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Parashat Toldot - Uma Oportunidade para Compreender o Comentário Do Rashi
Parashat Toldot - Uma Oportunidade para Compreender o Comentário Do Rashi
Rashi
Uma possibilidade mais radical foi levantada pelo estudioso das Parshanut
(ou seja, de comentários da Bíblia Hebraica), o Dr Elazar Touitou (1929–
2010), dizendo que, não apenas vários acréscimos entraram no comentário
de Rashi sobre a Torá, mas até o texto que temos atualmente, pode conter
apenas uma minúcia, relativamente pequena destes comentários, em
comparação com o que, na verdade, foi produzido pelo Rashi.
[Elazar Touitou
“”על גלגולי הנוסח של פרוש רש"י לתורה
[Concerning the Presumed Original Version of Rashi’s Commentary on the
Pentateuch], Tarbiz 56 (1987): páginas 211 a 242.]
No entanto, a maioria dos estudiosos ainda pensa que o texto que temos é
“suficientemente semelhante” ao que teria sido, o trabalho do Rashi. De
modo tal que, podemos fazer perguntas como: "Qual é o método exegético
do Rashi?" Mesmo com o fato de que, temos que nos preocupar, com os
tais “comentários individuais”, que foram encontrados, dentro dos
comentários do Rashi.
Rashi e o Peshat
וכבר סדרום רבותינו על מכונם בבראשית רבה ושאר,יש מדרשי אגדה רבים
ולאגדה המיישבת דבר המקרא, ואני לא באתי אלא לפשוטו של מקרא.מדרשים
ושמועו דבור על אופני
[Note que, o Rashi prefere o termo longo <Peshuto Shel Mikrá>, as vezes
abreviado como <Peshuto>, e não o termo que é usado hoje em dia,
<Peshat>. A expressão, <Peshuto Shel Mikrá> é uma tradução Hebraica do
termo Aramaico <Pashtei Dikera>, que aparece algumas vezes no Talmud
Bavli – por exemplo, em Eruvin 23b.
Note também que, o texto hebraico apresentado segue o texto do
comentário de Rashi encontrado no popular, Mikraot Gedolot Ha-keter, ed.
de Menahem Cohen. A redação precisa da frase final deste comentário foi
tema de debate entre estudiosos, de modo que seu sentido não é totalmente
claro. Veja o trabalho de Sarah Kamin
פשוטו של מקרא ומדרשו של מקרא:רש"י
[Categorização exegética do Rashi em relação à distinção entre Peshat e
Derash] (Jerusalém: Magnes, 2007 [reimpressão de 1986]), páginas 71 a
77, 209 a 247.]
Às vezes, ele diz que uma interpretação tradicional específica, do texto não
é o [sentido] <peshuto>, e às vezes ele diz que se trata de sua própria
interpretação.
Em Bereshit 25: 29, Essav volta para casa, da caçada: < עָ יֵףAiêf>
(geralmente entendido como “cansado” embora, alguns traduzam
“faminto”). O Rashi comenta que, Essav estava “cansado” de cometer
assassinatos!
כמה אזהרות ועונשין ומיתות תלוין: מה טיבה של עבודה זו? אמר לו:אמר עשו
אם כן מה חפץ לי בה, אני הולך למות על ידה:?בה… אמר
Essav disse [para Iáacov]: Em quê consiste este tal Serviço Divino? Iáacov
respondeu: Envolve muitas restrições, punições e até pena capital… Essav
disse: Mas, se eu for morrer por causa da primogenitura, para que eu iria
querer isso?
[Rashi, comentando Bereshit 25: 31, 32, baseado no Bereshit Rabá 63]
ומפני שהאגדה הזאת קרובה לפשוטו של מקרא. . . .והוא רעב' מיבעי ליה
אין שדה אלא נערה- ' "'מן השדה:הביאה בפירושו והניח האגדה שאמרו
לפי שאין האגדה ההיא קרובה לפשוטו של מקרא. . . ,מאורסה
[sobre o comentário do Rashi de que, a frase “ele estava cansado” foi dita
para aludir aos assassinatos] – posto que, o texto deveria ter expresso:
והוא רעב
“ele estava com fome”… Dado que este Midrash é mais próximo no
sentido pleno da Escritura, o Rashi o incorporou em seu comentário. Mas,
ele omitiu o Midrash que derivava das palavras “do campo” [no qual,
Essav teria cometido seus erros, com] uma mulher desposada...posto que,
aquele Midrash não é próximo no sentido pleno da Escritura…
O Rabino Avraham Ibn Ezra (1089-1167), era ainda jovem, quando Rashi
teria falecido. Um de seus trabalhos, o mostra reprovando as
inconsistências do Rashi:
כרב שלמה ז"ל שפירש התנ"ך ע"ד דרש והוא חושב שהוא על דרך פשט ואין
בספריו פשט רק אחד מני אלף וחכמי דורנו יתהללו באלה הספרים
[do livro de gramática de Ibn Ezra, Safah berurah, ed. por Gabriel
Lippmann (Fürth, 1839; reimpressão edição Jerusalem, 1967), página 5)]
[Sefer Parashat ha-kesef, Paris, ms. 184, página 4a., Citado por Avraham
Gross, no livro:
“”רש"י ומסורת לימוד התורה שבכתב בספרד
Spanish Jewry and Rashi’s Commentary on the Pentateuch, que aparece
no:
עיונים ביצירתו: רש"י
[em Rashi: Studies in his Creation [Rashi Studies], ed. Zvi Arie Steinfeld
(Ramat Gan: Imprensa da Universidade Bar Ilan, 1993), página 35. Gross
também cita outras críticas à dependência de Rashi de Midrash na página
36, 37, 44]
Os filhos de Israel era (1) férteis, e (2) prolíficos, eles (3) multiplicaram e
(4) aumentaram (5) muito, (6) muito, e a terra se encheu deles.
