Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Revisão
Débora Ratton
Capa
Laura Machado
Copydesk
Patrícia Trigo
Diagramação
Mylene Ferreira
1ª edição Livro digital
Selo Segredo Amanda Sampaio
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos
são produto da imaginação do autor. Qualquer semelhança com nomes, datas e
acontecimentos reais fez parte do intuito de ambientar e dar veracidade a história.
Sumário
Dedicatória
Sinopse
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte e um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e quatro
Vinte e cinco
Vinte e seis
Vinte e sete
Vinte e oito
Vinte e nove
Trinta
Trinta e um
Trinta e dois
Trinta e três
Trinta e quatro
Trinta e cinco
Trinta e seis
Trinta e sete
Trinta e oito
Trinta e nove
Quarenta
Quarenta e um
Quarenta e dois
Quarenta e três
Quarenta e quatro
Quarenta e cinco
Dedicatória
Dedico este livro a quem crê veementemente que até no coração mais
gelado pode existir uma faísca de amor.
Sinopse
Damon Lins é o solteiro mais cobiçado de Seattle. Lindo e com uma família abastada, dona
de uma rede de concessionárias de carros de alto padrão, ele atrai para si todos os
holofotes, por conquistar diversos prêmios nos designers que cria para os clientes
exclusivos. Todo esse sucesso só alimenta o perfil arrogante e frio do empresário.
Thayla Walther é uma garçonete que luta para fazer o salário cobrir as despesas básicas
de casa e pagar os remédios de sua mãe. Endividada até o último fio de cabelo, se vê
ainda mais perdida quando uma amiga a leva para uma noitada, que termina em uma
grande confusão, com um prejuízo financeiro que ela não poderia bancar.
Mas o destino deixa claro que não cruzou o caminho desses dois à toa. Disposto a fazer de
tudo para ocupar a cadeira da presidência da empresa familiar, o empresário decide fazer
uma proposta irrecusável para Thayla.
Desesperada e sem encontrar uma saída para seus problemas, a garota aceita o acordo. O
problema agora será cumprir todas as regras estipuladas, principalmente quando Damon é
uma tentação...
— Uau, você está linda. Vai pegar vários na boate — Katy fala
empolgada.
— Larga de palhaçada e vamos. — Reviro os olhos, não sei
aceitar bem elogios.
— Mal-educada — retruca.
Ela liga o carro e vamos para a tal boate. Ao chegarmos à
porta, observo que está muito lotada.
— Katy, não me diga que vamos enfrentar essa fila toda para
entrar? — pergunto vendo a quantidade de pessoas esperando na
fila.
— Relaxa aí, querida, tenho meus contatos. — Pisca para mim.
— Hum, sei.
Ao tentar estacionar o carro, Katy acaba batendo na traseira de
um Jaguar preto, amassando o para-choque. Olho para ela
apavorada, nem se fôssemos traficadas e vendidas juntas,
pagaríamos o conserto.
— Meu Jesus, e agora? — ela fala com as mãos na cabeça, os
olhos parecem que a qualquer momento sairão da órbita.
— E agora? E agora que você bateu no carro dos outros. Um
carro que custa uma fortuna, e dinheiro do conserto nem eu e nem
você temos, LOUCA — berro.
Ela sai da vaga e estaciona em uma mais longe.
— Não vi, não sei. — Ela passa a mão na boca como se
estivesse fechando um zíper e atira a chave imaginária bem longe.
— Caramba, Katherine, você é uma enrascada. Ainda bem que
não sou eu no volante. — Balanço a cabeça negativamente.
Saímos do carro e vamos para a parte dos fundos da boate,
onde dois homens mais parecidos com armários vestidos de terno
estão parados, na porta. Katy vai até lá rebolando e começa a
conversar com eles. Depois de alguns segundos, olha para trás e
me chama sorrindo. É... pelo jeito funcionou!
Passo pelas portas e já posso ouvir o som abafado, as luzes
dançando fazem com que o lugar fique mais receptivo. Entramos no
salão principal e a música nos atinge, Katy se balança ao ritmo da
batida.
— Vamos beber, é por conta do grandão lá fora — grita por
cima da música, me dando uma pulseira de identificação.
— Duas vodcas, por favor — peço ao barman, ao chegarmos
ao balcão.
Observo o movimento e algumas mulheres indo até o chão
desavergonhadamente.
O rapaz nos entrega as bebidas, brindamos e tomamos em um
só gole todo o líquido. Minha garganta queima, sendo impossível
não fazer careta. Olho para Katy sorrindo.
— Dois gins! — ela grita para o homem detrás do balcão.
Mensagem: On
Ali:
Oie, Thay, saudadeees! Vamos sair na sexta, não é?
Oi, Ali, também estou com saudades, não estou com ânimo
para sair.
Mensagem: Off
Sei não, Alice parece atrair encrenca tanto quanto eu. Olho as
horas e vejo que já posso ir embora, pego minhas coisas antes de
me despedir de Ana e vou embora. Chego em casa e o cheiro de
comida exala pelo ambiente.
— Mãe? Eu não disse que eu iria fazer o almoço? Era para a
senhora estar descansando. Para de ser teimosa.
— Oi para você, eu estou doente, não morta. Ainda posso fazer
uma comida. E eu te disse que não quero você na minha cozinha.
Não quero morrer antes da hora, muito menos queimada — diz
séria, mas depois sorri.
— Que horror, mãe, acho que os remédios estão afetando sua
cabeça. De onde tirou esse absurdo? — digo tentando soar séria.
— Eu vou te mostrar a louca quando der com os cinco dedos na
sua bunda. Estou em perfeito estado de juízo. — Ela me aponta o
dedo e balança. — E já pro banho.
— Ok, dona Joana. — Levanto as mãos em rendição e saio
rindo.
O restante dos dias se passa lentamente. Durante o meu tempo
livre eu estou procurando por outro trabalho, deixando currículo em
lugares e procurando na internet por algo, mas tudo parece
complicado, e as pessoas parecem relutantes em me contratar.
São 20h47, estou vestida com um tubinho vermelho. Ninguém
diria, mas eu mesma fiz o modelo. Sei que a cor é clichê, mas era a
única em promoção quando fui comprar o tecido. Como é para estar
"provocante", este é a única opção, já que deixa as minhas costas à
mostra e o franzido no bumbum dá a impressão de ser maior.
O vestido exige uma maquiagem mais marcante, então
caprichei. Atraente poderia ser um sinônimo meu esta noite, meu
reflexo no espelho afirma.
Meu celular vibra com a mensagem de Alice dizendo que já
está lá embaixo. Pego minha bolsa, passo mais um pouco de
perfume e me despeço de minha mãe, descendo logo em seguida.
Do lado de fora avisto três carros luxuosos, dois Lamborghinis,
um vermelho metalizado, o outro preto com alguns detalhes
dourados; o terceiro carro é um Audi Q7 também preto. Todos os
três são lindos, mas a questão é, por que três carros?
O carro vermelho começa a buzinar para mim e vejo Alice me
chamando; ando até ela e sorrio.
Abro a porta e ocupo o meu lugar no carona.
— Nossa, você está linda — ela elogia.
Olho para minha amiga, que está com um vestido preto
decotado além de uma fenda generosa na perna. O corpo dela é de
dar inveja.
— Você está uma gata. — Sorrio enquanto ela olha para mim e
dá uma piscadela. — Por que há dois carros lá atrás? — pergunto
curiosa.
— Esqueci de falar, meu irmão veio também e os seguranças
dele — ela fala e revira os olhos.
— É o quê? — quase grito.
— É, eu sei, um saco. Mas ele é cauteloso, só anda com esses
pitbulls do lado — fala dando partida.
— Por que seu irmão vai? E para onde estamos indo?
— Ele não gosta muito de sair comigo, mas o dono do
estabelecimento é amigo dele e nos convidou para a inauguração
de uma de suas boates.
— Ai, meu Deus. Boate? Boate não! Da última vez que fui a
uma, não prestou.
— Só relaxa, Thay. Vamos curtir, que a noite é nossa.
— E eu só quero que você preste atenção na estrada — digo já
nervosa.
“Espero que ele fique bem longe de mim e que eu não arranje
nenhum problema.”
Deus, eu nunca te pedi nada. Olho para o céu suplicando, eu
até podia ouvi-lo dizer que minha lista já era enorme para quem
nunca pediu nada.
Desço do carro na porta da boate, que tem a fachada preta e
azul. O carro de Damon para atrás do nosso, enquanto os
seguranças dele já estão a postos, em seus devidos lugares.
É difícil não olhar para os Lamborghinis e não os admirar. Acho
fofo o fato de os irmãos terem carros exatamente iguais, mudando
apenas a cor. Pessoas normais vestem roupas iguais, fazem
penteados iguais... coisas desse tipo, mas não automóveis de luxo
iguais! Isso só podia ser coisa de rico.
Damon desce do carro tomando toda minha atenção para ele.
Não posso deixar de reparar em quão bonito ele está, vestindo uma
camisa branca com alguns botões abertos, mostrando um pouco do
peitoral, blazer preto, calça jeans e sapatos também pretos. Seus
cabelos estão penteados para trás e sua barba bem-desenhada só
mostra ainda mais os traços bonitos que há em seu rosto. Ele passa
os olhos pelo local, pairando-os sobre mim, analisando todo o meu
corpo. Quando seus olhos se encontram com os meus, fico
vermelha, ao ser pega olhando para ele.
Tento disfarçar, mas acabo focando em minhas mãos.
— Vamos, Thay. — Alice sai me puxando.
Os seguranças de Damon trocam algumas palavras com os
seguranças da boate, que liberam nossa entrada e nos guiam por
entre as pessoas. Olho para trás, vendo Damon vir com seus
seguranças.
— Ali, seu irmão vai passar a noite inteira com esses
seguranças do lado? — pergunto com a sobrancelha arqueada.
— Damon tem um sério problema em confiar nas pessoas,
então sim, ele vai passar a noite toda com eles do lado — ela diz
revirando os olhos.
— Mas por que toda essa segurança? Ele nem é tão importante
assim. — Que patético.
— Acho que você não andou pesquisando muito. Sério que não
sabe quem é Damon Lins? — Ela para e fica me olhando.
— E eu deveria? — Dou de ombros.
— Como assim? — Ela ri, voltando a andar. — Nossa família é
dona de uma rede de concessionárias de carros, Damon fica
responsável pelos designers e personalizações, ele é muito
procurado, já ganhou diversos prêmios, sem falar nos outros
empreendimentos dele. — Analiso o que ela diz, mas resolvo não
falar nada.
Subimos as escadas em direção a uma porta guardada por um
segurança. O rapaz abre a porta para passarmos e entramos em um
camarote reservado.
O espaço é grande, de paredes cinza, com sofás acolchoados
na cor branca. Ao lado, uma mesa com diversas comidas e um bar
exclusivamente nosso, com um barman que está pronto para nos
servir.
O desespero bate quando penso que ficaremos apenas eu,
Alice e o Sr. Ranzinza aqui.
Será complicado, muito complicado, ficar perto dele.
O som já estava a todo vapor. Ando até a sacada do camarote,
vendo o pessoal lá embaixo sacudindo o corpo no ritmo agitado da
música. Sinto uma mão em meu ombro e me viro para olhar.
— Toma, peguei para a gente — Alice fala.
— O que é isso? — pergunto olhando para a bebida azul, em
que sai fumaça.
— Só bebe, é uma delícia. — Dá risada.
Dou um gole e realmente é bom, tem um gosto de tutti frutti.
— Nossa, que gostoso.
— Eu disse. Se prepara que daqui a pouco vamos descer. —
Ela dá um sorriso malicioso e aponta para a pista.
— Certo. — Sorrio de volta.
