º dia da menstruação, e a duração varia pelo tipo de pílula
utilizada, sendo que no modelo de 21 dias é necessário fazer pausa de
7 dias e retomar o uso no dia correspondente ao 8º dia após a pausa.
Nos modelos de 28 dias, o uso da pílula é contínuo. Pílulas só de
progesterona são de uso contínuo e sem pausas).
10. Orientar em caso de esquecer-se de tomar (se somente um
comprimido, tomar quando lembrar e o outro no horário) (se mais de 2
comprimidos tomar quando lembrar um comprimido e a outra no dia
seguinte e usar preservativo nas relações).
11. Orientar possíveis efeitos colaterais (náuseas, vômitos, dor abdominal,
alteração do humor, diminuição da libido)
12. Orientar sobre a importância de usar preservativo, mencionar que o
ACO não protege contra doenças sexualmente transmissíveis.
13. Questiona se tem alguma dúvida, marcar retorno, despede-se.

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CAT
Uma mulher de 31 anos de idade, auxiliar de cozinha, comparece a unidade
básica de saúde necessitando de ajudar para solicitar auxilio doença ao INSS. Informa
que ha 3 dias fraturou o ombro direito, no trabalho quando escorregou no piso que
estava lavando e caiu sobre o referido braço. Na UPA seu braço e ombro foram
imobilizados. A empresa que ela trabalha negou a emissão da CAT por julgar que o
acidente ocorreu por negligência da paciente.
Realize: anameses, exame físico, orientações e emissões de documentos
pertinentes.
Acolhimento:
1. Identifica-se como médico (Eu sou médico da unidade e estarei
realizando o seu atendimento).
2. Perguntar nome, idade, profissão, estado civil? Tratar paciente sempre
pelo nome.
3. Estabelece clima harmônico (deixando a paciente confortável,
postura sempre reta, tórax voltado para paciente, olhando sempre
nos olhos, não cruzar os braços.
4. Investigar a queixa da paciente, escutar sempre sem interrupções
desnecessárias.
Avaliação clínica:
1. Questionar a paciente como aconteceu o acidente? Que dia e horário?
2. Questionar se trabalha de carteira assinada (trabalho formal ou informar pode
se emitir a CAT, mais somente recebe benefícios os trabalhadores de carteira
assinada).
3. Solicitou examinar a paciente e pediu autorização.
4. Informou à paciente que precisa do seu documento para confirmar seus dados.
5. O candidato informou a paciente sobre seus direitos:
Salario: incapacidade pode ser (TEMPORAL OU PERMANENTE)
Incapacidade temporal de até 15 dias: o empregador ou dono da empresa vai
pagar.
Incapacidade temporal de mais de 15 dias: vai para previdência social com
91% do salário.
Incapacidade permanente parcial ou redução da atividade: auxilio acidente vai
receber 50% do salário.
Incapacidade permanente total = invalidez/ aposentadoria com 100% do
salário.
Atestado médico:informou que vai emitir o atestado médico, mais que isso não
lhe garante o direito de receber o salário, que o médico do INSS precisa avaliar
a paciente para conceder o benefício.
Mudança de função: informar que por suas condições ela pode ser trocada de
função.
Estabilidade do emprego: a legislação prevê por meio do artigo 118 da lei
número8.213/91 a estabilidade ao empregado segurado que sofreu acidente de
trabalho, pelo prazo de 12 meses após a cessação do auxílio doença
acidentário, independente da percepção do auxílio doença.
6. Agora posso emitir seu atestado, para que a senhora possa ir até o INSS, e lá
ser avaliada por outro médico perito.
7. Agora vou emitir a CAT (4 vias) INSS, Empresa, paciente, e sindicato dos
trabalhadores, importante guardar sua via por 10 anos.
8. Notificou acidente do trabalho.
9. Esclareceu duvidas, despe-se.

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Tipos de CAT:
De acordo com o artigo 327 da Instrução Normativa do INSS/PRES nº 77/2015, o
acidente de trabalho ocorrido deverá ser comunicado ao INSS por meio da CAT, e deve
se referir às seguintes ocorrências:
Tipo Descrição

Acidente do trabalho típico, trajeto, doença profissional, do


CAT inicial
trabalho ou óbito imediato.

Afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho


CAT de reabertura
ou de doença profissional ou do trabalho.

CAT de comunicação Falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou


de óbito do trabalho, após o registro da CAT inicial.

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Comunicado de óbito
André Luiz, 7 meses de idade, com histórico de há 10 dias apresentar choro continuo
com febre, porem a mãe não sabe dizer a quanto chegou a temperatura. Permaneceu
uns dois dias assim, tomando aspirina, auto-medicado pela mãe. Levou à criança a
farmácia e foi indicado um remédio em gotas para dor de ouvido. Como não houve
melhora, levou a um médico, que ao examinar a criança diagnosticou otites media
aguda, indicando consulta com um especialista. A mãe não levou a criança no
especialista e continuou com as medicações receitado pelo farmacêutico. Há dois
dias foi notado com pescoço duro, e teve uma convulsão, tendo sido levado ao
hospital. A admissão apresentava temperatura 39 graus, rigidez de nuca, desidratação
e pulmões limpos. O exame ORL revelou otite medica bilateral e o liquido mostrou-se
purulento. A mãe referiu que a criança apresentava anemia crônica. Feito o
diagnóstico de meningite purulenta e iniciado tratamento. Aproximadamente cinco
horas após a internação teve crise convulsiva intensa, falecendo logo a seguir.
Comunique o óbito e esclareça duvidas eventuais.
1. (Se apresentou) Bom dia, eu sou o médico aqui do hospital e vou conversar
com vocês.
2. Questiono nome e grau de parentesco. (Tratar sempre pelo nome, pegar na
mão ou no ombro do familiar)
3. Setting-up- Convidou para um lugar tranqüilo.
4. Perception- Questionar sobre o conhecimento do quadro? Sabia a gravidade?
Sabia os riscos? Tinha conhecimento de como ele chegou ao hospital? Foi
informada sobre condutas que seriam tomadas? Participou de decisões?
5. Invitation- questionar se está se sentindo bem agora no momento? Se está
preparado para receber qualquer notícia? Se está acompanhado? Se que a
presença de alguém na sala?
6. Knowledge- informar sobre a morte, dar um minuto de silencio para o paciente,
fala que não era a notícia que queria dar no momento.
7. Emotion- Não falar que ele/a precisa ser forte, não falar que precisa cuidar e
apoiar os outros membros da família ou filhos, falar que entende a dor e o luto
que é uma situação difícil e triste. Que os profissionais do hospital estão
prontos para ajudar e apoiar nesse momento tão deliciado, oferecer um copo
de água para o paciente, pegar no ombro do paciente.
8. Strategy and summary: informar próximos passos (questionas duvidas do
paciente, se ficou alguma coisa que talvez ele não tenha entendido, explicar
que os procedimentos foram feitos, que em qualquer serviço de saúde seriam
realizados os mesmos procedimentos, informar serviços de funerária, atestado
de óbito).
9. A mãe vai questionar se precisa ir para IML? Informar que não, que esse tipo
de morte não precisa o corpo ir para o IML.
10. Informar que irá realizar o atestado de óbito, que não será preciso pagar pelo
atestado.
11. Em casos de suspeita de maus tratos notificar.
12. Preenchimento do atestado:

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13. Despediu-se da paciente/ acolhendo todas as emoções.

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Principais artigos para a prova


Capitulo 1

VII - O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar
serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje
excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou
emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente.
XVI - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou de instituição,
pública ou privada, limitará a escolha, pelo médico, dos meios cientificamente
reconhecidos a serem praticados para o estabelecimento do diagnóstico e da
execução do tratamento, salvo quando em benefício do paciente
Capitulo 2
E direito do médico
III - Apontar falhas em normas, contratos e práticas internas das instituições em que
trabalhe quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais a si
mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos
competentes e, obrigatoriamente, à comissão de ética e ao Conselho Regional de
Medicina de sua jurisdição.
V - Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituição
pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições adequadas para o
exercício profissional ou não o remunerar digna e justamente, ressalvadas as
situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão
ao Conselho Regional de Medicina.
VI - Internar e assistir seus pacientes em hospitais privados e públicos com caráter
filantrópico ou não, ainda que não faça parte dos seus corpos clínicos, respeitadas as
normas técnicas aprovadas pelo Conselho Regional de Medicina da pertinente
jurisdição.
IX - Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam
contrários aos ditames de sua consciência. X (por exemplo: aborto). - Estabelecer
seus honorários de forma justa e digna.
Capitulo 3
É vedado ao médico
Art. 8º Afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem
deixar outro médico encarregado do atendimento de seus pacientes internados ou em
estado grave.
Art. 9º Deixar de comparecer a plantão em horário preestabelecido ou abandoná-lo
sem a presença de substituto, salvo por justo impedimento. Parágrafo único. Na
ausência de médico plantonista substituto, a direção técnica do estabelecimento de
saúde deve providenciar a substituição.

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Capitulo 4
É vedado ao medico

Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após
esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de
morte.
Art. 26. Deixar de respeitar a vontade de qualquer pessoa, considerada capaz física e
mentalmente, em greve de fome, ou alimentá-la compulsoriamente, devendo cientificá-
la das prováveis complicações do jejum prolongado e, na hipótese de risco iminente
de morte, tratá-la.
Capitulo 5

Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos
de urgência ou emergência, quando não haja outro médico ou serviço médico em
condições de fazê-lo.
Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os
objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano,
devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal.
Art. 35. Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a
terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros
procedimentos médicos.
Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante
legal.. Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico
oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas
ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade
expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal.
Capitulo 6
É vedado ao médico:
Art. 43. Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de suspender
meios artificiais para prolongar a vida do possível doador, quando pertencente à
equipe de transplante.
Art. 44. Deixar de esclarecer o doador, o receptor ou seus representantes legais sobre
os riscos decorrentes de exames, intervenções cirúrgicas e outros procedimentos nos
casos de transplantes de órgãos.
Art. 45. Retirar órgão de doador vivo quando este for juridicamente incapaz, mesmo se
houver autorização de seu representante legal, exceto nos casos permitidos e
regulamentados em lei.
Art. 46. Participar direta ou indiretamente da comercialização de órgãos ou de tecidos
humanos

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Capitulo 7
Vedado ao médico:

Art. 48. Assumir emprego, cargo ou função para suceder médico demitido ou afastado
em represália à atitude de defesa de movimentos legítimos da categoria ou da
aplicação deste Código.
Art. 49. Assumir condutas contrárias a movimentos legítimos da categoria médica com
a finalidade de obter vantagens.
Art. 50. Acobertar erro ou conduta antiética de médico.
Art. 51. Praticar concorrência desleal com outro médico.
Art. 52. Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados por outro
médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de
indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao
médico responsável. Art. 53. Deixar de encaminhar o paciente que lhe foi enviado para
procedimento especializado de volta ao médico assistente e, na ocasião, fornecer-lhe
as devidas informações sobre o ocorrido no período em que por ele se
responsabilizou.
Art. 54. Deixar de fornecer a outro médico informações sobre o quadro clínico de
paciente, desde que autorizado por este ou por seu representante legal.
Art. 57. Deixar de denunciar atos que contrariem os postulados éticos à comissão de
ética da instituição em que exerce seu trabalho profissional e, se necessário, ao
Conselho Regional de Medicina
Capitulo 8
Art. 69. Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia ou obter vantagem pelo
encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, órteses,
próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta
em virtude de sua atividade profissional.
Art. 70. Deixar de apresentar separadamente seus honorários quando outros
profissionais participarem do atendimento ao paciente.
Art. 71. Oferecer seus serviços profissionais como prêmio, qualquer que seja sua
natureza
Capitulo 9
É vedado ao médico:
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua
profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do
paciente. Parágrafo único. Permanece essa proibição: a) mesmo que o fato seja de
conhecimento público ou o paciente tenha falecido; b) quando de seu depoimento
como testemunha. Nessa hipótese, o médico comparecerá perante a autoridade e
declarará seu impedimento; c) na investigação de suspeita de crime o médico estará
impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal.

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Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a
seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de
discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente.
Art. 75. Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus
retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios
de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente.
Art. 76. Revelar informações confidenciais obtidas quando do exame médico de
trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de empresas ou de instituições,
salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da comunidade.
Art. 77. Prestar informações a empresas seguradoras sobre as circunstâncias da
morte do paciente sob seus cuidados, além das contidas na declaração de óbito, salvo
por expresso consentimento do seu representante legal.
Capitulo 10
É vedado ao médico:
Art. 82. Usar formulários de instituições públicas para prescrever ou atestar fatos
verificados na clínica privada.
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não
tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como
plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal.
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência,
exceto quando houver indícios de morte violenta.
Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não
obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade.
Art. 86. Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou a seu representante legal
quando aquele for encaminhado ou transferido para continuação do tratamento ou em
caso de solicitação de alta.
Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente. § 1º O prontuário
deve conter os dados clínicos necessários para a boa condução do caso, sendo
preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com data, hora, assinatura e
número de registro do médico no Conselho Regional de Medicina. § 2º O prontuário
estará sob a guarda do médico ou da instituição que assiste o paciente.
Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia
quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua
compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros.
Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por
escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa.
Capitulo 11
É vedado ao médico:
Art. 95. Realizar exames médicos-periciais de corpo de delito em seres humanos no
interior de prédios ou de dependências de delegacias de polícia, unidades militares,
casas de detenção e presídios.

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Capitulo 12
É vedado ao médico:

Art. 99. Participar de qualquer tipo de experiência envolvendo seres humanos com fins
bélicos, políticos, étnicos, eugênicos ou outros que atentem contra a dignidade
humana
Art. 102. Deixar de utilizar a terapêutica correta, quando seu uso estiver liberado no
País. Parágrafo único. A utilização de terapêutica experimental é permitida quando
aceita pelos órgãos competentes e com o consentimento do paciente ou de seu
representante legal, adequadamente esclarecidos da situação e das possíveis
conseqüências.
Art. 106. Manter vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas, envolvendo
seres humanos, que usem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento
eficaz e efetivo para a doença pesquisada.
Capitulo 13
Art. 116. Participar de anúncios de empresas comerciais qualquer que seja sua
natureza, valendo-se de sua profissão.

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Tabagismo
Paciente de 55 anos de idade atende a UBS referindo consulta de rotina.
Acolhimento:
1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço que
vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco voltado
sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar no ombro da
paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos: explicar em linguagem
clara para a paciente (evitar palavras: sintomas, sinais, síndromes,
exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar seu
nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.
Anamnese:
1. Investigar a queixas: se está sentindo alguma coisa? Notou alguma alteração?
Algo em especial que deseja se consultar ou falar?
2. Antecedentes patológicos: doenças diarreicas? Doenças do estomago?
Doenças parasitológicas? Doença do coração? Diabetes? Antecedentes de
infartos?
3. Hábitos: condições de vida: água potável, saneamento básico? Álcool?
Tabagismo (paciente vai referir que fuma a mais de 10 anos)
Abre o leque de tabagismo é inicia toda a investigação:
4. Avaliar carga tabagista (quantos cigarros fuma por dia?)
5. Avaliar sinais de abstinência: irritabilidade, ansiedade, alterações do sono,
aumento do apetite, dificuldade de concentração, agressividade, fissuras (forte
desejo de usar tabaco).
6. Realizar teste de Fergestron:
Quando tempo após acordar fumar seu primeiro cigarro?
Nos primeiros 5 minutos: 3 pontos
6 a 30 minutos: 2 pontos
31 a 60 minutos: 1 ponto
Mais de 60 minutos: 0 pontos
Você acha difícil não fumar em lugares proibidos?
Sim: 1 ponto
Não: 0 pontos
Quantos cigarros você fuma por dia?
Até 10 cigarros: 0 pontos
De 11 a 20 cigarros: 1 pontos
De 21 a 30: 2 pontos
Mais de 31: 3 pontos
Você fuma mais frequentemente pela manhã?
Sim: 1 ponto
Não: 0 pontos
Você fuma mesmo estando doente, quando precisa ficar acamado a maior
parte do tempo?
Sim: 1 ponto
Não: 0 pontos
7. Indicar o grau de dependência de acordo com a escala:

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0 - 2 pontos = muito baixo


3 - 4 pontos = baixo
5 pontos = médio
6 -7 pontos = elevado
8 -10 pontos = muito elevado
8. Avaliar o grau de motivação do paciente:
Pré-contemplação (“ I won’t”) - Não considera a possibilidade de mudar, nem
se preocupa com a questão;
Contemplação (“I might”) - Admite o problema, é ambivalente e considera
adotar mudanças eventualmente;
Preparação (“I will”) - Inicia algumas mudanças, planeja, cria condições para
mudar, revisa tentativas passadas;
Ação (“I am”) - Implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe
tempo e energia na execução da mudança;
Manutenção (“I have”) - Processo de continuidade do trabalho iniciado com
ação, para manter os ganhos e prevenir a recaída;
Exame físico:
1. Solicitar autorização para examinar paciente; por favor, suba até a maca, vou
lavar minhas mãos, aquecer, e me posicionar a sua direita.
2. Sinais vitais (FC, FR, Sto2, PA).
3. Exame físico geral/ peso/ IMC/ altura/ circunferência abdominal (calcular IMC e
falar o resultado).
Orientação e conduta:
1. Informar o paciente sobre o risco de fumar para sua saúde, que é importante que
ele pare de fumar.
2. Todo paciente que deseje para de fumar é encaminhado a terapia cognitiva
comportamental. (Reuniões que podem acontecer em grupo ou individual).
3. Tratamento medicamentoso para quem?
Fuma mais de 20 cigarros dia/ fuma mais de 10 cigarros dia mais o primeiro até
30 minutos/ escore de Fergestron > ou = 5/ fumantes que já tentaram terapia
cognitiva/ não haver contra-indicações clinicas.
4. Pesquisar contra-indicação:
Goma de mascar: úlcera péptica, 15 dias após infarto do miocárdio,
incapacidade de mastigação.
Adesivos: gestação, amamentação, 15 dias após infarto do miocárdio
Bupropiona: risco de convulsões, uso de benzodiazepínico, bulimia, anorexia,
5. Indica tratamento farmacológico:
Goma: 1 a 4 semana: 1 tablete a cada 1ou 2 horas (máximo 15)
Semana 5-8: 1 tablete cada 2-4 horas
Semana 9-12: 1 tablete cada 4-8 horas.
Bupropiona:
1 comprimido de 150mg nos primeiros 3 dias, depois 2 Cp/dia devendo ter um
intervalo de 8 horas após o primeiro até completar 12 semanas.
Informar que o tratamento medicamentoso dura 12 semanas/ e a terapia
cognitiva aproximadamente 1 ano.
6. Orienta sobre o ganho de peso, os sintomas de abstinência (ansiedade,
agitação, insônia, fissuras)
7. Indicar rastreamento para a idade.
8. Marca retorno/ esclarece dúvidas/ despede-se

Valdo Bertoldo
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Alcoolismo
Paciente de 40 anos atende ao serviço de consulta, menciona não ter problema
algum, e que só se dirigiu ao posto porque sua família insistiu dizendo que ele está
bebendo muito.
Acolhimento:
1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço que
vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco voltado
sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar no ombro da
paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos: explicar em linguagem
clara para a paciente (evitar palavras: sintomas, sinais, síndromes,
exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar seu
nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.

