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I – QUESTÕES OBJETIVAS:
(https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/46642/a-importancia-da-tributacao-como-
instrumento-de-atendimento-aos-interesses-da-sociedade). Por Caio Cavalcanti Amorim Martins. Acesso
em 23.03.21.
Como bem aduz Leandro Paulsen (PAULSEN, 2015): “A figura de Hobin hood, que em algumas versões
atacava os coletores de impostos para devolver o dinheiro ao povo, hoje não faz mais sentido”.
A tributação, hoje, é, inclusive, um dos maiores instrumentos de justiça social e do atingimento dos
interesses da sociedade. Há inúmeras expressões neste sentido no sistema tributário nacional.
Uma das maiores materializações consta na própria Constituição da República:
Artigo 156. § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte (CF/88).
O dispositivo em comento previu o princípio da capacidade contributiva, efetivando de forma expressa a
isonomia material no âmbito tributário, principalmente no que toca aos impostos, espécie de tributo. Acerca
do princípio mencionado, aduz Ricardo Alexandre:
A aplicação aos impostos “sempre que possível” decorre do entendimento de que todos os impostos incidem
sobre alguma manifestação de riqueza do contribuinte (auferir renda, ser proprietário, importar, transmitir
bens). Manifestada riqueza, aparece a solidariedade social compulsoriamente imposta: o Estado, por lei,
obriga o particular a entregar-lhe parte da riqueza, parte esta que será redistribuída para toda a sociedade por
meio das atividades estatais. Por conseguinte, considera- se justo que cada pessoa seja solidária na medida de
suas possibilidades, visto que quem mais tem renda, quem mais possui, quem mais importa, quem, enfim,
mais manifesta riqueza, tem uma possibilidade maior de contribuir com a sociedade sem comprometer sua
subsistência (capacidade contributiva). (ALEXANDRE, 2015).
Assim, ao determinar que os impostos, preferencialmente, deverão considerar a capacidade contributiva do
contribuinte, é possível dizer que a tributação, neste ponto, fomenta a redistribuição de renda, obrigando os
indivíduos que possuem mais riquezas - considerando que os impostos irão ter como fato gerador alguma
manifestação de riqueza - a contribuírem mais que aqueles com parcos recursos.
Sobre outras formas de atendimento dos interesses da sociedade por meio da tributação é possível enumerar
a utilização de tributos com natureza extrafiscal para estimular determinadas atividades que o Estado entenda
como benéficas ao interesse social ou desestimular aquelas que sejam nocivas à sociedade.
Cita-se, como exemplo da utilização da extrafiscalidade no interesse da sociedade, a alta carga tributária a
que são submetidos os produtos provenientes da indústria do cigarro. Conforme sabido, o referido bem
consumível possui alta nocividade à saúde, tanto de quem usa como das pessoas que convivem com o
fumante, denominados fumantes passivos. Assim, ao submeter os cigarros a maior tributação, o Estado acaba
por desestimular uma atividade nociva ao interesse público, além de arrecadar valores que serão utilizados
para a consecução dos objetivos estatais e sociais.
Pode-se relacionar, ainda, como exemplo de instrumento que resguarda o interesse social, a própria espécie
tributária denominada contribuição de melhoria, a qual, apesar da pouca utilização na prática, foi visada
como forma de evitar o beneficiamento de poucos em prol de toda a coletividade, tributando a valorização
imobiliária decorrente de obra pública, conforme dispõe os artigos 81 e 82 do Código Tributário Nacional
(CTN/66). Tal espécie tributária, sem dúvidas, visa resguardar o interesse de toda a sociedade, mitigando o
custeio de despesas referentes a obras públicas por meio da tributação específica dos beneficiários indiretos.
Sem pretensão de esgotar o tema, o qual possui inúmero exemplos, não há como tratar da tributação
como instrumento do interesse público sem citar as contribuições sociais. As referidas contribuições,
consagradas, principalmente, nos artigos 149 e 195 da Constituição da República Federativa do Brasil, são
subespécies das espécies tributárias denominadas contribuições especiais.
Como bem versa Luciano Amaro:
O que importa sublinhar é que a Constituição caracteriza as contribuições sociais pela sua destinação, vale
dizer, são ingressos necessariamente direcionados a instrumentar (ou financiar) a atuação da União (ou dos
demais entes políticos, na específica situação prevista no § 1º do art. 149) no setor da ordem social.
(AMARO, 2012)
Conforme versa Ricardo Alexandre (ALEXANDRE, 2015), citando o entendimento do Supremo
Tribunal Federal no Recurso Extraordinário 138.284-8-CE, as contribuições sociais se dividem em: a)
contribuições de seguridade social (quando destinadas a custear os serviços relacionados à saúde, à
previdência e à assistência social; b) outras contribuições sociais (contribuições residuais previstas no Art.
195, §4, da Constituição da República Federativa do
Brasil); c) contribuições sociais gerais (quando destinadas a algum outro tipo de atuação da União na área
social).
Assim, percebe-se que as contribuições sociais visam assegurar, por meio de seu custeio, direitos
constitucionais relacionados a ordem social, sendo uma espécie tributária extremamente importante para toda
a sociedade.
Por fim, destaca-se que o maior papel da tributação no interesse da sociedade está na própria
arrecadação de recursos para custeio de toda a estrutura estatal que garante e promove os direitos que se
amoldam ao valor axiológico contido na Constituição. Neste sentido:
Aliás, resta clara a concepção da tributação como instrumento da sociedade quando são elencados os direitos
fundamentais e sociais e estruturado o estado para que mantenha instituições capazes de proclamar,
promover e assegurar tais direitos. Não há mesmo como conceber a liberdade de expressão, a inviolabilidade
da intimidade e da vida privada, o exercício do direito de propriedade, a garantia de igualdade, a livre
iniciativa, a liberdade de manifestação do pensamento, a livre locomoção e, sobretudo, a ampla gama de
direitos sociais, senão no bojo de um Estado Democrático de Direito, Social e Tributário. (...).
(ALEXANDRE 2015).
Assim, tem-se que a tributação é fator essencial ao funcionamento de qualquer estado, servindo,
igualmente, como amparo para o atendimento dos interesses sociais, tanto os reconhecidos como primários
quanto os secundários.
A) Como os rendimentos foram obtidos no exterior, o Fisco Federal não possui competência para
cobrá-los; sendo assim, Rodrigo não deve declará-los.
B) Como os rendimentos foram tributados no exterior, Rodrigo não deve declará-los, sob pena de
bitributação.
C) Os rendimentos de Rodrigo deverão ser declarados e tributados, uma vez que, tratando- se de
residente fiscal no Brasil, a tributação do imposto sobre a renda independe da origem dos
rendimentos.
D) Rodrigo não está obrigado a declarar e recolher o IRPF, uma vez que os rendimentos obtidos no
exterior estão alcançados por imunidade.
2- Ensina a autora Regina Helena Costa que “o artigo 23 CTN, por sua vez,
declara que o imposto “tem como fato gerador a saída destes do território
nacional”. Repete, portanto, o mesmo equívoco verificado em ralação ao
imposto de
importação, ao atrelar o aspecto material ao aspecto temporal da hipótese de
incidência”. (COSTA, REGINA, p.337). Acerca do Imposto de Exportação,
analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F).
Em seguida, escolha a opção adequada às suas respostas. (1,0)