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Curso de Licenciatura em Enfermagem

CLE 2019-2023

UC Clínico da Apreciação à Tomada de decisão em


Enfermagem
3º Ano | 1º Semestre

1º Contexto
Cirurgia

HISTÓRIA CLÍNICA DE UM CLIENTE E RESPETIVO PLANO


DE CUIDADOS

Rúben Filipe Ricardo Santos, nº9231

Regente da UC: Prof.ª Odete Lemos


Docente orientador: Prof.ª Elsa Mourão
Orientador clínico: Enf.ª Silvia Azevedo

Lisboa
janeiro 2022

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1. Identificação do cliente de enfermagem
A Sr.ª M. F. T. C., do sexo feminino, afirma que prefere ser tratada pelo
seu segundo nome, por este motivo, doravante, será referida como Sr.ª F.

A Sr.ª F têm 58 anos, tendo nascido a 6 de janeiro de 1948. É de


nacionalidade portuguesa, natural e residente de Albufeira. É de etnia
caucasiana, sendo o seu idioma o português. O seu sistema de saúde é,
exclusivamente, o Serviço Nacional de Saúde (SNS), encontrando-se inscrita
na USF da região. Professa a religião católica, mas considera-se não
praticante. Encontra-se reformada, mas trabalhou durante 22 anos como
secretária e posteriormente 18 anos numa papelaria. Refere o marido – F. F. e
o filho – J. F. como as suas pessoas significativas.

O seu local de procedência é o domicílio e encontra-se internada no


serviço de cirurgia, de um hospital em Lisboa, desde 4 de janeiro de 2022 para
a realização de uma cirurgia eletiva.

2. História de saúde de Enfermagem


2.1. Motivo de internamento
A dia 30/12/2021, a Sr.ª F foi classificada como ASA II e considerada
apta para a realização da cirurgia proposta, na Consulta de Anestesia. Assim,
no dia 04/01/2022, deu entrada no serviço de Cirurgia Geral e
Gastroenterologia, para ser submetida, no dia seguinte, a uma hemicolectomia
direita por abordagem laparoscópica, por um diagnóstico de adenocarcinoma
(ADC) do cego.

2.2. Antecedentes de saúde


2.2.1. Antecedentes pessoais
A Sr.ª F, apresenta como antecedentes pessoais, obesidade (IMC
desconhecido), carcinoma pavimentoso celular da laringe e adenocarcinoma do
lobo superior direito. Relativamente a antecedente cirúrgicos, a Sr.ª F, foi
submetida a três cirurgias, a primeira, uma cesariana segmentar transversa

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(sem data conhecida), a segunda uma osteossíntese de fratura da perna direita
(sem data conhecida) e por fim em março de 2009 realizou uma lobectomia
superior direita. Relativamente ao Programa Nacional de Vacinação, a Sr.ª F.
refere ter as vacinas todas atualizadas e realizou a imunização contra SARS-
COV-2, só não tendo efetuado ainda a dose de reforço por recomendação
médica. A Sr.ª F nega alergias alimentares ou medicamentosas, assim como
hábitos etanólicos, hábitos tabágicos atuais (mas refere ter sido fumadora por
31 anos, onde fumava 2 maços e meio por dia) e consumo de substâncias
psicoativas.

Quanto à terapêutica realizada no domicílio, a Sr.ª F efetua levotiroxina


(25 microgramas) todos os dias ao pequeno-almoço e fluticasona + salmeterol
(20mg), em SOS.

2.2.2. Antecedentes familiares


Relativamente aos antecedentes familiares, Sr.ª F. refere que a sua mãe
faleceu aos 92 anos, devido a um acidente vascular cerebral e que o seu pai
faleceu aos 65 anos devido a neoplasia da bexiga e que era “um grande
fumador” (sic). A Sr.ª F. tem um filho de 52 anos que refere não apresentar
antecedentes pessoais conhecidos.

2.3. História social e caracterização familiar


A Sr.ª F integra uma família nuclear, uma vez que vive com o seu
marido, Sr. F.F e o seu filho, Sr. J.F, mantendo uma relação funcional com
estes. Relativamente à família mais alargada, a cliente tem também uma
sobrinha com quem mantém contacto frequente (Apêndice II – Genograma
familiar e Anexo II – APGAR Familiar). Quanto aos sistemas mais amplos a Sr.ª
F salienta a importância da USF, em que se encontra inscrita e o hospital de
referência na Margem Sul, onde se iniciou a sua história de saúde atual.