Anamnese:
1. Investigar a queixas: se está sentindo alguma coisa? Notou alguma alteração?
Algo em especial que deseja se consultar ou falar?
2. Antecedentes patológicos: epilepsia? Infartos?Doenças diarréicas? Doenças
do estomago? Doenças parasitológicas? Doença do coração? Diabetes?
Depressão? Ansiedade atual ou em tratamento? Algum transtorno? Alguma
perca recente?
Hábitos: condições de vida: água potável, saneamento básico? Álcool?
3. Quantas vezes por semana bebe? E que quantidade?
4. Questionário CAGE:
(1) você já pensou em largar a bebida?
(2) ficou aborrecido quando outras pessoas criticaram o seu hábito de beber?
(3) se sentiu mal ou culpado pelo fato de beber?
(4) bebeu pela manhã para ficar mais calmo ou se livrar de uma ressaca.
5. Informar a dependência de acordo com o resultado do questionário: (A
presença de duas respostas afirmativas sugere uma indicação positiva de
dependência de álcool)
6. Questionar sintomas de dependência (irritabilidade, ansiedade, alterações do
sono, aumento do apetite, dificuldade de concentração, agressividade).
7. Questionar sinais de tolerância (necessidade de beber cada vez mais para ter
o efeito desejado).
8. Avaliar depressão.
9. Avaliar o grau de motivação do paciente:
Pré-contemplação (“ I won’t”) - Não considera a possibilidade de mudar, nem
se preocupa com a questão;
Contemplação (“I might”) - Admite o problema, é ambivalente e considera
adotar mudanças eventualmente;
Preparação (“I will”) - Inicia algumas mudanças, planeja, cria condições para
mudar, revisa tentativas passadas;
Ação (“I am”) - Implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe
tempo e energia na execução da mudança;

Valdo Bertoldo
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Manutenção (“I have”) - Processo de continuidade do trabalho iniciado com


ação, para manter os ganhos e prevenir a recaída;
Exame físico:
1. Solicitar que paciente suba até a maca, vou lavar minhas mãos, aquecer e me
posicionar a direita da paciente.
2. Pedir autorização para examinar o paciente
3. Sinais vitais (FC, FR, Sto2, PA).
4. Exame físico geral/ peso/ IMC/ altura/ circunferência abdominal (calcular IMC e
falar o resultado)
Orientação e conduta:
1. Informar a importância de parar de beber/ informando riscos para sua saúde.
2. Solicitar ajuda dos amigos, família, da religião.
3. Informa o paciente sobre os AA, que eles ajudam pessoas a superar a
dependência do álcool.
4. Indica a possibilidade de terapia de redução de danos (É uma forma de tratar
que foi agrupando todas outras formas de tratamento que de alguma maneira
amenizavam as conseqüências do uso da droga. É um campo muito rico
porque é mais real, procurando estabelecer estratégias para reduzir os
prejuízos do uso de drogas e não precisa, necessariamente, trabalhar com a
abstinência total, que é um conceito muito utópico e inalcançável para boa
parte dos dependentes.
5. Orienta sobre o ganho de peso, os sintomas de abstinência (ansiedade,
agitação, insônia, fissuras).
6. Indicar rastreamento para a idade.
7. Marca retorno/ esclarece dúvidas/ despede-se.

Valdo Bertoldo
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Rastreamento de Doenças
Será um paciente que vai chegar por um motivo qualquer a queixa, você tentará
investigar muitas coisas, e não chegar a nada concreto. (Toda a resposta do paciente
será inconclusiva, você trata a queixa do paciente, mais abrira os olhos para outros
pontos no checklist).
Importante sempre que tiver um caso que parece fácil ou o tempo sobrou no caso,
comece a suspeitar que esteja faltando alguma coisa. (Cuidado com as neuras que tudo
é pegadinha)
Na prova em todas as estações indicar rastreamento (diminuindo as chances de
esquecer).
Já caiu um caso aonde o paciente chegava solicitando vitaminas e hemograma de
rotina. (E não se indicava nenhum dos 2) – prevenção quaternária.
1. Investigar a queixa do paciente/ antecedentes patológicos e familiares /
medicação/ hábitos de vida/ questionar histórico vacinal.
2. Exame físico (direcionado a queixa)
3. Conduta: resolver a queixa do paciente.
Indicar rastreamento:
25 anos Ca de colo uterino Papanicolau Até 65 anos
35 anos homem Dislipidemia Perfil lipídico
45 anos mulher
45 anos Diabetes Teste glicêmico
50 anos Ca colo retal Colono, RSG, S.
oculto
Ca de mama Mamografia
55 anos Ca de pulmão TC baixa dose Tabagista que
cessaram no
últimos 15 anos (
carga tabagista de
30 maços)
65 anos Osteoporose Densitometria Mulheres

Aneurisma Aorta USG Home de 65 a 75


abdominal anos que já
fumaram.

1. Sempre indicar hábitos de vida saudável: atividade física, cessar tabagismo,


alcoolismo, dieta pobre em sódio.
2. Alterar prescrição (no caso do paciente está tomando vários medicamentos com
o mesmo efeito).

Valdo Bertoldo
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Valdo Bertoldo
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Política Nacional da atenção básica


O Que é atenção básica?

A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas


que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio
de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe
multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as
equipes assumem responsabilidade sanitária.
§1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da
RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na
rede.
§ 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as
pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando
os determinantes e condicionantes de saúde.
Quais São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados
na Atenção Básica?
I - Princípios: a) Universalidade; b) Equidade; e c) Integralidade.
II - Diretrizes: a) Regionalização e Hierarquização: b) Territorialização; c) População
Adstrita; d) cuidado centrado na pessoa; e) Resolutividade; f) longitudinal idade do
cuidado; g) Coordenação do cuidado; h) Ordenação da rede; e i) Participação da
comunidade.
Quais são os tipos de equipes?
1 - Equipe de Saúde da Família (eSF)
2 - Equipe da Atenção Básica (eAB)
3 - Equipe de Saúde Bucal (eSB)
4 - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB)
5 - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS)
Especiais:
1 - Equipe de Saúde da Família para o atendimento da População Ribeirinha da
Amazônia
2 - Equipe de Consultório na Rua (eCR)
3- Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP):
O que é ESF?
É a estratégia prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização da
Atenção Básica no país, de acordo com os preceitos do SUS. É considerada como
estratégia de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, por favorecer
uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a
resolutividade e impactar na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de
propiciar uma importante relação custo-efetividade. Composta no mínimo por
médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade,

Valdo Bertoldo
21

enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico


de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). Podendo fazer parte da equipe
o agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-
dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em
saúde bucal.
O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional,
critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição
local.
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social,
recomendam-se a cobertura de100% da população com número máximo de 750
pessoas por ACS.
Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade de carga horária de 40
(quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da
ESF. Dessa forma, os profissionais da ESF poderão estar vinculados a apenas 1
(uma) equipe de Saúde da Família, no SCNES vigente.

O que é equipe de atenção básica?


Esta modalidade deve atender aos princípios e diretrizes propostas para a
AB. A gestão municipal poderá compor equipes de Atenção Básica (eAB) de acordo
com características e necessidades do município. Como modelo prioritário é a ESF, as
equipes de Atenção Básica (eAB) podem posteriormente se organizar tal qual o
modelo prioritário.
As equipes deverão ser compostas minimamente por médicos preferencialmente da
especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro preferencialmente
especialista em saúde da família, auxiliares de enfermagem e ou
Técnicos de enfermagem. Poderão agregar outros profissionais como dentistas,
auxiliares de saúde bucal e ou técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de
saúde e agentes de combate à endemias.
A composição da carga horária mínima por categoria profissional deverá ser de 10
(dez) horas, com no máximo de 3 (três) profissionais por categoria, devendo somar no
mínimo 40 horas/semanais.
O processo de trabalho, a combinação das jornadas de trabalho dos profissionais das
equipes e os horários e dias de funcionamento devem ser organizados de modo que
garantam amplamente acesso, o vínculo entre as pessoas e profissionais, a
continuidade, coordenação e longitudinalidade do cuidado.
A distribuição da carga horária dos profissionais é de responsabilidade do gestor,
devendo considerar o perfil demográfico e epidemiológico local para escolha da
especialidade médica, estes devem atuar como generalistas nas equipes de Atenção
Básica (eAB).
Importante ressaltar que para o funcionamento a equipe deverá contar também com
profissionais de nível médio como técnico ou auxiliar de enfermagem.

Como precisa ser a estrutura, ambiente e funcionamento da atenção básica?


As UBS devem ser construídas de acordo com as normas sanitárias e tendo como
referência as normativas de infra-estrutura vigente, bem como possuir identificação
segundo os padrões visuais da Atenção Básica e do SUS.
Devem, ainda, ser cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos
de Saúde (SCNES), de acordo com as normas em vigor para tal.
As UBS poderão ter pontos de apoio para o atendimento de populações dispersas
(rurais, ribeirinhas, Assentamentos, áreas pantaneiras, etc.), com reconhecimento no
SCNES, bem como nos instrumentos de monitoramento e avaliação. A estrutura física
dos pontos de apoio deve respeitar as normas gerais de segurança sanitária.

Valdo Bertoldo
22

A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico (arquitetônico), entendido como


lugar social, profissional e de relações interpessoais, que deve proporcionar uma
atenção acolhedora e humana para as pessoas, além de um ambiente saudável para
o trabalho dos profissionais de saúde

a) Unidade Básica de Saúde Recomenda-se os seguintes ambientes:


Consultório médico e de enfermagem, consultório com sanitário, sala de
procedimentos, sala de vacinas, área para assistência farmacêutica, sala de inalação
coletiva, sala de procedimentos, sala de coleta/exames, sala de curativos, sala de
expurgo, sala de esterilização, sala de observação e sala de atividades coletivas para
os profissionais da Atenção Básica. Se forem compostas por profissionais de saúde
bucal, será necessário consultório odontológico com equipo odontológico completo;
A. área de recepção, local para arquivos e registros, sala multiprofissional de
acolhimento à demanda espontânea, sala de administração e gerência, banheiro
público e para funcionários, entre outros ambientes conforme a necessidade.

Funcionamento
Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde tenham seu funcionamento com
carga horária mínima de 40 horas/semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e
nos 12 meses do ano, possibilitando acesso facilitado à população.
Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados através das instâncias
de participação social, desde que atendam expressamente a necessidade da
população, observando, sempre que possível, a carga horária mínima descrita acima.
Como forma de garantir a coordenação do cuidado, ampliando o acesso e
resolutividade das equipes que atuam na Atenção Básica, recomenda-se:

i) - População adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da


Família (eSF) de 2.000 a 3.500
Pessoas, localizada dentro do seu território, garantindo os princípios e diretrizes da
Atenção Básica.
Além dessa faixa populacional, podem existir outros arranjos de adscrição, conforme
vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitária, facultando aos gestores locais,
conjuntamente com as equipes que atuam na Atenção Básica e Conselho Municipal
ou Local de Saúde, a possibilidade de definir outro parâmetro populacional de
responsabilidade da equipe, podendo ser maior ou menor do que o parâmetro
recomendado, de acordo com as especificidades do território, assegurando-se a
qualidade do cuidado.
ii) - 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou Saúde da Família), para que
possam atingir seu potencial resolutivo.
iii) - Fica estipulado para cálculo do teto máximo de equipes de Atenção Básica (eAB)
e de Saúde da Família (eSF), com ou sem os profissionais de saúde bucal, pelas
quais o Município e o Distrito Federal poderão fazer jus ao recebimento de recursos
financeiros específicos, conforme a seguinte fórmula: População/2.000.
iv) - Em municípios ou territórios com menos de 2.000 habitantes, que uma equipe de
Saúde da Família (eSF) ou de Atenção Básica (eAB) seja responsável por toda
população;
Reitera-se a possibilidade de definir outro parâmetro populacional de responsabilidade
da equipe de acordo com especificidades territoriais, vulnerabilidades, riscos e
dinâmica comunitária respeitando critérios de equidade, ou, ainda, pela decisão de
possuir um número inferior de pessoas por equipe de Atenção Básica (eAB) e equipe
de Saúde da Família (eSF) para avançar no acesso e na qualidade da Atenção
Básica. Para que as equipes que atuam na Atenção Básica possam atingir seu
potencial resolutivo, de forma a garantir a coordenação do cuidado, ampliando o
acesso, é necessário adotar estratégias que permitam a definição de um amplo

Valdo Bertoldo
23

escopo dos serviços a serem ofertados na UBS, de forma que seja compatível com as
necessidades e demandas de saúde da população adscrita, seja por meio da
Estratégia Saúde da Família ou outros arranjos de equipes de Atenção Básica (eAB),
que atuem em conjunto, compartilhando o cuidado e apoiando as práticas de saúde
nos territórios. Essa oferta de ações e serviços na Atenção Básica devem considerar
políticas e programas prioritários, as diversas realidades e necessidades dos territórios
e das pessoas, em parceria com o controle social.

O Que são as RAS?

Define a organização na RAS, como estratégia para um cuidado integral e direcionado


às necessidades de saúde da população. As RAS constituem-se em arranjos
organizativos formados por ações e serviços de saúde com diferentes configurações
tecnológicas e missões assistenciais, articulados de forma complementar e com base
territorial, e têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a Atenção Básica
estruturada como primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do sistema,
constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando,
coordenando o cuidado e atendendo as necessidades de saúde das pessoas do seu
território.
Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é preciso reconhecer as
necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando-as em
relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a programação
dos serviços de saúde parta das necessidades das pessoas, com isso fortalecendo o
planejamento ascendente.