ֵּכיתי כָל ְּב כֹור ְּב אֶ ֶרץ ִמצְ ַריִם ֵמאָ ָדם וְעַ ד ְּב הֵ ָמה
ִ וְעָ בַ ְרִּת י ְבאֶ ֶרץ ִמצְ ַריִם ַּב ַּל יְלָ ה הַ ֶּז ה ו ְִה
ּובכָל אֱ ֹלהֵ י ִמצְ ַריִם אֶ עֱֶׂש ה ְׁש פָ ִטים אֲ נִ י יְ־הוָה ְ
ובכל אלוהי. אני ולא שרף, והכיתי כל בכור. אני ולא מלאך,ועברתי בארץ מצרים
אני ולא אחר,' אני ה. אני ולא שליח,מצרים אעשה שפטים
“passarei pela terra do Egito” - Eu passarei, não um mensageiro! “matarei
todos os primogênitos” - Eu, não um Seraf! - “executarei meu juízo contra
todos os elohim do Egito” - Eu, não um intermediário! - “Eu Sou Hashem”
- Eu, nenhum outro é.
Enquanto o Midrash aplica este modo de ler o texto, por quatro vezes; o
Rashi usa apenas uma vez – só os últimos exemplos do Midrash:
לפי,הולכות למות. כמו הנה אנכי הולך למות,ורבותינו דרשו הולכת לשון מיתה
כי למה לנו לכתוב ונערותיה הולכות, והכתוב מסייען.שמיחו בה
Aqui, o Rashi explica que, dado que o Midrash lida com o problema do
Peshat permitir perguntar – qual o sentido desta frase “desnecessária”
sobre as acompanhantes estarem caminhando? - há espaço para seu
comentário, mesmo que a resposta, não seja uma resposta de nível Peshat.
הנה רש"י רדף אחר פשט הכתוב כי לפי הפשט אין מקום אל דרשת הסימנים
רצוני ועברתי והכתי אעשה,האחרים
Árvore ou Madeira?
Então, por qual motivo o Rashi está dizendo, a esta altura, que < עץetz>
quer dizer < אילןIlan> árvore?
No final das contas, muitos dos estudiosos do Rashi ao longo dos tempos
concordam que, muitas vezes, o Rashi não estava reagindo a nenhuma
dificuldade de texto.
Como Leibowitz admite, o rabino Eliahu Mizrahi, que foi o mais famoso
comentarista do Rashi, adotou esta mesma posição – de que nem todo
comentário do Rashi era uma reação a uma dificuldade textual.
Essa posição também é usada pelo rabino Abraham Bokrat (séculos XV-
XVI) em seu comentário, Sefer Zikaron.
O Rashi - diz Bokrat - inclui frequentemente em seus comentários, um
Midrash que se opõe ao sentido <Peshat>, não por causa de uma
dificuldade textual com o Peshat, mas porque o Rashi preferia o sentido
dado pelo Midrash, e não desejava interpretar o verso, de acordo com o
que estava indicado no Peshat, pura e simplesmente.
[Veja a introdução dele, ao Sefer zikaron de Bokrat, página 53, nota 70.
Nesta introdução, Filip também critica aqueles que tentam reformular o
material do Rashi, como um exegeta comprometido com Peshat e escreve
que, uma análise cuidadosa das fontes do Rashi e seus comentários, leva às
conclusões que Bokrat chegou.]
O Rabino Lockshin acredita que o Rashi não limitava seus comentários
Midrashicos, a versos onde as explicações em nível de Peshat ficassem
devendo.
Essa explicação pode parecer forçada, mas não pode ser descartada.
Acrescente a isso seu forte caráter pessoal - por exemplo, sua disposição
frequente de escrever humildemente:
“איני יודע
Eu não sei [o que isso quer dizer]” - algo que, comentaristas posteriores
raramente fizeram - e podemos talvez, começar a entender o que fez do
Rashi, o comentarista da Torá por excelência.
לתשובת,רבותינו פתרוהו על מלך המשיח; ונכון הדבר לפותרו עוד על דוד עצמו
המינין שפקרו בו