Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TCC Pós Alfabetização e Letramento Contação de Histórias Miriam Ramos
TCC Pós Alfabetização e Letramento Contação de Histórias Miriam Ramos
Catalogação na publicação
Serviço de Documentação Universitária
RODRIGUES, Loênia Augusta Borges
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO – São José
do Rio Preto – SP, 2019.
42 p.; 30 cm
Monografia – Instituição de ensino superior, Curso de pós-graduação em
Alfabetização e Letramento.
Orientadora: Profª. Karen Karolina Pereira Kunh
1. Educação Superior. 2. Didática. 3. Metodologia de Ensino.
FOLHA DE APROVAÇÃO
(Charles Chaplin)
RESUMO
Muitas vezes falta ao educador maior autonomia diante de sua classe para
atingir mais significativamente a atenção e a participação dos alunos. Nessa
condição é preciso que se busque novas ferramentas, novas dinâmicas, novos
instrumentos pedagógicos como auxiliadores em todo processo de
alfabetização e letramento. A “Contação de Histórias” surge como um desses
importantes instrumentos pedagógicos a estimularem na aprendizagem em
sala de aula, propiciando novas formas de educar por permitirem o ingresso
dos alunos no riquíssimo no mundo da leitura. Com esse objetivo, este trabalho
visa tornar-se um importante subsídio a educadores que almejem encontrar –
na contação de histórias – um facilitador em seu trabalho de ensino-
aprendizagem. Para isso percorremos por abordagens teórico-metodológicas
de importantes autores nesse segmentos, especialmente sobre a contação de
histórias na educação infantil, como Leardini (2006), Moraes (2005), Palhares
(2007), Kulisz (2004), Oliveira (2008), entre tantos outros que explicitam como
um professor pode enriquecer sua aula num processo de contar história se
valendo especialmente do amplo material disponível na literatura infantil. Esta
pesquisa ainda valoriza a suma importância dessa literatura infantil e de sua
utilização para contação de histórias, bem como toda motivação que ela
propicia para a a aprendizagem das crianças ao longo de um processo voltado
para alfabetização e letramento, numa prática pedagógica que desperta a
imaginação, desenvolve a leitura, a criatividade, a escrita, a sociabilidade, a
oralidade e todo processo de letramento na vida escolar dos alunos.
Often, the educator lacks greater autonomy from his class in order to reach
students' attention and participation more significantly. In this condition, it is
necessary to look for new tools, new dynamics, new pedagogical instruments
as helpers in the whole process of literacy and literacy. “Storytelling” emerges
as one of these important pedagogical tools to stimulate classroom learning,
providing new ways of educating by allowing students to enter the rich in the
world of reading. With this objective, this work aims to become an important
support for educators who want to find - in storytelling - a facilitator in their
teaching-learning work. For this we go through theoretical and methodological
approaches of important authors in these segments, especially about
storytelling in early childhood education, such as Leardini (2006), Moraes
(2005), Palhares (2007), Kulisz (2004), Oliveira (2008), among many others that
explain how a teacher can enrich his class in a process of storytelling by
drawing on the ample material available in children's literature. This research
also values the utmost importance of this children's literature and its use for
storytelling, as well as all the motivation that it provides for children's learning
through a process focused on literacy and literacy, in a pedagogical practice
that arouses the imagination, develops reading, creativity, writing, sociability,
orality and the whole process of literacy in students' school life.
Keywords: Storytelling; Education; Literacy and Literacy; Teaching-Learning.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 11
CONCLUSÃO............................................................................................................................ 39
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................... 40
.
11
INTRODUÇÃO
Um dos fatores mais importantes para a construção de uma sociedade é
a comunicação. E ela se molda no indivíduo principalmente no meio em que
vive, incluindo de forma importante influenciadora a educação. E um dos
caminhos que abre a essa influência e formação na educação é a “contação de
histórias”. Uma arte das mais antigas por onde o indivíduo pode se expressar
juntamente com a expressão de seus sentimentos, suas emoções, suas
experiências, inclusive como forma dele transmitir suas culturas através das
gerações.