Valdo Bertoldo
24

Consultório de Rua
Prefeita atende ao serviço de consulta e gostaria de saber informações sobre equipe
de consultório de rua. Tem muitos moradores de rua no município e tem percebido que
eles estão sofrendo muito e queria encontrar uma solução.
As eCR integram a componente atenção básica da Rede de Atenção Psicossocial
e desenvolvem ações de Atenção Básica, devendo seguir os fundamentos e as
diretrizes definidos na Política Nacional de Atenção Básica.
Art. 2º As eCR são multiprofissionais e lidam com os diferentes problemas e
necessidades de saúde da população em situação de rua.
§ 1º As atividades das eCR incluirão a busca ativa e o cuidado aos usuários de
álcool, crack e outras drogas.
§ 2º As eCR desempenharão suas atividades in loco, de forma itinerante,
desenvolvendo ações compartilhadas e integradas às Unidades Básicas de Saúde
(UBS) e, quando necessário, também com as equipes dos Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), dos serviços de Urgência e Emergência e de outros pontos de
atenção, de acordo com a necessidade do usuário.
§ 3º As eCR utilizarão, quando necessário, as instalações das UBS do território.
Art. 3º As equipes dos Consultórios na Rua possuem as seguintes modalidades:
I - Modalidade I: equipe formada, minimamente, por quatro profissionais,
escolhidos dentre aqueles estabelecidos no art. 2º desta Portaria, excetuando-
se o médico, sendo:
a) dois profissionais de nível superior; e
b) dois profissionais de nível médio;
II - Modalidade II: equipe formada, minimamente, por seis profissionais,
escolhidos dentre aqueles estabelecidos no art. 2º desta
Portaria, excetuando-se o médico, sendo:
a) três profissionais de nível superior; e
b) três profissionais de nível médio; e
III - Modalidade III: equipe da Modalidade II acrescida de um profissional médico.
Art. 4º As eCR poderão ser compostas pelos seguintes profissionais de saúde:
I - enfermeiro; II - psicólogo; III - assistente social; IV - terapeuta ocupacional; V
- médico;
VI - agente social; VII - técnico ou auxiliar de enfermagem; eVIII - técnico em
saúde bucal.
§ 1º Na composição de cada eCR deve haver, preferencialmente,o máximo de
dois profissionais da mesma profissão de saúde, seja de nível médio ou superior.
§ 2º Todas as modalidades de eCR poderão agregar Agentes Comunitários de
Saúde, complementando suas ações.
§ 3º As equipes de saúde da família que atendam pessoas em situação de rua
poderão ter sua habilitação modificada para eCR,
respeitados os parâmetros de adstrição de clientela e de composição profissional
previstos para cada modalidade, nos termos desta Portaria.
§ 4º No caso do § 3º, as eCR poderão ser contabilizadas no numero de equipes
matriciadas pelos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).
§ 5º O agente social, quando houver, será considerado equivalente ao profissional
de nível médio.
§ 6º Entende-se por agente social o profissional que desempenha atividades que
visam garantir a atenção, a defesa e a proteção às pessoas em situação de risco pessoal
e social, assim como aproximar as equipes dos valores, modos de vida e cultura das
pessoas em situação de rua.
§ 7º Os agentes sociais exercerão as seguintes atribuições:

Valdo Bertoldo
25

I - trabalhar junto a usuários de álcool, crack e outras drogas, agregando


conhecimentos básicos sobre Redução de Danos, uso, abuso e dependência de
substâncias psicoativas;
II - realizar atividades educativas e culturais (educativas e lúdicas);
III - dispensação de insumos de proteção à saúde;
IV - encaminhar e mediar o processo de encaminhamento para Rede de Saúde
e intersetorial; e
V - acompanhar o cuidado das pessoas em situação de rua.
§ 8º Os agentes sociais terão, preferencialmente, experiência prévia em atenção
a pessoas em situação de rua e/ou trajetória de vida em situação de rua.
§ 9º O técnico em saúde bucal da eCR será supervisionado por um cirurgião-
dentista vinculado a uma Equipe de Saúde da Família (ESF) ou a outra equipe de
atenção básica da área correspondenteà área de atuação da eCR ou da UBS mais
próxima da área de atuação, conforme definição do gestor local.
§ 10. A equipe de que trata o §9º também será responsável pelo atendimento da
população e pela programação de atividades em conjunto com o Técnico em Saúde
Bucal da eCR.
§ 11. A supervisão do cirurgião-dentista, de que trata o § 9º, direta ou indireta,
será obrigatória em todas as atividades realizadas pelo técnico em saúde bucal.
Art. 5º As eCR cumprirão carga horária mínima de 30 (trinta) horas semanais.
Parágrafo único. O horário de funcionamento deverá se adequar às demandas
das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer
em período diurno e/ou noturno e em qualquer dia da semana.
Art. 6º Para cálculo do número máximo de eCR financiados pelo Ministério da
Saúde por Município, serão tomados como base os dados dos censos populacionais
relacionados à população em situação de rua, realizados por órgãos oficias e
reconhecidos pelo Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde
do Ministério da Saúde (DAB/SAS/MS).
§ 1º O número de eCR por município será publicado em portaria específica da
SAS/MS, de acordo com os censos populacionais vigentes relacionados à população
em situação de rua.
§ 2º O parâmetro adotado será de uma eCR a cada oitenta a mil pessoas em
situação de rua, conforme faixas estabelecidas no
Anexo I desta Portaria.
Art. 7º As eCR terão acesso a processos de educação permanente,
contemplando-se, dentre outros, a abordagem das diferentes necessidades de saúde
da população em situação de rua, bem como o desenvolvimento de competências para
a prática da redução de danos.
Art. 8º Fica instituído o incentivo financeiro de custeio mensal para as equipes de
Consultório na Rua, nos seguintes termos:
I - para a eCR da Modalidade I será repassado o valor de R$ 9.500,00 (nove mil
e quinhentos reais) por mês;
II - para eCR da Modalidade II será repassado o valor de R$ 13.000,00 (treze
mil reais) por mês; e
III - para a eCR da Modalidade III será repassado o valor de R$ 18.000,00
(dezoito mil reais) por mês.
§ 1º O incentivo financeiro de custeio instituído neste artigo engloba o custeio para
transporte da eCR.
§ 2º O início do repasse mensal do incentivo ocorrerá após a habilitação do
Município, publicada por portaria específica da SAS/MS, que dependerá do
cumprimento dos seguintes requisitos:
I - demonstração do cadastramento da eCR no Sistema de Cadastro Nacional
de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); e
II - alimentação de dados no Sistema de Informação vigente.

Valdo Bertoldo
26

§ 3º O repasse do incentivo financeiro instituído neste artigo será suspenso em


caso de descumprimento desta Portaria e da Portaria nº 2.488, de 2011, no que toca
aos Consultórios na Rua.
§ 4º O funcionamento da eCR será avaliado e monitorado pelo DAB/SAS/MS, pelo
Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS) e pela Secretaria de Saúde
estadual.
§ 5º As 92 (noventa e duas) equipes de consultório de rua constantes do anexo II
desta Portaria, contempladas com financiamento oriundo das Chamadas de Seleção
realizadas em 2010 pela Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do
DAPES/ SAS/MS, também poderão ser cadastradas como eCR, nos termos desta
Portaria, para fins de recebimento do incentivo instituído neste artigo, desde que se
adequem a alguma das modalidades descritas no art. 3º desta Portaria.
§ 6º No caso do § 5º, as equipes já existentes somente receberão o incentivo de
que trata esta Portaria após ultrapassados doze meses desde o início do financiamento
e da execução do recurso citado.
Art. 9º O gestor municipal de saúde deverá disponibilizar veículo para
deslocamento da eCR, para viabilizar o cuidado presencial
para a população de rua, consoante as diretrizes da Política Nacional de Atenção
Básica.
Parágrafo único. O veículo destinado ao deslocamento da eCR deverá manter a
identificação visual e o grafismo da eCR, de acordo com o padrão pactuado
nacionalmente.
Art. 10. Para implantação, credenciamento e liberação do financiamento das eCR,
os Municípios e o Distrito Federal seguirão os processos descritos na Política Nacional
de Atenção Básica (PNAB) para implantação das Equipes de Saúde da Família.
Art. 11. O Ministério da Saúde publicará manual e documentos de apoio com vistas
a auxiliar a implementação das eCR.
Art. 12. Os recursos orçamentários de que dispõe esta Portaria serão transferidos
de forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde (FNS) aos Fundos de
Saúde municipais e do Distrito Federal, e correrão por conta do orçamento do Ministério
da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.301.1214.20AD - Piso de
Atenção Básica Variável.

Valdo Bertoldo
27

Credenciamento
Os credenciamentos são iguais/ vai mudar somente a proposta.

Para a solicitação de credenciamento dos Serviços e de todas as equipes que atuam


na Atenção Básica, pelos Municípios e Distrito Federal, deve-se obedecer aos
seguintes critérios:
I - Elaboração da proposta de projeto de credenciamento das equipes que atuam na
Atenção Básica, pelos Municípios/Distrito Federal;
a. O Ministério da Saúde disponibilizará um Manual com as orientações para a
elaboração da proposta de projeto, considerando as diretrizes da Atenção Básica;
b. A proposta do projeto de credenciamento das equipes que atuam na Atenção
Básica deverá estar aprovada pelo respectivo Conselho de Saúde Municipal ou
Conselho de Saúde do Distrito Federal; e
c. As equipes que atuam na Atenção Básica que receberão incentivo de custeio fundo
a fundo devem estar Inseridas no plano de saúde e programação anual.
II - Após o recebimento da proposta do projeto de credenciamento das eABs, as
Secretarias Estaduais de Saúde, conforme prazo a ser publicado em portaria
específica, deverão realizar:
a. Análise e posterior encaminhamento das propostas para aprovação da Comissão
Intergestores Biparti-te (CIB);e
b. após aprovação na CIB, encaminhar, ao Ministério da Saúde, a Resolução com o
número de equipes por estratégia e modalidades, que pleiteiam recebimento de
incentivos financeiros da atenção básica.
Parágrafo único: No caso do Distrito Federal a proposta de projeto de credenciamento
das equipes que atuam na Atenção Básica deverá ser diretamente encaminhada ao
Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde.
III - O Ministério da Saúde realizará análise do pleito da Resolução CIB ou do Distrito
Federal de acordo com o teto de equipes, critérios técnicos e disponibilidade
orçamentária; e
IV - Após a publicação de Portaria de credenciamento das novas equipes no Diário
Oficial da União, a gestão municipal deverá cadastrar a(s) equipe(s) no Sistema de
Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde , num prazo máximo de 4 (quatro)
meses, a contar a partir da data de publicação da referida Portaria, sob pena de
descredenciamento da(s) equipe(s) caso esse prazo não seja cumprido.
Para recebimento dos incentivos correspondentes às equipes que atuam na Atenção
Básica, efetivamente Credenciadas em portaria e cadastradas no Sistema de Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde, os Municípios/Distrito Federal, deverão
alimentar os dados no sistema de informação da Atenção Básica vigente,
comprovando, obrigatoriamente, o início e execução das atividades.

Valdo Bertoldo
28

Academia de saúde

I - Configurar-se como ponto de atenção da Rede de Atenção à Saúde,


complementar e potencializador das ações de cuidados individuais e coletivos na
atenção básica;
II - Referenciar-se como um programa de promoção da saúde, prevenção e
atenção das doenças crônicas não transmissíveis; e
III - estabelecer-se como espaço de produção, ressignificação e vivência de
conhecimentos favoráveis à construção coletiva de modos de vida saudáveis.
Art. 4oSão princípios do Programa Academia da Saúde:
I -participação popular e construção coletiva de saberes e práticas em promoção
da saúde;
II -intersetor alidade na construção e desenvolvimento das ações;
III - interdisciplinaridade na produção do conhecimento e do cuidado;
IV - Integralidade do cuidado;
V - Intergeracionalidade, promovendo o diálogo e troca entre gerações; e
VI - Territorialidade, reconhecendo o espaço como local de produção da saúde.
Parágrafo único. O Programa Academia da Saúde também segue os princípios,
diretrizes e objetivos da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) e da Política
Nacional de Atenção Básica (PNAB).
Art. 5o- São objetivos específicos do Programa Academia da Saúde:
I - Ampliar o acesso da população às políticas públicas de promoção da saúde;
II - Fortalecer a promoção da saúde como estratégia de produção de saúde;
III - desenvolver a atenção à saúde nas linhas de cuidado, a fim de promover o
cuidado integral;
IV - Promover práticas de educação em saúde;
V - promover ações intersetoriais com outros pontos de atenção da Rede de
Atenção à Saúde e outros equipamentos sociais do
território;
VI - Potencializar as ações nos âmbitos da atenção básica, da vigilância em saúde
e da promoção da saúde;
VII - promover a integração multiprofissional na construção e na execução das
ações;
VIII - promover a convergência de projetos ou programas nos âmbitos da saúde,
educação, cultura, assistência social, esporte e lazer;
IX - Ampliar a autonomia dos indivíduos sobre as escolhas de modos de vida mais
saudáveis;
X - Aumentar o nível de atividade física da população;
XI - promover hábitos alimentares saudáveis;
XII - promover mobilização comunitária com a constituição de redes sociais de
apoio e ambientes de convivência e solidariedade;
XIII - potencializar as manifestações culturais locais e o conhecimento popular na
construção de alternativas individuais e coletivas que favoreçam a promoção da saúde;
e
XIV - contribuir para ampliação e valorização da utilização dos espaços públicos
de lazer, como proposta de inclusão social, enfrentamento das violências e melhoria das
condições de saúde e qualidade de vida da população.
Art. 6o- As atividades desenvolvidas no âmbito do Programa Academia da Saúde
serão desenvolvidas conforme os seguintes eixos:
I - Práticas corporais e atividades físicas;
II - Produção do cuidado e de modos de vida saudáveis;
III - promoção da alimentação saudável;

Valdo Bertoldo
29

IV - Práticas integrativas e complementares;


V - Práticas artísticas e culturais;
VI - Educação em saúde;
VII - planejamento e gestão; e
VIII - mobilização da comunidade.
Art. 7o- O Programa Academia da Saúde será implantado pelas Secretarias de
Saúde do Distrito Federal e dos Municípios, com
o apoio das Secretarias Estaduais de Saúde e do Ministério da Saúde.
Art. 8o- Compete ao Ministério da Saúde:
I - elaborar diretrizes para implantação e funcionamento do Programa Academia
da Saúde em âmbito nacional no SUS;
II - elaborar normas técnicas do Programa Academia da Saúde;
III - definir recursos orçamentários e financeiros para a implantação do Programa
Academia da Saúde;
IV - estimular pesquisas nas áreas de interesse para o Programa Academia da
Saúde, em especial aquelas consideradas estratégicas para formação e
desenvolvimento tecnológico para a promoção da saúde e produção do cuidado;
V - estabelecer diretrizes para a educação permanente na área da promoção da
saúde e da produção do cuidado, em consonância com as políticas de saúde vigentes;
VI - manter articulação com os Estados para estimular a implantação de apoio aos
Municípios para execução do Programa Academia da Saúde;
VII - apoiar os Estados e o Distrito Federal no âmbito do Programa Academia da
Saúde;
VIII - promover articulação intersetorial para a efetivação do Programa Academia
da Saúde com as outras políticas correlatas em
âmbito nacional;
IX - realizar monitoramento das propostas habilitadas para construção de polos
do Programa Academia da Saúde;
X - propor instrumentos e indicadores para acompanhamento e avaliação do
impacto da implantação do Programa Academia da Saúde no Distrito Federal e nos
Municípios;
XI - divulgar o Programa Academia da Saúde nos diferentes espaços colegiados
do SUS e da sociedade;
XII - identificar experiências exitosas e promover o intercâmbio das tecnologias
produzidas entre o Distrito Federal e os Municípios com o Programa Academia da
Saúde; e
XIII - fortalecer a construção de Comunidade de Práticas no SUS.
Art. 9o- Compete às Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal:
I - apoiar os Municípios situados no respectivo Estado na implantação e no
desenvolvimento do Programa Academia da Saúde;
II - promover articulação intersetorial para a implantação do Programa Academia
da Saúde no âmbito estadual;
III - definir recursos orçamentários e financeiros para a construção de polos e para
a manutenção do Programa Academia da Saúde , conforme pactuação e quando
necessário;
IV - pactuar, junto aos Municípios, os instrumentos e indicadores complementares
para o acompanhamento e avaliação do impacto da implantação do Programa
Academia da Saúde;
V - estimular pesquisas nas áreas de interesse para o Programa Academia da
Saúde, em especial aquelas consideradas estratégicas para formação e
desenvolvimento tecnológico para a promoção da saúde e produção do cuidado;
VI - identificar experiências exitosas e promover o intercâmbio das tecnologias
produzidas entre os Municípios;
VII - monitorar e avaliar o Programa Academia da Saúde no âmbito distrital e
estadual junto aos Municípios; e

Valdo Bertoldo
30

VIII - divulgar o Programa Academia da Saúde nos diferentes espaços colegiados


do SUS e da sociedade.
Art. 10. Compete às Secretarias de Saúde do Distrito Federal e dos Municípios:
I - implantar o Programa Academia da Saúde no âmbito distrital e municipal;
II - executar os recursos financeiros de investimento repassados pelo Ministério
da Saúde para a construção de polos do Programa Academia da Saúde;
III - inserir o Programa Academia da Saúde no Plano Municipal de Saúde;
IV - definir recursos orçamentários e financeiros para a construção de polos e
manutenção do Programa Academia da Saúde, conforme pactuação e quando
necessário;
V - apresentar o Programa Academia da Saúde ao respectivo Conselho de Saúde;
VI - elaborar fluxos para o funcionamento do Programa Academia da Saúde na
rede distrital ou municipal e propor fluxos regionais de saúde na Comissão Intergestores
Regional;
VII - promover articulação intersetorial para a efetivação do Programa Academia
da Saúde no âmbito distrital e municipal;
VIII - estimular alternativas inovadoras e socialmente contributivas ao
desenvolvimento sustentável de comunidades;
IX - estabelecer mecanismos para a qualificação dos profissionais do sistema local
de saúde na área da promoção da saúde e produção do cuidado;
X - estabelecer instrumentos de gestão e indicadores complementares para o
acompanhamento e avaliação do impacto da implantação do Programa Academia da
Saúde;
XI - garantir o registro das atividades desenvolvidas no Programa;
XII - utilizar o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB)
para envio de informações das atividades ao Ministério da Saúde ou outro sistema de
informação vigente, observando-se os prazos determinados na Portaria no-
1.412/GM/MS, de 10 de julho de 2013;
XIII - estimular pesquisas nas áreas de interesse para o Programa Academia da
Saúde, em especial aquelas consideradas estratégicas para a formação e o
desenvolvimento tecnológico para a promoção da saúde e produção do cuidado; e
XIV - divulgar o Programa Academia da Saúde nos diferentes espaços colegiados
do SUS e da sociedade.
Art. 11. O Programa Academia da Saúde é um serviço da Atenção Básica e deve
promover a articulação com toda a rede de atenção à saúde do SUS, bem como com
outros serviços sociais realizados na respectiva região.
Art. 12. As atividades do Programa Academia da Saúde também serão
desenvolvidas por profissionais da Atenção Básica, inclusive aqueles que atuam na
Estratégia Saúde da Família e nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, quando
houver.
Parágrafo único. Além dos profissionais mínimos da equipe, o Distrito Federal e
os Municípios poderão acrescentar profissional (ais) de outras áreas de conhecimento
para o desenvolvimento de atividades afins aos objetivos, princípios e diretrizes do
Programa Academia da Saúde.
Art. 13. Fica recomendado ao Distrito Federal e aos Municípios a constituição de
grupo de apoio à gestão para cada polo implantado, formado pelos profissionais que
atuam no Programa Academia da Saúde e na Atenção Básica da área de abrangência
do polo, por representantes do controle social e por profissionais de outras áreas
envolvidas no Programa, a fim de garantir a gestão compartilhada do espaço e a
organização das atividades.
Art. 14. O Programa Academia da Saúde será desenvolvido nos espaços dos
polos, não havendo impedimento para extensão das atividades a outros equipamentos
da saúde ou sociais.

