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Matriz do teste de avaliação

Unidade 4 Eça de Queirós, A Ilustre Casa de Ramires


Domínios, descritores de desempenho e conteúdos
Domínios Descritores de desempenho Conteúdos
Educação EL14.2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, • Caracterização das personagens
Literária pertencentes aos séculos XVII a XIX. e complexidade do protagonista
EL14.3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e • O microcosmos da aldeia como
universos de referência, justificando. representação de uma sociedade
EL14.4. Fazer inferências, fundamentando. em mutação
EL14.6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. • O espaço e o seu valor simbólico
EL14.7. Estabelecer relações de sentido: a) entre as diversas • História e ficção: reescrita do
partes constitutivas de um texto; b) entre situações ou episódios; passado e construção do presente
c) entre características e pontos de vista das personagens; d) • Linguagem, estilo e estrutura:
entre obras. – o romance: pluralidade de ações;
EL14.10. Reconhecer e caracterizar os seguintes elementos complexidade do tempo, do espaço
constitutivos da narrativa: a) ação principal e ações secundárias; e dos protagonistas; extensão
b) personagem principal e personagem secundária; c) narrador: – estruturação da obra: ação
presença e ausência na ação; formas de intervenção: narrador- principal e novela
-personagem; comentário ou reflexão; d) espaço (físico, – recursos expressivos:
psicológico e social); e) tempo (narrativo e histórico). comparação, hipérbole, ironia,
EL14.11. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos metáfora, personificação e uso
mencionados no Programa. expressivo do adjetivo e do
EL14.12. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género advérbio
literário: […] romance. – reprodução do discurso no
discurso
Leitura L7.1. Identificar tema e subtemas, justificando. • Discurso político
L7.2. Fazer inferências, fundamentando. • Apreciação crítica
L7.3. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. • Artigo de opinião
L7.4. Identificar universos de referência ativados pelo texto.
L7.5. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando.
L7.7. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes,
marcas dos seguintes géneros: […] discurso político, apreciação
crítica e artigo de opinião.
Gramática G17.1. Consolidar os conhecimentos gramaticais adquiridos no • Funções sintáticas
ano anterior. • Coordenação e subordinação
G18.2. Distinguir mecanismos de construção da coesão textual. • Mecanismos de coesão textual
G19.1. Reconhecer e fazer citações. (referencial, temporal, frásica,
G.19.2. Identificar e interpretar discurso direto, discurso indireto e lexical)
discurso indireto livre. • Modalidades de reprodução do
G19.3. Reconhecer e utilizar adequadamente diferentes verbos discurso
introdutores de relato do discurso. • Deíticos e respetivos referentes
G20.1. Identificar deíticos e respetivos referentes.
Escrita E11.1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do • Exposição sobre um tema
género: exposição sobre um tema […].
E12.2. Mobilizar informação adequada ao tema.
E12.3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação,
evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão
textual: a) texto constituído por três partes (introdução,
desenvolvimento e conclusão), individualizadas e devidamente
proporcionadas; b) marcação correta de parágrafos; c) utilização
adequada de conectores.
E12.4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto
do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na
acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação.
E13.1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão
e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final.