Volto para o centro do camarote e pego alguns petiscos que
estão na mesa. Damon está sentado no sofá com um copo de
whisky em mãos, enquanto fala ao telefone. A conversa parece
estar ótima, pois sorri.
Com quem ele está falando? Érika? Será que voltaram?
Tomo tudo o que estava no meu copo e vou em busca de mais.
O barman me entrega um copo com a mesma bebida de antes.
Tomo um pouco e fico observando Alice cumprimentar as três
pessoas que entram no camarote. Pelo menos não ficaremos
sozinhos.
Os homens são morenos, quase da mesma altura, cabelos
pretos. São semelhantes demais, mas um tem olhos castanho-
claros, e o outro, olhos negros. Talvez sejam irmãos. Eles seguem
em direção a Damon. A mulher é muito bonita, tem o corpo
escultural. Sua pele negra combina com os cabelos escuros e
cacheados, os olhos amendoados chamam atenção. Bate papo
amistosamente enquanto Alice olha para mim e me chama com um
sinal.
— Thay, quero te apresentar Jessica, uma colega minha de
passarela.
— Prazer, sou Thayla. — Sorrio apertando sua mão.
Nunca fui boa em apresentações.
Jessica é ainda mais linda de perto, ela veste uma calça jeans
rasgada, salto alto, uma blusinha curta que deixa sua barriga à
mostra.
— Uau, amei seu vestido — diz me olhando dos pés à cabeça.
— Obrigada. — Sorrio.
— Vamos para a pista? — Alice fala fazendo uma dancinha
sensual.
— Vamos aproveitar que os meninos estão distraídos —
Jessica fala olhando para eles, que conversam animadamente.
Seguimos direto para a pista onde as pessoas dançam feito
loucas.
Entramos em sintonia com elas, mas o toque da próxima
música deixa Alice alvoroçada, dizendo que é a sua favorita.
— Não sabia que gostava de música latina — digo gritando,
para que ela me ouça.
— São as melhores — grita de volta.
Provavelmente aquela era a música favorita da maioria, porque
ficou claro o aumento na animação.
Onze
Quando a música acaba, eu já estou com os cabelos grudando
no rosto. Prendo-os em um coque no alto da cabeça, deixando as
argolas, que antes estavam escondidas, à mostra.
Outra melodia começa a tocar e volto a dançar animadamente.
Apesar de não conseguir fazer muito, dançar é uma das minhas
grandes paixões, junto a desenhar. Eu gosto muito de moda e amo
rabiscar modelitos. Tenho um portfólio inteiro apenas de roupas,
sem falar que tenho um apreço pela costura, com a falta de grana o
jeito é fazer eu mesma as minhas roupas. Até já pensei em, um dia,
quem sabe, ser uma estilista...
Seguimos o embalo das músicas conhecidas, mas, quando
começa a tocar uma que eu não reconheço, diminuo os movimentos
sentindo o ritmo envolvente. As primeiras batidas fazem com que
todo o meu corpo se arrepie.
Olho de relance para o camarote em que estávamos e encontro
Damon com os braços apoiados na sacada, segurando seu copo de
whisky. Ele está sem o blazer e olha para as pessoas que dançam
na pista.
Posso ver que dos seus lábios sai a letra da música que está
tocando. Me surpreendo por ele gostar.
— "Podemos começar?” — ele canta. — “Eu só quero te levar,
deveríamos sair dessa festa. E ir para algum lugar em que fiquemos
sem roupa e eu possa ver seu corpo.” — Ele passa o dedo sobre os
lábios devagar, e me pego hipnotizada pela cena, imaginando-o
cantando ao meu ouvido. — “Quantas doses eu preciso beber para
poder te ter sozinha, baby? É uma benção você ter vindo, então
quando você vir... Você já sabe o que tenho em mente e nós não
perderemos tempo.” — Um sorriso malicioso brota em seus lábios, é
como se soubesse que eu estou olhando, pois, na sequência, ele
me encara.
Não sei explicar como, mas neste momento consigo encará-lo
na mesma intensidade. Mas o destino sempre tem que me
atrapalhar, não é mesmo? Alguém mais desastrado que eu bate em
mim, me levando ao chão.
— Nossa, desculpa. Esses caras são uns idiotas — ele diz me
ajudando a levantar.
Olho para o camarote e ele já não está mais lá. Passo a mão no
meu vestido tirando qualquer resquício de sujeira.
— Não tem problema. — Sorrio.
O rapaz é bem simpático.
— Sou Pedro. — Ele estende a mão para mim.
— Prazer, Thayla. — Aperto sua mão.
— Vem, vou te pagar uma bebida como pedido de desculpas.
— Ele sorri.
— Não precisa, obrigada. — Sorrio amarelo.
— Vamos lá. — Ele revira os olhos.
Vejo as meninas se divertindo e fazendo sinal positivo para
mim.
— Tudo bem. — Eu me dou por vencida e vou até o balcão.
Ele pede duas doses de vodca. Brindamos e viramos de uma
vez. Varro os olhos pelo local e vejo o que não queria. Damon está
conversando com uma moça, sua mão pousa na cintura dela, e ela,
em toda oportunidade que tem, toca nele.
— Barman, quatro vodcas, por favor — peço e Pedro arregala
os olhos. — Vamos ver quem acaba com tudo primeiro. — Sorrio e
toco em seu braço demorando as mãos ali.
É infantil, eu sei, mas quero mostrar ao Sr. Ranzinza que eu
também posso pegar alguém, o que é patético demais, porque ele
pouco se importaria com isso.
O barman põe dois copinhos de vodca para mim e mais dois
para Pedro.
— Já que você quer... Só não chora na hora em que perder —
ele fala e dá risada.
— Veremos.
— Vamos no três! Um, dois, três...
Viro minha primeira dose, depois a segunda, meus olhos
lacrimejam por causa da ardência na garganta.
— Acabei primeiro — grito em comemoração. Mas olho para
Pedro, e ele já tinha acabado segundos antes que eu. — Poxa,
assim não vale. — Faço bico e me levanto do banquinho me
sentindo um pouco zonza.
Acho que bebi demais.
— Claro que vale. — Ele sorri largo por ser vitorioso.
— Não dá nem para brincar. — Dou um beijo no canto de seus
lábios. — Já que ganhou, um beijo como recompensa. — Dou de
ombros.
— Quer dançar? — ele pergunta.
— Claro.
Eu já perdi as meninas de vista faz bastante tempo. Então
começo a dançar no lugar que parece mais vazio, e Pedro me
acompanha.
Olho disfarçadamente para onde Sr. Ranzinza estava e o vejo
aos beijos com a menina com que estava conversando. Sinto a raiva
crescer em mim e fico me perguntando o porquê. Me aproximo de
Pedro e o beijo pegando-o desprevenido. Por que não aproveitar um
cara gato como este, em vez de ficar com uma raiva infundada? O
beijo dele é bom e quente. Abro os olhos e vejo que Damon, apesar
de ainda estar com a garota na sua frente, tem os olhos em mim.
Continuo o beijo e ao terminar olho para ele, dou um breve aceno.
Será que eu estou sendo abusada demais? Ele arqueia a
sobrancelha e depois volta a atenção para a mulher com que
conversava.
A música de Beyoncé invade os meus ouvidos e a vontade de
dançar aumenta ainda mais.
— Meu Deus, preciso dançar essa música — grito eufórica.
Puxo Pedro para a frente de um pequeno palco perto da pista e
encontro Alice com Jessica. — Meninas? — volto a gritar.
— Nossa você sumiu, onde estava? — Alice pergunta.
— Estava ali atrás com ele. — Aponto para Pedro. — Vou
dançar.
Vou para cima do pequeno palco, deixando as batidas lentas e
sexy da música envolverem meu ritmo. Como não se sentir sensual
dançando uma música dessas? O álcool me ajuda a ser leve e
ousada, então uso e abuso disso.
Passo a mão pelo meu corpo e me viro de costas para a minha
"plateia". Desço a mão por minha perna inclinando o quadril para a
frente, subindo devagar e repetindo o movimento na outra perna.
Passo a mão pelo cabelo e rebolo devagar, as pessoas começam a
se aglomerar em volta do palco, gritando e assobiando. Seguro o
cano de pole dance, que está no meio do palco, e ando em sua
volta sensualizando o máximo que consigo. Paro de costas para o
pessoal e de frente para o pole, agarro a perna direita nele e jogo a
cabeça para trás. Me solto ficando em pé novamente, procuro com
os olhos a pessoa de quem eu queria mesmo chamar atenção.
Ele está encostado na parede, de pernas cruzadas e mãos nos
bolsos, seus olhos fixos em mim, exala luxúria. Volto a escorregar
as mãos pelo corpo e, quando chegam no meu bumbum, bato de
leve, rebolando para um lado e depois para o outro. Faço mais
alguns passos iguais aos do videoclipe e dou graças a Deus por ter
assistido a ele diversas vezes.
A música por fim acaba e as pessoas gritam. Pedro, que está
boquiaberto, me ajuda a descer do palco.
— Uau, você dança muito bem — ele fala.
— Obrigada. — Sorrio.
Ele se aproxima de mim e me beija, apertando minha bunda.
Ouço alguém pigarrear atrás de nós dois. Viro-me e vejo
Damon de braços cruzados.
— Vamos embora — ele fala frio e autoritário.
— Você está com ele? — Pedro pergunta. — Mas é claro,
agora me lembro de você. É a menina que saiu nos sites. — Reviro
os olhos.
— Não vou embora com você, vou com Alice — respondo a ele.
— Alice passou mal, não está aqui. E como sempre fico
encarregado de ser sua babá — ele fala bravo. — Não me faça
perder a paciência, vamos.
— Está mal-humorado assim por quê? Apesar de estar sempre
com essa cara de quem comeu e não gostou — falo com desdém.
— Talvez, mas só talvez, seja porque não gosto nem um pouco
de você. — Ele me encara.
— Ok, já chega! Já disse, não vou com você. — Viro-me para o
lado, puxando Pedro.
Ouço-o suspirar alto, tudo acontece muito rápido e só percebo
quando estou no alto das costas largas do Sr. Ranzinza.
— Me larga, seu idiota — grito batendo em suas costas.
— Se não ficar quieta, vou ser obrigado a bater na sua bunda.
— Me põe no chão. Agora — digo me debatendo.
— Ei, solta ela — ouço Pedro gritar.
— Para seu bem, cai fora — Damon fala e posso vê-lo fazer um
movimento com a mão e os seguranças dele nos rodeiam
impedindo qualquer um de se aproximar de nós.
— Mas que saco, me desce daqui — exijo me esperneando.
Sinto o estalo ardido e quente em minha bunda me fazendo
gemer de dor, mas ao mesmo tempo causa uma leve excitação
senti-lo me tocar.
— Já falei, não vou repetir. Deixa de ser criança, garota — ele
rosna e eu fico quieta, sentindo o seu perfume forte e amadeirado.
Doze
Damon Lins
Thayla Walther
Contrato Particular
1— Do Contrato
1.1 É objeto deste contrato o casamento a ser realizado entre
as partes, em data a ser definida pelo Contratante.
1.2 A Contratada concorda que todos os atos praticados, bem
como a existência deste contrato, serão confidenciais.
2-Termos fundamentais
4-Remuneração
5-Vigência
6-Condições Finais
________________________
Damon Lins
(Contratante)
________________________
Thayla Walther
(Contratada)
Vinte e dois
Depois de ler o contrato diversas vezes, fico me perguntando
que merda realmente eu estou fazendo da minha vida. Como assim
eu não poderei me relacionar com ninguém? Nem ao menos com
ele? Não que isso vá mudar em alguma coisa, até porque nunca tive
nada sério com ninguém, não seria diferente agora, seria?
É uma puta de uma sacanagem eu ter um "marido" desses em
casa e não poder usufruir dele. Mas o que eu estou pensando?
Afasto esses pensamentos da minha mente e me levanto para
procurá-lo.