Valdo Bertoldo
31

Art. 15. Os recursos destinados à infraestrutura do polo do Programa Academia


da Saúde poderão ser provenientes de recursos próprios da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, conforme pactuação.
Art. 16. É livre à iniciativa privada a reprodução total ou parcial de quaisquer das
modalidades dos polos do Programa Academia da Saúde em espaços próprios, não
havendo, porém, disponibilização de recursos financeiros de investimento e de custeio
do Poder Público para tais fins.

Programa Academia da Saúde possui três modalidades de polo:

Modalidades Valor de Repasse Valor de Repasse


(antes da PT nº 381/GM/MS, de 06/02/2017) (antes da PT nº 381/GM/MS, de 06/02/2017

Básica R$ 80.000,00 R$ 81.000,00


– 250 m²

Intermediária R$ 100.000,00 R$ 125.000,00


– 263,2 m²

Avançada R$ 180.000,00 R$ 218.000,00


– 451,2 m²

Valdo Bertoldo
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Violência sexual
Paciente de 25 anos de idade atende ao serviço de consulta muito agitada e chorando
muito, com várias escoriações nos membros. Refere que foi atacada por um homem
desconhecido.
Acolhimento:

1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço


que vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco
voltado sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar
no ombro da paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos:
explicar em linguagem clara para a paciente (evitar palavras: sintomas,
sinais, síndromes, exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar
seu nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.
5. (Paciente vai relatar que foi atacada por um home quando estava
passando por uma rua) sempre acalmar a paciente, falar que vai ficar
tudo bem, mais que precisa que ela passe as informações necessárias.
6. Informar à paciente que ela tem o direito de realizar o boletim de
ocorrência, mais que não precisa para ser atendida, e que isso pode
ajudar a encontrar a pessoa que fez isso com ela.

Anamnese:

1. Questionar sobre a hora que aconteceu (lembrar que algumas


profilaxias de doenças têm o tempo para se realizar).
2. Questionar se foi a primeira vez que isso aconteceu? Se ela
conhecia a pessoa? Ou conseguiu identificar? (Em caso de várias
vezes, não precisa realizar profilaxia).
3. Questionar sobre o tipo de penetração: anal, vaginal, oral?
Questionar se usou preservativo?
4. Informar à paciente que precisa realizar algumas perguntas sobre
sua saúde para tomar algumas medidas:
Usa algum método anticoncepcional? Vida sexual ativa?
Tem a carteira de vacina?
Tem alguma doença? (Hiv, hepatite B e C, anemias, doenças crônicas)
Toma alguma outra medicação?
Tem alguma alergia?

Orientação e conduta:
1. Informar que precisa solicitar alguns exames que serão
realizados nesse momento (Teste rápido: HIV, HB, HC, SIFILIS,
BHCG).
2. Solicitar: hemograma e transaminases
3. Indicar levonorgestrel 1,5mg VO dose única. (Informar efeitos
adversos) náusea, vômitos, se vomitar nas primeiras 2 horas
repetir dose.
4. Profilaxia para DTS:
Penicilina G benzatina 2,4 Milhões (1,2 milhões em cada nadega) sífilis
Azitromicina 1gramo via oral dose única (cancro e clamídia)

Valdo Bertoldo
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Cefitriaxone 250mg IM dose única (gonorreia)


Metronidazol 2g VO dose única (tricomoniase)
Indicar terapia antirretroviral (nas primeiras 72 horas penetração anal
ou vaginal) tenofovir + lamivudina + dolutegravir / por 28 dias.
Indicou vacina da hepatite B + Imunoglobulina
5. Informou a paciente sobre o risco de gravidez e que ela pode
decidir ter ou não o filho:
Pode ter e ficar com ele
Pode ter e dar para adoção
Tem o direito de abortar de formar legal (20-22 semanas)
6. Informação extra: documento necessário para realiza aborto
Termo de consentimento livre e esclarecido
Termo de responsabilidade
Termo de relato circunstanciado
Parecer técnico
Termo de provação do procedimento de interrupção da gravidez
7. Notificação compulsória imediata (somente para registro de
quantas mulheres sofrem esse tipo de violência, que seu nome
não será divulgado)
8. Encaminhar a paciente para assistência social e apoio
psicoterapia.
9. Marcara retorno em 2 semanas para repetir exames.
10. Esclarece dúvidas e despede-se

Valdo Bertoldo
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Regulamento Instituições de Longa Permanência para Idosos


ABRANGÊNCIA: Esta norma é aplicável a toda instituição de longa permanência para
idosos, governamental ou não governamental, destinada à moradia coletiva de
pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar.
DEFINIÇÕES - Cuidador de Idosos- pessoa capacitada para auxiliar o idoso que
apresenta limitações para realizar atividades da vida diária. Dependência do Idoso -
condição do indivíduo que requer o auxílio de pessoas ou de equipamentos especiais
para realização de atividades da vida diária. Equipamento de Auto-ajuda - qualquer
equipamento ou adaptação, utilizado para compensar ou potencializar habilidades
funcionais, tais como bengala, andador, óculos, aparelho auditivo e cadeira de rodas,
entre outros com função assemelhada.
Grau de Dependência do Idoso:
a) Grau de Dependência I - idosos independentes, mesmo que requeiram uso de
equipamentos de auto-ajuda;
b) Grau de Dependência II - idosos com dependência em até três atividades de auto-
cuidado para a vida diária tais como: alimentação, mobilidade, higiene; sem
comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada;
c) Grau de Dependência III - idosos com dependência que requeiram assistência em
todas as atividades de auto-cuidado para a vida diária e ou com comprometimento
cognitivo.
Indivíduo autônomo - é aquele que detém poder decisório e controle sobre a sua vida.
A instituição deve atender, dentre outras, às seguintes premissas:
Observar os direitos e garantias dos idosos, inclusive o respeito à liberdade de credo
e a liberdade de ir e vir, desde que não exista restrição determinada no Plano de
Atenção à Saúde;
Preservar a identidade e a privacidade do idoso, assegurando um ambiente de
respeito e dignidade;
Promover ambiência acolhedora;
Promover a convivência mista entre os residentes de diversos graus de dependência;
Promover integração dos idosos, nas atividades desenvolvidas pela comunidade local;
Favorecer o desenvolvimento de atividades conjuntas com pessoas de outras
gerações;
Incentivar e promover a participação da família e da comunidade na atenção ao idoso
residente; desenvolver atividades que estimulem a autonomia dos idosos.
Promover condições de lazer para os idosos tais como: atividades físicas, recreativas
e culturais.
A Instituição de Longa Permanência para Idosos deve estar legalmente constituída e
apresentar:
a) Estatuto registrado; b) Registro de entidade social; c) Regimento Interno.

Valdo Bertoldo
35

Para os cuidados aos residentes:


a) Grau de Dependência I: um cuidador para cada 20 idosos, ou fração, com carga
horária de 8 horas/dia;
b) Grau de Dependência II: um cuidador para cada 10 idosos, ou fração, por turno;
c) Grau de Dependência III: um cuidador para cada 6 idosos, ou fração, por turno.
Infraestrutura Física
A Instituição de Longa Permanência para Idosos deve oferecer instalações físicas em
condições de habitabilidade, higiene, salubridade, segurança e garantir a
acessibilidade a todas as pessoas com dificuldade de locomoção segundo o
estabelecido na Lei Federal 10.098/00. Quando o terreno da Instituição de Longa
Permanência para idosos apresentar desníveis, deve ser dotado de rampas para
facilitar o acesso e a movimentação dos residentes.
Saúde:
A instituição deve elaborar, a cada dois anos, um Plano de Atenção Integral à Saúde
dos residentes, em articulação com o gestor local de saúde.
O Plano de Atenção à Saúde deve contar com as seguintes características:
Ser compatível com os princípios da universalização, equidade e integralidade
Indicar os recursos de saúde disponíveis para cada residente, em todos os níveis de
atenção, sejam eles públicos ou privados, bem como referências, caso se faça
necessário;
Prever a atenção integral à saúde do idoso, abordando os aspectos de promoção,
proteção e prevenção;
Conter informações acerca das patologias incidentes e prevalentes nos residentes.
A instituição deve avaliar anualmente a implantação e efetividade das ações previstas
no plano, considerando, no mínimo, os critérios de acesso, resolubilidade e
humanização.
Alimentação
A Instituição deve garantir aos idosos a alimentação, respeitando os aspectos
culturais locais, oferecendo, no mínimo, seis refeições diárias.
O Responsável Técnico deve possuir formação de nível superior
Grau de dependência I: Um cuidador para cada 20 idosos, ou fração, com carga
horária de 8 horas /dia
• Grau de dependência II: Um cuidador para cada 10 idosos, ou fração por turno.
• Grau de dependência III: Um cuidador para cada 6 idosos, ou fração, por turno

http://prattein.com.br/home/images/stories/Envelhecimento/Normas_ILPI.pdf

Valdo Bertoldo
36

Como implantar uma UBS para as Equipes de Saúde Família


O proponente deve cadastrar proposta no endereço eletrônico do Fundo Nacional de
Saúde (www.fns.saude.gov.br/), pelo link Propostas Fundo a Fundo, que acessa o
Sistema de Cadastro de Propostas Fundo a Fundo PAC2. Para cadastrar a proposta,
deverá selecionar o tipo de componente e o tipo de porte da Unidade Básica de
Saúde, a seguir:
Para ter acesso ao sistema é necessário uma senha, que pode ser a mesma do
sistema de cadastro da sala de estabilização e unidade de pronto atendimento-
SE/UPA e do sistema de aquisição de equipamento e material permanente. Caso
ainda não tenha a senha de acesso, cadastre-se ou atualiza o cadastro a DICON do
seu estado.
Para o cadastramento das propostas no PAC2 há dois componentes e dois portes de
UBS a serem financiadas.

Componente I – municípios com até 50.000 habitantes e cobertura de Saúde da


Família igual ou superior a 70% que podem postar propostas para utilizar a UBS para
instalação de equipe Saúde da Família (eSF) já existente ou para nova eSF a ser
implantada.

Obs.: municípios com até 50.000 habitantes e cobertura de Saúde da Família inferior a
70% também podem propor utilizar a UBS somente para instalação de nova eSF a ser
implantada.

Componente II – municípios acima de 50.000 habitantes e cobertura de Saúde da


Família igual ou superior a 50% que podem postar propostas para utilizar a UBS para
instalação de equipe Saúde da Família (eSF) já existente ou para nova eSF a ser
implantada.

Obs.: municípios acima de 50.000 habitantes e cobertura de Saúde da Família inferior


a 50% também podem postar propostas para utilizar a UBS somente para instalação
de nova eSF a ser implantada.

Não há limites de postagem de propostas por município, mas cada uma se refere
somente a um endereço, dado que o cadastramento está vinculado ao CEP do
endereço da futura UBS.

Definir Portes de UBS a serem construídas/financiadas pelo Plano Nacional de


Implantação de Unidades Básicas de Saúde:
I - UBS Porte I - UBS destinada e apta a abrigar 1 (uma) Equipe de Saúde da
Família;
II - UBS Porte II - UBS destinada e apta abrigar, no mínimo, 3 (três) Equipes de
Saúde da Família.
Parágrafo único. As UBS deverão contar, no mínimo, respectivamente para o
Porte I e Porte II, com área física e distribuição de ambientes estabelecidos,
conforme estabelecido no Anexo a esta Portaria.

O proponente deve acompanhar o andamento da(s) proposta(s) pelo Sistema de


Cadastro de Propostas Fundo a Fundo e anexar as documentações exigidas.
(declaração de ocupação regular do imóvel, termo de compromisso de expansão das

Valdo Bertoldo
37

equipes de saúde da família e o termo de compromisso de equipar minimamente a


UBS)
Caso a proposta em DELIGENCIA, realizar as devidas adequações e respeitar os
prazos fixados
Caso proposta aprovada, aguardar publicação da portaria especifica habilitando o
município posterior liberação da primeira parcela.

Uma vez publicado o ato normativo de habilitação, o repasse dos recursos financeiros
será realizado pelo Fundo Nacional de Saúde ao respectivo Fundo Municipal de
Saúde ou ao Fundo de Saúde do Distrito Federal, da seguinte forma:

- PRIMEIRA PARCELA: equivalente a 10% do valor total aprovado, a ser repassada


após a publicação da Portaria específica de habilitação;
O município deve iniciar o projeto básico de acordo com a portaria número 2.226/GM
Seguindo as normas:
Porte 1:

Para o recebimento da - SEGUNDA PARCELA: equivalente a 65% do valor total


aprovado, a ser repassada após ratificação da CIB mediante apresentação pelo gestor
local de ordem de início de serviço, assinada por profissional habilitado pelo Conselho
Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA);
Para recebimento - TERCEIRA PARCELA: equivalente a 25% do valor total aprovado,
o município deverá enviar via sistema o documento obrigatório (atestado de conclusão
de edificação assinado pelo gestor, pelo responsável pela obra com respectivo CREA
e a ratificação da ordem de início de serviço pela Comissão Intergestores Biparte
CIB).

Valdo Bertoldo
38

Obs.: as UBS financiadas pela Portaria nº 2.226/GM deverão obrigatoriamente seguir


os padrões visuais da Estratégia Saúde da Família estabelecidos pelo Ministério da
Saúde e que se encontram disponíveis para consulta no sítio eletrônico do
departamento.

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt2226_18_09_2009_rep.html

Valdo Bertoldo
39

Acidente ofídico
Paciente de 35 anos atende ao serviço de consulta, referindo que foi mordido por uma
cobra na perna, menciona dor no local e matou a cobra e trouxe para a emergência do
hospital (foto) (em caso de não trazer a cobra precisa questionar características) 90%
jararaca no Brasil.

Acolhimento:

1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço


que vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco
voltado sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar
no ombro da paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos:
explicar em linguagem clara para a paciente (evitar palavras: sintomas,
sinais, síndromes, exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar
seu nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.

Anamnese:

1. Em caso não ter foto (questionar características) tamanho? Cor?


2. Que horas aconteceu o acidente (jararaca hábitos noturnos)? Como
foi (pisou ou ela atacou)? Única pessoa atacada? Lavou? Passou
alguma coisa?
3. Queixa de dor: onde está doendo? Intensidade? Irradiação? Tipo de
dor? Sangramento?
Veneno tem ação proteolítica: lesão local com edema e bolhas e
necrose.
Ação coagulante: ativa fator X e protombina.
4. Investigar sintomas sistêmicos: sangramento em ferimentos prévios,
sangramento de gengiva, sangramento de nariz, vômitos com
sangue, sudoração intensa, pele fria?
5. Antecedentes patológicos: diabetes, HAS, doenças cardíacas?
Alergias? Toma algum medicamento?
6. Hábitos: fuma? Bebe? Faz uso de drogas ilícitas? Condições de
moradia?

Valdo Bertoldo
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Exame físico:

1. Solicitar que paciente suba até a maca, vou lavar minhas mãos, aquecê-las, e
me posicionar a direita da paciente.
2. O senhor me autoriza a te examinar?
Sinais vitais (FC, FR, Sto2, PA).
Pulmão/ coração
Exame do membro: descrever alterações (edema, sangramento, necrose).
Orientação e conduta:
1. Informar para o paciente que pelas fotos/ e ou características da cobra trata-se
de uma jararaca.
2. Informar (que precisa solicitar alguns exames: hemograma, coagulograma,
EAS, sódio, potássio, uréia, creatinina)
3. Informar que ele precisa ficar internado/ questiona se está acompanhado, se
estava trabalhando. (Atestado)
4. Indica lavado da ferida/ manter membro lesionado elevado.
5. Indicar analgésico para alivio da dor.
6. Hidratação e controle de diureses.
7. Se infecção local (ATB)
8. Indicar soro antibotrópico (SAB) por via intravenosa.
Acidente leve (2-4 ampolas)
Acidente moderado (4-8 ampolas)
Grave (12 ampolas)
9. Notificar o caso.
10. Esclarece dúvidas/ despede-se cordialmente.

