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Escola de Sociologia e Políticas Públicas

Licenciatura de Sociologia
1º Ano
2017/2018

U.C
Cultura e Sociedade
Caderno
Fichas de Leitura Analíticas
U.C.: CULTURA E SOCIEDADE
SOCIOLOGIA| 1º ANO | 1º SEMESTRE
2017-2018

APONTAMENTOS
1. Indivíduo, Sociedade e Relações
Sociais
Indivíduo e Sociedade: Interiorização, Exteriorização e
Objetivação das Relações Sociais

1. Principais Obstáculos a Ultrapassar para a Aprendizagem da Sociologia

Representações
Consciência (SER)
co

SOCIEDADE

Estrutura Práticas
(TER) Formas Sociais 1-Trilogia Fundamental da Ação (FAZER)
co Sociologia co

 É em torno desta trilogia que a sociologia funciona. Cada um de nós temos


um lugar na estrutura social na sociedade onde nos encontramos. Vamos
alterando a nossa posição nesta mesma estrutura através das práticas e
ações.
 Pela ação do ser humano vai-se alterando a estrutura, ou seja, parte do que
somos resulta da estrutura, mas outra parte resulta das nossas próprias
ações.
 A liberdade da ação de cada individuo resulta numa atualização das
estruturas através das mudanças sociais resultantes das ações dos
indivíduos.

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Senso Comum

Principais obstáculos à
explicação/análise Ideologias
sociológica

Etnocentrismo

 A sociologia tem de ter uma visão critica sob o discurso comum (opiniões),
pois todo este discurso é afetado pelo meio social onde foram formados. Em
outro contexto estes discursos seriam diferentes, mas não mais válidas que
as anteriores.
 Um problema da sociologia é o facto de o objeto e do sujeito se poderem
confundir, assim cabe ao sociólogo conseguir se distanciar do senso comum
e do contexto onde foi criado, resultando numa ruptura epistemológica.
 Um dos grandes obstáculos é olhar para os outros meios culturais tendo em
mente a nossa própria cultura (olhar etnocêntrico).
o Em primeiro lugar, a sociologia deve contextualizar e relativizar os
contextos sociais.

Imaginação Sociológica
Descobrir como é possível
transformar coisas banais do dia-a-dia em objetos sociológicos.

 O sociólogo tem de ter capacidade imaginativa para conseguir


encontrar/transformar um objeto que não um objeto que não seria bem para
o estudo social.

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2. O que é a Sociologia?

 Por definição, a sociologia é uma área que problematiza os factos. Estuda a


mudança que ocorre na sociedade, as relações sociai, os processos sociais,
mais, ou menos, complexos, os grupos sociais e a realidade social.
 A complexidade da definição deve-se ao facto de a sociologia ter tantas
definições quanto os objetos de estudo.
 A trilogia fundamental da sociologia trata-se do objeto do objeto de estudo,
métodos e a sua especificidade cientifica (quadro teórico de referências) para
estudar o quadro social.
 A sociologia não se pode confundir com o discurso do senso comum ou
qualquer outro discurso mais publico, como o jornalístico.
 O discurso sociológico depende da tal trilogia, sendo que a escolha do objeto
e do método depende do grupo de investigadores responsáveis pelo estudo e
da sua perspetiva.
 O conhecimento sociológico constrói-se através da criação de teorias e
conceitos através da investigação prática.

Quadro
Objeto Método
Teórico

Extensivo Intensivo Guia para a


(Quantitativo) (Qualitativo Investigação
) Sociológica

 A sociologia também se faz através da observação: Direta (Participante; Não


Participante); e Indireta (Aplicação de determinadas técnicas e
instrumentos).

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 A sociologia surge na transformação das sociedades tradicionais em
sociedades modernas. Transformação despoletada primeiramente no séc.
XIX com o Iluminismo.
 Após o Iluminismo, também a Revolução Francesa, com a ideia de liberdade,
bem como a revolução industrial e, ainda, com o êxodo rural.
 Com todas as mudanças, August Comte considerou a importância de criar
uma área cientifica para estudar as sociedades, através de métodos
científicos com o objetivo de aplicar as leis às realidades sociais, através do
Positivismo  Criando a Sociologia.
 Com os avanços científicos muitos preceitos da religião foram postos em
causa, gerando uma maior previsibilidade e aceitação da realidade explicada
pela ciência. Liberdade de escolha, aplicação do conhecimento cientifico na
economia.

3. Clássicos da Sociologia
 Com todas as mudanças existentes decorrentes dos fenómenos
anteriores, surgem os clássicos que foram pioneiros a
escrever/desenvolver teorias sobre as mudanças sociais.
 Uns acreditavam que o estudo destes fenómenos deveria ser feito através
das estruturas sociais, outros pelas práticas/ações e outros através da
consciência/represente ação.