Segundo o Índice de Graffar (anexo l), a cliente pertence à classe média,


o que significa que após alta hospitalar terá condições monetárias e
habitacionais para viver. A sua habitação é um apartamento, num prédio com
elevadores (2), no 3º andar. Possui saneamento básico, acesso à eletricidade e

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meios de aquecimento/arrefecimento do ambiente. Localiza-se numa zona
habitacional, com pouco tráfego e bastantes espaços verdes, a cliente
considera que é uma zona pouco poluída. Após alta hospitalar, a Sr.ª F refere
que irá para sua casa.

2.4. História de saúde atual


No mês de novembro de 2021, a Sr.ª F dirigiu-se à USF em que se
encontra inscrita, com um quadro de fadiga a pequenos esforços. Devido a
este quadro foram pedidas análises laboratoriais de sangue, que relevaram
uma anemia com uma hemoglobina (Hb) de 7.3 g/dL. Por este mesmo motivo,
foi encaminhada de urgência para o hospital, onde realizou uma Unidade de
Concentrado Eritrocitário, revertendo o quadro anémico, para uma Hb de 9.3
g/dL. Iniciou Ferro oral (5mL/dia). Para encontrar a etiologia deste quadro,
foram pedidos diversos exames complementares de diagnóstico. Seguem-se
os achados clínicos descritos nos relatórios dos exames realizados.

 Colonoscopia total: no colon descendente a 60 cm da margem anal


observa-se pólipo séssil com cerca de 15 mm, no ascendente
observa-se pólipo séssil com 5mm. Adjacente a válvula ileocecal
observa-se lesão vegetante com zonas ulceradas com grande
friabilidade.
 Biópsia: ADC baixo grau.
 Endoscopia digestiva alta: hérnia do hiato + gastropatia do antro a
caracterizar por histologia (gastrite crónica, H. pylori negativo).
 TC torácico-abdomino-pélvico: sem alterações significativas.

O seu caso clínico foi encaminhado para seguimento no hospital onde


atualmente se encontra internada, onde foi proposto à Sr.ª F a realização de
uma hemicolectomia direita via laparoscópica, tendo a cliente compreendido e
consentido.

A 04/01/2022, ficou internada no serviço de Cirurgia Geral e


Gastroenterologia, para ser submetida, no dia seguinte, à cirurgia prevista. A
Proposta Cirúrgica encontrava-se assinada no seu processo físico e foram
realizados os ensinos pré-operatórios. Já a 04/01/2022, a Sr.ª F. foi conduzida
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até ao Bloco Operatório (BO). O período intraoperatório decorreu sem
intercorrências.

A Sr.ª F apresentou, ao longo de todo o seu internamento, um estado


geral e de consciência estáveis, tendo-se mantido sempre comunicativa e
colaborante com os cuidados prestados e sempre bastante positiva quanto ao
resultado e à recuperação.

No 1º dia pós-operatório, à data da entrevista compreensiva, descreveu


a dor sentida como “suportável” (sic), classificando-a no nível 2, segundo
Escala Numérica da Dor. Referiu que a dor agravava às mobilizações e à tosse
e que aliviava com o repouso e após a administração de terapêutica analgésica
de esquema. Relativamente à nutrição, progrediu da dieta inicial pós-cirúrgica,
chá e água, para dieta líquida, que tolerou, embora em pequenas quantidades.
O regime terapêutico realizado pela Sr.ª F. no período pós-operatório encontra-
se no apêndice II. O protocolo de analgesia é sujeito a revisão diária e a
consequente alteração consoante a avaliação da dor da cliente.

2.5. Avaliação física e comportamental


2.5.1. Observação geral
A Sr.ª F. demonstra uma idade aparente correspondente à sua idade
cronológica. Apresenta-se colaborante com o projeto terapêutico e com os
cuidados prestados, tendo manifestado interesse. É autónoma e independente
na realização das suas AVD. Mantém uma aparência cuidada e higienizada,
sem sudorese ou odores corporais notáveis. A pele apresenta-se limpa,
hidratada, corada e íntegra (exceto nos locais das feridas cirúrgicas), com
temperatura mantida e sem sinais inflamatórios. As mucosas estão coradas e
hidratadas.