— Já terminei — aviso quando o encontro fumando no jardim
de inverno.
Ele apaga o cigarro e segue junto comigo para o escritório.
— Tem algum objeção em relação ao contrato? — pergunta
com as mãos nos bolsos.
— Sim, algumas.
— Tudo bem. — Ele se senta e continua. — Pode falar.
— Não vou morar aqui com você — digo.
— Como não? As pessoas precisam acreditar que realmente
estamos casados.
— Não posso deixar minha mãe só.
— Sua mãe não ficará só. — Bufa. — Ela irá para a clínica mais
indicada pelos médicos, para que tenha o tratamento mais completo
possível. Sendo assim, você vai morar aqui. Mais alguma objeção?
— Sim. Nos termos fundamentais, o apêndice 2.4 diz que não
teremos nenhum vínculo e no 3.1 diz que eu não devo me relacionar
com ninguém.
— O que quer? Que tenhamos algo? — ele pergunta com a
sobrancelha arqueada, essa mania me irrita.
— O quê? Não. Quero dizer que eu não aceito. Lhe darei duas
opções... — Ele dá risada e meneia a cabeça para que eu continue.
— Vamos ter direitos iguais. Se você vai se relacionar com outras
mulheres, eu também poderei me relacionar com outros homens,
mas, se eu não puder, você também não. E teremos fidelidade um
com o outro. Mesmo que isso seja uma grande mentira, ao menos
respeito vamos ter. Você que escolhe.
— Como é?
— É isso mesmo o que você ouviu — mantenho minha decisão.
— Sou homem, tenho vontades. Além do que, eu preciso zelar
por minha imagem, pense numa matéria dizendo que minha
"esposa" estava saindo com outro — ele fala um tanto alterado.
— E você acha que, só porque eu sou mulher, não tenho
vontades e desejos? Agora pense, e se sair matéria de que "meu
marido" está me traindo? — pergunto tomando coragem. —
Podemos ter casos às escondidas, mas isso quem decide é você. —
Sorrio irônica.
— Tudo bem. — Ele me devolve o mesmo sorriso. — Então
nem eu, nem você.
— Quer dizer que não ficaremos com ninguém? — pergunto um
tanto decepcionada.
— Ora, gato preto, não era isso o que queria? — Não sei ao
certo se era, mas com certeza não queria ser a corna mais famosa
da cidade.
— Do que me chamou? — desconverso.
— Ô sim... Te chamei de gato preto. Mais alguma objeção?
— Por quê? Sou azarada demais? — Tento entender o motivo
do apelido, apesar de não achar que eles de fato são um sinal de
azar. — Creio que não — respondo a sua pergunta.
— Isso são só superstições, não acredito nisso. — Damon faz
as alterações do contrato no computador e imprime.
Leio tudo de novo e quando termino ele me estende a caneta.
Pego com as mãos trêmulas, respiro algumas vezes e por fim
assino, agora é para valer.
— Como vamos fazer isso? — pergunto.
— Uma pessoa cuidará de nossa vida social, ela saberá da
verdade sobre o casamento por conveniência e vai nos ajudar em
relação a isso. E você já pode começar falando com as pessoas de
seu convívio sobre mim. — Ele dá um sorriso sacana.
Reviro os olhos.
— Você fará o mesmo? — pergunto.
— Nunca fui de falar nada a ninguém, não seria agora. Apenas
deixo as pessoas perceberem quando eu quero.
— Ok, então. — Dou de ombros.
— Vamos deixar as coisas rolarem um pouco e as pessoas
perceberem, depois falamos que já estávamos juntos há um tempo
e que agora decidimos nos casar — ele fala.
Alice não vai acreditar nisso.
— Tudo bem, concordo com isso.
— John irá levá-la para casa, quando eu voltar de viagem
iremos conversar melhor, futura esposa. — Ele me olha cínico e sai
me deixando sozinha no escritório.
Sigo para a frente da casa e encontro John me esperando.
— Bom dia, senhorita — fala sorridente.
— Bom dia, John — retribuo. — Quando Alice volta?
— Agora à tarde. Ela foi para um evento de moda em Paris —
fala enquanto entro no carro, ele dá a volta e assume seu lugar.
— Nossa, que chique... Você que vai buscá-la? Queria muito
vê-la.
— Sim. A senhorita poderia ir junto.
— Sério? Então eu vou. — Sorrio.
Depois de combinarmos e eu já estar em casa, minha mãe
começa a me questionar sobre Damon e sou obrigada a começar a
mentir.
— Ele é bem bonito, o que é seu?
— Um amigo.
— Amigo, Thayla? Você está mentindo para mim — ela fala me
analisando.
Sim, eu estou, ele nem meu amigo é.
— Eu não sei, mãe, o que realmente somos — digo.
— Então está acontecendo algo entre vocês? — ela pergunta
com os olhos brilhando.
Nunca fui de realmente levar a sério namoro, já fiquei com
alguns caras, mas nada de realmente namorar, a maioria deles só
quer sexo e na verdade nunca houve química com eles para que eu
quisesse algo a mais, ninguém nunca me fez perder o juízo para
que isso acontecesse.
— Sim... — Realmente está acontecendo algo, mas não da
forma que ela está pensando.
— Deus ouviu as minhas orações. — Ela põe as mãos para
cima.
— Credo, mãe. — Eu estou tão necessitada assim?
— Por que não me apresentou a ele direito?
— Porque não era o momento, vou tomar um banho. — Saio
praticamente correndo da sala.
Vou direto para o banheiro, ao sair escolho um vestido branco
florido, arrumo os cabelos e me deito na cama, voltando à leitura de
O morro dos ventos uivantes.
Minha mãe entra em meu quarto tirando minha concentração da
trama trágica do livro.
— Aquele homem que trouxe o vestido pediu para avisá-la que
está lá embaixo te esperando.
— Certo, obrigada. Estou indo ao aeroporto buscar Alice.
Levanto, calçando os sapatos e pegando a bolsa. Dou um
abraço apertado em minha mãe, indo encontrar John, que está com
um sorriso largo nos lábios.
— Vamos, Srta. Thayla?!
— Vamos. — Sorrio.
Entro no carro e seguimos ao encontro de Alice.
No caminho penso em como contar a Ali sobre mim e o irmão
dela. Não faço ideia de como todos irão reagir ao saber desse
casamento.
— Chegamos — ele anuncia depois de estacionar próximo à
pista de pouso, o jatinho particular acaba de aterrissar, em poucos
segundos lá está ela.
— Não sabia que viria também — ela grita quando me vê no
carro.
— Fiz questão de vir quando soube que estava chegando.
John desce e abre a porta. Ela entra no carro enquanto o
motorista acomoda a bagagem na mala do carro.
— Mas e aí? Como foi o desfile?
— Foi maravilhoso, tirando aquelas magrelas amarelas que se
acham. — Ela revira os olhos, bufando.
— Mas você é magrela e amarela. — Dou um sorriso de
deboche, ela me olha como se estivesse me investigando.
— E então, vai me contar o que está acontecendo ou terei que
te torturar? — ela diz fingindo não ouvir o que eu falei.
— Você é ótima nisso. — Sorrio nervosa.
— É, eu sei, mas não mude de assunto, o que está
acontecendo?
Aproveito que John liga o carro para ganhar alguns minutos
enquanto tomamos o caminho para fora do aeroporto.
— Tenho algo para te contar, na verdade nem sei por onde
começar. — Reviro os olhos.
— Pode falar — me incentiva.
— É... Eu e seu irmão, você sabe.
— O quê? Não entendi.
— Eu e Damon estamos juntos. — Fecho os olhos.
— Deus, eu sabia. — Olho para ela espantada.
— Sabia? — Arqueio a sobrancelha.
— Damon te levando para jantar? Essa picuinha de vocês? Só
podia ser isso. Espera, agora você é minha cunhada. — Ela bate
palmas.
Vejo John olhar para mim pelo retrovisor e abrir um sorriso
largo.
— Alice... Só estamos ficando, não sei o que está acontecendo
de verdade.
— Estão há quanto tempo?
— Não sei exatamente. — Sorrio amarelo.
— Por que não dorme lá em casa? Damon viajou, só volta
amanhã. — Ela me olha com cara de cachorro que caiu da
mudança.
— Não acho uma boa ideia.
— Para com isso, vamos fazer a noite das meninas, passamos
em sua casa e pegamos roupa, aproveito e vejo a fofa da sua mãe.
— Reviro os olhos. — John, para casa de Thayla — ela decide e
pede que ele aumente o som do carro.
Vamos cantando o percurso inteiro até meu prédio.
Subo as escadas com Alice tagarelando, dizendo que faremos
várias coisas quando chegarmos à casa dela. Entramos e Alice já
vai correndo para a cozinha.
— Oi, Sra. Joana. — Ela dá um abraço apertado em minha
mãe.
— Oi, menina, pensei que não iria aparecer mais para me ver
— ela diz sorridente.
— Vamos nos ver recorrentemente, afinal somos da mesma
família agora — fala.
— Alice... — repreendo-a.
— Aquele homem bonito que veio aqui hoje é da família dela?
— minha mãe pergunta surpresa.
— Para ser mais precisa, é irmão dela. — Reviro os olhos.
— Hum... Damon veio aqui? — Alice pergunta, dando risada.
— Me poupem, vocês duas.
Vou para meu quarto e arrumo uma pequena mochila. Depois
de tudo arrumado, me despeço de minha mãe e arrasto Alice para
fora.
Tão logo chegamos em sua casa, Ágatha nos recebe e John
leva a mala dela para cima.
— Vou tomar um banho e depois a gente assiste a um filme,
pode ser? — ela pergunta.
— Certo, vou trocar de roupa, pôr uma mais leve.
— Ok, seu quarto você já sabe onde é — ela fala e dá risada.
Sim, eu já sei exatamente onde é o quarto de hóspedes. Subo,
ponho minhas coisas no closet e troco de roupa. Daqui a algum
tempo estarei morando aqui, não sei se estou preparada, ainda mais
tendo que conviver com Damon todos os dias, não vai ser nem um
pouco fácil. Desço as escadas, aguardando na sala até que Alice
aparece.
— Vamos.
— Pro seu quarto?
— Não, para a sala de cinema — ela diz como se fosse óbvio.
— Hum... não sabia que tinha uma aqui — digo seguindo-a,
esta casa é maior do que eu imaginava.
Passo pela porta e ela acende as luzes mostrando a ampla
sala, com poltronas cinza largas, um carpete vermelho e a enorme
tela na parede.
— Uau.
— Aqui do lado tem uma sala de jogos, quando terminarmos de
assistir ao filme, se você quiser, podemos jogar — Alice diz. —
Escolhe seu lugar, que vou preparar tudo. Ágatha daqui a pouco vai
trazer as guloseimas que pedi.
Escolho a poltrona da frente e aproveito a inclinação para ficar
praticamente deitada. Alice volta, as luzes se apagam e a tela se
acende.
— Gatos, fios-dentais e amassos — Alice fala.
— O quê? — pergunto sem entender.
— O nome do filme.
— Senhor... — Pelo título deve ser uma merda.
Depois de uma hora e meia, me arrependo de ter julgado
precocemente, apesar de o filme ser para adolescentes não deixa
de ser bom. A porta do cinema se abre revelando Damon trajando
seu terno cinza, me conserto na poltrona olhando para ele.
Vinte e três
— Dom, o que faz aqui? Não ia viajar? — Alice pergunta.
— O tempo está ruim para decolar — ele fala colocando as
mãos nos bolsos e me fitando.
Alice olha para mim e para ele.
— Oi — digo baixinho.
— Oi, Thayla — ele responde. — Vou subir, preciso de um
banho — anuncia e sai da sala.
— Vocês brigaram? — Alice pergunta.
— É... Não sei.
