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Material Teórico
Avaliação financeira de projetos
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Avaliação financeira de projetos
• Introdução
• Recursos Humanos e Comunicações em Projetos
• Gerenciamento de Comunicação
• Gerenciamento de Riscos
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Unidade: Avaliação financeira de projetos
Contextualização
A empresa vista como um sistema aberto possui uma missão, um modelo de gestão, uma
estrutura organizacional, um processo de planejamento e controle, além de um sistema de
informações, todos esses que se inter-relacionam, buscando atingir a eficácia.
Entende-se como modelo de gestão os princípios de administração que influenciarão o
processo decisório, a estrutura organizacional e o sistema de informações.
Uma vez definidos os princípios, a empresa passará a delinear sua estrutura organizacional
coerentemente com seu processo de decisão.
Para avaliar o desempenho dos gestores, acredita-se que a empresa deva ser dividida em
áreas de responsabilidade e essas, de acordo com a necessidade, subdivididas em unidades de
acumulação – centro de custos, resultados e investimentos.
Para dar suporte ao processo decisório a empresa deve estruturar adequadamente o sistema
de informações que a margem de contribuição, preço de transferência e custo de oportunidade.
Dentro desse contexto, enfoca-se a gestão financeira, pois é amplamente entendido que esse é
um aspecto importante e que, se bem conduzido, poderá contribuir para a eficácia gerencial.
Gestão financeira pode ser definida como a gestão dos fluxos monetários derivados da
atividade operacional, em termos de suas respectivas ocorrências no tempo. Entretanto, a qual
não é função exclusiva do gestor da “Área financeira”, mas de todos os gestores das diversas
áreas de responsabilidade.
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Introdução
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Unidade: Avaliação financeira de projetos
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Figura 1 – Processos na gestão de recursos humanos
Esforço
Fase de Fase de Fase de Fase de
Definição Planejamento Execução Finalização
Fase de
controle Tempo
Empreendedores Facilitadores Líder de Times
Tipo de Inovadores Líderes Organizadores Facilitador
Profissional Criativos Técnicos Gerentes Instrutor
Requerido Analíticos Integradores Controladores Finalizador
Planejadores Planejadores Chefes
A figura nos mostra os principais processos envolvidos na gestão dos recursos humanos de
um projeto.
O planejamento de recursos humanos eficaz deve considerar e planejar para a disponibilidade
ou a competição por recursos escassos. As funções do projeto podem ser designadas a
pessoas ou membros da equipe. Essas equipes ou membros da equipe podem ser internos ou
externos à organização executora do projeto. Outros projetos podem estar competindo por
recursos humanos com as mesmas competências ou conjuntos de habilidades. Considerando
esses fatores, os custos, cronogramas, riscos, qualidade e outras áreas do projeto podem ser,
significativamente, afetados.
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Unidade: Avaliação financeira de projetos
Gerenciamento de Comunicação
Conceito
Quantas vezes você já apagou uma mensagem de correio de voz ou um áudio de aplicativo
de celular sem ouvi-la até o fim? Como você gerencia a caixa de e-mail onde recebe sempre
uma quantidade superior de e-mails em relação à que consegue responder?
Quantas vezes o membro de uma equipe deixou de receber uma informação importante
que poderia ter influenciado seu trabalho? Quantas vezes uma informação desatualizada ou
confidencial foi enviada de maneira errada para diversos membros da equipe? Esses são
acontecimentos muito frequentes em projetos e indicam a necessidade de planejar e gerenciar
melhor as comunicações. Pensando em projetos no mundo real, percebe-se que uma quantidade
insuficiente de tempo é dedicada ao planejamento e ao gerenciamento das comunicações.
Em quase todos os estudos, questões relacionadas às comunicações são os problemas mais
frequentes de um gerente de projetos em um projeto. Os gerentes de projetos gastam até 90%
de seu tempo se comunicando. Por isso que a comunicação é uma parte tão importante do
gerenciamento de um projeto. Deve-se planejar, estruturar e controlar nossas mensagens que
são emitidas e distribuídas às partes interessadas.
Importante destacar que comunicação envolve o envio e o recebimento de informações que
possuam significado relevante e útil, ou seja, segundo os autores, as informações precisam
fazer sentido para as pessoas que a recebem para ser considerada significativa.
