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I SeRIE- Número 29

--Quínta.teira,-18 de··Julho ·de1991


. , ,
BOLETIM DA REPUBLICA
PUBUCAÇÃO OFICIAL DA REPÚBUCA DE MOÇAMBIQUE

SU'PLEMENTO
2. Aos cidadãos menores de dezoi1o anos é garantida
SUMÁRIO a liberdade associativa na constituição de organizações
Assembleia da República: juvenis. desde que a estrutura directiva das mesmas seja
composta por membros com idade superior a dezoito anos.
, LeI no" 8/81: .
ResuJa o direito a Uvre lI88OCÍaçlo. 1\11100 4

LeI no" '/81' (Pe •••••••• Idad. Jurldlcal


Regula o exerelclo à Uberdade de _lo e de manifeataçie. lIII'Il~~~"
'"
As associações adquirem personalidade jurídica pelo
reconhecimento, desde que cumulativamente reúnam os
seguintes requisitos:
a) sejam constituídas por um número de fundadores
AíS~BLflA DA REPOBLICA não inferior a dez;
b) O. respectivos estatutos observem o disposto na
LeI n: a/91 presente . lei e na lei geral;
ele 18 ele Julho c) Comprovem a existência de meios necessários para
O direito a livre associação constitui uma garantia bá- o seu funcionam~nto de acordo com ps respec-
sica de realização pessoal dos indivíduos na vida em mo- tivos estatutos.
dade e está estabelecido no n," 1 do artigo 76 da Constitui· Aa1100 5
ção como uma das liberdades fundamentais dos cidadãos. (R &pecIfIcol
Mostra-se. pois. necessário determinar as regras quo
- tomem esse direito passIvei de ser exercitado no respeito 1. O reconhecimento das associações será feito pelo
pelos demais princfpios o direitos constitucionalmente esta- governo ou pelo seu representante na província, quane'o
belecidos. a actividade da associação se confine ao terrlt6rio desta.
Pelo exposto, no uso da competência que lho é conferida 2. O despacho de reconhecimento deve ser proferido
pelo n," 1 do artigo 135 da Constituição. a Assembleia num prazo de quarenta e cinco dias e será publicado no
da República determina: Bolefim da Repablica; bem como os respectivos estatutos.
3. A recusa do reconhecimento só poderá ser feita por
1\11100 1
despacho devidamente fundamentado. do qual caberá re-
(PrIncIpio GenI) curso para o Tribunal Administrativo no prazo de quinze
Poderão constituir-se associações de natureza não lucra- dias , contar da data da sua notificação.
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tiva cujo fim esteja conforme os princípios constitucionais -..+0\ ~,
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em que assenta a ordem moral, económica e social do país
e não ofendam direitos de terceiros ou do bem público. (Reglatol

Após a publicação do despacho de reconhecimento de


Aa1100 2
uma associação. o 6rgão directivo desta procederá ao seu
(ProIbIçio do Sec:rellamol registo na s~o própria da Conservat6ria do Registo
As associações não podem ter carácter secreto. Civil ou Comercial de acordo com a lei em vigor.

AJmoo 3 AttTlOO 1

(lkIbetrecto
_lz6veIl (Alte1'llÇiiu lIuperY_1

1. As àsaOciações poderão ser livremente constituídas 1. As alterações do acto de constituição ou dos estatutos
por cidadãos maiores de dezoito anos de idade em pleno que impliquem modificação dos objectivos da associação
gozo dos seus direitos civis. não produzem efeitos enquanto a entidade referida no
.200-(2) 1 SSRIB-NOME,RP,29