Karl Marx
•Numa sociedade industrial, através da divisão setorial do trabalho, dividida as sociedades, era o
que estruturava (determinação estrutural).
•Era através da estrutura social que iriam ser explicados quer a ação, quer a consciência.
Max Weber
•O que é importante/determinante para a mudança social/histórica através da ação e ainda
consciência.
•As sociedades modernas, ao contrário das sociedades tradicionais, imprimem uma racionalidade
cientifíca.
•Também a religião, os valores e a moral, por exemplo no que toca à religião protestante é um dos
fatores que contribuiu ao surgimento da insdustrialização.
Émile Durkheim
•Podemos pensar que as sociedades tradicionais decorrem de mecanismos automáticos em que as
relações são do tipo primário. As sociedades modernas resultam de mecanismos orgânicos, onde o
que importa são as relações secundárias, que resulta da organização mediante, dependem de uma
hierarquia- relações verticais.
•Numa sociedade moderna, temos papeis autónomos, especialização e diferenciação. As mudanças
sociais são explicadas pela estrutura, numa vertente funcionalista. a sociedade representa
organismos diferentes que tendem para o equilibrio social, através da coesão social e do
interconhecimento.

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4. Cultura Rural VS Cultura Urbana
 Dimensão, Densidade; Diversidade  são variáveis que aumentam em
contextos urbanos quando comparado com contextos rurais que se
caracterizam pela homogeneidade.
 Estas são diferenças fundamentais da sociologia e a grande problemática de
Durkheim.

Cultura e Sociedade: Definição do Conceito Sociológico de


Cultura

5. Definição do Conceito Sociológico de Cultura


 O que distingue o Homem dos animais é a necessidade de cultura, a maioria
dos nossos atos resultam da cultura e da sociedade, e não do instinto.
 Assim como o ponto de vista genético torna-se diminuto perante a prática
cultural  Exemplo: as Crianças Selvagens.
 O Homem desenvolveu uma linguagem ora poder comunicar e uma vida
social, não só para a sobrevivência, mas também para a socialização-
estrutura social e cultural.
 Existem duas estruturas fundamentais numa sociedade  Espaço e Tempo.
 Estas são duas dimensões fundamentais para a sociologia, uma vez que
para que possa estudar algo tem sempre que contextualizar o seu objeto no
espaço e no tempo.
 Alguns episódios que são determinados pela cultura e pela sociedade
(nunca esquecendo a vontade do individuo):

Como estão dispostos os alunos na sala de aula


Dimensão do Espaço

Chegada e escolha do lugar na praia


Remete para a

Tom e intensidade de voz


Gesticulação
Necessidade de delimitar o espaço pessoal/Privacidade
Ambiente de elevaor (contacto forçado)
Adaptação a novos contextos (espaço)
Necessidade do espaço físico pessoal/apropiação do espaço
Espaços de lazer públicos

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6. Conceito de Território
 A sociologia foi muito influenciada pelas perspetivas funcionalistas, ou
seja, existiu uma fase onde o estudo do comportamento humano era
influenciado pelo estudo do comportamento animal e vegetal  sociedade
como um organismo vivo.
 O comportamento animal funciona pelo instinto e pela experiência.
 Existe uma associação evidente entre o território e o Homem.
 O aparelho funcional é construído cultural e socialmente, um
comportamento humano relativo aos sentidos dependentes do seu
contexto  um dos fundamentais é o olhar (visão), tornam-se
características marcantes.
 A interação social, não é apenas dada por códigos linguísticos, mas
também é dada por códigos silenciosos, como os cinco sentidos.

7. Eduard T. Hall
 Estudou através do comportamento animal, onde reparou através de
espécies diferentes, as diferentes reservas de espaço físico deixado entre
cada.
 Observou as pessoas na fila do autocarro, o espaço reservado. Reparou
que este varia conforme o contexto sociocultural.
 Conclui, através de uma tipologia de distancia e proximidade, de várias
distâncias:
Distância Íntima  ausência de distância (intimidade
máxima)
Interação Social

Distância Pessoal  “Bolha” de identidade pessoal (espaço


pessoal)
Distância Social  Relações fora do círculo pessoal (mais
frequentes)
Distância Pública  Não existe interação de todo

 A sociologia estudou e analisou as relações de vizinhança/aproximação


de espaços, com base nesta tipologia. E ainda a coexistência de grupos
sociais heterogénicos nos espaços sociais, como ginásio e a biblioteca,

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onde observou as diferentes maneiras de apropriação e de distancia
social com base nas diferentes sociedades.
 A interação pode ser positiva ou não.
 Dentro do mesmo grupo familiar a apropriação também resulta num bom
objeto de estudo onde se observa as diferentes apropriações por parte
dos diferentes elementos.