Desse modo, é possível classificar o processo de comunicação como sendo composto pela
emissão, pelo conteúdo da mensagem, pelo código que apresenta, pelo canal de comunicação,
pelo receptor, pelo ruído e pelo feedback ou realimentação. Para que possamos entender esses
elementos de forma mais ampla e completa, vamos especificar cada um desses elementos:
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Gerenciamento de Processos Comunicacionais
O gerenciamento das comunicações do projeto inclui diversos processos necessários para
o planejamento, distribuição e gerenciamento das informações do projeto. É sabido que os
gerentes de projetos passam a maior parte do tempo se comunicando com os membros da
equipe e, também, com outras partes interessadas do projeto. A comunicação eficaz permite
que as diversas partes interessadas do projeto (com diferenças culturais, organizacionais, de
conhecimento e de interesses) estejam ligadas entre si.
Os processos do gerenciamento das comunicações do projeto podem ser divididos em:
Planejamento das comunicações: processo de desenvolvimento de uma abordagem
apropriada e um plano de comunicações do projeto com base nas necessidades de
informação e requisitos das partes interessadas e nos ativos organizacionais disponíveis.
Gerenciamento das comunicações: processo de criar, coletar, distribuir, armazenar,
recuperar e de disposição final das informações do projeto, de acordo com o plano de
gerenciamento das comunicações.
Controle das comunicações: processo de monitorar e controlar as comunicações
no decorrer de todo o ciclo de vida do projeto para assegurar que as necessidades de
informação das partes interessadas do projeto sejam atendidas.
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Unidade: Avaliação financeira de projetos
Gerenciamento de Riscos
Conceitos
Definições de risco existem diversas, não existe apenas uma única definição para risco, de
forma geral, podemos considerar risco como:
Outra definição:
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Área de Conhecimento de Gerenciamento de Riscos
O gerenciamento de riscos tem como base os processos de planejamento, identificação,
análise, planejamento de respostas e monitoramento e controle de riscos do projeto. O foco
principal, quando falamos de gerenciamento dos riscos, é aumentar os impactos positivos
no projeto, bem como reduzir, o máximo possível, a probabilidade de impactos negativos
acontecerem no projeto.
Uma visão geral dos processos de Gerenciamento dos riscos do projeto é apresentada a seguir:
Planejar o gerenciamento dos riscos: o processo de definição de como conduzir as
atividades de gerenciamento dos riscos de um projeto.
Identificar os riscos: o processo de determinação dos riscos que podem afetar o projeto
e de documentação das suas características.
Realizar a análise qualitativa dos riscos: o processo de priorização de riscos para
análise ou ação posterior por meio da avaliação e combinação de sua probabilidade de
ocorrência e impacto.
Realizar a análise quantitativa dos riscos: o processo de analisar numericamente o
efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais do projeto.
Planejar as respostas aos riscos: o processo de desenvolvimento de opções e ações
para aumentar as oportunidades e reduzir as ameaças aos objetivos do projeto.
Controlar os riscos: o processo de implementar planos de respostas aos riscos,
acompanhar os riscos identificados, monitorar riscos residuais, identificar novos riscos e
avaliar a eficácia do processo de gerenciamento dos riscos durante todo o projeto.
Quando você recebe esse relatório, tem basicamente duas alternativas: a primeira é substituir
as máquinas e equipamentos ultrapassados por outros novos, a segunda alternativa possível
é tentar modernizar a linha de trabalho, sem, contudo, substituir os equipamentos, apenas
modernizando-os.
Você, como executivo, tem duas alternativas bem diferentes, que terão impactos diferentes
e resultados diferentes. Mas, como escolher a melhor alternativa?
Pois é, essa é uma questão rotineira e demonstra que os executivos se deparam com questões
de riscos o tempo todo e precisam decidir o tempo todo sobre o que fazer. Os profissionais que
apresentarem melhor habilidade para decidir sobre questões financeiras de maneira integrada
com os demais departamentos, certamente, serão os melhores remunerados e disputados
pelas empresas de destaque.
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Unidade: Avaliação financeira de projetos
Uma grande decisão errada pode levar toda uma grande organização à falência financeira.
Existem inúmeros exemplos que podem ser citados, dentre eles cito: operadores de corretoras
de valores que fizeram apostas arriscadas e perderam levando bancos à falência.
Atualmente, o acesso ao uso da tecnologia permite a execução de simulações matemáticas
e financeiras para acompanhar a evolução dos dados internos e do mercado externo para
aumentar a chance de escolher, por exemplo, a melhor opção de compra, com o menor preço e
o melhor prazo de pagamento. O horizonte de análise pode ser de curto, médio e longo prazo.