Valdo Bertoldo
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Violência domestica
Paciente atende a consulta de rotina.
(Motivos de consultas: insônia, palpitação, anticoncepção...) pode ser as queixas.
Acolhimento:
1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço que
vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco voltado
sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar no ombro da
paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos: explicar em linguagem
clara para a paciente (evitar palavras: sintomas, sinais, síndromes,
exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar seu
nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.

Anamneses:
1. Questionou o motive da consulta?
2. Antecedentes ginecológicos: (idade da menarca, cólica menstrual,
data da última menstruaçao, ciclos menstruais, Papanicolau, ITS,)
3. Vida sexual: (vida sexual ativa,número de parceiros: >3 por ano se
considera risco, uso de preservativos,dor na relação sexual, disúria,
corrimento?
4. Ele vai relatar que tem problemas na hora do sexo (que o marido bebe
muito e quando chega em casa bêbado e fica agressivo).
5. Informar que álcool ou a droga não são o culpado dessa atitude que
isso apenas potencializa.
6. Questionar se ele bate nela? Quantas vezes isso acontece? Se ela tem
filhos se ele maltrata as crianças?
7. Se ela faz sexo sem ela querer? Ou se ele obriga ela a ter sexo? Que
mesmo ela sendo casada, ele não pode obriga ela a fazer sexo.
8. Informar que ela pode confiar em você, que as informações serão
sigilosas, mais que ela não pode permitir que isso aconteça que ela
está protegida perante a lei, que violência contra mulher é crime.
9. (Investigar antecedentes patológicos: cirurgias, fraturas, medicamentos,
alergias, doenças crônicas...)
10. Hábitos: fuma, álcool, drogas, atividade física?
Exame físico:

1. Eu vou precisar te examinar, você autoriza? Vai subindo na maca, eu


vou lavar minhas mãos, aquecer e me posicionar a sua direita.
2. Por favor, eu preciso de uma auxiliar de enfermagem me
acompanhando na avaliação da paciente.
3. Sinais vitais (PA,FC,FR,...)
4. Avaliar pele, olhos, mucosas, cabeça
5. Exame de (MAMA, ABDOMEN, GENITÁLIA)
6. Verificar presença de sinais de violência/ pedir para retirar óculos, lenços,
chapéus.

Valdo Bertoldo
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Orientação e conduta:

1. Informar que ela está sendo vítima de violência doméstica.


2. Informar à paciente que ela tem o direito de fazer a denúncia,
que ela não pode ter medo, que ela vai está protegida. Que ela
pode ligar no numero 180 em caso de emergência para realizar
a denúncia.
3. Reforçar que as informações estarão em sigilo
4. Questionar se ela deseja ligar, informar sobre o acontecido a
algum familiar.
5. Fazer prescrição de acordo com as queixas da paciente.
6. Realizar notificação.
7. Informar para a paciente que tem serviço de apoio psicológico
que ajudara ela a sair dessa situação.
8. Questionar as dúvidas da paciente/ despede-se.

Valdo Bertoldo
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Acidente por escorpião


Paciente atende ao serviço de consulta, referindo que estava fazendo serviço de casa
mudando umas telhas de lugar, quando foi atacado por bicho na mão a mais ou
menos uns 30 minutos.
Acolhimento:
1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço que
vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco voltado
sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar no ombro da
paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos: explicar em linguagem
clara para a paciente (evitar palavras: sintomas, sinais, síndromes,
exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar seu
nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.

Anamneses:
1. Questionar características do animal? Tamanho? Forma? Se tinha
patas? Cor? Se tinha rabo? Se ela chegou a matar?
2. Se passou alguma coisa no local? Lavou?
3. Investigar sinais de dor: localização, intensidade, irradiação, tipo de dor,
se passou algum remédio? Dormência no local?
4. Sintomas acompanhados: sudorese, náuseas, vômitos, agitação?
Palpitação? Hipertensão leve? (Sintomas moderados)
5. Sintomas de gravidade: sudorese mais intensa, vômitos incoercíveis,
sialorreia, bradicardia, convulsão?
6. Antecedentes patológicos: diabetes, HAS, doenças cardíacas?
Alergias? Toma algum medicamento?
7. Hábitos: fuma? Bebe? Faz uso de drogas ilícitas? Condições de
moradia?

Exame físico:

1. Solicitar que paciente suba até a maca, vou lavar minhas mãos, aquecê-las, e
me posicionar a direita da paciente.
2. O senhor/a me autoriza a te examinar?
Sinais vitais (FC, FR, Sto2, PA).
Pulmão/ coração (principal complicação edema agudo de pulmão e choque)
Exame do membro: descrever alterações (edema, sangramento, necrose)
Orientação e conduta:
1. Informar para o paciente que pelas características é um escorpião.
2. Mencionar que precisa solicitar alguns exames:(hemograma, coagulograma,
EAS, sódio, potássio, ureia, creatinina)
3. Que seu acidente é moderado/ que não precisa ficar internado/ nem tomar soro
antiescorpiônico.
4. Indicar analgésicos para dor
5. Compressa morna no local
6. Em caso de caso grave: indicar soro.

Valdo Bertoldo
44

7. Orientar se piora do quadro voltar o serviço de saúde (aumento da dor, suor


intenso, vômitos intensos, dificuldade para respirar...)
8. Informar que é importante que use luvas e botas, evite acumulo de lixo perto da
casa e entulhos como telhas, tijolos e caixas de papelão.
9. Indicar rastreamento de acordo a idade/ hábitos de vida saudável
10. Notificar o caso
11. Marcar retorno/ esclarece dúvidas/ despede-se.

Valdo Bertoldo
45

Tuberculose pulmonar
Paciente de 45 anos de idade atende ao serviço de consulta, referindo quadro clinico
de tosse produtiva a mais de 20 dias com febre e mal-estar geral.
Acolhimento:

1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço que
vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco voltado
sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar no ombro da
paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos: explicar em linguagem
clara para a paciente (evitar palavras: sintomas, sinais, síndromes,
exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar seu
nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.
Anamnese:
1. Investigas a queixa de tosse: quando iniciou? Algum horário mais
comum? Piora com alguma coisa? Tomou algum remédio? Tem
secreção ou tosse seca? Se sim qual a cor? Tem presença de sangue
na secreção?
2. Investigar a queixa de febre: início da febre junto com a tosse? Horário?
Quantificou a febre? Tem a presença de calafrio depois da febre?
3. Sintomas acompanhados: náuseas, vômitos, perda de peso, diminuição
do apetite, dificuldade de respirar, diarréia,
4. Antecedentes patológicos: HIV, Hepatite B, uso crônico de corticóide,
diabetes, HAS?
5. Antecedentes familiares: HTA, HIV, tuberculose, diabetes, doença do
pulmão?
6. Alguém em casa com os mesmos sintomas? Teve contato com alguém
com os mesmos sintomas?
7. Hábitos: fuma, uso de álcool, uso de drogas, condições de moradia
(abrigos), alimentação, atividade física?

Exame físico:

1. Solicitar que paciente suba até a maca, vou lavar minhas mãos, aquecê-las, e
me posicionar a direita da paciente.
2. O senhor/a me autoriza a te examinar?
Sinais vitais (FC, FR, Sto2, PA). Peso/ altura/IMC
Pulmão/ coração.
Conduta e orientação:
3. Informar à paciente que precisa solicitar alguns exames para confirmar o
diagnóstico.
4. Solicitar se disponível (teste rápido molecular pata tuberculose)
5. Solicitar baciloscopia:

Valdo Bertoldo
46

Orientação para a coleta de escarro espontâneo em domicílio:


 Entregar o recipiente ao paciente, verificando se a tampa do pote fecha
bem e se já está devidamente identificado (nome do paciente e a data da
coleta no corpo do pote).
• orientar o paciente quanto ao procedimento de coleta: ao despertar pela
manhã, lavar bem a boca, inspirar profundamente, prender a respiração por um
instante e escarrar após forçar a tosse. Repetir essa operação até obter três
eliminações de escarro, evitando que esse material escorra pela parede
externa do pote.
• informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a
tampa para cima, cuidando para que permaneça nessa posição até a chegada
ao laboratório. Se a amostra for para a realização de cultura para BK, protegê-
la da exposição à luz solar.
• orientar o paciente para a lavagem de mãos.
Observação: na impossibilidade de envio imediato da amostra para o
laboratório ou unidade de saúde, esta deverá ser conservada em geladeira
comum de cinco até no máximo sete dias.
6. Solicitar radiografia de tórax PA (Cavitação única ou múltipla, geralmente sem
nível hidroaéreo, com diâmetro médio de 2cm e que não costuma ultrapassar
5cm).
7. Solicitar teste de HIV.
8. Informar para a paciente o diagnóstico de tuberculose pulmonar (explicar que é
uma doença que é transmitida pelo ar, que tem cura, mais o tratamento é
demorado, mas ela vai ficar bem) que os medicamentos são oferecidos
gratuitamente pelo SUS.
9. Indicar tratamento (RIPE) / por 6 meses.
10. Os medicamentos deverão ser administrados preferencialmente em jejum (uma
hora antes ou duas horas após o café da manhã)
11. Informar que o tratamento e observado (pode se na unidade ou na casa do
paciente, é desejável que a tomada observada seja diária, de segunda a sexta-
-feira. No entanto, se para o doente a opção de três vezes por semana for a
única possível, deve ser exaustivamente a ele explicada a necessidade da
tomada diária, incluindo os dias em que o tratamento não será observado)
12. Informar efeitos colaterais do medicamento (náuseas, vômitos, dor abdominal,
alterações na visão, alterações na audição.)
13. Informar que após 15 dias de início de tratamento não tem risco de transmitir
mais a doença para ninguém que more com ele.
14. Informar que precisa (Realização mensal da baciloscopia de controle, nos
casos de TB pulmonar, sendo indispensáveis as do segundo, quarto e sexto
meses, no Esquema Básico)
15. Investigar contatos (Contato – Toda pessoa que convive no mesmo ambiente
com o caso índice, no momento do diagnóstico da TB. Esse convívio pode se
dar em casa e/ou em ambientes de trabalho, instituições de longa
permanência, escola ou pré-escola.)
Assintomáticos adultos e adolescentes (> 10 anos) – realizar PT/ O PNCT
recomenda que contatos adultos com PT ≥ 5mm e RX Negativa devem fazer o
tratamento da infecção latente). Se a PT for < 5mm deve-se repeti-la entre
cinco e oito semanas após a primeira. Convocar contactantes.
16. Notificar o caso.
17. Esclarecer qualquer duvidas/ marcar retorno

Valdo Bertoldo
47

Raiva
Paciente atende ao serviço de emergência referindo que foi mordido por um cachorro
quando passava na rua.
Acolhimento:

1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço que
vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco voltado
sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar no ombro da
paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos: explicar em linguagem
clara para a paciente (evitar palavras: sintomas, sinais, síndromes,
exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar seu
nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.
Anamnese:
1. Investigas sobre o acidente: quanto tempo aconteceu? Como
aconteceu? Se mais alguém foi atacado?
2. Investigar: local onde foi mordido? Local único? Dor no local?
Sangramento? Passou alguma coisa? Lavou?
Essas perguntas são importantes para diferenciar de leve ou grave o
ferimento:
ACIDENTES LEVES Ferimentos superficiais, pouco extensos,
geralmente únicos, em tronco e membros (exceto mãos e polpas
digitais e planta dos pés); podem acontecer em decorrência de
mordeduras ou arranhaduras causadas por unha ou dente, Lambedura
de pele com lesões superficiais.
CIDENTES GRAVES Ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão,
polpas digitais, planta do pé e mucosas, Ferimentos profundos,
múltiplos ou extensos em qualquer região do corpo, Lambedura de
mucosas, Lambedura de pele onde já existe lesão grave, Ferimento
profundo causado por unha de animal
3. Investigar característica do animal: o animal era conhecido, você sabe
quem é o dono, o viu saindo de alguma casa, já viu esse animal outras
vezes nessa rua, notou que o animal estava muito agitado, notou que
estava babando muito?
O acidente provocado (por exemplo, o animal que reage em defesa
própria, a estímulos dolorosos ou outras provocações) geralmente
indica reação normal do animal, enquanto que a agressão espontânea
(sem causa aparente) pode indicar alteração do comportamento e
sugere que o animal pode estar acometido de raiva.
 CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA
AGRESSÃO
 CÃO OU GATO CLINICAMENTE SUSPEITO DE RAIVA NO MOMENTO
DA AGRESSÃO
 CÃO OU GATO RAIVOSO, DESAPAR ECIDO OU MORTO; ANIMAIS
SILVESTRES (Inclusive os Domiciliados) ANIMAIS DOMÉSTICOS DE
INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO
4. Antecedentes patológicos: doenças crônicas, diabetes, hipertensão?

Valdo Bertoldo
48

5. Hábitos: fuma, álcool, drogas, medicamento?


6. Alguma vez usou esquema profilático para raiva?
A profilaxia pré-exposição deve ser indicada para pessoas com risco de
exposição permanente ao vírus da raiva, durante atividades
ocupacionais exercidas por profissionais como: • médicos veterinários; •
biólogos; • profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia
para raiva; • estudantes de medicina veterinária, zootecnia, biologia,
agronomia, agrotécnica e áreas afins; • pessoas que atuam na captura,
contenção, manejo, coleta de amostras, vacinação, pesquisas,
investigações ecopidemiológicas, identificação e classificação de
mamíferos:  os domésticos (cão e gato) e/ou de produção (bovídeos,
eqüídeos, caprinos, ovinos e suínos);  animais silvestres de vida livre
ou de cativeiro, inclusive funcionário de zoológicos; • espeleólogos
guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que trabalham
em áreas de risco. Pessoas com risco de exposição ocasional ao vírus,
como turistas que viajam para áreas de raiva não controlada, devem
ser avaliadas individualmente, podendo receber a profilaxia pré-
exposição dependendo do risco a que estarão expostos durante a
viagem. (Esquema: 3 (três) doses. 2. Dias de aplicação: 0, 7, 28,
Controle sorológico: a partir do 14o dia após a última dose do esquema,
interpretação do resultado: são considerados satisfatórios títulos de
anticorpos > 0,5UI/ml)
Exame físico:
1. Solicitar que paciente suba até a maca, vou lavar minhas mãos, aquecê-las, e
me posicionar a direita da paciente.
2. O senhor/a me autoriza a te examinar?
Sinais vitais (FC, FR, Sto2, PA). Peso/ altura/IMC
Pulmão/ coração.
3. Exame físico do local da mordida (definir características das lesões,
sangramento ativo, escoriações, múltiplas, destruição tecidual com
desvitalizarão)
Orientação e conduta:
1. Informa que se trata de mordedura de cachorro (classificar tipo de ferida e
tipo de animal)
2. Lavar com bastante água e sabão.
3. Indicar desbidraçao se necessário.
4. Indicar ou não profilaxia de acordo com a lesão.
5. Em caso de soro ( A dose indicada é de 20UI/kg. Deve-se infiltrar a maior
quantidade possível na(s) lesão(ões). Quando as lesões forem muito
extensas ou múltiplas, a dose indicada pode ser diluída, o menos possível,
em soro fisiológico, para que todas as lesões sejam infiltradas. Caso a
região anatômica não permita a infiltração de toda a dose, a quantidade
restante, a menor possível, deve ser aplicada por via intramuscular, na
região glútea)
6. Orienta retorno se dor intensa ou sinais de inflamação/ retorno em 48 horas
7. Indicar observação do animal por 10 dias
8. Notificar o caso.
9. Indicar profilaxia antibiótica (amoxicilina com clavulanato)

Valdo Bertoldo
49

Esquema antigo: somente para melhor entendimento

Valdo Bertoldo
50

Esquema novo:
Esquema de profilaxia da raiva pós-exposição com 4 doses deve ser realizado
conforme as orientações abaixo:
A.1. Esquema de profilaxia da raiva pós-exposição pela via intramuscular (IM) 4 doses
da vacina raiva (inativada). Dias de aplicação: 0, 3, 7, 14. Via de administração
intramuscular profunda utilizando dose completa, no músculo deltoide ou vasto lateral
da coxa.
Não aplicar no glúteo.
A.2. Esquema de profilaxia da raiva pós-exposição pela via intramuscular (IM) com
uso de soro antirrábico (SAR) ou imunoglobulina antirrábica (IGAR).
4 doses da vacina raiva (inativada). Dias de aplicação: 0, 3, 7, 14. Via de
administração intramuscular profunda utilizando dose completa, no músculo deltoide
ou vasto lateral da coxa. Não aplicar no glúteo.
O SAR deve ser administrado uma única vez e o quanto antes. A infiltração deve ser
executada ao redor da lesão (ou lesões). Quando não for possível infiltrar toda a dose,
aplicar o máximo possível. A quantidade restante, a menor possível, aplicar pela via
intramuscular, podendo ser utilizada a região glútea. Sempre aplicar em local
anatômico diferente de onde foi aplicada a vacina.
Quando as lesões forem muito extensas ou múltiplas, a dose pode ser diluída em soro
fisiológico, em quantidade suficiente, para que todas as lesões sejam infiltradas. Nos
casos em que se conhece tardiamente a necessidade do uso do soro antirrábico, ou
quando não há soro disponível no momento, aplicar a dose recomendada de soro no
máximo em até 7 dias após a aplicação da 1ª dose de vacina de cultivo celular, ou
seja, antes da aplicação da 3ª dose da vacina. Após esse prazo, o soro não é mais
necessário. Não realizar a administração do soro antirrábico por via endovenosa.