8. Tempo
 A industrialização foi a origem do tempo como conhecemos hoje.

Social Subsistemas Sociais Subjetivo

Contrução social O tempo é sempre


existem noções O tempo varia
conforme os condicionado pelo
diferentes entre social, interpetação
culturas e subsistemas, como
trabalho e escola subjetiva do objetivo
sociedades do tempo

Objetivo Interpretação

A Socialização: Processos de Transmissão Cultural e


Estruturação da Personalidade Social do Individuo

 A dimensão fundamental da nossa vida é o tempo  o tempo cronológico


(construído social e culturalmente).
 O mesmo acontece com o espaço e os sentidos.
 Os sentidos variam com a cultura, assim como os modos de comunicar,
não só a linguagem, como por exemplo a gesticulação.
 Só existe sociedade por que existe uma noção de cultura.
 A cultura não nasce com os indivíduos, mas é sim aprendida.
 Esta cultura é o que nos distingue dos animais  aprendizagem é
seguramente mais evoluído que o instinto.

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 A cultura construída passa de geração em geração  Processo que se
denomina de socialização.

9. Socialização
 Processos de aprendizagem/transmissão, de um conjunto de regras e
normas, valores, códigos comportamentais, etc.
 Perspetivas de Análise:
o Teorias Funcionalistas  Processo de socialização é um
processo de integração social para evitar desvios
comportamentais.
o Teorias Interacionalistas  O processo é apenas unidirecional,
mas sim bidirecional. A socialização exige interação. Crítica a
funcionalista dizendo que é um processo muito complexo.
 Tipos de Socialização:
o PRIMÁRIA: Socialização que surge em primeiro lugar
(básico/fundamental)  surge na 1ª Infância (1ª Fase)
▪ Fundamental porque é estruturante e, muitas vezes,
determinante;
▪ São os estímulos fundamentais, uma vez que é fundamental
que ocorra assim que o individuo nasça, a fim de poder
começar logo a desenvolver capacidades neuro-motoras.
▪ Segurança Ontológica  sugerida por Giddens, é muito
importante que seja adquirida na primeira infância, para
conferir confiança e alguma previsibilidade.
o SECUNDÁRIA: ocorre logo a seguir à primeira e começa num
contexto escolar. Pode reverter o défice da socialização primária,
quando esta não ocorre de todo ou acontece de maneira precária.
▪ Também acontece em outros contextos ao longo da vida.
▪ Mudança de Contexto de Vida/Social  Os indivíduos são
socializados numa determinada cultura e, depois, ao
migrarem sofrem de novo a socialização secundária exigida
pela nova cultura onde se estão a inserir.  O mesmo
acontece nas mudanças de tipo social.

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 Implica um processo de estrutura de personalidade social.
o Fase de Confiança Social  Segurança Ontológica, é comparável
a uma vacina, para que os indivíduos ficam mais imunes possíveis
aos vírus da sociedade. A previsibilidade também permite diminuir
os riscos das sociedades (A. Giddens).
 Fases da Estrutura da Personalidade Social do Individuo

•Confiança

•Autonomia
Infância
•Iniciativa

•Atividade
2ª Pré-adolescência
•Identidade
Infância Adolescência
•Atividade

•Intimidade
Idade
•Generatividade
Adulta
•Maturidade

 Fases da Socialização
o Socialização na Família
o Socialização Escolar
o Socialização na Idade Adulta
 Agentes da Socialização (Dependendo dos Contextos)
o Família
o Escola
o Grupos Pares
o Meios de Comunicação
o Outros Religião; Associações; Partidos Políticos; etc.
 Hoje em dia, nas sociedades modernas, estas fases da estrutura de
personalidade social do individuo podem apresentar uma ordem
diferentes de categorização.
 Com a modernidade sugiram outros contextos de socialização fortes que
ocorrem diretamente com a família e com a escola, assim como com os
meios de comunicação social exemplo: Morangos com Açúcar.

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10. Socialização Imperfeita

Comportamentos Desviantes
Falta de Integração Social

 Ressocialização
o As sociedades criaram instituições que visam não só a punição dos
comportamentos desviantes, mas também têm o objetivo de
ressocializar  Instituições Totalistas; Instituições Fechadas.

11. Interação
 Cultura  passa de geração em geração através de processos de
socialização.
 Interação Social Relação que se estabelece nos indivíduos através da
qual agem e reagem aos comportamentos uns dos outros.
 Interacionalista Defendem que a sociologia deve ter o seu objeto de
estudo na interação social.
o Nem todas as correntes teóricas deram importância às
interações
Diferentes
Níveis

Macrossociologia Microssociologia

Processo de mudança
Análise dos processos
e transformações,
do quotidiano - análise
processos e sistemas
imediata
sociais.
 “Boa Sociologia”  para entender quer a dimensão macro quer a micro
tem sempre de haver uma compreensão de ambas e não apenas de uma.