— Pelo visto sim, vai lá falar com ele.
— Quê? Não.
— Vai logo, Thayla. — Ela me puxa e me empurra até o lado de
fora.
Que merda. Vou andando me arrastando até o quarto dele, paro
em frente à porta e bato devagar. Espero que ele não ouça, assim
direi a ela que ele não quis abrir. Quando estou prestes a voltar para
a sala de cinema, a porta se abre, Damon está sem camisa, com a
calça aberta mostrando o cós de sua boxer preta. É impossível não
notar que as veias fazem desenho em seu corpo, e é de dar água
na boca.
— Vai ficar aí babando ou vai me dizer o que quer? — ele
pergunta ríspido.
Olho para ele, corando no mesmo instante.
— Não estava babando coisa alguma. Vim aqui porque sua
irmã está achando que brigamos e ela já sabe sobre "nós dois". —
Faço aspas. — Você sabe que se continuarmos desse jeito ninguém
vai acreditar nisso, não é mesmo?
— Não fale sobre isso assim, entre. — Ele me dá espaço na
porta, fico um pouco receosa, mas entro.
— Ou a gente vê um modo para que as pessoas acreditem ou
seu plano vai por água abaixo.
— Não sou nenhum idiota, Srta. Walther. Só não estou com
cabeça para teatro agora — ele fala.
Sim, você é um idiota.
— Desça com o melhor sorriso que você conseguir e diga que
está tudo bem, mais tarde descerei. — Ele abre a porta para que eu
saia.
Respiro fundo, voltando para a sala de cinema como uma
tremenda idiota, com um sorriso nos lábios.
— Hum... Pelo visto se acertaram, assim que eu gosto. — Ela
me abraça.
— Vamos jogar? — pergunto desconversando.
— Claro.
Entramos na porta ao lado e o lugar também é grande, a mesa
de bilhar tem um acabamento sofisticado na cor preta e pendentes
sobre ela também na cor preta. Em frente à enorme janela de vidro
com vista para o jardim, está uma outra mesa com pendente da
mesma cor, para jogos de tabuleiro e carteados. No outro lado há
uma sala confortável para, presumo eu, assistir a partidas de jogos
e videogames. Do lado esquerdo está a mesa de pingue-pongue e o
pebolim. Sem falar no bar no canto direito da sala.
— Pingue-pongue? — pergunto.
— Vou acabar com você — Alice fala.
— Tadinha, na época do colegial eu era a melhor — me gabo.
— Quero ver então. — Ela pega a bolinha, arremessando direto
na rede.
Começo a rir, pego a minha bola e me preparo também, não
conseguindo acertar a bolinha com a raquete. A gargalhada de Alice
foi tão alta que todos da casa devem ter ouvido, olho para ela de
soslaio e também dou risada.
— Esquece isso aqui, pelo visto nós duas somos péssimas —
assumo.
— Com certeza, vamos para a sinuca — Alice fala.
Ela pega um taco e me entrega, pegando outro para si. A vejo
passando giz e a imito. Alice arruma as bolas na mesa e dá a
primeira tacada, encaçapando algumas logo de cara. Ela segue a
jogada, mas acaba errando.
Me posiciono e dou minha tacada, que não encaçapa nenhuma
bola. Resumindo, Alice seguiu acertando as tacadas enquanto eu só
espalhava as bolas pela mesa.
— Parece que alguém aqui está levando uma surra — a voz
grossa e rouca de Damon ecoa pela sala.
— Estou mandando superbem, Thayla é ruim demais — Alice
fala caindo na gargalhada.
— Ei, você que é boa demais, não me dá uma chance — falo
como uma criança birrenta.
— Então tá, te dou duas chances, vai lá — ela me desafia.
Minhas mãos suam frio, mas não é pelo jogo, e sim porque
Damon está ali nos observando e eu farei feio na sua frente. Me
posiciono à mesa e o ouço dar risada.
— O que foi? Está me desconcentrando — falo olhando para
ele, que se aproxima de mim a passos lentos.
— Deixe-me ajudá-la. — Ele tira o taco da minha mão e troca
por outro. — Jogo sujo, Alice? Deu o pior taco para Thayla. — Olho
feio para ela, que dá risada.
Ele passa o giz em outro taco e me entrega. Me posiciono à
mesa novamente, sinto as mãos de Damon nas minhas costas
empurrando-me para baixo, fazendo com que eu fique mais próxima
da mesa.
— Você está fazendo errado, vou te ensinar — ele fala com a
voz serena, enquanto debruça sobre meu corpo, colando seu peito
em minhas costas me ajudando a segurar da forma correta.
Esta aproximação toda deixa o meu corpo quente e minhas
bochechas vermelhas.
— Imagine uma bola imaginária perto da que você quer acertar.
Veja se quando você bater nela vai conseguir encaçapar, se sim,
então vai em frente — ele sussurra perto do meu ouvido.
Quando levanta se afastando do meu corpo, miro na que quero
e dou a tacada.
— Consegui — grito eufórica, zoando com a cara de Alice.
Faço minha dancinha da vitória provocando minha amiga.
— Ainda estou ganhando, você só ganhou essa porque Damon
te ajudou.
— E daí? — Balanço o taco zoando com ela, quando menos
espero acerto a cabeça de Damon.
— Merda — ele reclama segurando a cabeça.
— Meu Deus, Thay. — Alice se aproxima dele.
— Eu juro que foi sem querer. — Solto o taco da mão como se
estivesse pegando em brasa. — Desculpa — falo baixinho.
Vejo-o respirar fundo diversas vezes, de olhos fechados.
— Acontece, eu estou bem — fala calmo.
Ele tira a mão do lugar e vejo um pequeno galo onde eu o
acertei; tampo a boca com as mãos e fico quieta.
— Acho melhor pôr gelo, não acha, Thayla? — Alice me olha
com os olhos arregalados.
— É... Claro. Vamos lá. — Seguro na mão de Damon e saio da
sala levando-o em direção à cozinha.
— Já pode me soltar. — Ele puxa a mão da minha. — Será que
você não pode ficar um minuto sem fazer alguma besteira? — fala
um pouco alto.
— Não fiz porque quis, tá legal?
— Claro que fez, você sempre faz, não é? Por que agora seria
diferente? — ele grita. Enterro meu dedo em seu galo. — MAS QUE
PORRA.
— Agora sim, eu fiz. — Sorrio cínica e volto a andar para a
cozinha.
Encontro uma moça cortando algumas frutas.
— Oi, licença. Poderia conseguir uma bolsa de gelo, por favor?
— peço a ela.
— Claro, senhorita. — Ela inclina a cabeça como se pedindo
licença e entra na outra parte da cozinha.
Olho para Damon, que está em pé de cara fechada. Sabe...
Olhando bem agora, ele não me faz tanto medo, estou me
acostumando com seu jeito ranzinza.
— Vai ficar aí em pé de cara fechada ou vai sentar?
— E isso lhe interessa, sua atrevida? — ele fala.
— Vamos, sente-se. Colabore.
— Você não manda em mim, garota, acorda.
— Não mesmo, mas um dia quem sabe eu não aprenda a
domar bichos?! — Sorrio.
No mesmo instante a moça chega com o saco de gelo e me
entrega.
— Obrigada — digo.
Pego a bolsa e jogo nele, saindo em seguida. Encontro Alice no
mesmo lugar, brincando com uma bolinha, jogando para cima.
— Como ele está? — ela pergunta.
— Ranzinza como sempre. — Sorrio de lado.
— A janta deve sair daqui a pouco, quer tomar banho? —
pergunta.
— Acho que sim, estou cansada — admito.
— Também estou, a viagem foi um pouco exaustiva — ela fala
quando saímos da sala.
— Como foi lá em Paris? — pergunto curiosa.
— Foi bem legal, desfilei para a Victoria's Secret — fala e minha
boca vai ao chão.
— Sou louca para ver algum desfile da VS.
— Terei outro, mas não definiram data, se quiser pode me
acompanhar. — Ela dá de ombros.
— Sério? — pergunto animada.
— Sim, sério. Organizo nossas passagens. — Ela sorri
animada.
— Obrigada. — Dou um abraço rápido nela, entrando no quarto
de hóspedes.
Resolvo me arriscar a tomar banho na banheira, abro as
torneiras e fico de vigia para não alagar o banheiro. Quando se
enche até um palmo acima da metade, resolvo fechar as torneiras
para evitar o risco de transbordar, então ponho um pouco de sais e
espuma de banho que encontro no vidrinho da prateleira ao lado da
banheira.
Tiro minhas roupas e as deixo dobradas na pia de mármore,
antes de entrar com cuidado na água. Relaxo o corpo apoiando a
cabeça na borda, fecho os olhos sentindo a água quente me
envolver. Poderia me acostumar com isso, sorrio com este
pensamento.
Aos poucos sinto meu corpo leve e a vontade de dormir me
consome, apenas me deixo levar sem problema algum.
Acordo com uma carícia em meus cabelos, ainda sonolenta me
recuso a abrir os olhos e a encarar a pessoa que está me
acordando.
— Acorda — ouço a voz irritada de Damon e abro os olhos de
supetão.
Vendo-o em pé me encarando, me levanto rápido para ficar
sentada e me arrependo amargamente quando me dou conta de
que os meus seios estão à mostra, portanto me deito novamente,
envergonhada.
— O que está fazendo aqui? — Tento pegar a minha toalha no
gancho ao lado da banheira, mas ele pega primeiro e põe sobre
seus ombros.
— Alice pediu que viesse chamá-la, afinal você sumiu. — Me
olha sério e depois dá um sorriso malicioso.
— E desde quando você obedece? Será que dá para devolver a
toalha?
— Ela acha que agora temos algo, então tenho que fazer meu
papel — diz como se fosse óbvio. — Quer sua toalha? Está bem
aqui, pegue-a. — Ele me estende a toalha, mas ela não está perto o
suficiente de mim para que eu pegue sem ter que mostrar meu
corpo.
— Está de brincadeira, não é? — Ele põe a toalha novamente
em seus ombros.
— Você não gosta de jogos? — pergunta um tanto sarcástico.
— Gosto, mas não um que me envolva nua e você me olhando.
— É uma pena, gato preto, pois se quiser pegar sua toalha terá
que sair da água. Pensei que a garota que me desafiou lá embaixo
gostasse de brincar. — O sorriso vitorioso brota em seus lábios.
Respiro fundo percebendo que ele ficará nessa até que eu
ceda, temerosa resolvo me levantar. Tinha certeza de que ele
analisaria todo o meu corpo, mas isso não acontece. Ele se mantém
olhando em meus olhos enquanto eu caminho até ele, molhando o
chão.
Pego a toalha de seu ombro e me enrolo sem quebrarmos o
contato visual.
— Boa garota — diz antes de sair do banheiro.
Solto a lufada de ar que prendia sem perceber, me olho no
espelho e percebo o quanto estou corada pelo acontecimento. Volto
ao quarto, pego um vestido preto junto com uma lingerie da mesma
cor e visto apressada.
Vinte e quatro
Arrumo os cabelos, passo meu perfume e desço ainda
desconcertada com o que aconteceu. Encontro, na sala de jantar,
Alice e Damon sentados à minha espera.
— Até que enfim, já estava em tempo de comer os talheres e a
toalha da mesa — Alice reclama.
— Precisa ser sempre tão dramática? — digo tentando
esquecer a presença de Damon à mesa, sento ao lado de Alice
ficando de frente para ele, o que não foi uma ótima decisão.
Olho de relance, e ele se diverte com o meu constrangimento.
Logo Ágatha aparece, servindo a comida.
— Onde está Beth? — pergunto para Alice.
— Está ajudando na casa de nossos pais, a governanta de lá
está doente — ela explica.
— Entendi. — Sorrio de lado.