Valdo Bertoldo
51

Consulta Saúde de idoso

Paciente de 65 anos atende ao serviço de consulta de rotina.


Acolhimento:

1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço que
vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco voltado
sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar no ombro da
paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos: explicar em linguagem
clara para a paciente (evitar palavras: sintomas, sinais, síndromes,
exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar seu
nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.

Anamnese:
1. Investigar a queixa do paciente, escutar sempre sem interrupções
desnecessárias.
2. Solicita a carteira do idoso avaliar dados (vacinação, informação sócio
familiares, pessoas referência, medicamento que utiliza, poli farmácia)
3. Vacinas (influenza, febre amarela, dT, antipneumococica, hepatite b,
febre amarela, herpes zoster)
4. Investigar rastreios de doenças para idade se realizou ou se tem os
resultados? Ultimas medida de pressão e glicemia em jejum?
5. Investigar atividade sexual e qualidade do sono.
6. Investigar antecedentes patológicos: (AVC, anemia, asma, diabetes,
Dpoc, HAS, depressão, incontinência urinaria, demência, cirurgias
realizadas, alergias a medicamentos) INVESTIGAR QUEDAS
7. Investigar limitações atividade física: (ao se curvar, agachar ou
ajoelhar) caminhar, subir escadas, fazer serviços domésticos, (levantar
objetos, carregar peso até 5kg), (elevar ou estender os braços acima do
nível do ombro).
8. Avaliar incapacidade: consegue fazer compras? Consegue controlar
seu dinheiro? Consegue caminhar em casa? Consegue realizar
atividade doméstica? Consegue tomar banho sozinho?
9. Investigar hábitos: atividade física? Freqüenta centros de lazer,
alimentação, tabagismo, álcool?
Exame físico:
1. Solicitar que paciente suba até a maca, vou lavar minhas mãos, aquecê-las, e
me posicionar a direita da paciente.
2. O senhor/a me autoriza a te examinar?
Sinais vitais (FC, FR, Sto2, PA deitado e de pé). Peso/ altura/IMC/
PERIMETRO DA PANTURILHA (< 31cm são indicação de redução da massa
muscular, estão associado a ao maior risco de queda).
Pulmão/ coração/ abdômen...

Valdo Bertoldo
52

Orientação e conduta:
1. Informar o diagnostico para o paciente de acordo a queixa (lombalgia,
artrose, HAS, diabetes).
2. Solicitar exame de acordo com a doença e exames de rastreio.
3. Indica medicamentos de acordo com a doença
4. Atualiza vacinas se necessário/ oferecer cartão do idoso caso não tenha
5. Orienta a importância de tomar seus remédios da forma correta/ evitar se
automedicar.
6. Orienta a pratica de atividade física (caminhada, esporte, ginástica)
7. Orienta sobre a prevenção de quedas (evitar tapetes, escadas e corredores
devem ter corrimão dos dois lados, usar sapatos fechados com solado de
borracha, colocar tapete antiderrapante no banheiro, evitar encerar a casa,
evitar moveis e objetos espalhados pela casa, deixa luza acesa a noite para
caso precise levantar).
8. Orienta sobre alimentação: fazer mínimo 3 refeições por dia, de preferência
a grãos integrais, incluir frutas, verduras e legumes, comer feijão com arroz
de preferência no almoço e janta, incluir carnes, usar pouco óleo, beba
água mesmo sem estar com sede)
9. Informar alguns direitos do idoso:
Reserva 5% das vagas de estacionamento.
Gratuidade no transporte coletivo público urbano.
Reservado duas vagas gratuita em transporte interestadual/ e se não tem vaga
50% desconto.
Desconto 50% ingressos de evento.
10. Marca retorno, esclarece dúvidas, despede-se cordialmente.

Valdo Bertoldo
53

Atenção domiciliar
ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO DOMICILIAR NA ATENÇÃO
BÁSICA. A organização da AD na atenção básica, dentro dos princípios aqui
elencados, deve prever instrumentos que sistematizem os serviços prestados na
perspectiva das Redes de Atenção à Saúde – RAS (BRASIL, 2010), resolutividade e
integralidade da atenção.
Atenção Domiciliar na Atenção Básica

Constitui um recorte da atenção domiciliar que ocorre no âmbito da atenção básica,


inserindo-se no processo de trabalho das equipes de saúde. Na atenção básica, várias
ações são realizadas no domicílio, como o cadastramento, busca ativa, ações de
vigilância e de educação em saúde. Cabe destacar a diferença desses tipos de ações,
quando realizadas isoladamente, daquelas destinadas ao cuidado aos pacientes com
impossibilidade/dificuldade de locomoção até a Unidade Básica de Saúde (UBS), mas
que apresentam agravo que demande acompanhamento permanente ou por período
limitado. É desse recorte de cuidados no domicílio de que trata este material e que a
Portaria GM/MS nº 2.527, de 27 de outubro de 2011, classifica como modalidade AD1
de atenção domiciliar, isto é, aquela que, pelas características do paciente (gravidade
e equipamentos de que necessita), deve ser realizada pela atenção básica (equipes
de atenção básica – eAB e Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF), com apoio
eventual dos demais pontos de atenção, inclusive, os Serviços de Atenção Domiciliar
(compostos por equipes especializadas – EMAD e EMAP – cujo público-alvo é
somente os pacientes em AD).
Contempla as seguintes características:
• Ações sistematizadas, articuladas e regulares;
• Pauta-se na integralidade das ações de promoção, recuperação e reabilitação em
saúde;
• Destina-se a responder às necessidades de saúde de determinado seguimento da
população com perdas funcionais e dependência para a realização das atividades da
vida diária;
• Desenvolve-se por meio do trabalho em equipe, utilizando-se de tecnologias de alta
complexidade (conhecimento) e baixa densidade (equipamento). Na atenção
domiciliar, a equipe deve respeitar o espaço da familiar, ser capaz de preservar os
laços afetivos das pessoas e fortalecer a autoestima, ajudando a construir ambientes
mais favoráveis à recuperação da saúde. Essa assistência prestada no ambiente
privado das relações sociais contribui para a humanização da atenção à saúde 23
Caderno de Atenção Domiciliar por envolver as pessoas no processo de cuidado,
potencializando a participação ativa do sujeito no processo saúde-doença. A
organização da atenção domiciliar deve estruturar-se dentro dos princípios da atenção
básica/SUS. As diferenças locais devem ser observadas uma vez que o número de
profissionais que atuam o número de famílias sob a responsabilidade de cada equipe,
bem como o aporte de referência e contra-referências do sistema de saúde, pode ser
determinante da qualidade da atenção. Compete à gestão municipal a organização do
sistema de saúde para a efetivação da atenção domiciliar na atenção básica,
considerando os princípios e diretrizes propostas neste documento como norteadores
dessas ações.

Valdo Bertoldo
54

Caracterização da Modalidade AD1 de Atenção Domiciliar

Nesta modalidade, estarão os usuários que possuam problemas de saúde


controlados/compensados com algum grau de dependência para as atividades da vida
diária (não podendo se deslocar até a unidade de saúde). Os idosos que moram
sozinhos devem ter sua condição avaliação pela equipe, considerando ser um
relevante problema de saúde pública. Essa modalidade tem as seguintes
características:
• Permite maior espaçamento entre as visitas;
• Não necessita de procedimentos e técnicas de maior complexidade;
• Não necessita de atendimento médico freqüente;
• Possui problemas de saúde controlados/compensados.

Processo de Trabalho em Equipe


A atenção domiciliar no plano da atenção básica faz parte do processo de trabalho
das equipes e prima pela interdisciplinaridade. Cada caso deve ser discutido e
planejado pela equipe, considerando as especificidades técnicas, socioculturais e
ações entre equipe, família e comunidade.
O primeiro passo é a identificação dos pacientes elegíveis para a AD na
territorialização. O segundo passo é classificar a complexidade desses pacientes,
identificando em qual modalidade de AD se enquadram (AD1/AD2/AD3). Alguns
pacientes se enquadrarão na modalidade AD1, sendo possível identificar elegíveis
para AD2 e até para AD3. Caso existam pacientes da AD2 e AD3, a equipe de
atenção básica deverá acionar a EMAD de sua área, caso exista, para elaboração
compartilhada do projeto terapêutico.
Se não existir Serviço de Atenção Domiciliar no município, a equipe deverá elaborar o
projeto terapêutico, acionando o NASF e/ ou equipes dos serviços especializados,
quando necessário, para complementar o cuidado prestado. A capacidade da equipe
de atenção básica de cuidar dos pacientes de AD2 e AD3, sobretudo de AD3, quando
não houver SAD no município, deve ser avaliada, além de precisar ser discutido se o
paciente se beneficiaria de outra modalidade de cuidado, como a internação
hospitalar. Importante estar atento para o fato de que o mesmo paciente pode, a
depender da evolução do quadro clínico, “migrar” de uma modalidade para outra.
O terceiro passo é elaborar um plano de cuidados/projeto terapêutico (ou Projeto
Terapêutico Singular – PTS, no caso de casos mais complexos) para cada paciente,
contendo as condutas propostas, os serviços ou equipamentos que precisam ser
acionados, a periodicidade de visitas, a previsão de tempo de permanência
(geralmente os pacientes em AD1 são crônicos, tendo necessidade de cuidados
contínuos), o papel de cada membro da equipe e o profissional de referência
(responsável por coordenar as ações propostas para o paciente). Ministério da Saúde
Pactuação com a Família
A atenção domiciliar pressupõe a participação ativa do usuário e familiares no
processo de cuidar da pessoa assistida. Para tanto, responsabilidades devem ser
pactuadas entre todos os envolvidos para que os objetivos terapêuticos sejam
alcançados. Recomenda-se reunião prévia da equipe com todos os membros da

Valdo Bertoldo
55

família envolvidos na assistência domiciliar para planejamento conjunto das ações a


serem desenvolvidas no domicílio. Essas reuniões devem acontecer periodicamente,
para avaliações e replanejamentos, enquanto durar a assistência domiciliar.
Planejamento das Ações em Equipe e Prescrição de Cuidados
Para que as atividades da atenção domiciliar atendam às necessidades do
usuário/família, é necessário que a equipe sistematize um planejamento de ações
integrado, dinâmico, flexível e adaptável ao domicílio. Recomendasse que a família
participe ativamente no processo de planejamento, conforme citado no item 3.
Buscando garantir a operacionalização do plano assistencial estabelecido, propõe-se a
utilização de um instrumento que subsidie o cuidador e a família. Deve existir o
prontuário domiciliar (ver capítulo 4: “Gestão do Sistema de Atenção Domiciliar”), no
qual constem todos os registros da equipe. Sugerem-se, ainda, reuniões periódicas
dos profissionais de saúde para discussões clínicas e reprogramações de condutas. A
prescrição de cuidados pelo enfermeiro no domicílio constitui atividade fundamental
para direcionar as ações do cuidador e da família junto à pessoa assistida,
implementando e pactuando as atividades.
Atribuições da Equipe de Saúde no Domicílio na Atenção Básica
• Respeitar os princípios da assistência domiciliar, buscando estratégias para
aprimorá-los;
• Compreender o indivíduo como sujeito do processo de promoção, manutenção e
recuperação de sua saúde e visualizá-lo como agente corresponsável pelo processo
de equilíbrio entre a relação saúde–doença;
• Coordenar, participar e/ou nuclear grupos de educação para a saúde;
• Fornecer esclarecimentos e orientações à família;
• Monitorizar o estado de saúde do usuário, facilitando a comunicação entre família e
equipe;
• Desenvolver grupos de suporte com os cuidadores;
• Realizar reuniões com usuário e família para planejamento e avaliação da AD;
• Otimizar a realização do plano assistencial; 29 Caderno de Atenção Domiciliar
• Fazer abordagem familiar, considerando o contexto socioeconômico e cultural em
que a família se insere;
• Garantir o registro no prontuário domiciliar e da família na unidade de saúde;
• Orientar a família sobre sinais de gravidade e condutas a serem adotadas;
• Dar apoio à família tanto para o desligamento após a alta da AD, quanto para o caso
de óbito dos usuários;
• Avaliar a condição e infraestrutura física do domicílio;
• Acompanhar o usuário conforme plano de assistência traçado pela equipe e família;
• Pactuar concordância da família para AD;

Valdo Bertoldo
56

• Buscar garantir assistência integral, resolutiva e livre de danos ao usuário da AD; •


Trabalhar as relações familiares na busca pela harmonia, otimizando ações para um
ambiente familiar terapêutico;
• Solicitar avaliação da equipe de referência, após discussão de caso;
• Dar apoio emocional;
• Orientar cuidados de higiene geral com o corpo, alimentos, ambiente e
água.

Valdo Bertoldo
57

Influenza
Paciente de 45 anos atente ao serviço de consulta, referindo quadro clinico de um dia
de evolução com febre e dor na garganta.
Acolhimento:

1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço que
vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco voltado
sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar no ombro da
paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos: explicar em linguagem
clara para a paciente (evitar palavras: sintomas, sinais, síndromes,
exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar seu
nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.
Anamnese:
1. Investigar sobre a queixa de febre: quando iniciou? Se verificou
temperatura (> ou = a 37.8), o horário mais comum, sudoração depois,
ou antes?
2. Sintomas acompanhados: (clássicos)
 Comprometimento de vias aéreas superiores: rinorreia, dor de
garganta, disfonia (rouquidão) e tosse.
• Comprometimento sistêmico: mal-estar, calafrios, cefaléia e
mialgia.

3. Investigar diagnóstico diferencial (manchas na pele, viagem para algum


lugar recentemente, perda de peso, dor articular, contato com águas de
enchentes, dor nos olhos, alteração na cor da urina ou das fezes).
4. Investigar sinais de gravidade: dificuldade para respirar, persistência ou
aumento da febre, confusão mental, sonolência, letargia, alterações na
urina?
5. Investigar alguém em casa com os mesmos sintomas/ ou viajou para
algum lugar de área de risco de alguma doença?
6. Antecedentes patológicos: (que podem levar a complicação da doença)
› Pneumopatias (incluindo asma). › Pacientes com tuberculose de todas
as formas (há evidências de maior complicação e possibilidade de
reativação). › Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial
sistêmica). › Nefropatias. › Hepatopatias. › Doenças hematológicas
(incluindo anemia falciforme). › Distúrbios metabólicos (incluindo
diabetes mellitus). › Transtornos neurológicos e do desenvolvimento
que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de
aspiração (disfunção cognitiva, lesão medular, epilepsia, paralisia
cerebral, síndrome de Down, acidente vascular encefálico – AVE ou
doenças neuromusculares). › Imunossupressão associada a
medicamentos (corticóide ≥ 20 mg/dia por mais de duas semanas,
quimioterápicos, inibidores de TNF-alfa) neoplasias, HIV/aids ou outros.
› Obesidade (especialmente aqueles com índice de massa corporal –
IMC ≥ 40 em adultos)

Valdo Bertoldo
58

7. Antecedentes familiares: HAS, diabetes, doenças cardiacas,


hipercolesterolêmia?
Exame físico:
1. Solicitar que paciente suba até a maca, vou lavar minhas mãos, aquecê-las, e
me posicionar a direita da paciente.
2. O senhor/a me autoriza a te examinar?
3. Sinais vitais (FC, FR, Sto2, PA deitado e de pé). Peso/ altura/IMC)
Pesquisar sinais de gravidade:
 Saturação de SpO2 <95 em ar ambiente
 > FC
 Hipotensão arterial
 Em crianças: além dos itens anteriores, observar os batimentos
de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e
inapetência.
Orientação e conduta:
1. Informar o paciente que precisa solicita alguns exames (PCR para influenza e
SWAB de orofaringe)
2. Se paciente com possível risco de gravidade ou sinais de gravidade (RX,
Hemograma)
3. Indicar internação.
4. Paciente internado com critérios de gravidade recebe (oseltamivir = tamiflu)
adulto 75 mg, 12/12h p/ 5 dias.
5. Explicar que a forma de transmissão e por gotículas de saliva, que são
transmitidas pela tosse / fala/ espiro.
6. Manter paciente, preferencialmente, em quarto privativo por sete dias após o
início dos sintomas ou até por 24 horas após o desaparecimento da febre e
sintomas respiratórios.
7. Uso de máscara cirúrgica ao entrar no quarto, a menos de 1 metro do paciente
– substituí-la a cada contato com o paciente.
8. Higienização das mãos antes e após contato com o paciente.
9. Avaliar quimioprofilaxia para contactantes: (*Considera-se exposição a pessoa
que teve contato com caso suspeito ou confirmado para influenza até 48
horas.)
• Pessoas com risco elevado de complicações não vacinadas ou vacinadas há
menos de duas semanas, após exposição a caso suspeito ou confirmado de
influenza.
• Crianças com menos de 9 anos de idade, primovacinadas, necessitam de
segunda dose da vacina com intervalo de um mês para serem consideradas
vacinadas. Aquelas com condições ou fatores de risco que foram expostas a
caso suspeito ou confirmadas no intervalo entre a primeira e a segunda dose
ou com menos de duas semanas após a segunda dose.
• Pessoas com graves deficiências imunológicas (exemplos: pessoas que usam
medicamentos imunossupressores; pessoas com AIDS com imunodepressão
Protocolo de Tratamento de Influenza ou outros fatores que possam interferir
na resposta à vacinação contra a influenza, após contato com pessoa com
infecção.