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12. E. Goffman
 Através da observação direta, estudou as interações sociais nos hospitais
psiquiátricos.
 Estudou as interações sociais como representações sociais como
representações sociais, faz uma analogia entre as interações e
dramatização teatral.
 Existem espectativas sobre os indivíduos consoante o papel social que
desempenha, sobre os modelos comportamentais.
 As sociedades constituem e constroem modelos comportamentais
através de processos de socialização que gerem as espectativas sobre o
papel social. Concluiu que estas mudam consoante os contextos.
 Goffman, estuda então as interações sociais pelas representações dos
papeis sociais.

13. Identidade
 A identidade é um processo dinâmico que s constrói e se altera ao longo
da vida em função dos próprios contextos de vida.
 Este processo é fundamental nas interações entre as pessoas.
 A nossa identidade é resultado da imagem que o individuo tem de si
próprio e a de que os outros têm dele.
 As representações sociais servem para a construção da imagem que o
individuo quer que o outro tenha de si.
 Destas interações podem resultar situações de integração e exclusão
social, de rotulação e de estigmatização, que por si só podem conduzir à
marginalização e aos desvios.

Estatuto Atribuído Estatuto Alcançado Estatuto Primordial

Biológico e cultural Alcançado pela Imediato na


(herditário); educação, pelo interação; Básico;
Papel Social trabalho e Primeiras
Atribuido comportamentos Impressões

 Para haver interação face a face tem de existir um encontro.

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 Dentro da própria interação existem dois tipos de focalização que leva a
diferentes tipos de interação:
o Focalização (atenção civil)  interação focalizada entre duas ou
mais pessoas (Marcadores de interação/Representações);
o Desfocalização (desatenção civil)  interação indireta, que é
natural (meios urbanos como o elevador e o telemóvel).

14. Interação na Globalização


 Nos contextos onde vivemos, o outro cultural está mais presente nas
migrações, no turismo nas comunicações e tecnologias.
 As interações ocorrem em situações de rotina do quotidiano.
 O turismo torna-se numa quebra de rotina e na oportunidade de consumir
a cultura que se pretende conhecer.
 O desenvolvimento das tecnologias diminuiu o volume de interações cara
a cara, alterando assim a interação social.
 Características Fundamentais da Interação:
o Entendimento Partilhado (troca de olhares de entendimento);
o Vandalismo na Interação (algo não expectável, como piropos);
o Gritos de Resposta (exclamações resultantes da conversa);
o Lapsos de Língua (erro na palavra, que podem servir para o
humor).
 Modelo Dramatúrgico:
o Papel Social
o Gestão de Imagem
o Palco (o que queremos mostrar) / Bastidores (o que somos)
o Frente / Retaguarda

15. Desvio Social


 Não existe sociedade sem cultura, nem cultura sem socialização.
 Um dos objetivos da socialização é a integração. O normal é a existência
de uma coesão social, sem a qual a sociedade não existia.

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 Existem um mínimo de equilíbrio e paridade nas sociedades. Uma
sociedade em conflito não é algo sustentável.
 A cultura dada pela socialização é algo natural, onde aprendemos as
normas vigentes na sociedade onde estamos inseridos e as quais não
questionamos, uma vez que as sociedades têm um controlo social.
 Existem dois tipos de normas:
o Usos  regras que podem não ser cumpridas; modos de vida
considerados aceitáveis; onde existe uma maior tolerância.
o Costumes  Regras básicas e fundamentais para uma sociedade
(como o direito); transmitidos pela socialização; são considerados
invioláveis e, por isso, a sua violação será punida.
 Como tudo o que existe em sociedade é construído culturalmente, quando
em sociologia falamos em normal é necessário relativizar e contextualizar.
 Os sistemas de controlo social, zelam pelo cumprimento dos usos e
costumes; pode ser interno (diretos- autocontrolo; indiretos- em função
dos outros); e pode ser externo (controlo social pela vizinhança; pela
igreja; policia/leis).
 Evitar e reduzir o desvio social é um dos grandes objetivos do controlo
social.
 Desvio Social  são comportamentos desviantes, práticas que não
estão de acordo com as normas vigentes na sociedade, os usos e
costumes que podem ser traduzidos em leis, que quando transgredidas
poder gerar punições.

16. Teorias Fundamentais de Desvio Social


1. Explicação Biológica
2. Explicação Psicológica
3. Explicação Anómica (fases nas sociedades de grande desequilíbrio que
levam ao aumento de situações de anomia, práticas desviantes, como o
crime e até o suicídio)

4. Teoria de R. Merton
a. Conjunto de produção teórica;

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b. Considera que agimos muito com referencia a grupos
socais/indivíduos- o que poder ser positivo, mas também negativo;
c. A sua questão fundamental é que nas sociedades meritocratas
(onde a mobilidade pode ser quer ascendente como descendente),
quando falha o mérito, ou não é atribuído/valorizado, a culpa é do
próprio individuo. Isto leva ao sentimento de frustração pelos quais
se tornam prováveis comportamentos desviantes;
d. A Privação Relativa- nas sociedades residuais é natural que surjam
sentimentos de privação das oportunidades às quais os outros têm
acesso, levando aos desvios sociais. As sociedades estão assim
estruturadas de forma desigual.