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Estrutura, cotações e critérios de classificação
Estrutura Tipologia de questões e Critérios de classificação*
cotações
Parte A Resposta restrita • A cotação é distribuída por parâmetros
Integra um excerto • 3 itens de construção – 60 de conteúdo (60%) e de estruturação do
de A Ilustre Casa pontos (20 pontos cada) discurso (20%) e correção linguística
de Ramires, que (20%):
Grupo I constitui o suporte · aspetos de conteúdo –12 pontos;
Avaliam-se de itens de · aspetos de estruturação do discurso e
conhecimento resposta. correção linguística: estruturação do
s de Educação Parte B Resposta restrita discurso – 4 pontos; correção linguística –
Literária e É constituída por • 2 itens de construção – 4 pontos.
capacidades itens de resposta 40 pontos (20 pontos cada)
de Escrita. restrita sobre
conteúdos relativos
ao romance A
Ilustre Casa de
Ramires.
Grupo II Resposta restrita Itens de escolha múltipla: a cotação do
Avaliam-se capacidades • 7 itens de seleção – 35 pontos item só é atribuída às respostas que
de Leitura e de Gramática. (5 pontos cada) apresentem de forma inequívoca a opção
• 1 a 3 itens de construção – 15 correta.
pontos
Grupo III Resposta extensa (200 a 300 • A cotação é distribuída por parâmetros
Avaliam-se capacidades de Escrita. palavras) – 50 pontos de estruturação temática e discursiva
(60%) e de correção linguística (40%):
· aspetos de conteúdo – 30 pontos.
· aspetos de estruturação do discurso e
correção linguística: estruturação temática
e discursiva – 10 pontos; correção
linguística – 10 pontos.
• Estão previstos descontos por aplicação
de fatores de desvalorização no domínio
da correção linguística**. Estes descontos
são efetuados até ao limite das
pontuações indicadas nos critérios de
classificação.
• São desvalorizadas as respostas que
não respeitem as indicações
apresentadas relativamente ao género
textual, ao tema ou à extensão.
• São classificadas com zero pontos as
respostas em que se verifique o
afastamento integral do tema proposto ou
em que a extensão seja inferior a oitenta
palavras.
* Critérios gerais de classificação
• As respostas ilegíveis são classificadas com zero pontos.
• Em caso de omissão ou de engano na identificação de uma resposta, esta pode ser classificada se for possível identificar
inequivocamente o item a que diz respeito.
• Se for apresentada mais do que uma resposta ao mesmo item, só é classificada a resposta que surgir em primeiro lugar.
• A classificação das provas nas quais se apresente, pelo menos, uma resposta escrita integralmente em maiúsculas é sujeita a uma
desvalorização de cinco pontos.

** Fatores de desvalorização − correção linguística


• Desvalorização de 1 ponto: erro inequívoco de pontuação, erro de ortografia (incluindo erro de acentuação, uso indevido de letra
minúscula ou de letra maiúscula e erro de translineação), erro de morfologia, incumprimento das regras de citação de texto ou de
referência a título de uma obra.
• Desvalorização de 2 pontos: erro de sintaxe, impropriedade lexical.

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Teste de avaliação
Português, 11.º ano
Unidade 4 Eça de Queirós, A Ilustre Casa de Ramires
Utiliza apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.
Não é permitida a consulta de dicionário.
Não é permitido o uso de corretor. Deves riscar aquilo que pretendes que não seja classificado.
Para cada resposta, identifica o grupo e o item.
Apresenta as tuas respostas de forma legível.
Ao responderes, diferencia corretamente as maiúsculas das minúsculas.
Apresenta apenas uma resposta para cada item.
As cotações dos itens encontram-se no final dos mesmos.

Critérios gerais de classificação


• As respostas ilegíveis são classificadas com zero pontos.
• Em caso de omissão ou de engano na identificação de uma resposta, esta pode ser
classificada se for possível identificar inequivocamente o item a que diz respeito.
• Se for apresentada mais do que uma resposta ao mesmo item, só é classificada a
resposta que surgir em primeiro lugar.
• A classificação das provas nas quais se apresente, pelo menos, uma resposta escrita
integralmente em maiúsculas é sujeita a uma desvalorização de cinco pontos.

Fatores de desvalorização − correção linguística

Fatores de desvalorização Desvalorização (pontos)


• Erro inequívoco de pontuação
• Erro de ortografia
(incluindo erro de acentuação, uso indevido de letra
minúscula ou de letra maiúscula e erro de translineação) 1
• Erro de morfologia
• Incumprimento das regras de citação de texto ou de
referência a título de uma obra
• Erro de sintaxe
2
• Impropriedade lexical

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GRUPO I (100 PONTOS)