As empresas, quando fazem a análise das opções disponíveis para investimentos, têm
como principais metas:
0,0
-0,3
-1,0
-1,4
-2,0
1T2008
2T2008
3T2008
4T2008
1T2009
2T2009
3T2009
4T2009
1T2010
2T2010
3T2010
4T2010
1T2011
2T2011
3T2011
4T2011
1T2012
2T2012
3T2012
4T2012
1T2013
2T2013
3T2013
4T2013
*2014
* Estimativa
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É possível perceber que a vida de um tomador de decisão não é fácil, certo? Mas, nesse
capítulo, vamos ver quais são os métodos mais usados pelos tomadores de decisão quando
precisam bater o martelo entre uma situação e outras, também, verão quais são as limitações
que cada método apresenta. Os métodos que mostraremos poderão ser aplicados em qualquer
tipo de empresa ou até mesmo nos órgãos governamentais.
Assim sendo, é essencial saber que qualquer que seja a técnica para avaliação dos
investimentos da empresa, serão sempre apenas técnicas e o “expertise” do executivo nunca
deve ser substituído. Outros dados importantes que o tomador de decisão sempre precisa
levar em conta são os objetivos estratégicos da empresa, os aspectos econômicos, políticos
e gerenciais são sempre bastante importantes quando selecionamos os investimentos que a
empresa vai seguir.
A figura, a seguir, mostra os investimentos feitos por algumas áreas de comunicação. Como
vemos, são grandes montantes de dinheiro que resultam em lucros.
Investimento bruto por meio
Investimento bruto por meio
Valores Acumulador (jan.-abr.)
Variação (%) % de Participação
2012 2013
Guias e Listas 78.335.994,82 62.591.447,08 -20,10 0,69
Internet 456.299.705,50 396.635.825,56 -13,08 4,40
Jornal 1.078.789.633,35 1.029.649.942,54 -4,56 11,43
Mídia Exterior 280.202.724,81 308.195.800,57 9,99 3,42
Rádio 357.043.172,23 374.854.224,31 4,99 4,16
Revista 518.000.713,12 451.913.690,36 -12,76 5,02
Televisão 5.821.119.757,35 6.024.849.363,09 3,50 66,87
TV por assinatura 341.192.778,71 336.668.489,27 -1,33 3,74
Cinema 27.449.699,93 24.320.996,39 -11,40 0,27
Total 8.958.434.179,82 9.009.679.779,17 0,57 100,00
Um método que faz a análise de investimentos sempre se baseia nos retornos que eles
proporcionarão aos fluxos de caixa relevantes em associação aos projetos em estudo. Quando
uma empresa constrói esses fluxos de caixa, precisa, em primeiro lugar, obter grandes
quantidades de informações históricas, isso exige projeções de possíveis resultados futuros;
fora isso, eles precisam representar a condição atual do projeto e o futuro que foi planejado.
Dessa forma, é fundamental que você tenha em mente que fluxos de caixa que são mal
elaborados, conduzirão, fatalmente, a decisões desastrosas.
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Unidade: Avaliação financeira de projetos
Já quando falamos do termo incremental, estamos nos referindo a duas situações diferentes:
Situação de base sem um projeto que determina um fluxo de caixa;
Situação criada por um projeto que norteará um segundo fluxo de caixa distinto do fluxo de
caixa base.
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Taxa mínima de atratividade
É função de cada empresa definir qual será a taxa mínima de retorno que aceitarão nas suas
decisões relativas a investimentos. Dentro do meio corporativo, chamamos essa taxa de taxa
mínima de atratividade.
Existem inúmeros métodos e modelos de análise que incluem o cálculo do valor do presente
projeto e isso exigirá da empresa a utilização de uma taxa de desconto; em outras palavras, a
taxa de atratividade empresarial.
O custo das oportunidades pode ser encarado, também, como grau de sacrifício que uma
empresa faz ao fazer uma opção de uma alternativa ao invés de outra, em termos gerais, tudo
aquilo que uma empresa abre mão para conseguir o que deseja.
A figura, a seguir, mostra um cálculo fácil e comum feito nas empresas para definir o nível
mínimo de atratividade que as empresas definem como viável:
Cálculo da TMA – Taxa Mínima de Atratividade
Balanço Patrimonial projetado da Empresa Paulistana
Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa R$1.000,00
Bancos C/C R$3.000,00 Passivo não Circulante
Estoque de Componentes R$28.500,00 Financiamento R$47.000,00
Ativo Permanente
Máquinas e Equiptos R$35.000,00 Capital Social R$35.000,00
Móveis de Escritório R$12.500,00
Outros Ativos Permanentes R$2.000,00
Total do Ativo R$82.000,00 Total P+PL R$82.000,00
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Unidade: Avaliação financeira de projetos
Métodos de Análise
Quando falamos de métodos de análise queremos que você, aluno, conheça quais são
os métodos quantitativos de análise de investimentos mais utilizados no meio corporativo
atualmente. Por isso, vamos analisar, criticamente, um a um para que sua compreensão seja
ampla e possa ser aplicada na empresa em que você trabalha.