5. Justificação do Desvio Social pelas Subculturas


a. Todas as sociedades têm uma cultura dominante, mas depois
dentro dessa cultura existem diferentes subculturas, onde variam
as normas e valores.
b. Quando se tornam divergentes perante as dominantes, podem ser
consideradas práticas desviantes, de desvio social.
c. É com base nesta teoria que a sociologia desenvolve vários
estudos.

6. Rotulagem / Etiquetagem
a. H. Becker e E. Goffman consideravam que existem muitas práticas
que temos muita tendência para classificar, estabelecer rótulos,
que se tornam marcantes para o individuo.

7. Funcionamento do Desvio
a. Consideram que o desvio pode ser funcional.
b. Num contexto comunitário existem apenas uma a dois indivíduos
que funcionam como “botes expiatórios”, que acaba por ser uma
personagem que é alvo de acusações/criticas/humor; atenção da
população local que exerce o equilíbrio da coesão social.
c. Fazem parte da sociedade

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 Estas teorias foram aplicadas em estudos sobre a delinquência juvenil;
doenças mentais; e instituições totais.
 O Desvio na Perspetiva Interacionista
o Para os interacionistas o desvio resulta da interação. O que os
indivíduos classificam como desviante.
o As normas estabelecidas são anteriores ao desvio.
o O desvio torna-se resultado da comunicação e interação.
o Se não existissem normas pré-existentes não havia desvio.
o Importância da análise das interações sociais e da análise no
contexto próprio.
o Em contextos diferentes resultam diferentes categorias de desvios.
 Instituições Totais/ Totalitaristas
o São instituições fechadas, como hospitais psiquiátricos e prisões;
o Nos sistemas sociais existem múltiplas instituições. No decorrer do
dia-a-dia os contextos vão variando com as instituições, onde se
transita de maneira livre.
o Conjunto de práticas das instituições totalitaristas: Hierarquia,
como se fosse possível funcionar fora da sociedade; Rituais que
visam a integração dos indivíduos.
o Adaptação Secundária  adaptação das novas normas e regras
o Procuram reproduzir a ordem de um sistema social.

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U.C.: CULTURA E SOCIEDADE
SOCIOLOGIA| 1º ANO | 1º SEMESTRE
2017-2018

FICHAS DE LEITURA
ANALÍTICA

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Ficha de Leitura Analítica I
Caso “Mães de Bragança”

1. Posição de sociólogo face ao caso em estudo.

O interesse em estudar o fenómeno nacional “Mães de Bragança” deve-se


ao instrumento, poderoso e muito importante, do sociólogo- a imaginação
sociológica. A imaginação sociológica trata-se da capacidade que o sociólogo
tem em tornar casos como este em objetos passiveis de uma análise/estudo
a nível sociológico. É importante, para que este estudo ocorra de forma
empírica, que o sociólogo consiga, como de esperado, colocar de parte todos
e quaisquer pensamentos, preconceitos e opiniões individuais que possam de
alguma forma deturpar a sua visão objetiva durante a análise.
Ao confrontar-se através dos media com este caso, polémico e mediático,
não só a nível nacional, mas também a nível internacional, o sociólogo vê uma
oportunidade de estudo sociológico. Escolheu desenvolve-lo através da
observação direta e participante, o que significa que trabalho e investigou
diretamente no terreno com as personagens principais ouvido todas as partes
que fazem parte deste enredo, com as autointituladas “Mão de Bragança”,
como a “brasileira e ainda os maridos “traidores”.
Foi nestes discursos (verbais e escritos) que se deparou com o primeiro, e
talvez principal, obstáculo epistemológico, o etnocentrismo. No discurso do
conjunto de mulheres (esposas) de Bragança que tomaram a iniciativa e se
juntaram contra as “brasileiras”, uma vez que consideravam que estas
colocavam em perigo a cultura do seu contexto social, o etnocentrismo
encontra-se, quer na generalização de identidades e todos os
comportamentos a todas as mulheres de nacionalidade brasileira com o termo
“brasileiras” para designar as trabalhadoras dos bares de alterne, quer ao
considerarem a cultura portuguesa superior à comparada. Já no discurso do
grupo posto em causa, as marcas do etnocentrismo são visíveis na
designação de “beatas” quando se referem às “Mães de Bragança” e quando
atribuem a procura dos maridos aos bares de alterne ao sentimento de