A
Lê o texto a seguir transcrito.
Num trote folgado passara à fábrica de vidros, depois o cruzeiro sempre coberto
pelas pombas que esvoaçam do pombal da fábrica. E entrava no lugar de Nacejas —
quando, à janela de uma casinha muito limpa, rodeada de parreiras, apareceu uma
linda rapariga, morena e fina, com jaqué de pano azul e lenço de cambraieta bordada
5 sobre fartos bandós ondeados. Gonçalo, sopeando a égua, saudou, sorriu suavemente:
— Perdão, minha menina… Vou bem por aqui, para Canta-Pedra?
— Vai, sim senhor. Em baixo, à ponte, mete para a direita, para os álamos. E é sempre
a seguir…
Gonçalo suspirou, gracejando:
10 — Antes desejava ficar!
A moça corou. E o Fidalgo ainda se torceu no selim para gozar a fina face morena,
entre os dois craveiros da janelinha, na casa tão bem caiada.
Nesse momento, ao lado, de uma quelha enramada, desembocava um caçador do
campo, de jaleca e barrete vermelho, com a espingarda atravessada nas costas, seguido
15 por dois perdigueiros. Era um latagão airoso, que todo ele, no bater dos sapatões bran-
cos, no menear da cinta enfaixada em seda, no levantar da face clara de suíças louras,
transbordava de presunção e pimponice. Num relance surpreendeu o sorriso, a atenção
galante do Fidalgo. E estacou, pregando sobre ele, com lenta arrogância, os belos olhos
pestanudos. Depois passou desdenhosamente, sem se arredar da égua na ladeira es-
20 treita, quase raspando pela perna do Fidalgo o cano da caçadeira. Mas adiante ainda
atirou uma tossidela seca e de chasco — com um bater mais petulante dos tacões.
Gonçalo picou a égua, colhido logo por aquele desgraçado temor, aquele desmaiado
arrepio da carne, que sempre, ante qualquer risco, qualquer ameaça, o forçava irresisti-
velmente a encolher, a recuar, a abalar. Em baixo, na ponte, desesperado contra a sua
25 timidez, deteve o trote, espreitou para trás, para a branca casa florida. O mocetão parara,
encostado à espingarda, sob a janela onde a rapariga morena se debruçava entre os dois
vasos de cravos. E assim encostado, depois de rir para a moça, acenou ao Fidalgo, num
desafio largo, com a cabeça alta, a borla do barrete toda espetada como uma crista fla-
mante.
30 Gonçalo Mendes Ramires meteu a galope pelo copado caminho de álamos, que
acompanha o riacho das Donas. Em Canta-Pedra nem se demorou a estudar (como ten-
cionava para proveito da sua novela) o vale, a ribeira espraiada, as ruínas do mosteiro de
Recadães sobre a colina, e no cabeço fronteiro o moinho que assenta sobre as denegri-
das pedras da antiga e tão falada Honra de Avelãs. De resto o céu, cinzento e abafado
35 desde manhã, entenebrecia para os lados de Craquede e de Vila-Clara. Um bafo morno
remexeu a folhagem sedenta. E já gotas pesadas se esmagavam na poeira — quando
ele, sempre galopando, entrou na estrada dos Bravais.

QUEIRÓS, Eça de (2016). A Ilustre Casa de Ramires. Porto: Porto Editora [pp. 121-123]

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1. Situa o excerto lido na estrutura interna da obra a que pertence. (20 pontos)

2. Compara o comportamento de Gonçalo e o do caçador. (20 pontos)

3. Analisa estilisticamente o excerto a seguir transcrito. (20 pontos)

“De resto o céu, cinzento e abafado desde manhã, entenebrecia para os


lados de Craquede e de Vila-Clara. Um bafo morno remexeu a folhagem
sedenta. E já gotas pesadas se esmagavam na poeira — quando ele, sempre
galopando, entrou na estrada dos Bravais.” (ll. 30-33)

4. O espaço é um elemento constitutivo da narrativa com grande relevância no romance


A Ilustre Casa de Ramires.
4.1. Identifica o principal espaço social retratado na obra, caracterizando-o sucintamente. (20 pontos)
4.2. Explicita o valor simbólico do Solar de Santa Ireneia e da Torre nesta obra. (20 pontos)

G R U P O II (50 PONTOS)

Lê o texto a seguir transcrito.