No que diz respeito ao estado nutricional, mede 148 cm e pesa cerca de


52 kgs, o que com base nestes parâmetros antropométricos, a Sr.ª F.
apresenta um Índice de Massa Corporal (IMC) de 23.7 kg/m 2, indicativo de
peso normal.

Segue-se a avaliação dos seus sinais vitais.

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Data 5/1 (turno da tarde)
Tensão Hipertensa (TA=143/54 mmHg), mas assintomática, de acordo com
arterial o seu perfil basal
Pulso Normocárdico (FC= 83 bpm). Pulso radial regular, rítmico e cheio
Eupneica em ar ambiente com respiração simétrica, tipo torácica
Respiração
SpO2=98%
Temperatura
Apirética, com T=36,0ºC
timpânica
Dor “suportável” (sic), de grau 2 (Segundo a Escala Numérica para
Avaliação da Dor), na região abdominal. Agrava às mobilizações e à
Dor
tosse e alivia com o repouso e a instituição de analgesia prescrita de
esquema
Tabela 1- Sinais vitais

2.5.2. Avaliação do estado mental


Durante a realização da entrevista, a cliente encontrava-se calma,
consciente e orientada nos três referenciais (tempo, espaço e pessoa).
Manteve sempre o contacto visual e foi colaborante em todas as questões
colocadas. O discurso era coerente, claro e lógico e não apresentava sinais de
alteração na concentração, perceção, pensamento ou memória. Referiu sentir-
se otimista com o resultado da cirurgia realizada e esperançosa com a sua
recuperação.

2.5.3. Observação da cabeça e pescoço


Relativamente à cabeça e faces, estas apresentavam um tamanho
proporcional ao corpo e são simétricas em todas as suas partes, não
apresentando alterações significativas. O couro cabeludo encontrava-se íntegro
e limpo e o cabelo é de cor castanha, de distribuição regular e comprido. O
pescoço não apresentava deformidades nem lesões. Não apresentava sinais
de esforço respiratório.

2.5.4. Observação dos membros superiores


Os membros superiores são simétricos e proporcionais. Não
apresentavam alterações na temperatura e sensibilidade e não foram

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observadas massas ou edemas. As unhas encontravam-se íntegras, limpas,
com cor rosada e aderentes.

2.5.5. Observação do tórax


O tórax apresentava um formato regular, simétrico e proporcional em
relação ao corpo, não apresentando alterações significativas. Não apresenta
sinais de esforço respiratório.

2.5.6. Observação do abdómen


O abdómen encontrava-se volumoso, mas depressível, ligeiramente
timpanizado e doloroso à palpação, mas indolor à descompressão.
Apresentava suturas da abordagem laparoscópica protegidas com penso
simples unidas com agrafos, bordos unidos e sem sinais inflamatórios.

2.5.7. Observação dos membros inferiores


Os membros inferiores são simétricos e proporcionais. Não
apresentavam alterações na temperatura e sensibilidade e não foram
observadas massas ou edemas. A Sr.ª F apresentava uma ligeira diminuição
da força muscular, mas o tónus muscular encontrava-se mantido. As unhas
encontram-se íntegras, limpas, com cor rosada e aderentes.

2.6.8 Observação da cintura pélvica e da região nadegueira


Não foi possível observar esta região.

2.6.9 Observação dos genitais e ânus


Não foi possível observar esta região.

2.3. Experiências Significativas

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De acordo com a Teoria das Transições de Afaf Meleis, a Sr.ª F.
encontra-se a experienciar uma interação entre duas transições múltiplas,
simultâneas e relacionadas, sendo uma do tipo saúde-doença e a outra do tipo
situacional.
A primeira transição mencionada verifica-se porque a cliente atravessa
um processo de doença oncológica que exigiu um tratamento cirúrgico.
Atualmente, esta sente-se debilitada, o que seria de esperar num primeiro dia
de pós-operatório, mas esperançosa com a evolução da sua recuperação.
Por outro lado, a segunda transição prende-se com o facto de este se
tratar do seu primeiro internamento neste hospital. Deste modo, a Sr.ª F. tem
sido sujeita às alterações impostas pelo serviço no que concerne às suas
regras, dinâmicas e horários, não podendo estar junto da sua família.
Os fatores facilitadores da recuperação pós-operatória da cliente têm
sido o apoio emocional da família, em especial do marido e do filho, com quem
fala diariamente, pois afirma que foram o seu pilar para aceitar a sua condição
de saúde. Além do apoio familiar, os apoios da equipa multidisciplinar têm sido
fundamentais para a sua autopercepção de saúde.
Assim apesar das transições que Sr.ª F está a experienciar, foi capaz de
se adaptar de forma positiva a todas estas alterações, mantendo um bom
humor e vontade de melhorar o seu estado de saúde para regressar ao
conforto do seu domicílio.