Valdo Bertoldo
59

• Profissionais de laboratório, não vacinados ou vacinados a menos de 15 dias,


que tenham manipulado amostras clínicas de origem respiratória que
contenham o vírus influenza sem uso adequado de EPI.
• Trabalhadores de saúde, não vacinados ou vacinados a menos de 15 dias, e
que estiveram envolvidos na realização de procedimentos invasivos geradores
de aerossóis ou na manipulação de secreções de caso suspeito ou confirmado
de influenza sem o uso adequado de EPI.
• Residentes de alto risco em instituições fechadas e hospitais de longa
permanência, durante surtos na instituição deverão receber quimioprofilaxia, se
tiverem comorbidades. ( oseltamivir Adulto 75 mg/dia, Vo / 10 dias)
10. Notificar a doença.
11. Esclarece dúvidas/ despede-se

Valdo Bertoldo
60

Doação de órgãos
Principais etapas do processo de doação de órgãos:
1º Passo – identificação do potencial doador O processo inicia-se com a Identificação
de um paciente com Morte Encefálica, o que deve respeitar todas as orientações da
resolução nº 1.480/97 do CFM, para todos os pacientes com suspeita de morte
encefálica, independentemente da possibilidade de doação de órgãos. Após a
identificação, o hospital notifica a Central de Transplante sobre um paciente com morte
encefálica (doador). (Independente da autorização familiar precisa notificar).
2º Passo – Notificação No Estado de São Paulo a captação ocorre de maneira dita
regionalizada, assim a Central de Transplantes repassa a notificação para uma OPO
(Organização de Procura de Órgão) que cobre a região do hospital notificador.

3º Passo – Avaliação Durante todo o processo a manutenção do potencial doador


deve buscar a estabilidade hemodinâmica, garantindo assim a viabilidade e qualidade
dos órgãos passíveis de doação. Desta forma, uma vez ocorrida a notificação, a OPO
dirige-se ao hospital e avalia o doador: história clínica; sorologias para afastar
moléstias infecciosas; viabilidade dos órgãos; teste de compatibilidade com possíveis
receptores. Nesta etapa a família é abordada sobre a doação. Podendo autorizar ou
não a remoção do paciente pela OPO para outro hospital com melhor estrutura para
manutenção hemodinâmica do paciente. (Com autorização da família).

4º Passo – Informação do doador efetivo A OPO informa à Central de Transplante se


Doador é viável.

5º Passo – Seleção Receptores * Os receptores são cadastrados na Lista Única de


Receptores do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde. No
momento em que uma OPO informa quanto à efetividade de um doador, a Central de
Transplante emite uma lista de receptores desta lista que são compatíveis com o
doador. No caso dos rins, deve-se realizar uma nova seleção por compatibilidade
imunológica.

6º Passo - Resposta do Laboratório de Imunogenética. Após a realização do teste de


compatibilidade imunológica, os laboratórios enviam a lista com os receptores
compatíveis para a Central de Transplante.

7 º Passo – Equipes de Transplantes Uma vez com a lista definitiva de transplantes, a


Central de Transplantes informa a equipe de transplante sobre o doador. Cabe à
equipe transplantadora a decisão da utilização do órgão doado.

8º Passo – Transplante Em caso de aprovação pela equipe de transplante, é realizada


a captação e efetivado o transplante. Terminada a captação, que ocorre no hospital
em que o doador está internado, as equipes dirigem-se para seus hospitais de origem
para realizarem a transplantação. O corpo do doador é entregue à família
condignamente recomposta, sendo fornecida toda orientação necessária para a
família.

Como é a cirurgia para retirada dos órgãos

A cirurgia para retirada dos órgãos é como qualquer outra, e todos os cuidados de
reconstituição do corpo são obrigatórios pela Lei n° 9.434/1997.

Valdo Bertoldo
61

Após a retirada dos órgãos, o corpo fica como antes, sem qualquer deformidade. Não
há necessidade de sepultamentos especiais. O doador poderá ser velado e sepultado
normalmente.

Valdo Bertoldo
62

Doação de órgãos

Como Poderei ser Doador de Órgãos após a Morte?

Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, mas é fundamental
comunicar à sua família o desejo da doação. A família sempre se aplica na realização
deste último desejo, que só se concretiza após a autorização desta, por escrito.

Como proceder com o Potencial Doador Cadáver?

Considera-se como Potencial Doador todo paciente em morte encefálica. No Brasil, o


diagnóstico de morte encefálica é definido pela Resolução CFM Nº 1480/97, devendo
ser registrado, em prontuário, um Termo de Declaração de Morte Encefálica,
descrevendo os elementos do exame neurológico que demonstram ausência dos
reflexos do tronco cerebral, bem como o relatório de um exame complementar. Para
constatação do diagnóstico de Morte Encefálica é, inicialmente, necessário certificar-
se de que:

1. O paciente tenha identificação e registro hospitalar;

2. A causa do coma seja conhecida e estabelecida;

3. O paciente não esteja hipotérmico (temperatura menor que 35º C);

4. O paciente não esteja usando drogas depressoras do Sistema Nervoso Central;

5. O paciente não esteja em hipotensão arterial.

Após essas certificações, o paciente deve ser submetido a dois exames neurológicos
que avaliem a integridade do tronco cerebral. Estes exames são realizados por dois
médicos não participantes das equipes de captação e transplante. O intervalo de
tempo entre um exame e outro é definido em relação à idade do paciente (Resolução
CFM 1480/97). Após o segundo exame clínico, é realizado um exame complementar
que demonstre:

Ausência de perfusão sanguínea cerebral; ou Ausência de atividade elétrica cerebral;


ou Ausência de atividade metabólica cerebral;

Consentimento Familiar Após o diagnóstico de morte encefálica:

A família deve ser consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos. A


entrevista deve ser clara e objetiva, informando “que a pessoa está morta e que, nesta
situação, os órgãos podem ser doados para transplante”. Esta conversa pode ser
realizada pelo próprio médico do paciente, pelo médico da UTI ou pelos membros da
equipe de captação, que prestam todas as informações que a família necessitar. Este
assunto deve ser abordado em uma sala de ambiente calmo, com todas as pessoas
sentadas e acomodadas.

Valdo Bertoldo
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Órgãos:

Doação em vida

É possível também a doação entre vivos, no caso de órgãos duplos (ex: rim). No caso
do fígado e do pulmão, também é possível o transplante entre vivos, sendo que
apenas uma parte do órgão do doador poderá ser transplantada no receptor.

O "doador vivo" é considerado uma pessoa em boas condições de saúde – de acordo


com avaliação médica – capaz juridicamente e que concorda com a doação. Por lei,
pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores. Não parentes podem ser
doadores somente com autorização judicial.

Os órgãos e tecidos que podem ser obtidos de um doador vivo são:

 Rim: por ser um órgão duplo, pode ser doado em vida. Doa-se um dos rins e
tanto o doador quanto os transplantados podem levar uma vida perfeitamente
normal;
 Medula óssea: pode ser obtida por meio da aspiração óssea direta ou pela
coleta de sangue;
 Fígado ou pulmão: poderão ser doadas partes destes órgãos.

Valdo Bertoldo
64

Melanoma

Paciente de 67 anos de idade atende ao serviço de consulta referindo que tem notado
aparência estranha de um sinal (pinta) que ela já apresentava há alguns anos.

Acolhimento:

1. Se apresentar como médico da unidade (Eu sou o Dr/a, aqui do serviço que
vou realizar seu atendimento).
2. Olhar sempre nos olhos da paciente, não baixar a cabeça, tronco voltado
sempre para a paciente, sentar sempre reto, se possível tocar no ombro da
paciente. Lembrar sempre que falar termos médicos: explicar em linguagem
clara para a paciente (evitar palavras: sintomas, sinais, síndromes,
exacerbação, diagnostico, etc.)
3. Qual seu nome? Idade? Profissão? Estado civil? Depois que ela falar seu
nome, chamar sempre pelo nome.
4. Escutar a queixa da paciente sem interrupções desnecessárias.
Anamnese:

1. Questionar a paciente desde que quanto tem notado alterações no


sinal? Desde quando ela tem esse sinal? Se notou que ele tem
crescido? Qual era a cor antes? Notou alterações na cor?
2. Questionar a paciente se ele já contou quantos nevos tem? (>25 sinais
de risco)
3. Sintomas acompanhados: sangramento no local? Coceira no local?
Perda de peso? Febre?
4. Antecedentes patológicos: HAS, diabetes, doenças na pele,
imunossupressão?
5. Antecedentes familiares: HAS, diabetes, câncer de pele, câncer em
outros locais?
6. Hábitos: tabagismos, álcool, drogas?

Exame físico:

1. Solicitar que paciente suba até a maca, vou lavar minhas mãos, aquecê-las, e
me posicionar a direita da paciente.
2. O senhor/a me autoriza a te examinar?
3. Sinais vitais (FC, FR, Sto2, PA deitado e de pé). Peso/ altura/IMC)

Exame de pele:

Valdo Bertoldo
65

Solicitar que o paciente retire a roupa (contas quantos nevos tem o paciente)

Verificar e descrever a imagem:

A simetria

B order irregulares

C or (mais de duas cores)

Diameteto (>6mm)

E evolução (se evoluiu de tamanho, forma, sintomas (sangramento e coceira)

E necessário avaliar toda a cadeias linfonodais

Orientação e conduta:

1. Informar para a paciente que precisa solicitar alguns exames: biopsia incisional
do local com margem > 2cm. (Em caso de resultado, iniciar protocolo de más
notícias)
2. Encaminhar a paciente para serviço especializado.
3. Orientar a paciente acompanhamento conjunto
4. Solicitar exames de rastreio para a idade.
5. Questionar duvida e marcar retorno.
6. Despe-se cordialmente.

Valdo Bertoldo
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Entrevista de sarampo

1. O que é o sarampo?
Doença causa por um vírus (paramyxovirus), altamente contagioso.
2. Como se transmite?
O contagio ocorre principalmente através do ar, quando uma pessoa infectada
tosse, espira libera gotículas e a outra se encontra próximo e inala essa
secreção, durante 4 dias que antecede as manchinhas na pele até o seu
desaparecimento completo corre o risco de transmissão.
3. Quais são os sintomas?
Co (coriza)
Co (conjuntivite)
Coco (tosse)
Co (koplic)
Febre.
4. O sarampo coça?
Não
5. Quais as principais complicações?
Pneumonia
Encefalite
Inflamação no ouvido
Diarréia grave
6. Tem tratamento?
Controlar os sintomas (febre, diarréia) Paracetamol, hidratação, repouso.
Vitamina A
7. Como prevenir?
Vacinação (com 1 ano de idade e com 15 meses) quem tomou 2 doses não
precisa repetir. De 5 a 29 anos quem não tomou pode tomar 2 doses um mês
depois da outra. Mais de 30-50 Anos tomar uma dose. Mais de 50 anos não
precisa. Gestantes e imunodeprimidos não podem tomar a vacina.
Lavar bem as mãos.
8. Quem teve contato com alguém com sarampo o que fazer?
Se for susceptível vacinar até 72 horas. Vacinar apenas maiores de 6 meses.
(Vacinas de 6-12 meses não se considera como vacinado precisa repetir.
Menores de 6 meses e grávida fazer imunoglobulina (não está em todos os
documentos do ministério da saúde)

Valdo Bertoldo
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Entrevista de Hanseníase

1. O que é hanseníase?
É uma doença transmissível e curável, causada por um bacilo que afeta a pele
e os nervos periféricos (chamado bacilo de Hansen). No Brasil, ainda existe um
grande número de casos, sendo a hanseníase um problema de saúde pública.
Também conhecida como lepra.
2. Como acontece a transmissão?
A hanseníase é transmitida de um indivíduo doente que tenha uma forma
contagiante sem tratamento, que elimina grande quantidade de bacilos pelas
vias aéreas superiores, para outras pessoas da população, através da sua
convivência com estas pessoas.
3. A importância do diagnóstico precoce da hanseníase?
Importante o diagnóstico precoce, por que pode comprometer a doença (pele e
nervos) também se evita a o contagio de outras pessoas.
4. Existe necessidade de isolar o paciente portador de hanseníase?
Não. Atualmente os casos de hanseníase são tratados com Poliquimioterapia
(PQT) nos ambulatórios das unidades de saúde, não necessitando de
internação hospitalar. O tratamento é eficaz e cura a doença.
5. Como a doença pode evoluir?
Na evolução clínica da doença podem aparecer manchas avermelhadas
elevadas (placas), caroços pequenos na pele e dormências em algumas áreas
do corpo. O paciente pode também, em alguns casos, apresentar fraqueza
muscular na face (pálpebras), mãos e pés.
6. Como é o tratamento?
Todos os pacientes devem receber o tratamento chamado Poliquimioterapia
(PQT), que é composto por dois ou três medicamentos: Paucibacilar (PQT-PB)
com dapsona e rifampicina; e Multibacilar (PQT-MB), com dapsona, rifampicina
e clofazimina. Estes remédios são apresentados em forma de cartelas
(blisteres) PB ou MB. Para evitar que o bacilo fique resistente às drogas, é
usado mais de um medicamento. O tratamento completo PQT é: *Casos PB –
6 cartelas (1 cartela = 1 dose supervisionada / mês). O tratamento completo de
casos PB deve ser feito com 6 doses supervisionadas em até 9 meses. *Casos
MB – 12 cartelas (1 cartela = 1 dose supervisionada / mês). O tratamento
completo de casos MB compreende 12 doses em até 18 meses. Os remédios
são gratuitos e disponíveis nas unidades de saúde de cada município.
7. Quais os efeitos colaterais mais comuns causados pelos medicamentos da
PQT?
São eles: - urina avermelhada (rifampicina) - coloração escura (parda) da pele
(clofazimina) - ressecamento da pele (clofazimina) - anemia (dapsona) - raros
casos de erupção com coceira na pele (dapsona) - problemas gástricos
(dapsona, rifampicina, clofazimina) - problemas hepáticos (rifampicina,
dapsona).
8. Se o paciente esquecer-se de tomar o remédio um dia, deverá tomar duas
doses auto-administradas no dia seguinte?
Não. A prescrição não deve ser alterada. Orientar para que tome somente
uma dose auto-administrada por dia.
9. O que são estados reacionais?
São intercorrências agudas que podem ocorrer na hanseníase, por
manifestação do sistema de defesa imunológica do paciente. Aparecem antes,
durante o tratamento ou após a alta por cura.
10. Como se manifestam os sinais e sintomas das reações?
O paciente pode apresentar um ou mais dos seguintes sintomas: - as manchas
na pele tornam-se mais avermelhadas, mais brilhantes e mais altas do que
antes; - podem aparecer novas manchas na pele; - os nervos dos braços e das

Valdo Bertoldo
68

pernas podem ficar dolorosos e mais grossos; - pode haver febre e mal-estar,
diminuição do apetite e dores nas articulações; - mãos e pés podem ficar
inchados; - podem surgir “caroços” pelo corpo (eritema nodoso); - podem
aparecer alterações neurológicas, como garra ulnar, pé caído, mão caída.
11. Existem medicamentos específicos para as reações?
Sim, o corticóide (prednisona) é usado principalmente quando os nervos são
atingidos. Para a melhoria dos demais sintomas, quando não houver
comprometimento neural, recomenda-se o uso de outros anti-inflamatórios não
esteróides, como por exemplo o AAS. A talidomida é usada na reação de
eritema nodoso em pacientes do sexo masculino, quando surgem caroços
dolorosos por todo o corpo, com alteração do estado geral. Os medicamentos
para reação devem ser tomados com prescrição médica. É importante lembrar
que é proibida a prescrição de talidomida para mulheres em idade fértil.
12. Qual a conduta a ser tomada em relação à família do paciente?
Examinar a pele das pessoas que moram ou moraram na mesma casa nos
últimos 5 anos. Os portadores de lesões sugestivas devem ser encaminhados
ao médico para confirmação do diagnóstico.
13. Os que não tiverem lesões ou áreas sugestivas de hanseníase devem receber
uma dose da vacina BCG, caso não tenham ou tenham apenas uma cicatriz
vacinal. P A BCG vacina contra a hanseníase?
Não, a vacina BCG não imuniza contra a hanseníase, apenas reforça a
proteção contra as formas mutibacilares. A vacina BCG é usada para proteger
também contra as formas graves de tuberculose.
14. Todas as pessoas que residem com os pacientes devem ser vacinadas?
As pessoas que residem ou residiram com os pacientes nos últimos 5 anos e
que não tiverem lesões ou áreas sugestivas de hanseníase deve receber uma
dose de vacina BCG. As pessoas que apresentarem duas cicatrizes vacinais
de BCG não precisam ser vacinadas. Quem possuir apenas uma cicatriz deve
receber uma segunda dose, independentemente da idade.
15. O paciente pode continuar trabalhando normalmente durante o período do
tratamento?
Sim. Sua atividade laboral não deve ser interrompida. É importante considerar
os comprometimentos sensitivos e motores para que os instrumentos de
trabalho do paciente sejam adaptados. Atenção também deve ser dada à
presença de reações hansênicas ou intercorrências clínicas para que não haja
uma piora do quadro clínico.