É o que explica Leardini (2006) ao relatar que:
1
ROBSON, José. O que é contação de histórias. Disponível em:
https://www.contadoresdehistorias.com.br/blog/contacao-de-historias.html
15
do aluno pela leitura, pela escrita, tornando-se uma afirmação positiva dos
assuntos abordados pedagogicamente falando.
Cotidianamente, contar histórias faz parte de nossa vida, trazendo-nos
diversas e incontáveis informações, como por exemplo numa propaganda
usada para dar exemplos de comportamentos desejáveis (pelo patrocinador)
para vender produtos em narrativas visuais e, principalmente emotivas.
Também sempre nos encontramos envoltos com atos narrativos, seja em casa,
no trabalho, no lazer, na rua, enfim, na diversidade dos locais públicos, quando
somos partícipes dessa condição como agentes ativos, ou passivos de uma
narrativa social.
Voltando o foco para a educação sobre como a contação de histórias se
torna um importante instrumento pedagógico, ressaltamos o educador utiliza
esse processo para favorecer sua ação pedagógica. Para bem utilizar a
contação de história, o professor deve se aprofundar nos detalhes da história,
escolher técnicas adequadas para cada tipo de história, adaptá-la a seu público
alvo, ou seja, conforme a faixa etária, classe social e informações necessárias
a serem transmitidas aos alunos.
Durante muito tempo a educação das crianças pequenas foi vista como
uma questão assistencial, destinada apenas às primeiras necessidades –
higiene e alimentação – mas, para romper essa visão, foi criada a LDB apud
Carneiro 2008, p.106 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
nº9394/96), de 20 de dezembro de 1996, que diz em seu art. 29:
Diante disso, RCNEI (1998, p.63) incorporou o que foi colocado na LDB,
apontando como deve se organizar a prática da educação infantil, segundo
alguns objetivos:
cotidiano, construindo uma educação que vai além da recebida na família. Esse
profissional deve ser preparado sabendo que as condições de trabalho são
bastante adversas e sua ação “polivalente” deve lhe ajudar a saber lidar com
várias situações diante das crianças. E acima de tudo, saber que ensinar
exige comprometimento e saber escutar. Um professor de educação infantil
deve ser comprometido com a escola, com o aluno e principalmente com a sua
prática, maneira pela qual age com o seu aluno, tendo consciência de que e
sua ação interfere na vida do educando.
A prática docente, segundo Freire (1996), deve ser sobretudo uma
possibilidade; possibilidade esta de estimular perguntas várias, sem mentir aos
seus alunos, buscando ao máximo prepará-los para as várias situações da
vida. E ainda segundo Freire (1996), ensinar exige escutar.
Se na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é
falando aos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os
portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a falar
com eles. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele,
mesmo que, em certas condições, precise de falar a ele (FREIRE, 1996, p.
113).
Um professor tem que estar convicto de suas ações, além de ser um
excelente ouvinte. Em relação a essa questão de saber escutar, uma
possibilidade de se trabalhar isso é com a literatura infantil. O ato de contar e
ouvir histórias, com e para as crianças, é algo extremamente importante na
educação infantil, apresentando-se como um recurso que permite ao professor
trabalhar os conteúdos e desenvolver práticas de leitura e escrita a partir dos
textos literários.
Sendo assim, contar histórias não significa apenas pegar um livro e ler o
que ali está escrito, mas criar todo um envolvimento em relação àquela história
ou fato, de tal forma que o aluno ao ouvir um conto de fadas, uma fábula ou
mesmo uma lenda, chegue ao nível do que lhe está sendo contado viajando no
mundo da fantasia. Desse modo, pode trazer para sua realidade o que nele é
expresso, buscando a resolução de seus problemas.
Entretanto, não basta uma boa intenção para fazer arte. A arte de contar
exige um fazer anterior, um preparo, um domínio prévio, um conhecimento,
estudo, ensaio, profundidade. E é, evidentemente, exercício de longo prazo.