Gonçalo Mendes Ramires


Personagem principal d’A Ilustre Casa de Ramires, Gonçalo Mendes Ramires
assume traços de grande especificidade no universo da obra queirosiana, em pri-
meira instância porque quase toda a história se encontra subordinada ao seu ponto
de vista, dependendo, consequentemente, deste a caracterização das res-
5
tantes personagens e das situações descritas. Para além disso, são também cons-
tantes as incursões no mundo interior do protagonista, propiciadas pelo facto de
Gonçalo ser a única personagem do romance a revelar uma verdadeira densidade
psicológica, não raro representada em registo de autoanálise; este facto inscreve
10 desde logo a subjetividade da personagem no texto, assim se evidenciando a evo-
lução literária de um Eça que havia superado a ilusão da objetividade realista.
O destaque de Gonçalo decorre ainda do facto de ser ele, paralelamente, o
autor de uma outra história inserida no romance, a novela histórica A Torre de
D. Ramires. Esta situação permite frequentes considerações acerca do ato de es-
15 crever e suas dificuldades, incluindo-se nelas o trauma do plágio, temas estes de
clara ressonância queirosiana.
No Capítulo I, tendo sido introduzido pelo narrador no presente da ação,
conhecemos Gonçalo Ramires, jovem estudante em Coimbra, “moço muito afá-
vel, esbelto e louro, de uma brancura sã de porcelana, com uns finos e risonhos
olhos que facilmente se enterneciam, sempre elegante e apurado”. É desde aqui
20
que surge a sua inclinação para o partido Regenerador que “representava tradi-
cionalmente ideias de conservantismo, de elegância culta e de generosidade”, o
»

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que parece anunciar, desde logo, a futura carreira política do protagonista. Empe-
nhado neste projeto e impelido pela ideia de “ressurreição do sentimento portu-
guês” protagonizado por José Lúcio Castanheiro, Gonçalo decide enveredar pela
25 carreira das Letras como meio para atingir fins políticos. É logo na sua juventude
que se propõe escrever um romance histórico “fundado nos anais da sua casa,
num rude feito de sublime orgulho de Tructesindo Mendes Ramires” e que virá a
ser A Torre de D. Ramires. O projeto é concretizado anos mais tarde, depois de
Gonçalo se formar “bacharel com um R no terceiro ano” e de voltar a instalar-se
30 na Torre que, “fundada em glória e força” e “na sua soberana altura e velhice”, re-
mete simbolicamente para as gerações que o antecederam.
Apesar de ser autónoma em relação à história principal, a novela A Torre de
D. Ramires constitui um complemento imprescindível à interpretação tanto dos
significados ideológicos do romance, como da estrutura psicológica do Fidalgo da
35 Torre e sua evolução. Isto porque os dois níveis narrativos (o da história principal
e o da novela) estão articulados de modo que se estabeleça entre eles uma
oposição comparativa, que faz contrastar os valores do passado (como a honra, a
lealdade e a vingança) com a sua ausência ou recusa no presente. É a perceção
paulatina desta discrepância que, culminando no Capítulo X com uma aparição
40 onírica dos seus antepassados, opera em Gonçalo Ramires uma profunda trans-
formação comportamental. Até então dominado pelo medo e pela cobardia, su-
bestimando orgulho, palavra e nome em prol de interesses políticos e económi-
cos, extremamente influenciável, leviano e incoerente, “como massa inerte a que
o mundo constantemente imprime formas várias e contrárias”, Gonçalo muda
45 drástica e radicalmente de atitude, relativizando e minimizando a vida e os valo-
res pelos quais até então se regera. Esta consciencialização é corroborada pelo
abandono da condição de deputado em Lisboa, cargo que sempre fora a sua
maior ambição, e pela partida para África, como solução de rutura com uma exis-
tência nula e parasitária e como possibilidade de concretização de um impulso de
50 regeneração.
No final do romance (capítulo XII), é ainda sob a perspetiva de uma persona-
gem secundária, João Gouveia, que nos é apresentada uma síntese do carácter de
Gonçalo; tal síntese condensa o seu comportamento ao longo da diegese e, para
aquela personagem, permite ver no protagonista uma semelhança simbólica com
55 Portugal.
Eça de Queirós – Investigação, Ensino e debate sobre temas de Eça de Queirós
[em linha, consult. 30-01-2016]