Como em silêncio o conchiglione recheado com cream cheese
e bacon, ao molho branco. Observo Damon limpar a boca no
guardanapo de pano, deixando-o sobre a mesa, e se levantar.
— Estou indo para o quarto, estarei te esperando para dormir.
— Ele abre um sorriso encantador para mim me deixando
desconcertada.
É uma pena que tudo isso faz apenas parte de sua encenação.
— Certo.
Subo as escadas me arrastando, queria não precisar entrar
naquele quarto. Esvazio a mente quando chego em frente à porta,
bato devagar e entro assim que escuto seu chamado.
Vejo Damon sentado na varanda, fumando, e aproveito para dar
uma boa olhada no ambiente decorado em tons de preto e cinza,
assim como o restante da casa. A cama está com impecáveis
lençóis pretos, ao lado, as mesas de cabeceiras com luminárias. As
paredes são escuras e elegantes, perto da parede de vidro há um
sofá cinza com uma estante de livros.
— O que foi isso? — pergunto tentando não me concentrar no
homem a minha frente, sem camisa.
— O quê? — ele pergunta apagando o cigarro.
— Vai se fazer de idiota agora? — Cruzo os braços e ele me
olha de rabo de olho antes de responder.
— Você vai dormir no meu quarto sempre que Alice estiver
aqui. Mas não se preocupe, até o casamento ela se mudará e
dormiremos cada um em um cômodo.
— Era só o que me faltava. — reclamo.
Vou ao quarto de hóspedes, trocando meu vestido pela
camisola que eu trouxe, ao menos é comportada, e aproveito para
escovar os dentes antes de voltar levando minha mochila.
Me aproximo da cama e tiro os travesseiros, deixando apenas o
de uso. Deito-me na cama macia relaxando meu corpo, cubro as
pernas e fecho os olhos. Quando estou prestes a cair no sono, a
cama, ao meu lado, se afunda e o lençol se levanta.
Sinto seu calor próximo a mim, próximo até demais.
— Eu sei que está acordada — ouço sua voz rouca e grossa.
— E quem disse que eu estava dormindo? Estou tentando
dormir, não era para você estar no sofá? — pergunto virando um
pouco para ele.
— A cama é minha — ele fala curto e grosso.
— Você é um idiota — digo irritada me levantando da cama, ele
olha para minhas pernas nuas e depois olha para mim.
Pela primeira vez não sinto tanta vergonha, afinal ele já viu
muito mais que isso. Apanho o travesseiro e arranco o lençol em
que ele está enrolado, determinada a dormir no sofá. Ouço um
barulho do lado de fora, no corredor, Damon segura meu pulso e me
puxa para a cama.
— Tire a camisola — pede.
— O quê? — falo alto, ele tapa minha boca.
— Alice está no corredor e vai entrar no quarto a qualquer
momento, tire a camisola. — Olho para ele. — Nada que eu já não
tenha visto.
— Eu juro que um dia vou socar a sua cara — digo sentando-
me em sua barriga. — Feche os olhos — mando, ele me olha com
uma das sobrancelhas arqueadas e continua de olhos abertos, que
imbecil.
Tiro a peça de roupa tampando meus seios para que ele não
veja, chego meu corpo próximo ao dele e tiro minhas mãos, colando
meus seios em seu peitoral nu.
Contato físico demais, meu subconsciente grita.
— Vamos, gato preto, finja — ele fala de um jeito estranho.
Coloco meu rosto próximo a curvatura de seu pescoço e dou
um beijo tímido. Seu perfume invade minhas narinas me deixando
anestesiada e fantasiando coisas que não acontecerão aqui.
Ele aperta a minha cintura e depois leva a mão aos meus
cabelos, virando-os para o outro lado, deixando meu pescoço livre.
Sinto seu dente roçar no lóbulo de minha orelha, arrancando um
gemido de dor dos meus lábios.
— Agora sim. — Sinto-o sorrir no meu pescoço. — Preparada?
Quando vou lhe responder, sinto seu tapa na minha bunda,
fazendo com que eu gema alto.
No mesmo instante a porta é aberta e uma fresta de luz entra
no quarto, seria quase imperceptível se não soubéssemos que ela
iria de fato aparecer. Damon beija meu ombro arrancando suspiros
de mim, eu realmente estou gostando disso. Ele aperta minha
bunda de leve, passa o polegar na lateral de minha calcinha e vejo a
luz sumir. Levanto num pulo de cima dele, tapando os meus seios.
Pego a camisola e saio correndo para o banheiro, meu coração está
acelerado e meu bumbum ardendo. Olho no espelho, posso ver a
marca de seus dedos ali, meu rosto está vermelho como brasa.
Ponho a peça e lavo o rosto. Eu posso sentir seus lábios em meu
ombro, sinto um frio na barriga, não posso me envolver desse jeito.
Prendo os cabelos em um coque e volto para o quarto, não o
encontrando na cama. Pouco me importa onde ele está, deito e,
depois de muito tentar, consigo dormir.
Thayla Walther
Damon Lins
Thayla Walther
Mensagem: On
Ainda bêbada? — Damon.
Alice... — Damon.
Mensagem: Off
Sorrio para o celular e Alice joga um pouco de água em mim.
— Senhoritas, o pessoal já chegou. — Ágatha sorri para mim e
sai logo em seguida.
— Vamos lá. — Alice se levanta de sua espreguiçadeira e eu
faço o mesmo, seguindo-a para o pergolado onde foi montado um
minissalão, no jardim.
— Bom dia. — Sorrio.
— Bom dia, preparamos um banho de rosas e leite para vocês
duas ao lado da sauna.
— Obrigada — digo.
Corro para lá, vendo o quanto será bom este dia.
Entro na água, relaxando o corpo, descanso a cabeça na borda
e respiro devagar. Alice deita-se na banheira de hidromassagem.
Taças com água saborizada são servidas a nós.
— Isso é para a senhora. — Uma mulher entra carregando um
buquê de rosas.
— Para mim? — pergunto e ela assente. — De quem são?
— Do seu noivo, senhora — ela diz como se fosse óbvio.
— Oh, claro. — Sorrio. — A que horas minha mãe vai vir?
— Ela já deve estar chegando — Ágatha fala.
— Obrigada.
Ela abaixa as luzes e deixa nós duas a sós.
— Daqui a pouco teremos massagem — Alice fala baixinho.
— Que maravilha.
Depois de uma meia hora na banheira, visto o roupão e vou
para o jardim, onde macas foram montadas para a massagem.
Deito-me em uma e logo a massoterapeuta se aproxima com suas
mãos hábeis, sabendo exatamente onde tocar para me deixar
relaxada. Com o corpo ainda mole, tomo uma chuveirada para tirar
os óleos do corpo.
Sento-me na cadeira do cabeleireiro e a ajudante começa a
lavar meus cabelos, enquanto duas manicures começam a pintar
minhas unhas. Alice também está recebendo o mesmo tratamento.
Minha mãe chega pouco depois de Cristina, ambas estão tão
felizes que é contagiante.
Com o penteado feito, é hora da maquiagem. A profissional
capricha no esfumado dos olhos e, antes de passar o batom rosado
em mim, eu como uma salada com frango.
Os retoques no cabelo são feitos antes de uma tiara ser
colocada em minha cabeça.
— Agora a hora do vestido. Vamos lá, já está um pouco
atrasada.
— Ok.
Seguimos para meu quarto, mais conhecido como o de
hóspedes, onde uma caixa grande está sobre a cama. Abro-a com
cuidado e vejo o vestido.
— É tão lindo — comento.
— Vai ser a noiva mais comentada por séculos — Alice fala.
A modista vem até mim, tirando o vestido da caixa e me
ajudando a vesti-lo.
O tecido se molda ao meu corpo perfeitamente, me fazendo
ficar alguns minutos me olhando no espelho sem acreditar.
De fato, a ficha de que eu irei me casar está caindo; sendo de
fachada ou não, é um casamento com toda pompa e circunstância.
Já dentro da limusine com minha mãe, Alice e Cristina, vamos
em direção à igreja. De repente me vejo nervosa, minhas mãos
suam e eu tento pensar que é apenas por conta do calor, mesmo
estando com o ar-condicionado no máximo.
— Ei, não precisa ficar nervosa, apenas respire. — Minha mãe
aperta minha mão. — É tão bom saber que ao menos irei vê-la se
casar. — Sorri alegre.
— A senhora irá ver muitas coisas ainda, e vai embora apenas
quando estiver bem velhinha — digo sentindo meus olhos se
encherem de lágrimas e meu coração se apertar por estar mentindo
em relação ao casamento, ela não merece isso, não mesmo.
— Deus te ouça — diz. — Você está linda como nunca, lembro
quando eu e seu pai nos casamos, foi uma emoção tão forte. Ele iria
amar levá-la para o altar.
— Sei que sim. — Sorrio fracamente.
Quando menos espero já estamos parados em frente à grande
e luxuosa igreja. Contudo o casamento não acontecerá dentro dela,
e sim na área externa, o final da tarde está lindo e o sol já está
baixo, prestes a se pôr.
Alguns colunistas se amontoam em frente à limusine, flashes
são disparados. Quando os seguranças param do lado de fora do
carro, John abre a porta e me ajuda a sair, os seguranças me
acompanham. Quando chego dentro da igreja, a cerimonialista me
avisa sobre uma pequena sessão de fotos para alguns dos jornais
mais importantes, que receberam o convite para cobrir o casamento.
Faço algumas poses e assim que termino me despeço, indo para o
jardim.
Sou posicionada em frente a um arco com flores brancas e
rosadas que fazem o caminho para o altar. Minha mãe segura em
meu braço e, quando a música de entrada começa a tocar,
caminhamos sobre pétalas brancas jogadas no chão. Os passos
são lentos, mas meu coração bate rápido e minhas mãos suam.
Muitas pessoas me olham com adoração, não conheço a terça
metade delas, mas sorrio de volta. Foco a atenção na pessoa a
minha espera lá na frente. Damon está sério e me olha fixamente.
Reparo em seus cabelos bem penteados para trás e no smoking
azul-marinho que molda muito bem seu corpo. Ele sorri de lado me
deixando sem graça.
Quando por fim chegamos perto dele, minha mãe o abraça e eu
lhe entrego meu buquê. Ele pega em minha mão e deixa um beijo
rápido no dorso, belo teatro.
— Você está linda — fala em meu ouvido.
— Obrigada — digo baixinho.
A cerimônia começa, o padre explica como é a vida a dois e as
obrigações de um casamento, o que eu acho particularmente um
saco. Finalmente chega a parte dos votos, falo os meus e Damon
também, na sequência trocamos as alianças.
— Se alguém tem algo contra este casamento, fale agora ou
cale-se para sempre — o padre diz em alto e bom som, mas o
silêncio prevalece e nos viramos para ele novamente.
Ouço barulhos de saltos no chão, viro para trás, vendo três
mulheres com roupas pretas. Duas delas são morenas e uma é
loira. A loira me olha de um jeito estranho, posso sentir a energia
negativa dela de onde eu estou. O aperto de Damon em minha mão
se intensifica, quem é ela?
Todos ficam olhando para elas, não demora muito e se sentam.
— Com o poder conferido a mim, eu os declaro marido e
mulher, pode beijar a noiva — o padre diz e eu me viro para Damon,
sentindo meu coração bater rápido no peito.
Ele põe a mão em minha nuca e me puxa para si. Ele está me
beijando mesmo? Seus lábios estão nos meus, fazendo minha boca
formigar. Sinto sua língua em minha boca brincando comigo, sua
mão aperta a minha cintura e por fim nos separamos. Fico um
pouco estática tentando absorver tudo o que acabou de acontecer,
as pessoas aplaudem e sorriem para nós.
Com a ajuda de Damon, saímos do altar direto para o carro.
Apesar de já termos nos beijado antes, essa vez senti que era
diferente. Era como se nós dois fôssemos feitos um para o outro.