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necessidade sexual provocado pela não satisfação das mesmas por parte das
mulheres que estão em casa.
Ao longo da sua investigação vão aparecendo mais obstáculos
epistemológicos para além do etnocentrismo, como o próprio saber prático, o
senso comum, e ainda as ideologias presentes no contexto em evidência. O
discurso de senso comum estava presente em todos os discursos e
documentos assinados pelas “Mães de Bragança”, nas suas ideias,
conceções e opiniões que eram aceitas e partilhadas naquele contexto social.
As ideologias apareceram como desvios e deturbações que condicionavam a
perceção da realidade.
Na sua investigação o sociólogo conclui que a ordem social estabelecida e
os fatores que motivaram a mudança conduziram à modernidade. Começou-
se com uma sociedade conservadora e por isso tradicional, sobre o
matrimonio e a sexualidade, sendo o reflexo disto mesmo as mentalidade e
posições das “Mães de Bragança”, e, depois, com a chegada das “brasileiras”
desencaminhou-se o processo de mudança da lógica tradicional, com a
alteração da visão da sociedade perante os mesmos fatores (matrimonio e
sexualidade). Tudo isto foi o motor para construção deste movimento
poderoso que conseguiu lutar e vencer contra a chegada da modernidade e
manter Bragança tradicional.

2. Endógeno e Exógeno

Em 2003, ano da chegada das “brasileiras” a Bragança, a sociedade nesta


cidade era tradicional e conservadora, que, aos olhos de Durkheim, era
dotada de uma solidariedade mecânica. A solidariedade mecânica,
característica de sociedades primitivas/tradicionais, tem em si uma coesão por
semelhança, onde as crenças, os valores e os sentimentos eram comuns a
todos os indivíduos. Neste tipo de sociedade o direito funciona por punição-
pune-se quem transgride a moral coletiva.
Com a chegada deste diferente estilho de vida desencadeou-se um
processo de mudança da lógica tradicional. Como resultado, o investigador
verificou um grande confronto entre o tradicional e o moderno. A presença das

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“brasileira” impunha um sentido de sociedade moderna, que ao contrário das
tradicionais, são dotadas de solidariedade do tipo orgânico. Neste tipo, a
coesão dá-se por interdependência funcional e os principais valores são o
individualismo e diferenciação. Também ao contrário das tradicionais, onde
as relações são principalmente do tipo primário, de maior proximidade, nas
modernas, as relações são maioritariamente secundárias, mais
individualistas.
Além das diferenças nos tipos de solidariedade, algo que também
diferencia estes dois tipos de sociedades, e que tem muito peso neste caso,
é o tipo de controlo social. Os sistemas de controlo social zelam pelo
cumprimento dos usos e costumes. Em meios comunitários onde o controlo
social é mais ativo, como nas sociedades tradicionais, a religião, por exemplo,
tem um peso importante na estrutura social local com valores dominantes.
Ainda em Durkheim, a chegada a Portugal, mais precisamente a Bragança,
das “brasileiras”, que vieram com o objetivo de conseguir uma vida melhor e,
também, melhores condições de trabalho, deu origem a situações de desvio
social, que são comportamentos desviantes, práticas que não estavam de
acordo com as “normas vigentes” daquela sociedade, e ainda a situações de
anomia. Por mexerem com a ordem social e entrarem em confronto com os
valores dominantes, as “brasileiras” foram consideradas fatores exógenos
negativos. Existem ainda fatores endógenos.
Os fatores endógenos têm por base a confiança e o interconhecimento,
característicos das sociedades tradicionais que explicam o fenómeno da
criação do movimento “Mães de Bragança”, uma vez que a ordem familiar foi
interpretada, pelo conjunto de mulheres fundadores, como algo ameaçado.
Por isto, marginalizaram o fator exógeno responsável.

3. Dicotomia Individuo-Sociedade

O tema central deste texto é a sexualidade, na interpretação de ameaça à


ordem norma. O normal era viver a sexualidade apenas no casamento. A
chegada das “brasileiras” veio questionar o modo de viver a sexualidade.

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A dicotomia individuo-sociedade aplica-se neste caso exatamente pelo
tema em discussão. Existe uma componente individual muito forte na
sexualidade, contudo não existe nada mais prescrito na sociedade que esta.
Neste texto o individualismo representa o que o individuo que fazer (livre
arbítrio). Sem nunca esquecer que o individuo é resultado do cruzamento
entre uma vontade própria e os condicionalismos que a sociedade
impõe. Apesar do que o individuo apresente vontade de fazer, existe
sempre o fator opinião/pensamento da sociedade sobre as
atitudes/ações deste. E o caso da sexualidade não é exceção.
Existiam normas estabelecidas na sociedade em estudo de como deve
ser vivida a sexualidade no casamento. Ora o aparecimento das trabalhadoras
de sexo e das casa de alterne provocaram desordem social pelo
comportamento desviante dos maridos que não eram capazes de resistir ao
“feitiços de amor”.
O movimento “Mães de Bragança” gerou uma grande onda de
solidariedade na sociedade, pela falta de lealdade por partes dos maridos
perante as mulheres que os esperavam em casa. No entanto nem tudo foi
bom, para além da ração negativa dos proprietários dos bares de alterne e
das próprias empregadas dos estabelecimentos, o mediatismo foi tanto que
toda a história chegou à revista “Times”, como o artigo “When the meninas
came to town”, ficando Bragança conhecida como o “Bairro de prostituição
Europeu”. Outro efeito desta reportagem foi a maneira como estas mulheres
foram marginalizadas pela sociedade e também a má conotação e reputação
atribuída aos homens que frequentavam tais casas.
Tudo isto permite, então, separar o individual do coletivo. O primeiro trata-
se de ser os pensamentos e as reflexões pessoais, e o segundo, apenas o
pensamento da sociedade sobre o problema em questão.