As definições são sempre baseadas em um modelo convencional de fluxos de caixa, ou seja,
trata-se de uma única saída de caixa relevante na origem do projeto, seguida de entradas de
caixa proporcionais aos benefícios esperados. Esse conceito pode ser estendido para outras
situações em que existam investimentos adicionais em tempos futuros.
n PMT1
VPL = ∑ - PV
k=l (1+i)
Em que:
PMTk – São os fluxos esperados de entrada de caixa no período k (1 ≤ k ≤ n) , ou
seja, fluxos operacionais líquidos de caixa gerados pelo investimento;
PV – É a saída de caixa (investimento) na origem (t = 0); e
i – É a taxa de atratividade do investimento usada para atualizar o fluxo de caixa.
Pela definição que vimos acima, podemos definir que o VPL poderá ser interpretado como
uma espécie de mediana no valor que está presente na riqueza futura que será gerada pelo
projeto em questão.
Preste atenção em um detalhe: esse método exigirá definições claras das taxas de atratividade,
para que possam ser descontadas dos fluxos de caixa.
O critério de decisão é muito simples e fácil de usar: poderemos aceitar um projeto com
VPL maior ou igual a zero e devemos rejeitar projetos em que o VPL seja negativo. Segue
exemplo:
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Exemplo
VPL ≥ 0
Solução
a) Construa o fluxo de caixa relevante
b) Aplique a fórmula do VPL (NPV):
Nos quadros acima, pudemos visualizar o fluxo de caixa nas colunas à esquerda e
apresentamos um algoritmo para que pudéssemos deixar o trabalho dos cálculos mais fácil
por meio de fatores dos valores presentes.
O projeto deverá ser aceito por esse critério e, também, porque apresenta valor líquido
positivo. Em outras palavras, esse projeto aumenta o patrimônio da empresa.
Algumas observações sobre o VPL são:
Os projetos com VPL maior ou igual a zero devem ser aceitos, rejeitando-se aqueles
com VPL negativo.
O VPL é um indicador capaz de mostrar todo o lucro gerado por um projeto. Um
VPL positivo significa que o estoque (riqueza) da empresa aumentará e o inverso,
também, ocorrerá quando o VPL for negativo.
O modelo pressupõe o reinvestimento automático das entradas de caixas geradas a
uma taxa de juros igual à taxa de atratividade. Esse pressuposto é razoável, pois, em
princípio, pode-se aceitar que as empresas têm a capacidade de gerar projetos de
investimentos com retorno minimamente igual de atratividade.
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Unidade: Avaliação financeira de projetos
A solução dessa equação poderá produzir um resultado para “i”, que será denominado o
valor do TIR. Podemos dizer que essa taxa representa o total da rentabilidade relativa (forma
de percentual de unidades), de um dado projeto de investimento e deverá ser comparada com
a taxa de atividade da empresa.
Dessa forma, se a TIR superar a taxa mínima de atratividade, o investimento deverá ser
classificado como economicamente viável e atraente. Caso contrário, recomendamos que o
projeto seja rejeitado. Vejamos, na equação abaixo, o critério de decisão:
Exemplo
Uma organização fez um desembolso inicial de R$3.000,00 esperando receber R$700,00
ao final de um ano, R$900,00 ao final de dois anos, R$1.400,00 ao final de três anos
e R$1.700,00 ao final de quatro anos. Determine a taxa interna de retorno. A taxa de
atratividade é de 10 aa.
Solução
Aplique a fórmula e utilize a calculadora financeira e/ou a planilha eletrônica para chegar
a seguinte equação:
700 900 1.400 1.700
+ + + -3.000 = 0
(1+i) (1+i)2 (1+i)3 (1+i) 4
1
Cuja solução é:
TIR = 17,5363% aa.
Como a taxa mínima de atratividade é 10% aa, o projeto seria aceito porque o seu retorno
supera essa taxa.
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O modelo matemático adotado para o cálculo da TIR, apesar de muito conhecido e intuitivo,
apresenta alguns contras, como os que mostraremos a seguir:
Custo Benefício
O que nós
adquirimos (retorno)
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Unidade: Avaliação financeira de projetos
Material Complementar
Livros:
LEONE, George. Custos: planejamento, implantação e controle. São Paulo:
Atlas, 2000.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
SAKURAI, Michiharu. Gerenciamento integrado de custos. São Paulo: Atlas, 1997
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Referências
BIERMAN JUNIOR, H.; SMIDT, S. The capital budgeting decision. 4. ed. [S.l.]: McMillan, [19--?].
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Unidade: Avaliação financeira de projetos
Anotações
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