Pode ser que apenas eu tenha sentido, mas, que tinha sido um beijo
diferente, disso eu não tinha dúvidas.
Quarenta e dois
De volta à limusine, fico sem saber o que fazer. Olho de soslaio
e percebo Damon com o olhar perdido.
Chegamos à recepção e fico na expectativa, já que tudo foi
organizado por Alice e Cristina.
A festa acontecerá a céu aberto, já que não há previsão de
chuva nessa semana.
Damon está apreensivo ao meu lado, nunca o vi desse jeito.
— Está tudo bem? — pergunto, mas ele não me responde.
Respiro fundo e fico quieta. Aos poucos o carro vai parando,
Damon sai na frente e vai falar com o chefe da segurança.
John me ajuda a sair do carro e eu fico observando meu
marido, de longe, falar com autoridade, mostrando sua irritação ao
chefe de segurança, que apenas assente antes de se juntar aos
outros.
Ele caminha a passos firmes em minha direção e segura em
meu braço, sua respiração está ofegante e descompassada.
— Damon? — chamo.
— Sim — responde um tanto grosseiro.
— Está acontecendo algo?
— Não. Vamos entrar logo.
Ele passa as mãos nos cabelos, colocando-os no lugar.
Talvez sejam apenas coisas da minha cabeça, mas tudo indica
que ele está assim por causa daquelas mulheres que entraram na
igreja vestidas de preto.
Entro no iate clube onde acontecerá a festa, o lugar é lindo e
cheio de árvores. A arrumação em tons de rosa e branco ficou um
charme, a vista é incrível para o Union Lake.
— Ficou mais bonito do que eu imaginei — digo olhando os
mínimos detalhes.
— Tenho que concordar que minha mãe caprichou — admite
deixando-me surpresa. — Eu também sei elogiar.
— Disso eu sei, mas sua arrogância não deixa. — Sorrio cínica.
— Deveria ter cuidado com a língua se não quer ficar sem ela.
— Ele me devolve o sorriso.
— Ogro — digo baixo e ele me olha torto.
Vejo a prima de Damon conversando com o irmão, que parece
estar irritado enquanto ela apenas sorri. O que deu nesse povo
hoje?!
— Você está tão linda — a Sra. Jarbas fala aparecendo em
minha frente, ela está com um vestido floral elegante.
— Celeste — digo empolgada, puxando-a para um abraço. —
Que bom que pôde vir. Está linda como sempre. — Sorrio. — Onde
está o Sr. Jarbas?
— Está na mesa de doces como sempre. — Ela dá risada.
— Como não adivinhei? — digo brincando.
— Damon, como você está? A cerimônia foi linda — comenta.
— Estou muito bem. — Ele me olha e sorri. Falso. — Minha
esposa tem um ótimo gosto. — Pega minha mão e deixa um beijo
no dorso, sorrio de volta.
— Você tem uma grande sorte. — Ela pega na mão dele e sorri.
— Olha quem está vindo ali. — O Sr. Jarbas vem conversando com
um rapaz que eu não conheço. Eu estou no meu próprio
"casamento" e não conheço a terça metade das pessoas presentes.
Ele se despede do rapaz e vem até nós.
— Você está magnífica — ele diz sorrindo.
— Obrigada. — Sorrio amarelo.
— E então, Damon, feliz pelo casamento?
— Sim — ele responde curto e grosso.
— Tenho que dar atenção aos outros convidados também, se
importa, querida? — Damon pergunta.
— Não. Daqui a pouco irei também.
Ele se despede de todos e sai.
Observo-o caminhar até seus amigos com aquele ar sexy e
acabo me perdendo nos pensamentos. E se fosse verdade?! E se
esse fosse um casamento para valer, e se todos que estão aqui
fossem meus amigos e familiares?
— Thay?— ouço uma voz longe me chamar e acordo do meu
transe.
— Oi, Ali — digo voltando à realidade.
— Amiga, tá na hora do buquê — avisa.
— Ah, sim, vamos. — Peço licença ao casal Jarbas e sigo
minha cunhada.
Alice pega uma caixa acrílica na mão da cerimonialista e chama
a atenção de todas.
— Vamos lá, meninas, a hora mais esperada pelas solteiras
chegou. Só que essa não vai ser convencional — Alice faz
suspense e as mulheres se juntam a nossa frente. — O buquê vai
para dentro desse acrílico e será trancado. Diversas chaves serão
distribuídas e cada uma tentará a sorte. Quem conseguir destrancar
a fechadura levará o buquê para casa.
Enquanto isso entrego as flores para a cerimonialista, que a
lacra antes de começar a distribuir as chaves. As tentativas
começam, e assim uma por uma vai gerando maior expectativa para
descobrir a mais nova desencalhada da cidade. Depois de muitas
tentativas, a mesma mulher que entrou na cerimônia atraindo a
atenção de todos vem até a caixa e click, a caixa se abre. Todos
ficam olhando. Damon fica com os olhos escuros e o rosto
vermelho, pelo visto essa mulher mexe com ele.
Ela sorri com o buquê nas mãos e todos batem palmas. Os
seguranças vêm na direção dela e falam algo próximo ao seu
ouvido; ela sorri mais uma vez e acompanha os homens. Mas quem
é essa mulher?
Vou decidida até Alice perguntar quem ela é, mas o senhor e a
Sra. Lins me interrompem.
— Gostaria da atenção de todos, por favor — o Sr. Lins fala ao
microfone. — Queremos dar um presente a minha nora e ao meu
filho. Sabemos que ele é completamente focado no trabalho. Por
isso decidimos lhe dar uma folga. Já está tudo combinado na
empresa para que vocês possam desfrutar de alguns dias em
viagem de lua de mel para as Ilhas Maldivas, e nem adianta dizer
não. — Ele sorri e pisca para mim; Cristina também está empolgada
ao seu lado.
— Obrigada — digo de longe e ela apenas assente. Damon não
está com uma cara muito boa, mas é um sonho viajar para as
Maldivas, eu nunca teria dinheiro para conhecer um lugar desses.
— Eles são maravilhosos. — Minha mãe me abraça de lado.
— São mesmo. — Sorrio.
— Agora estou mais tranquila, por saber que você está em
boas mãos.
— Com certeza ela está — Damon fala.
— Obrigada — ela diz e o puxa para um abraço.
Damon fica sem jeito, mas retribui.
— Se me permite, gostaria de dançar com sua filha.
— Mas é claro — ela responde.
Beijo seu rosto e seguro na mão de Damon, que me leva para o
meio do salão.
Os acordes profundos de All of me, de John Legend, são
reproduzidos no salão e conseguem mexer com os meus sentidos
enquanto nosso corpo se balança. Neste momento tudo a nossa
volta parece não existir mais, somos apenas eu e ele.
Com uma intimidade que não temos, coloco a cabeça em seu
peito, sentindo e ouvindo seu coração bater regularmente.
— Por que você não gosta de mim? — pergunto de repente.
— Não entendi — ele fala.
— Por que me mantém tão distante de você?
— Não gosto de criar laços com ninguém. São apenas negócios
— explica.
— Você não quer ir a essa viagem, né?!
— Na verdade, quero. Já estava planejando tirar alguns dias da
empresa, preciso descansar um pouco e resolver algumas coisas
agora que já estamos casados.
— Quando iremos? — pergunto.
— Amanhã. Pedirei ao John para pegar seus pertences no
apartamento em que você morava, pela manhã, e levar sua mãe
para a clínica.
— Mas você vai deixar que eu me despeça dela, não é?
Ele assente com a cabeça e suspiro baixo olhando para minha
mãe, que se diverte com Alice.
Ao final da festa seguimos direto para casa de Damon, onde
agora também será minha casa. Quando eu me imaginaria casada
com alguém rico e importante?
Sempre me imaginei casando por amor, construindo uma
família e sendo feliz da nossa forma. Eu realmente me casei por
amor, mas por amor a minha mãe, e não à pessoa que estava ao
meu lado. Sei que sinto algo por Damon, mas não posso dizer que é
amor. Ao menos ainda não, mas com certeza vai além da atração
física.
Observo-o mexer no celular, seu semblante sério mostra que
ele está resolvendo algo; alguns minutos se passam e chegamos.
John abre a porta para mim e me ajuda a sair do carro, Damon
enlaça seu braço no meu e começamos a caminhar, quando irei me
acostumar com essas aproximações dele?
— Seu quarto já está pronto, e as araras de roupas já
chegaram, esqueça suas antigas roupas e tudo o que era de sua
antiga vida, apenas seus pertences pessoais serão trazidos para cá,
tudo bem?
— Sim — digo, não tinha nada mesmo.
— Ágatha irá te ajudar a fazer a mala para amanhã, esteja
pronta às 8h. Mas antes disso quero te mostrar uma coisa — ele
fala e me leva até a garagem.
Entre os diversos carros estacionados, um em especial me
chama a atenção, um Alfa Romeo preto com um pompom de fita em
cima.
Olho para Damon e ele me estende a chave do carro.
— É seu.
— Meu? — Olho boquiaberta. — Não posso aceitar — digo
parando de sorrir.
— Por que não? — pergunta intrigado.
— É demais para mim, não posso aceitar um carro de presente,
eu já aceitei todas as outras coisas, joias caras, roupas de marca.
— Falei que todas as suas despesas seriam arcadas por mim,
se eu estou te dando é por minha vontade, então apenas aceite —
ele diz e joga a chave em minha direção. — Se não quiser andar
nele, já é contigo, mas ele é seu. Caso queira, podemos fazer
alguma personalização, é só me avisar, que mandamos para a
oficina. No entanto, nunca saia sozinha. Você pode dirigir, mas
nunca sem os seguranças, isso não está aberto a negociações,
estou impondo para sua própria segurança. — Ele dá uma piscadela
e sai.
Viro-me para o carro e observo todos os seus detalhes. Como
resistir a essa tentação?
— Senhora? — Ágatha me chama fazendo-me tomar um susto.
— Pelo amor de Deus, que susto.
— Desculpa, é que o Sr. Lins pediu que viesse buscá-la para
arrumar a mala.
— Só Thayla, e não precisa se desculpar — digo sorrindo.
Olho uma última vez para o carro, antes de segui-la.
— É este aqui. — Ágatha aponta para a porta e eu entro. O
quarto é muito maior do que aquele em que eu sempre ficava. A
cama toma boa parte do espaço do ambiente, uma escultura em
formas geométricas enfeita a parede e há uma varanda para o lado
da piscina, além do vasto verde de fundo.
O closet está cheio de roupas separadas por cor, bolsas e
sapatos também, tudo de que preciso e até demais.
— Então... Maldivas é bem tropical, aconselho roupas leves,
vestidinhos, shorts, muitos biquínis e algumas roupas mais formais
para o caso de vocês irem jantar ou fazer algo mais social — Ágatha
fala.
— Se importa de fazer para mim? Estou cansada.
— Não, senhora, quer dizer, Thayla. — Ela sorri e pega minha
mala para arrumar.
— Obrigada, mas antes me ajuda a tirar o vestido, preciso
tomar banho.
Me deparo com um banheiro todo em mármore, com uma
parede em vidro dando vista para o jardim. Na bancada, todos os
tipos de produtos para um skincare profissional.
Ágatha com muito cuidado me ajuda e, assim que estou livre da
peça pesada, me enrolo no roupão para tirar a maquiagem.
Tiro a infinidade de grampos do cabelo, deixo a tiara em cima
da pia e sigo para uma chuveirada.
A água morna relaxa meus músculos enquanto lavo os cabelos
tirando todo o laquê usado para o penteado.
Quando saio para o quarto, Ágatha está colocando as últimas
coisas dentro da mala.
— Se não se importar, separei este vestido para viajar, vai ficar
lindo. — Ela me estende a peça na cor azul-clarinha, com um
decote bonito, que ressaltará meu tom de pele.