16. Qual a situação em que o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) dá


direito ao portador de hanseníase ao benefício especial ou à aposentadoria?
O paciente de hanseníase tem direito a receber benefícios ou aposentadoria
somente quando apresentar deformidades físicas (seqüelas). O CID da
hanseníase não dá direito a esses proventos financeiros.

Valdo Bertoldo
69

Entrevista de febre amarela

1. O que é febre amarela?


A febre amarela (FA) é uma doença viral aguda, imunoprevenível, transmitida ao
homem e a primatas não humanos (macacos), por meio da picada de mosquitos
infectados. Atualmente, a febre amarela silvestre (FA) é uma doença endêmica no
Brasil (região amazônica).
POR ISSO A IMPORTÂNCIA DA COBERTURA VACINAL DA POPULAÇÃO EM
TODO TERRITÓRIO NACIONAL.

2. Quem transmite a Febre Amarela?


É transmitida de uma pessoa para outra?
Não existe transmissão da FA entre humanos. No Brasil os vírus da FA são
principalmente dos gêneros Haemagogus e Sabethes, mantidos na natureza por
transmissão entre primatas não humanos (PNH) e mosquitos silvestres arbóreos.
3. Existe tratamento para febre amarela?
Não existe um tratamento específico, é apenas sintomático. Os pacientes que
necessitarem de hospitalização devem ter uma cuidadosa assistência, permanecendo
em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado.

4. Como se previne da febre amarela?


A principal forma de prevenção da FA é por meio da vacinação.Recomenda-se que
outras medidas de proteção individual sejam adotadas, principalmente para quem tem
alguma contra-indicação para receber a vacina como: usar repelente de insetos de
acordo com as indicações do produto; proteger a maior extensão possível de pele
através do uso de calça comprida, blusas de mangas compridas e sem decotes, de
preferência largas, não coladas ao corpo, meias e sapatos fechados; evitar na medida
do possível o deslocamento para áreas rurais e, principalmente, adentrar em matas,
seja a trabalho ou turismo; passar o maior tempo possível em ambientes refrigerados,
uso de mosquiteiros e telas nas janelas. Atenção às crianças menores de 9 meses de
idade, pois não irão receber a vacina, devendo utilizar-se repelente de acordo com as
orientações de faixa etária de cada produto, bem como utilizar mosquiteiros e ou
ambiente protegido.

5. O que é dose fracionada da vacina?


É a utilização de um quinto (1/5) de uma dose padrão (0,5 mL) da vacina febre
amarela (VFA), ou seja, 0,1mL. Retira-se do frasco da vacina uma dosagem menor do
que habitualmente é utilizado. No entanto, a proteção e segurança da dose fracionada
é a mesma do que a dose padrão.

6. Quem não deve tomar a vacina?


• Crianças menores de 9 meses de idade
• Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade
• Pessoas com alergia grave ao ovo
• Pessoas que vivem com HIV e que tem contagem de células CD4 menor que 350
• Pessoas em de tratamento com quimioterapia/ radioterapia
• Pessoas portadoras de doenças autoimune
• Pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa
do corpo)

7. Qual é a diferença da dose fracionada para a dose padrão?


A diferença está na dosagem e no tempo de proteção. Na dose padrão será aplicado
0,5 mL da vacina febre amarela, enquanto da dose fracionada será aplicado 0,1 mL. O
tempo de proteção da dose padrão é para toda a vida, já com a dose fracionada ela

Valdo Bertoldo
70

tem duração de pelo menos 8 anos. Estudos em andamento continuarão a avaliar a


proteção posterior a esse período.

Não matem os macacos! Eles são aliados da saúde no combate à Febre


Amarela.Os macacos não são responsáveis pela transmissão, muito pelo
contrário: esses animais servem como guias para a elaboração de ações de
prevenção. A doença é transmitida por mosquito.

Valdo Bertoldo
71

Caso que já caíram em provas de anos anteriores

Caso 1
Paciente de 17 anos atende ao serviço de consulta, referindo bolhas na região intima
que virou ferida e está ardendo muito, não refere corrimento, nem alterações a
menstruaçao. Menciona que não utiliza métodos anticoncepcionais.
Precisava realizar toda a anamnese para herpes.
Quando se questionava métodos anticoncepcionais: ela mencionava que queria saber
todos os passos para realizar laqueadura. (Informar todas as indicações para
laqueadura/ protocolo)
Informar que é uma ligadura da trompa/ que o ovulo não chega por causa da ligadura
da trompa/ que é um procedimento irreversível.
Ela questionava as formas de transmissão dos herpes:
Explicar a doença herpes (diagnostico) /forma de transmissão (sexual) /ela queria
saber se precisa usar camisinha sempre em todas as relações/ indicar não ter
relações no momento pelo contagio/ indicar tratamento aciclovir/ solicitar exames de
outras doenças sexualmente transmissíveis.
Precisava indicar anticoncepcional oral.
Informar que a laqueadura não estava indicada para ela.
Caso 2:
Paciente atende ao serviço de consulta super agitada, gritando incansavelmente que
tinha AIDS... AIDS... AIDS....EU VOU MORER...EU VOU MORER...EU TENHO FILHO
PEQUENO...
Paciente casada, que tem filho, e não queria comunicar ao marido.
Resultado do exame: (anti-HIV 1 + 2 anticorpos: positivo/ exame confirmado resultado
e repetido)
Precisava: comunicar o resultado do exame, falar que realmente deu HIV positivo,
informar que ela não tem AIDS e sim HIV positivo.
Explicar carga viral e medicação (solicitar exame de carga viral, orientar sobre a
medicação)
Explicar uso de preservativo (doença sexualmente transmissível)
Orientar trazer marido e filho (tentar convencer a paciente)
Fazer notificação compulsória.
Caso 3:
Comunicado de óbito precisa comunicar a mãe o caso da morte do filho (protocolo
SPIKES)
Explicar que foi feito todos os procedimentos necessários para salvar a vida da
criança.

Valdo Bertoldo
72

A atriz perguntava se a culpa era dela? Se ela tivesse levado a outro médico teria sido
diferente? Não podia culpar a mãe.
Ela voltava a perguntar se a culpa era totalmente dela? Informar que não.
O que eu tenho que fazer agora precisa levar meu filho para o IML? Explicar os casos
que vão para IML. O caso não precisava.
O senhor vai me denunciar por não ter trazido meu filho antes? Poderia ser feito uma
denúncia de maus tratos, mais quem vai investigar isso é a polícia.
Caso 4:
Preencher o atestado de óbito:
Preencher somente item 6 (parte 1 e 2)
Sempre colocar a hora.
Nunca parada cardíaca.

Caso 5:
Consulta medica (esquecimento e demência)
Uma paciente de 30 anos, que refere que está preocupada por que está tendo muito
esquecimento. E está mais preocupada que tem uma tia que tem demência, e tem
medo por causa da genética, e que ela acha que também está com demência.
Tem mais algumas dúvidas: ela fez esse teste mini mental sua tia e por isso medicou
falou que ela tinha demência.
Queria saber o que era incidência e prevalência?
Falava que sua tia era analfabeta? Queria saber o que era demência definição?
Objetivos:
Explicar o que era o mini exame do estado mental
Explicar o que é demência.
Informar para a atriz que ela é muito jovem para ter demência.
Explicar o que era incidência e prevalência
Explicar que o exame tem correções para analfabetos e falar a pontuação.
Caso 6:
Uso de Drogas
Atende a consulta, por que sua mãe mandou ele vir para consulta, por que ele
quebrou umas coisas em casa e sua mãe acha que ele está doente.
Questionar por que quebrou as coisas? O que ela usa? Quanto tempo usa?
Freqüência? Usava droga injetável.
Refere que quer medicamentos tarja preta para dormir.

Valdo Bertoldo
73

Refere que sua mãe falou que ele precisa internar.


Precisava:
Orientar sobre as drogas (malefícios podem matar, risco com polícia)
Solicitar exame devido drogas injetáveis (VDRL, HIV, HEPATITES)
Encaminhar para CAPS. (Entregar encaminhamento, caso mude de idéia).
Não podia internar involuntariamente/ somente se tiver risco de morte.
Não podia medicar para dormir.
Caso 7:
Fornecimento de prontuário
Paciente atende ao serviço referindo que seu pai faleceu a 2 meses, que sempre se
cuidou, que o médico explicou tudo da morte do paciente, mais não foi convincente, e
que deseja processar o hospital e que precisa do prontuário, por que vai entrar com
processo contra o hospital. Refere também que quer o prontuário da filha que acha
que ela não é mais virgem.
Explicar que fornecendo parentesco pode se fornecer prontuário.
Fornece cópia do prontuário para o paciente.
Informa que ele não pode ver prontuário da sua filha (por sigilo medico)
Não fornece prontuário da filha e nem cópia do prontuário.
O ator queria saber informações sem o prontuário? Queria saber somente algumas
coisas e não contaria que era a Dra/o que contou?
Informar que não poderia revelar nada das consultas.
Ele questionava que outro médico acompanhou sua filha quando a dra/o estava de
recesso? Foi um ginecologista e acha que ele violentou sua filha.
Informar que o exame ginecológico e feito com uma profissional no momento. Que não
existe possibilidade de isso ter acontecido.
Caso 8:
Orientações sobre montar uma casa de repouso
Caso 9:
Paciente atende ao serviço de consulta, meio indisposto, dor nas costas, mas não que
fazer exame.
Começa a relatar que brigou com o chefe que ele é muito chato, foram aos tapas no
serviço.
Foi nos recursos humanos da empresa e foi informado que provavelmente vai ser
demitido. E que precisa de um atestado de 15 dias para realizar uma viagem. E
também queria vitaminas.

Valdo Bertoldo
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Conduta:
Se negar fornecer o atestado. (Isso entra como crime de atestado falso para o médico)
Manter relações médico e paciente
Não fornecer vitaminas.
Caso 10:
Paciente super preocupado com o EBOLA que viu na TV, e fala que tem ebola que
viajou para África, que tem tosse, garganta coçando. Fala que tem certeza que é ebola
e que este desesperado.
Informar que o ebola e transmitido (quando se entra em contato com fluidos corporais
urina, fezes e sangue) não é transmitido por mosquito (incubação de 2 a 21 dias)
tempo que demora a apresentar sintomas.
Explicar os sintomas para o paciente. (Ele não tinha febre, e nem contato com
ninguém)
Paciente refere que queria remédio para prevenir ou internação: informar que não tem
tratamento especifico, mas que ele não precisava de medicamento.
Caso 11:
Saúde e doença
A enfermeira da sua unidade de saúde, que possui pronto atendimento de urgência
veio conversar sobre Jose, um morado de rua de 47 anos de idade usuário de crack
que ficou em observação por 12 horas devido agitação.
Tarefa: baseado no princípio da integralidade e da coordenação de cuidado informar a
conduta para Sr Jose. Em relação à unidade de saúde e a dependência química.
Precisa falar sobre promoção de saúde/ prevenção/ diagnóstico precoce/ reabilitação.
Adendo - não internar esse paciente caso ele não queira/ somente risco eminente de
morte.
Caso 12
Uma gerente de albergue da área de abrangência da sua unidade. Veio falar com você
sobre um paciente recentemente diagnosticado com tuberculose.
Você tinha uma tabela com uma incidência de tuberculose de albergue.
Explicar tudo de tuberculose/ forma de transmissão/ explicar que o tratamento e
supervisionado.
A incidência pode esta aumentada pelo local fechado. (Explicar a tabela)
Explicar fases do tratamento/ dura 6 meses/ leva cura da doença com boa adesão.
Falar que todos devem ser tratados.

Valdo Bertoldo
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Caso 13:
Medica da uti responsável por uma criança deveria conversar com a mãe e tirar suas
dúvidas.
Caso: era uma criança de 8 anos, que freqüentava a escola, possuía vacinação em
dia, tinha 2 irmãos e morava com o pai. Tinha liquor alterado. (Havia um papel com
descrição do resultado) /tinha sufosoes e hemorragia na conjuntiva, na pele e sinais de
choque.
Atriz ia perguntando algumas coisas e precisava tirar dúvidas.
Caso 14:
Era apresentado um vídeo sobre o atendimento no pronto socorro. Ela perguntava
qual princípio do SUS era aquele.
Universalidade
Integralidade
Equidade
Caso 15:
Vigilância em saúde com ênfase em epidemiologia
Tarefas era resolver algumas dúvidas de um diretor de uma creche tinha sobre um
aluno com HIV +.
Precisava falar as formas de transmissão (que ele podia brincar com toda criança/ que
não tinha restrição de atividades)
Falar sobre a medicação
Caso 15:
Conceitos básicos e definições
Era um ator que queria tirar algumas dúvidas.
Precisa explicar o que é sensibilidade
Precisa explicar o que era especificidade
Sobre VPP e VPN (esse tipo de questão já não e tão cobrada hoje, mais vai saber
né?)
Caso 16:
Um médico que fará parte da equipe do PSF (Ele quer saber tudo sobre PSF)
Conceito de PSF?
Composição da equipe?
Função da equipe e seus membros?
Como funcionam as visitas domiciliares?

Valdo Bertoldo
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Caso 18:
Promoção de saúde e prevenção de doença
Uma atriz que mudanças na orientação do cardápio de uma creche/ e mostrava
algumas fotos da creche.
Precisava explicar sobre alimentação (ela mostrava o cardápio/ aí precisava falar tudo
que não podia e o que podia evitar ex: evitar muito sal, corantes, refrigerantes,
salsichas)
A foto tinha (janelas sem grades, saco plásticos, tomadas sem proteção, e matérial de
limpeza com acesso fácil as crianças)
Saco plástico: precisava falar que tinha risco da criança se asfixiar.
Janela: subir e cair
Tomadas: choques
Material de limpeza: intoxicação.
Caso 19:
DST e hepatites
Você é médico do banco de sangue, e o exame foi alterado da paciente e precisava
ver exames e conversar com a paciente.
Precisa conversar e fazer anamnese rápida.
Tinha todos os valores de hepatites (tinha hepatite C)
Tinha (história de compartilhar seringas e relação extraconjugal)
Solicitar marido para fazer exames.
Encaminha infectologista
Noticiar.
Precisava solicitar VDRL.
Caso 20
Era uma mulher idosa, contava que seu irmão tinha feito o teste de mini exame do
estado mental e que tinha resultado positivo a tarefa era tirar dúvidas.
Perguntas da atriz:
O que é prevalência?
O que é teste de rastreamento?
O que é sensibilidade?
O que é especificidade? Precisava explicar com palavras simples.
O irmão era analfabeto e não conseguia fazer algumas coisas no teste e queria saber
se isso altera? Falar que não pq tem pontuação para analfabetos.
Explicar que esse teste sozinho não confirma.

Valdo Bertoldo
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Caso 21:
Um paciente que atende com diagnostico de tuberculose e o esquema interrompido há
15 dias.
Orienta medicação supervisionada/ conduta/ tirando dúvidas.
Continuar com o mesmo tratamento.
Caso 22:
Promoção de saúde/ promoção de doença/ doenças malignas e geriatria.
Fazer toda anamnese/ precisava fazer toque retal/ solicitar o exame de rastreio/
solicitar dermatocospio de uma lesão na pele.
Explicar a benignidade lesão na pele/ usar protetor/ evitar sol
Solicitar vacinas.
Caso 23:
Dengue
Uma atriz com febre e dor no corpo
Prova do laço/ exames/ notificar

Adendo:
Sensibilidade: capacidade de detectar os Doentes
Especificidade: capacidade de detectar os NÃO doentes

Nos testes com alta sensibilidade:


Tem menos falso negativo/ se der resultado negativo eu: EXCLUOU A DOENÇA.
Então vamos usar para: TRIAGEM (Rastreio)
Nos testes de alta especificidade:
Tem menos falso positivos/ se o resultado der positivo: EU FECHO O DIAGNOSTICO.
Então vamos usar para: CONFIRMAÇÃO.
Incidência: número de casos novo de uma doença/ sobre uma população exposta.
Prevalência: número de casos novos e antigos / sobre uma população exposta.

Genograma e ecomapa:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2117294/mod_resource/content/1/Texto%202
%20genograma%20e%20ecomapa.pdf

Valdo Bertoldo
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Valdo Bertoldo

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