A arte de contar histórias é também a arte de não fazer concessões:
contar bons textos, contar tendo preparado, contar para ir além do que se
conta. No mínimo, técnica e emoção. Técnica e repertório. Na ordem que se
preferir!
Contar histórias na verdade é a união de muitas artes: da literatura, da
expressão corporal, da poesia, da música, do teatro... Não há como ignorar
esse quê de performático do contar histórias. Ainda que o foco maior seja
apenas a voz e o texto, projetados no espaço, para atingir uma plateia. A
20
utilização apenas desses dois elementos, voz e texto, por si só já bastaria para
caracterizar o cênico e o dramático.
Mas a palavra merece mais do que um espetáculo. A palavra na boca de
quem conta é o próprio espetáculo, se com isso extrapolar-se a noção de
cartilha. Se para isso o narrar, o comunicar, o dialogar, o atingir outrem, o
suspender o tempo, o emocionar, estiverem conjugados de modo a
transformarem um texto em objeto duplamente estético. Estético na escrita,
estético na passagem para a oralidade. Impacto estético antes, durante e
depois!
Se arte é a melhor das maneiras do ser humano expressar seus
sentimentos e emoções, contar histórias é uma dessas maneiras, pois ela pode
estar representada de diversas maneiras, pois a história pode nascer da pintura
plástica, da escultura, do cinema, do teatro, da dança, da música, da
arquitetura, dentre outros, que ficarão gravados na mente de quem ouviu. A
arte é o reflexo da cultura e da história, considerando os valores estéticos da
beleza, do equilíbrio e da harmonia.
Desde a pré-história, na pintura rupestre, verificamos a necessidade do
homem em representar a realidade sob a sua perspectiva e percepção. A arte
evolui com o tempo e em cada época, de acordo com o contexto histórico,
observa-se uma tendência a certo estilo. Contar história, entanto, é um desses
estilos.
A arte pode ser também definida como algo inerente ao ser humano,
feito por artistas a partir de um senso estético, com o objetivo de despertar e
estimular o interesse da consciência de um ou mais espectadores, além de
causar algum efeito. Cada expressão artística possui significado único e
diferente. Contar histórias é tudo isso, pois cada história deve estimular o
interesse da consciência de um ou mais espectadores, causar algum efeito e
possuir um significado único e diferente como forma de expressão artística.
A contação de histórias, como arte propriamente dita, está interligada à
estética pelo fato de ser potencial do homem de imprimir beleza ou se esforçar
para materializar (ou imaterializar) algo que o inspira, no caso, a história que o
inspira, pois, sem a expressão artística na dramatização, no cenário, na
interpretação, contar história deixaria de ser arte, pois uma história bem
contada produz ecos no ouvinte, e é isso que a caracteriza como arte. Serão
21
criança possui, tornando-se, com isso, alguém capaz de escrever a sua própria
história de vida sendo protagonista de sua própria história.
Uma vez que “Oficina Pedagógica” é uma metodologia de trabalho
prevendo uma formação coletiva, a oficina pedagógica de contação de histórias
deve constituir um conceito aplicado à educação referindo-se ao lugar onde
se aprende fazendo junto com os outros por meio de histórias que transmitirão
conhecimentos, quando os alunos serão beneficiados devido à utilização de
novas estratégias que viabilizem o aprendizado deles quando são atendidos
nessa dinâmica. Diante de todas as dificuldades comuns numa escola,
principalmente a pública, como o espaço muito pequeno ou a ausência de
material diversificado, o professor deve ser mostrar bastante preocupado com
essa nova formas de agir, conforme descreve Kulisz (2004, p.44) ao afirmar
que: “na docência desse profissional, percebem-se o dever e o poder de
realização e de transformação, pois, na sua interação com o mundo, o
professor se constrói enquanto cidadão e profissional responsável”.