Deixa a roupa pendurada em um cabide antes de se retirar do
quarto.
Não sei exatamente o que fazer agora, mas decido sair à
procura de Damon. Quando não o encontro no seu quarto, desço as
escadas já sabendo onde ele estará. Bato à porta do escritório antes
de abrir e encontro Damon assinando alguns papéis.
— O que está fazendo? — questiono ao me sentar na poltrona,
em frente à mesa.
— Adiantando alguns assuntos antes de viajarmos. — Me olha
e volta aos documentos. — O que quer?
— Não queria ficar sozinha.
— E o que pretende fazer? — Volta a deixar os papéis de lado
me encarando.
— Podíamos estar aproveitando a lua de mel — digo e seu
rosto se fecha. — Mas, como eu estou brincando, poderíamos
assistir a um filme. — Sorrio cínica.
— Deveria descansar, amanhã sairemos cedo e o dia hoje foi
cansativo. — Encerra o papo digitando algo em seu notebook.
Levanto-me sem dizer nada, voltando desanimada para o
quarto, o que me resta mesmo é dormir.
É até melhor não ver a cara dele por enquanto, faço os últimos
retoques na maquiagem e calço as sandálias de tiras. Saio do
quarto caminhando pelo cais, em direção à praia, o salto da sandália
fica preso entre uma madeira e outra.
— Porcaria — digo tentando entender como consegui a
façanha.
— Precisa de ajuda? — ouço uma voz grossa perguntar.
— Minha sandália ficou presa — digo ainda olhando para meu
pé.
— Deixe-me ajudá-la. — Ele se abaixa e eu consigo ver suas
costas e ombros largos na camisa azul-escura.
Seus cabelos são castanhos, mas não vejo o seu rosto. Em
poucos segundos ele me solta e se levanta, arrumando a camisa no
corpo. Seus olhos são azuis, dando um contraste em sua pele clara,
a barba desenhada e o cabelo despenteado o deixam charmoso.
— Sou Léo. — Ele estende a mão para mim e eu a aperto.
— Thayla. — Sorrio sem jeito, vendo-o observar a aliança em
meu dedo.
— Onde está seu marido? — Léo pergunta.
— Foi na frente, ele diz que eu demoro demais para me
arrumar — minto e ele finge acreditar.
— Se me permite dizer, está belíssima, deixe-me acompanhá-la
até lá — fala me deixando envergonhada.
— Obrigada. O que faz aqui? Não parece estar em uma lua de
mel — digo e ele dá risada.
— Não. — Gargalha. — Vim a trabalho, estou pensando em
comprar uma ilha vizinha.
— Parece que temos alguém muito rico aqui — digo. — O
máximo que consegui comprar até hoje foi uma bicicleta, que por
sinal está parada há um bom tempo, com o pneu furado. — Dou de
ombros.
Ele gargalha.
— Você não me parece ser de baixa renda — diz.
— Mas sou.
— Para mim não há problema algum. — Ele pisca o olho. —
Por que estamos falando sobre isso mesmo?
— Talvez porque você disse que iria comprar uma ilha? — Finjo
estar pensando.
— Vamos esquecer isso. — Ele sorri.
— Gostei de você. — Sorrio de volta.
— Pois é, eu também.
— Algum problema? — Damon para a nossa frente.
— Por quê? Parece haver algum problema? — Léo pergunta o
encarando.
— Damon, por favor, isso é jeito? — digo sem graça, ele me
olha de soslaio, parecendo estar irritado.
— Então este é seu marido... Até breve, Thayla. — Ele pega
minha mão e beija propositalmente em cima da minha aliança.
— Até — respondo vendo-o se afastar.
Damon olha para mim irritado.
— Quanta intimidade. — Ele me encara.
— O que foi? Não deveria estar tão irritado, não somos casados
de verdade. — Sorrio para ele e caminho até uma mesa de
coquetéis, pego um de cor azul e sigo pela areia, passando pelas
pessoas.
— Oi, Gioh — cumprimento-a.
Ela veste um vestido na cor laranja, justo no corpo.
— Oi, você está linda. — Ela me abraça.
— Você também não está atrás. — Sorrio. — O pessoal está
bem animado, né? — Observo as pessoas dançando na areia.
— Estão sim, Antonelli está ali se acabando de dançar. — Ela
dá risada e eu acompanho ao vê-lo dançando de um jeito
engraçado.
Noto Damon sentado em uma poltrona na areia, em uma mão
ele segura seu copo de whisky e a outra está apoiada no braço da
poltrona, com a mão no queixo, seus olhos estão em mim, me
olhando fixamente. Volto a atenção ao meu copo, tomando tudo de
uma vez só.
— Vou pegar outro coquetel — digo antes de ir para o bar.
Escolho um drink vermelho quando escuto a voz agradável do
Léo.
— Sua língua vai ficar colorida.
— Será? — pergunto olhando para ele e colocando a língua
para fora, fazendo-o rir.
— Eu disse. — Ele dá de ombros.
Beberico o líquido colorido, sendo surpreendida quando ele me
pergunta o que me atraiu no Damon.
— Ele parece ser um pé no saco.
— Ele só é um pouco fechado, mas tem um bom coração. —
Tento acreditar nas minhas próprias palavras.
— Se você diz... E então, quando se casaram? — Ele dá um
gole no vinho, deixando seus lábios rosados.
— Há dois dias.
— Hum... Está gostando daqui? Sou apaixonado por este lugar,
da próxima vez quero trazer a família — explica.
— Nossa, que legal, então é casado? — pergunto curiosa.
— Já fui casado, mas não aguentei toda a pressão, ela era
surtada. Mas me deu a melhor coisa do mundo, que foi meu filho,
Benjamin. — Sorri ao falar.
— Quantos anos ele tem?
— 1 ano. — Leo pega o celular, mostrando a foto de um bebê
gorduchinho de olhos azuis e cabelos loiros.
— Que coisa mais linda, tenho vontade de ser mãe. Deve ser
uma experiência incrível — digo imaginando ter em meus braços
uma criança de olhos verde-acinzentados e cabelos escuros.
Sorrio boba.
— Ele não quer ter filhos? — pergunta.
— Ainda é cedo para pensar nisso.
— Sua opinião me parece estar muito bem formada para
alguém achar que é cedo. Você é linda, espero que eles nasçam
com sua cara, porque se for a dele... — diz dando risada.
— Você é terrível — afirmo também rindo.
— Tem uma coisa no seu cabelo. — Ele se aproxima e eu fico
em alerta.
— O que é? Um bicho? Tira de mim. — Começo a me sacudir
derramando um pouco da minha bebida em sua blusa.
— Calma, é só uma flor. — Ele tira de meus cabelos,
entregando em minha mão, e põe uma mecha do meu cabelo atrás
da orelha.
— Acabei te molhando. — Me desculpo pegando um
guardanapo de papel e passo em sua camisa sentindo o seu
abdômen duro.
— Eu acho que ele tem mão, pode se limpar. — Damon pega o
guardanapo de minha mão e joga para Léo, que segura
rapidamente. — Há algumas mulheres solteiras por aí, deveria ir
atrás delas, porque esta aqui já é comprometida — ele diz com a
voz extremamente grossa.
— Ela não me parece comprometida, já que o marido não faz
questão de estar ao seu lado. — Nos dá as costas, indo para longe.
Um sorriso brota em meus lábios instintivamente.
— Do que está rindo? — Damon questiona irritado. — Tá
achando graça do cara dando em cima de você, Thayla?
— Não sei por que você se incomoda tanto com isso, mas
estava pensando no que você me falou e estou de acordo, você fica
com suas estrangeiras e eu fico com quem eu quiser, talvez o Léo.
— Sorrio e pego outra bebida.
É bom saber que eu consigo irritá-lo.
— Ei, vocês precisam jogar também, venham. — Gioh me puxa
pela mão e eu a acompanho.
Quarenta e cinco
Alguns casais já brincam quando nos juntamos. De costas uns
para os outros, têm que responder, ao mesmo tempo, às perguntas
sobre o parceiro.
É engraçado quando erram, e eu já estou imaginando a merda
que será na nossa vez. Depois de Antonelli e a Gioh, chega a nossa
vez, sento-me na cadeira de costas para ele e o jogo começa.
— Qual a comida favorita? — a mulher pergunta e eu não sei o
que responder, nos conhecemos tão pouco.
— Podemos pular essa? — pergunto tímida.
— Claro, lugar preferido? — indaga, penso por um tempo e
consigo pensar em apenas um lugar. — Podem falar — ela diz e nós
falamos ao mesmo tempo.
— Empresa — digo.
— Em casa.
— Em casa? Por que seria meu lugar preferido? — pergunto
tentando entender.
— Ok, vamos para o próximo. Lazer. Podem dizer.
— Não tem — falo gargalhando e ele me olha feio.
— Nadar — diz.
Até que é verdade.
— Medo? — a mulher pergunta. — Podem falar...
— De deixar de ser arrogante e egocêntrico — falo em voz alta.
— Acho melhor parar com a brincadeira por agora — a mulher
diz sem graça e as pessoas ficam nos olhando.
— O quê? Só falei a verdade — digo me levantando da cadeira,
tomo mais um coquetel.
— Agora já chega dessa palhaçada. — Ele me segura e em um
piscar de olhos estou em seu ombro.
— Damon, me desce daqui agora, as pessoas estão olhando.
— Foda-se — esbraveja.
Aos poucos vai se distanciando e percebo que estamos
fazendo o caminho de volta para o quarto.
— Não quero voltar, me solta — digo batendo em suas costas
com força.
Quando entramos no quarto, Damon me põe no chão
rapidamente.
— Que se dane, Thayla — fala vindo em minha direção,
colando nossos lábios em um beijo quente e ávido, fazendo meu
corpo formigar.
Seguro-me em seus ombros e retribuo, sua língua explora
minha boca e pela primeira vez sinto que está sendo de verdade.
Suas mãos apertam a minha cintura, ele me prende na parede com
seu corpo e continua a me beijar. Segura meus cabelos com força e
morde meu lábio inferior, inclina minha cabeça para o lado e lambe
o meu pescoço. Sua língua me explora e brinca com meu lóbulo,
deixando-me arrepiada. Minhas mãos estudam seu corpo, sentindo
seus músculos rígidos e sua pele macia, é uma experiência
inexplicável estar tão próximo e o sentindo assim com tanta
intimidade. Roço minha perna na sua e ele aperta a minha bunda,
arrancando de mim um gemido baixo. Acaricio os seus cabelos
enquanto ele ainda morde meu pescoço. Suas mãos passeiam em
meu corpo, parando em meus seios, onde massageia por cima da
minha roupa. Sinto seu membro rígido roçar em mim, ele está
excitado por mim, não pode negar. Segura em minhas pernas,
fazendo-me enlaçá-las em sua cintura, caminha me guiando até a
cama, onde nos deita com cuidado. Seus lábios continuam em meu
pescoço, chupando e mordendo. Sua boca desce deixando beijos
em meu ombro, ele abaixa a alça do meu cropped e beija o V do
meu decote, arrancando de mim suspiros. Abaixa mais um pouco,
liberando meu seio de dentro da roupa, e passa a língua no bico,
lambendo com movimentos circulares. Fecho os olhos aproveitando
a sensação que ele me proporciona. O prazer me deixa inerte, ele
morde o bico me fazendo gemer, chupando devagar em seguida,
torturando-me aos poucos. Abaixa completamente a peça deixando
meus seios expostos, massageia os dois e aperta os bicos
levemente com a ponta dos dedos. Abaixa as mãos, tirando minha
saia de maneira hábil, seus olhos encontram os meus e o cinza-
escuro predomina. Um sorriso brinca em seus lábios e, ainda
olhando em meus olhos, ele se abaixa, puxando minha calcinha
para o lado. Sinto a respiração próximo de mim quando ele passa a
língua quente no meu clitóris fazendo-me jogar a cabeça para trás e
desejar por mais dele. Sua língua brinca comigo, fazendo
movimentos circulares intercalados com sucção, minha maior
vontade é de pedir por mais. Ele desce para minha entrada e me
penetra, fazendo-me esquecer de tudo o que eu achava ser mais
prazeroso até o momento. Os movimentos de vai e vem me fazem
contorcer debaixo dele. Sua língua reveza entre movimentar meu
clitóris e me penetrar.