n," 1 do artigo 5 não verificar a sua conformidade com a b) Prestar as infonnaçlles que lhes forotn solicitadas
lei, o que fará no prllZOdo quarenta o cinco dias. por compemntes entidades oflelals.
2. As alteraçlles a que se refere Q nümero anterior osllio
sujeitas a registo. AaTIllO 15
Aanao 8 (ee.oaçIo da qualidade da Utllldada P1lbllca)
(Prlnelplo. d. Eopeclalldod.)
A declaração de utilidade pública e as inerontes Isenções
A personalidade jurídica outorgada a uma associação e regalias cessam com a extinção da pessoa colectiva ou
confere-lhe a capacidade do adquirir e exercer direitos, por decisão do Conselho de Ministros se tiver deixado de
bem como de contrair obrigações que correspondam à preencher os requisitos previstos no artigo 11 do presente
realização dos seus fins estatutários. diploma.
AaTIllO 16
Aanao 9 (Realuatamaato)
(FlII.çllo a A.aoclaçaa. E.tranga'raa) As associações existentes à data da entrada em vigor da
As associações constltuldas nos termos da presente lei praaente lei deverão no prazo de seis meses proceder aos
poderão filiar-se livremente em associações ou organismos reajustamentos necessários à sua conformação com o dis-
internacionais cujos fins sejam consentâneos com os das posto no presente diploma.
próprias associações. AanllO 17
Aanoo tO
(A-.laçha Eatranaelraa)
(Extlnçlo)
1. As associações estrangeiras poderão ser autorizadas
1. As associações reconhecidas extinguem-se nos termos
a prosseguir os seus fins no território moçambicano. desde
definidos nos respectivos estatutos ou por tlecisão judicial.
que estes não contrariem os principias de ordem pública
2. A decisão judicial de extinção da associação será
nacional e o solicitem ao Governo.
proferida em acção movida pelo Procurador da Rept1bllca
2. A autorização a que se refere o número anterior será
do correspondente escalão territorial com fundamento em: obtida mediante requerimento devidamente instruído com
a) Existência de menos de dez dos seus membros por os estatutos da associação.
tempo não inferior a um ano; 3. A autorização a que se refere o n." 1 do presente artigo
b) Por declaração de insolvência; será concedida através de resolução do Conselho de MI·
c) Por a prossecução dos seus fins se ter esgotado ou nistros e publicada no Boletim da Repúbliea.
tornado Imposslvel;
á) Por se constatar ser o seu fim real !Hclto ou con- AanllO 18
trário a moral pt1blica ou ainda ser o seu fim lAuoclaç600 Irregula •• )
real diferente do fim declarado nos respectivos
Todas as associações que se constituam em desrespeito
estatutos.
Aanoo 11 ao disposto na presente lei não serão reconhecidas.
(A•• oclaç6aa de Udlldade Pdbllca) AanllO 19
As associações poderão requerer a declaração de utl1l· (Legl.laçllo antarlor)
dade pt1blica desde que prossigam fins de Interesse geral Mantêm -se em vigor todas as disposições do CódIgo
ou da comunidade. cooperando com a Administração PlÍ· Civil que não contrariam a presente lei.
blica na prestação de serviços a nível central ou local e
apresentem todas as provas necessárias ao ajuizamento da AaTIllO 20
sua pretensão. IRegulamantaolo)
AI:nllO 12
(Compet8acla para Daclaraçlo de Utllldada Pdbnea) Compete ao Conselho de Ministros regulamentar a pro- -
sente lei.
I. Compete ao Conselho de Ministros a declaração de
Aprovada pela Assembleia da República.
utilidade pública prevista no artigo anterior.
2. A declaração de utilidade pdblíca será publicada em O Presidente da Assembleia da Repüblíca, Marcelino
Boletim da República e está sujeita ao registo a que se dos Santos.
refere o artigo 6 do presente diploma.
Promulgada em 18 de Julho de 1991.
AanllO t3
Publique-se.
(l•• nç60. FI_Ia, Taxe. e outro. ....eflclo.)
O Presidente da República, JOAQUIM
ALBERTO
CHISSANO.
Compete ao Conselho de Ministros estabelecer as isen-
ções fiscais e de taxas bem como outros beneffclos a con- e
ceder às associações declaradas de utl1idade pl1bllca.
leI no· 9/91
AanllO 14 de 18 de Julho
(Dave... da. Auoclaç60. de Utllldada Pdbnoa)
A Constituição da Repüblíca, no Titulo II dedicado aos
Para além dos deveres previstos estatutariamente e em direitos. deveres e liberdades dos cidadãos. consagra o di·
demais legislação, são deveres das associações declaradas reito à liberdade de reunião.
de utilidade pública, os seguintes: Este direito. inserido nos direitos gerais dos cidadãos
a) Enviar anualmente ao Ministério das Finanças e ao ligados à fonnação da opinião püblica, constitui om pres-
Tribunal Administrativo o relat6rio e as contas suposto necessário do Estado de direito e democrático por
do exerclcio findo; que se tem pugnado no nosso pais.

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