2.4. Padrão de satisfação das Necessidades Humanas


Fundamentais
NHF a dia 05/01

NHF Padrão habitual- A Sr.ª F. não tem patologias do


Mantida

Respirar foro respiratório nem realiza terapêutica dirigida a


esse fim, mas refere alergia a pó e a pólens. Refere
nunca ter tido hábitos tabágicos, contudo conta que
o filho é um “grande fumador” (sic), mas que este
não fuma dentro de casa, não sendo assim exposta
ao fumo diretamente.

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Internamento- Sr.ª F. tem-se mantido eupneica a
ar, sem sinais de dificuldade respiratória. Não revela
cansaço aquando esforços.
Padrão habitual- A Sr.ª F costuma realizar cerca de
3 refeições diárias (pequeno-almoço, almoço e
jantar), confecionadas por si ou pelo seu marido e
refere que estas costumam ser alternadamente
pratos de peixe e carne. Relativamente à ingestão

Comprometida
hídrica, a Sr.ª F. costuma ingerir pelo menos, 1L de
NHF Comer água por dia. Não apresenta alergias, restrições ou
e beber intolerâncias alimentares. Não destaca preferências
alimentares e refere ter atenção aos alimentos “para
controlar melhor o colesterol” (sic)
Internamento- No pós-operatório, progrediu para
dieta líquida, que tem tolerado, apesar de só ingerir
1/3 da refeição por apresentar apetite diminuído.
Não tem disfagia e alimenta-se de forma autónoma.
Padrão habitual- A Sr.ª F. refere que costuma ter
micções regulares, várias vezes ao dia, de urina de
cor límpida a amarela. Refere ter infeções do trato
urinário recorrentes. A Sr.ª F. nega qualquer
alteração da função intestinal, tendo um padrão
Comprometida
habitual de dejeção diário a intervalos de dois dias.
NHF
Internamento- Utiliza o WC, sendo autónoma nas
Eliminar
deslocações até ao mesmo. Urinou uma vez durante
o turno, urina amarelada com cheiro sui generis,
segundo a cliente. Relativamente à eliminação
intestinal, desde que foi submetida à intervenção
cirúrgica a doente ainda não evacuou e não
apresenta peristaltismo.
NHF Evitar Padrão habitual- A Sr.ª F. refere ser frequentadora
Mantida

perigos de serviços de saúde, uma vez que costuma realizar


periodicamente consultas e exames de rotina. A
cliente menciona ter uma boa adesão à terapêutica,
pois compreende a sua importância para o controlo
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da sua situação de saúde.
Internamento- Durante o internamento, a cliente
demonstrou-se consciente das medidas de
prevenção da infeção, como a desinfeção das mãos
e o uso de máscara. Colaborante na terapêutica
que se encontrava prescrita. Apresenta baixo risco
de queda segundo Escala de Quedas de Morse,
com score de 35 pontos (Anexo III), e baixo risco de
desenvolvimento de úlceras de pressão segundo
Escala de Braden, com score de 19 pontos (Anexo
IV).
Padrão habitual- A Sr.ª F. consegue adaptar-se a
alterações de temperatura adequando a roupa e

NHF Manter utilizando meios de aquecimento/arrefecimento do


ambiente.

Mantida
a
Internamento- Durante o internamento, a Sr.ª F.
temperatura
manteve-se sempre apirética com temperaturas
corporal timpânicas de 36ºC. As extremidades não
apresentam alterações na temperatura. Não
apresenta alterações do seu padrão de sudorese.
Padrão habitual- A Sr.ª F. refere realizar banho
total diário, sendo independente nesta NHF. Utiliza
hidratante corporal e realiza os seus cuidados de
higiene oral três vezes por dia.
Internamento- Apresenta pele e mucosas limpas,
NHF Manter- coradas e hidratadas, sem odores. Os cuidados de
Mantida

se limpo e higiene (banho total) foram realizados pela cliente no


proteger os WC de forma independente. Apresenta suturas

tegumentos cirúrgicas da abordagem laparoscópica na região


abdominal protegidas por pensos simples,
encerradas com agrafos. Apresenta CVP no dorso
da mão esquerda, que se encontra obturado,
permeável e protegido por penso transparente,
aderente e íntegro, sem sinais inflamatórios.