— Quero que você se masturbe para mim — sua voz grossa
ecoa pelo quarto. Ele se levanta da cama e aos poucos começa a
desabotoar as mangas da camisa. — Vamos, faça o que lhe pedi —
fala firme.
Timidamente, ponho meu dedo médio em cima do clitóris e
começo a manipular rodando o dedo, enquanto ele assiste ao que
eu faço.
— Nunca fez isso, Thayla? — pergunta e eu fico vermelha. —
Responda.
— Não.
— Interessante — diz. — Se toque, se dê prazer, sinta. Relaxe
o corpo, respire devagar e movimente seus dedos, ganhe a sua
própria confiança — ele manda, pega uma cadeira e se senta em
frente à cama.
Faço o que pede, passo a mão pelo meu corpo e timidamente
aperto os seios. Desço a mão para minha intimidade novamente e
brinco com os grandes lábios. Meu corpo vai criando vida e por um
momento me esqueço de que ele está aqui me avaliando, foco em
apenas me dar prazer. Faço movimentos circulares no clitóris e olho
para Damon mordendo meu lábio inferior devagar. Rebolo o quadril
lentamente, deixando-me levar pela sensação, sinto meu corpo
inteiro vibrar e esquentar. Respiro fundo tentando manter a calma,
mas é impossível. Ele se levanta me dando visão de seu corpo, dá a
volta na cama e pega uma camisinha na mesa de cabeceira; põe ao
meu lado na cama e vem para cima de mim.
— Irei com calma, porque é a sua primeira vez. Mas depois não
te garanto isso — fala se posicionando entre minhas pernas, sua
voz é sexy e aveludada.
Minha mente fica presa a suas palavras, teremos outras vezes?
Seu polegar roça meu clitóris com destreza e suavidade, arqueio o
corpo sentindo os efeitos, fecho os olhos curtindo o prazer. O tesão
cresce novamente, ele se inclina por cima de mim e lambe meu
seio, aumentando o ritmo de seu dedo.
— Goze — ele diz e é como se fosse disso que eu precisasse,
de sua autorização.
Sinto meu corpo se retesar e o gozo vir arrepiando meu corpo
inteiro. Damon abre o botão de sua calça revelando sua rigidez
marcada na boxer. Depois de se livrar da calça e da cueca
revelando seu membro grosso e grande, ele pega o envelope,
abrindo e colocando a camisinha em si.
— Só relaxa, ok? Se te incomodar, avisa.
— Tudo bem — digo baixo.
Ele se posiciona entre minhas pernas, seu membro pincela
minha entrada, e em frações de segundos sinto-o entrar devagar.
Gemo baixinho. Prendo meus olhos nos seus, seus lábios estão
entreabertos e sua respiração está irregular. Ele vai me invadindo
aos poucos, causando ardência. Fecho os olhos quando ele entra
mais um pouco e sinto uma dor mais aguda.
— Dói muito? — Sinto sua mão alisar meus cabelos
suavemente e eu abro os olhos.
— Um pouco, mas está tudo bem.
Ele assente se movendo vagarosamente até estar
completamente dentro de mim. Um gemido escapa de sua boca.
— Você está me sufocando — murmura umedecendo os lábios.
Damon começa a se movimentar dentro de mim, devagar e
ritmado, fazendo com que eu me acostume. Não conseguiria
explicar qual é a sensação, eu me sinto preenchida. Aproximo seus
lábios dos meus, beijando-o, mordo gentilmente e ele geme em
minha boca, fazendo com que uma bomba se arme dentro de mim,
pronta para explodir a qualquer momento. Passo a mão em seus
cabelos macios e por suas costas largas, arranhando levemente.
Ouço sua respiração forte em meu ouvido, enquanto ele deixa
alguns beijos em meu pescoço, e suas estocadas aumentam. O
barulho dos corpos se chocando um contra o outro fica mais alto e
se mistura com nossos gemidos e respirações. Ele sai de mim, se
deitando ao meu lado e me puxando por cima.
— Mostre-me o que sabe fazer.
Beijo seu pescoço e arranho seu peitoral, enquanto me
movimento sobre ele. Desço a mão até seu membro e o masturbo
devagar, já vi alguns vídeos e agora agradeço por isso. Monto nele
nos encaixando, descendo devagar; vejo-o fechar os olhos e jogar a
cabeça para trás. Meus movimentos começam devagar, mas depois
aumento o ritmo. Rebolo em seu membro e aperto os meus seios
cavalgando nele. Quando penso que estou no comando, ele me
vira, ficando por cima novamente e estocando em mim em um ritmo
mais acelerado. Meu corpo dá sinais de um formigamento mais
intenso e longo, fazendo-me gozar intensamente, levando-o comigo
dessa vez.
Damon descansa o corpo ao meu lado recuperando o fôlego,
fico quieta ouvindo nossas respirações descompassadas e o
barulho da água batendo no deque, adormecendo.
Acordo com o corpo dolorido e ainda sonolenta, estou nua
debaixo do lençol. Procuro por Damon, mas ele não está na cama.
Respiro fundo olhando para o imenso mar na minha frente e o
sorriso é inevitável em meus lábios.
— Que bom que já acordou, bom dia — ele fala enquanto
beberica seu café, meu rosto cora quando me lembro das coisas
que fizemos ontem.
— Bom dia.
— Já passa das 10 horas, perdemos uma manhã inteira — fala
sentando-se à mesa do lado de fora.
— Deve ter sido o cansaço da viagem e o fuso horário. — E o
sexo.
— Também demorei para levantar. Se quiser, podemos
continuar com a programação do meu pai hoje — diz.
Levanto-me da cama cobrindo meu corpo, pego a camisa dele
que estava jogada na poltrona, vestindo-a. Caminho até ele, à
mesa, do lado de fora.
— E então, como está se sentindo? — pergunta.
— Estou um pouco dolorida, mas bem. — Olho para ele sem
graça e tenho certeza de que estou com o rosto vermelho.
— Gostou? — pergunta me fitando, fico em silêncio, para que
essa pergunta? Sinto meu rosto esquentar. — Te fiz uma pergunta,
gostaria de uma resposta...
— Sim. — Tenho quase certeza de que ele realmente está
fazendo isso apenas para me deixar desconcertada.
Será que ele estava falando sério ontem? Teremos mesmo
mais noites como essa?
— Agora tome o seu café e se troque. Vou te esperar na praia.
— Depois de ontem, é só isso o que ele tem a me dizer?
A esperança de que as coisas irão mudar murcha dentro de
mim, mas eu tenho a convicção de que até o final desta viagem tudo
mudará e, quem sabe, Damon não esteja totalmente rendido no
final?!
Sinopse:
Diana Williams é uma mulher bem resolvida, que batalhou muito para conseguir ser a
secretária pessoal do CEO Fellipe Corppin. Tudo está prestes a mudar quando o Sr. Fellipe
deixa a empresa e seu filho assume. Ele é um dos maiores magnatas, um homem lindo e
extremamente sexy. Maycon Corppin também é orgulhoso e decidido no que quer, ele tem
a mulher que desejar e quando algum problema surge, resolve com sexo.
www.editoraportal.com.br
Leia também!
Outros títulos do Grupo Editorial Portal
Sobre nós e o infinito
Sinopse: Lorenzo de Toni está experimentando o prazer do sucesso com seu primeiro
livro quando entra no rol dos mais vendidos da editora. Apesar da glória, ele anda
preocupado com a falta de inspiração para escrever uma nova história.
Em meio ao seu momento de crise existencial como escritor, conhece Dante, um vinicultor
charmoso e do tipo irresistível. Ele o convida para uma temporada entre os parreirais e o
frio do inverno gaúcho, na esperança de dar ao seu admirado autor, inspiração para um
outro romance.
Lorenzo não pensa duas vezes e aceita o convite para aquela viagem. Em seu íntimo,
pressente que algo mais forte poderá acontecer entre os dois. Mas ele não contava que
esse retiro romântico poderia virar um pesadelo quando o sócio de Dante, um ex-
namorado, resolve surgir na programação.
Neste livro você vai encontrar: ⠀
Primeiro amor – sexo – desilusão – reviravoltas – intrigas
O que você deixou para trás
Sinopse:
Sinopse:
Desde o acidente que matou seus pais, Hannah foi obrigada a morar com sua tia e duas
primas em um pequeno reinado europeu chamado Mirabelle.
As três transformam a vida da garota em um verdadeiro inferno e mesmo sofrendo
constantes humilhações, ela não se deixa desanimar e encara tudo de cabeça erguida.
A garota anseia pelo dia em que completará dezoito anos para, então, ir embora do país e
viver uma vida tranquila, bem longe da sua nem tão querida família.
Em Mirabelle, a monarquia absolutista resistiu ao longo dos séculos e em pleno século XXI
ainda é governado por reis e rainhas. Todo o reino aguarda ansiosamente para descobrir
quem é o príncipe e futuro herdeiro do trono que será apresentado na festa de seu 18°
aniversário.
Todas as jovens solteiras estão em polvorosa e sonham em se tornar rainhas. Para tal
feito, precisam conquistar Sua Alteza Real e derreter o coração do jovem príncipe.
Mas Hannah não se encaixa no perfil. Ela não está nem aí para títulos, reinados e coroas.
Entretanto, como a vida parece possuir uma varinha mágica, os caminhos dela se cruzarão
com o do jovem herdeiro do trono. Antes mesmo que possam se dar conta, seus destinos
serão entrelaçados.
Neste conto de fadas contemporâneo, você vai encontrar:
Um príncipe moderno e fofo, uma fada madrinha que é o amigo gay da Hannah e uma
madrasta má mais conhecida como tia Satan.
Alerta:
Cenas hot que podem te enfeitiçar.
Valentine
Sinopse:
O Doutor Brian Powell, ou Doc como era conhecido pelos amigos, acompanhava de perto o
sofrimento do presidente do Selvagem Moto Clube devido a uma grave doença. A morte se
aproximava e a sucessão do seu legado estava gerando uma grande disputa.
⠀
John Savage nunca quis que a família se envolvesse com seus negócios, mas sua filha
Valentine estava disposta a lutar pelo cargo que lhe era de direito. Ninguém a conhecia o
suficiente para dar apoio, no entanto isso não a desmotivaria a alcançar seu objetivo.
⠀
O primeiro contato que Valentine teve com um dos membros do Moto Clube foi explosivo,
mas Doc estava determinado a ser um aliado, além de um bom amante. Ele já a queria
muito antes mesmo de a ver pela primeira vez.
⠀
Entre atentados e preconceito, Doc e Valentine terão que lutar para preservar a paz do
Selvagem e não se perderem entre as armadilhas causadas pela superproteção.
Leon e Pietra: Ao resgate do amor
Sinopse:
Ele, um médico dedicado ao trabalho humanitário; Ela, uma advogada que luta pela justiça
em favor das mulheres que sofrem com violência doméstica; ambos solteiros e dedicados
as suas profissões. Em uma festa de casamento decidem que um relacionamento casual
seria uma ótima forma para lidar com a química visível. Cinco anos depois eles se
reencontram, o momento não podia ser pior, mas descobrem que aquela química ainda
ardia como fogo em palha seca. Entre encontros e desencontros, esse casal vai enfrentar
os dramas da vida em busca do resgaste ao amor.