Enfim, uma oficina pedagógica para contação de história reflete uma
estratégica pedagógica que pode favorecer de maneira significativa a prática
docente na educação infantil e ensino fundamental. A escuta de histórias numa
atividade extra sala de aula estimula ainda mais a imaginação, educa, instrui,
desenvolve habilidades cognitivas, dinamiza o processo de leitura e escrita,
além de ser uma atividade interativa que potencializa a linguagem infantil.
Oficinas pedagógicas desenvolvem instrumentos lúdicos com jogos,
danças, brincadeiras, movimentos e, especialmente, a contação de histórias no
processo de ensino e aprendizagem, que proporcionarão melhoria na
desenvoltura dos alunos quanto à responsabilidade, a auto expressão,
despertando incentivo para as crianças estimularem seu foco nas atividades
em toda a aula, na classe ou extraclasse.
Portanto, a contação de histórias para crianças é realmente uma das
primeiras maneiras de transmitir conhecimento e estimular a imaginação dos
alunos. Por essa razão, a prática de contar histórias pode – e deve – ser usada
nas escolas, principalmente no segmento da educação infantil.
Enfim, contar histórias se trata de uma atividade que colabora com a
reformulação do espaço de sala de aula, incentiva a criatividade e a
manifestação de diversas formas de expressão, se transforma numa prática
32
Ao ouvir ou ler uma história a criança pode fazer associações das suas
próprias vivências. O processo de identificação com as situações presentes
nas histórias faz com que a criança desenvolva meios de lidar com suas
dificuldades, sentimentos e emoções. Quanto ao ler, quando ainda em fase
escolar que não reconhecer letras, a criança “lê” as imagens, ou seja, por meio
das ilustrações de um livro ela formula sua própria história, e isso a transporta
para a magia de ler à sua maneira. Por isso é importante que o professor utilize
livros de histórias infantis com muita ilustração.
Esta ação é um estímulo à memória, porque resgata as experiências de
cada aluno. Seja por meio da bagagem cultural ou de vida, o aluno consegue
relacionar as figuras com o contexto de histórias que atravessam sua família.
Esse tipo de contato com figuras para formular suas histórias passa a ser o
primeiro passo para que a criança encontre na leitura um espaço para relações
de memórias e afetos, além das possibilidades criativas.
Com isso, contação de histórias associada à “leitura” de imagens é algo
enriquecedor na formação do aluno como indivíduo, quando cada um formulará
sua própria história que, no contexto geral, revelará sua vivência cotidiana
extraclasse.
Quando à contação de histórias com leitura por parte do professor, na
educação infantil, além de ampliar o vocabulário e os campos de
conhecimento, proporciona um grande exercício para a imaginação. Ao ouvir
uma história com atenção a mente humana tende a projetar no campo da
imaginação o enredo dela, sendo que isso acontece, por parte do aluno, com a
escuta da leitura feita pelo professor.
Contar e ouvir história aproxima a criança de uma nova oralidade, e isso
a desenvolve de forma que a convivência com essa oralidade, desde de muito
cedo, pode aguçar o desejo pela leitura, aproximando a criança, nesse sentido,
do universo de criatividade e curiosidade, que são expandidos por essa
atividade.
33
para lhe contar. Que terá um valor maior pelo significado emocional de fazer
parte da história, que é a da vida dela.
Enfim, a contação de histórias em família acaba por ser um momento
onde pais e filhos – ou responsáveis – proporcionam a si mesmos um bom
proveito da companhia um do outro, num encontro que atualmente parece estar
mais raro de acontecer, mas que quando alguns descobrem como realiza-los,
também descobrem como pode ser prazeroso e enriquecedor, tanto do ponto
de vista emocional, quanto do intelectual e social.
.
39
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BORGES, Ana Gabriela Simões (org.). Leitura: o mundo além das palavras.
Curitiba: Instituto RPC, 2010.
PALHARES, Marina Silveira.; FARIA, Ana Lucia Goulart de. (orgs.) Educação
infantil pós-LDB: rumos e desafios. 6. ed. Campinas: Autores Associados,
2007.