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a opção correta.
1.1. O texto consiste, predominantemente, (5 pontos)
a. numa exposição sobre o protagonista do romance A Ilustre Casa de Ramires.
b. numa apreciação crítica do perfil de Gonçalo Mendes Ramires.
c. numa síntese da ação principal narrada no romance A Ilustre Casa de Ramires.
d. num texto de opinião sobre a complexidade do protagonista do romance A Ilustre Casa de
Ramires.
1.2. No primeiro parágrafo o autor tem como principal intenção comunicativa (5 pontos)
a. caracterizar Gonçalo Mendes Ramires, em termos sociais.
b. justificar a classificação de Gonçalo Mendes Ramires como protagonista.
c. analisar a focalização do narrador ao longo do romance.
d. especificar o perfil psicológico de Gonçalo Mendes Ramires.

1.3. No segundo parágrafo integram-se segmentos de um discurso noutro discurso recorrendo (5 pontos)
a. ao discurso direto.

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b. ao discurso indireto.
c. ao discurso indireto livre.
d. à citação.
1.4. A expressão “bacharel com um R no terceiro ano” (l. 24) sugere (5 pontos)
a. o êxito de Gonçalo enquanto aluno de Letras.
b. a falta de vocação de Gonçalo relativamente ao curso tirado.
c. as ambições políticas de Gonçalo.
d. a elevada qualidade literária do romance histórico A Torre de D. Ramires.
1.5. No contexto em que surge, a palavra “paulatina” (l. 34) significa (5 pontos)
a. gradual.
b. repentina.
c. insólita.
d. ineficaz.
1.6. O constituinte frásico “pelo abandono da condição de deputado em Lisboa, cargo que sempre
fora a sua maior ambição” (ll. 41-43) desempenha a função sintática de (5 pontos)
a. complemento oblíquo.
b. modificador do grupo verbal.
c. modificador restritivo do nome.
d. complemento agente da passiva.
1.7. A oração “Apesar de ser autónoma em relação à história principal” (l. 27) classifica-se como
subordinada adverbial (5 pontos)
a. condicional.
b. concessiva.
c. consecutiva.
d. comparativa.

2. Responde aos itens apresentados. (15 pontos)

2.1. Indica o mecanismo de coesão frásica que explica o uso:


a. da terceira pessoa do plural na forma verbal sublinhada em “Para além disso, são também
constantes as incursões no mundo interior do protagonista” (ll. 5-6);
b. da terceira pessoa do plural na forma verbal sublinhada em “com uns finos e risonhos olhos que
facilmente se enterneciam” (ll. 18-19);
c. do feminino no adjetivo sublinhado em “como massa inerte a que o mundo constantemente
imprime formas várias e contrárias” (ll. 38-39).

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G R U P O III (50 PONTOS)

1. Considera a seguinte afirmação:

A História de Portugal e o seu devir, a mudança das lógicas de


poder no Portugal oitocentista, a questão de África e das colónias
(em estreita conexão com o trauma do Ultimato), a crítica da
sensibilidade romântica e a moda da novelística histórica, tudo isto
faz do encontro (ou do reencontro) com este relato um privilegiado
motivo para ler algum do melhor Eça.

REIS, Carlos (2014). “Nota Prévia”, in A Ilustre Casa de Ramires. Lisboa: IN-CM

1.1. Com base na afirmação acima transcrita, escreve uma exposição sobre o microcosmos da aldeia
como representação de uma sociedade em mutação na obra A Ilustre Casa de Ramires, com um
mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras.

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras
–, há que atender ao seguinte:
• um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
• um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.