4. Desigualdade de Papeis Atribuídos na Sociedade

Ao longo de toda a investigação apresentada é notória as desigualdades


de papeis atribuídos pelas sociedades aos dois géneros.
Começando pela vertente primária, a tradicionalista, onde, em primeiro
lugar, basicamente tudo o que é socialmente aceite ao homem é quase na

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sua totalidade recriminado à mulher. Por exemplo, o simples facto se sair à
rua durante a noite sozinha não era de todo algo socialmente aceite à mulher,
por isso para o poder fazer tinha de levar o seu filho, para que este lhe
atribuísse um certo estatuto. Já para o homem, sair durante a noite era o
normal, para poder estar com os seus amigos depois de um dia de trabalho,
só que os seus “amigos”, neste caso, eram as meninas dos bares de alterne.
O papel da mulher neste tipo de sociedade é reduzido às obrigações
domésticas e aos cuidados e educação dos filhos. Por outro lado, cabe ao
homem trabalhar para poder sustentar a nível financeiro a sua família.
As escapadelas para os bares de alterne, que eram escondidas pelas
inúmeras desculpas inventadas pelos maridos, serviram para quês estes
pudessem sair de casa e não ter de lidar com os dramas e responsabilidades
matrimoniais e familiares. Obviamente, este tipo de comportamento trouxe ao
de cima diversas e contrárias opiniões. Havia quem reprovasse por completo
esta atitude, como o caso das “Mãe de Bragança” e a sociedade local no geral.
E, ainda, quem considerasse inteiramente compreensivo, que é o caso das
“brasileiras”. Elas justificavam este comportamento desviante e desleal para
com as mulheres pondo precisamente as culpas nestas. Alegavam que as
“beatas” não eram capazes de satisfazer os seus maridos.
Despois de tanto drama e mediatismo, as casas de alterne acabaram por
ser transferidas para Espanha e, por consequência, a taxa de afluência a este
tipo de casas baixou. Tudo isto gerou o aumento dos problemas domésticos,
que muitas vezes rapidamente evoluíam para violência doméstica. O
resultado desta cadeia de acontecimentos foi o fortalecimento feminino que
deu lugar a uma certa emancipação da mulher, fartas de serem as vitimas, de
abusos domésticos e das desigualdades sociais.

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Ficha de Leitura Analítica II
Estigma

1. Definição de Estigma.
Segundo o autor, a origem da palavra “estigma” está nos gregos, e significa
sinais corporais. Atualmente, ainda quase lhe podemos atribuir o mesmo
significado, só que não tanto aplicado à evidência corporal, mas mais à
desgraça por assim dizer- “O termo estigma, portanto, será usado em
referência a um atributo profundamente depreciativo, mas o que é preciso, na
realidade, é uma linguagem de relações e não de atributos.”, p.13.

Um individuo estigmatizado trata-se, portanto, de alguém que facilmente


poderia ter sido aceite na “relação social quotidiana”, mas tem uma
característica diferente que sobressai face aos seus outros traços, fazendo
com que seja categorizado e que passe a ser classificado como
“estigmatizado” e deixe de ser como “normal”. Por se afastarem
negativamente das espectativas, os “normais” produzem uma teoria/ideologia
para inferiorizar e rotular como perigosos este diferente atributo.

O autor conclui então que um estigma é: “um tipo especial de relação entre
atributo e estereótipo, embora eu proponha a modificação desse conceito, em
parte porque há importantes atributos que, em quase toda a nossa sociedade,
levam ao descrédito.”, p.13.

2. Os três tipos de estigmas.


Goffman apresenta três tipos distintos de estigmas. O primeiro diz referir-
se às “abominações do corpo”, p.14, os estigmas de carácter físico. Englobam
as deformações físicas e na interação são quase sempre imediatamente
visualizados. O tipo que encontrou é de carácter mais individual, que remete
ao estado psíquico do individuo e à sua personalidade, aqui encontramos por
exemplo “distúrbio mental, prisão, vício, alcoolismo, homossexualismo,
desemprego, tentativas de suicídio e comportamento político radical”,

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p.14. Por último, apresenta o estigma tribal, ou grupal. Refere-se à religião,
raça e/ou nação e podem ser passados e contaminar todo o grupo.