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Unidade 4 Eça de Queirós, A Ilustre Casa de Ramires
Critérios específicos de classificação

GRUPO I (100 PONTOS)

Critérios específicos
Item Cotação Cenário de resposta
de classificação
• Excerto localizado na ação principal do romance (Capítulo V) • Aspetos de conteúdo –
1. 20 pontos
· Primeiro confronto entre Gonçalo e o caçador de Nacejas. 12 pontos.
• Gonçalo: • Aspetos de estruturação
· galanteador (Gonçalo suspirou, gracejando: – Antes do discurso e correção
desejava ficar!, ll. 8-9); linguística:
· cobarde (“colhido logo por aquele desgraçado temor, aquele · estruturação do
desmaiado arrepio da carne, que sempre, ante qualquer risco, discurso – 4 pontos;
qualquer ameaça, o forçava irresistivelmente a encolher, a · correção linguística –
recuar, a abalar.”, ll. 20-22). 4 pontos.
2. 20 pontos
• caçador de Nacejas:
· arrogante/petulante (“transbordava de presunção e
pimponice”, l. 15);
· perspicaz (“Num relance surpreendeu o sorriso, a atenção
galante do Fidalgo”, ll. 15-16);
· provocador/desdenhoso (“E estacou […] com um bater mais
petulante dos tacões.”, ll. 16-19).
• Recursos que nos permitem visualizar a mudança das
condições atmosféricas, em consonância com o próprio
estado de espírito de Gonçalo:
3. 20 pontos
· metáfora: “Um bafo morno remexeu a folhagem sedenta.” (l.
32); “E já gotas pesadas se esmagavam na poeira” (l. 32);
· uso expressivo do adjetivo: “cinzento e abafado” (l. 31).
• Espaço social: aldeia, microcosmos de uma sociedade em
4.1. 20 pontos mudança (decadência da nobreza, ascensão da burguesia e
da classe política).
• Solar de Santa Ireneia e Torre: símbolo antiguidade,
4.2. 20 pontos
linhagem e prestígio da família Ramires.

G R U P O II (50 PONTOS)

Item Cotação Cenário de resposta

1.1. 5 pontos a.

1.2. 5 pontos b.

1.3. 5 pontos d.

1.4. 5 pontos b.

1.5. 5 pontos a.

1.6. 5 pontos d.

1.7. 5 pontos b.

a. Concordância com o sujeito (“as incursões…”).


2.1. 15 pontos b. Concordância com o antecedente do pronome relativo que desempenha a função
sintática de sujeito (“uns finos e risonhos olhos”).
c. Concordância com o nome a que se refere (“formas”).

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G R U P O III (50 PONTOS)

Cenário de resposta Critérios específicos de classificação

Possíveis tópicos a abordar: • Aspetos de conteúdo – 30 pontos.


• decadência da nobreza – perda de poder e de recursos • Aspetos de estruturação do discurso e correção
financeiros (ex.: Gonçalo Mendes Ramires, fidalgo linguística:
empobrecido); · estruturação temática e discursiva – 10 pontos;
• ascensão de valores burgueses (riqueza em detrimento da · correção linguística – 10 pontos.
honra (ex.: quebra do acordo de arrendamento a José
Casco, por Gonçalo, por questões económicas);
• ascensão dos políticos e dos seus valores (ambição
desmedida, corrupção (ex.: prestígio de Sanches Lucena e
de André Cavaleiro, por pertencerem à classe política);
• crescente importância de África (ex.: alusões a África
caracterizada como terra rica e “portentosa” );
• moda da novelística histórica (ex. escrita da novela A
Torre de Tructesindo por Gonçalo Mendes Ramires,
seguindo uma estética romântica).

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Unidade 4 Eça de Queirós, A Ilustre Casa de Ramires – Grelha de classificação
Ano 11.º Turma ______________ Data ____-____ -____ Docente ______________________________________________________________
Grupo III Total
Grupo I (100 pontos) Grupo II (50 pontos)
(50 pontos) (200 pontos)
N.º Nome
1. 2. 3. 4.1. 4.2. 1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 1.5. 1.6. 1.7. 2.1.

20 pontos 20 pontos 20 pontos 20 pontos 20 pontos 5 pontos 5 pontos 5 pontos 5 pontos 5 pontos 5 pontos 5 pontos 15 pontos

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