3. Estratégias e técnicas no jogo social.


No capitulo em questão, é clara a presença da conduta de análise da
corrente internacionalista- o estudo através das relações, no caso particular,
essencialmente nas situações sociais mistas, entre os “estigmatizados” e os
“normais”.

Perante o assunto da “aceitação”, Goffman procura explorar como é que o


individuo estigmatizado responde ao respeito e consideração que não lhe é
atribuído por conta do estigma que tem em si. A verdade é que quando o
encontro entre pessoas estigmatizadas e normais acontece, de uma maneira
voluntária ou não, o constrangimento, categorização e angustia são sempre
fatores presentes nesses momentos delicados.

Assim, o autor ao longo do capítulo, através de exemplos concretos,


apresenta algumas das estratégias e técnicas desenvolvidas pelos
estigmatizados para encobrir o seu estigma e como, então face aos seus
atributos, participam no jogo social de representação de papeis.

Em primeiro lugar salienta que, em alguns casos, o individuo estigmatizado


pode tentar corrigir de maneira direta ou indireta o que considera a “base
objetiva” do seu defeito. Contudo, isto não é possível para todos os casos. Daí
resultam inúmeras formas de reação por parte deste individuo, como a
vitimização. Ou em contrário, pode apresentar uma postura mais defensiva
(“capa protetora”, p.26) e agressiva, “algumas vezes vacila entre o retraimento
e agressividade”, p.27. Outra situação que pode ser adotada é a atitude “in/ou
group” (nós/vocês). Sobre isto o autor explica: “Grande parte daqueles que
se incluem em determinada categoria de estigma podem-se referir à
totalidade dos membros pelo termo "grupo" ou um equivalente, como
"nós" ou "nossa gente". Da mesma forma, os que estão fora da categoria
podem designar os que estão dentro dela em termos grupais. ”, p.32.
A liderança também acaba por servir de mecanismo no jogo social, onde

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pessoas como “oradores”, pertencentes aos estigmatizados, falam em nome
deles e se tornam “um modelo vivido de uma realização plenamente normal”,
p.34, são os “heróis da adaptação”, p.34. Ainda num registo semelhante, outro
esquema que também pode ser adotado é o da suplantação, através, no caso
apresentado, da profissionalização, onde os lideres rompem com o circulo
fechado onde se encontrava e lida com outros representantes. Por fim, o
refugio, encontrado nos “informados” - “homens marginais diante dos quais
o indivíduo que tem um defeito não precisa se envergonhar nem se
autocontrolar, porque sabe que será considerado como uma pessoa
comum.”, p.37; “a resposta estigmafóbica dos normais neutralizada pela
resposta estigmáfila dos “informados” ”, p.40.

4. Individuo desacreditado e individuo desacreditável.


A discrepância existente entre as identidades social real e a virtual do
individuo, esta pode primeiramente evidentes para os “normais” antes de o
encontro acontecer ou, também, pode-se evidenciar logo no momento em que
este ocorre. Isto define um indivíduo desacreditado. Contudo quando esta
diferença não de imediato notória e os “normais” nem tomam conhecimento
da sua presença estamos perante, não uma pessoa desacreditada, mas sim
desacreditável, “nesse momento é que aparece a segunda possibilidade
fundamental na sua vida”, p.51. a diferença entres estes conceitos está no
que, durantes os “contactos sociais”, acaba por ser manipulado. No primeiro,
individuo desacreditado a manipulação é feita ao nível da “tensão gerada
durante o encontro”, p.51. Já no segundo, pessoa desacreditável, a
manipulação é utilizada a fim de manipular a “informação sobre o seu defeito”,
p.51.

5. Identidade social, identidade social real e identidade social virtual.


Sobre as diferentes identidades que se apresentam no jogo social de
representação de papeis de identidade, Goffman enumera e distingue três:
identidade social; identidade virtual; e identidade real.

Introduz este tópico no primeiro subtema do capitulo- “Noções


Preliminares” - onde refere a categorização estabelecida por parte da
sociedade sob os atributos “comuns e naturais”, p. 12.

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A identidade social remete para previsão da categoria onde o individuo
vai ser colocado pelos “normais” atendendo aos aspetos que sobressaem no
primeiro contacto. A identidade social real engloba a categoria e os atributos
que efetivamente estão presentes e visíveis no individuo. Já a identidade
social virtual trata-se das expectativas, exigências e requerimentos que os
“normais” imputam à pessoa em questão.

Entre a identidade virtual e real do individuo existe uma discrepância


que “estraga a sua identidade social”, p28. Por consequência, acaba por
afastá-lo da sociedade e de si mesmo tornando-o uma pessoa desacreditada
“frente a um mundo não receptivo”, p.28.

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