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Padrão habitual- Em casa, a Sr.ª F. é independente
no vestir e despir, escolhendo a sua roupa e

Mantida
NHF Vestir e
adequando-a ao dia-a-dia e à temperatura ambiente.
despir
Internamento- Enverga vestuário hospitalar limpo,
que veste e despe de forma independente.
Padrão habitual- A Sr.ª F. sempre foi independente,
conseguindo movimentar-se e manter uma postura
correta. Refere ainda, que juntamente com o seu
marido, faz uma caminhada diária de uma hora.

Comprometida
NHF Mover-
Internamento- Apresenta força muscular
se e manter
ligeiramente diminuída, sendo capaz de se
a postura
movimentar, mas tendo dificuldade em realizar
correta mobilizações de grandes distâncias. Importa referir
que a dor sentida ao longo do turno, agravava-se
com as mobilizações o que dificulta ligeiramente a
satisfação desta NHF.
Padrão habitual- A Sr.ª F. afirma que gosta de
conversar, não sentindo dificuldade em expressar as
suas ideias e referindo que as pessoas a
compreendem com facilidade. Refere também que o

NHF marido e o filho são os seus confidentes, não


sentido dificuldade em conversar sobre a sua
Mantida
Comunicar
situação de saúde.
com os seus
Internamento- Durante o internamento, a Sr.ª F.
semelhantes manteve-se bem-humorada e muito conversadora
com os profissionais e com as colegas de quarto.
Apesar de não puder receber visitas, devido à
situação pandémica atual, a Sr.ª F tem-se
comunicado com a família através do telemóvel.
NHF Dormir Padrão habitual- A Sr.ª F afirma ter um padrão de
Mantida

e repousar sono regular, costuma deitar-se por volta das 00h e


acordar às 9h e que este é um sono reparador.
Internamento- A Sr.ª F. tem dormido por longos
períodos, com um sono reparador durante a noite,
sem necessidade de descansar durante o dia ou de
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tomar terapêutica indutora de sono.
Padrão habitual- A Srª. F. encontra-se atualmente

NHF reformada, tendo tido uma diminuição na sua


atividade diária. Contudo refere que esta diminuição

Mantida
Ocupar-se
foi bem aceite, pois “já era tempo de descansar e
de forma a
abrandar um pouco” (sic). Atualmente é responsável
sentir-se útil por realizar as tarefas domésticas juntamente com o
seu marido.
Padrão habitual- Relativamente aos seus
passatempos, a Sr.ª F menciona assistir a televisão,
NHF passear com o seu marido e filho e os encontros

Mantida
Recrear- frequentes com as amigas.
se/divertir- Internamento- Apesar de não puder realizar as

se suas atividades de recreação habituais, a Sr.ª F


refere que “encontrou outras soluções para se
entreter” (sic)
Padrão habitual- A Sr.ª F assume ser católica,
NHF Praticar a
contudo não praticante.
sua Religião e

Mantida
Internamento- A Sr.ª F refere que o internamento
Agir segundo
não tem impactado a sua expressão de
as suas
religiosidade, “pois pode rezar em qualquer lado e
Crenças
isso basta-me” (sic)
NHF Aprender Padrão habitual – A Sr.ª F. não revela alterações
ao nível da atenção, concentração ou memória.
Possui o 5º ano de escolaridade antigo. Refere
preocupar-se com questões relativas à sua saúde,
tendo esclarecido sempre as suas dúvidas junto dos
profissionais de saúde. É capaz de gerir o seu
regime terapêutico autonomamente.
Internamento – Revelou-se interessada em
compreender o seu estado de saúde atual,
procurando saber como estava em termos de
evolução pós-cirúrgica e questionando valores de
sinais vitais e medicação administrada. Apresenta
também disposição para aprender sobre como

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adaptar o autocuidado ao seu estado de saúde

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3. Plano de cuidados

Data Diagnóstico Resultados esperados Intervenções

Dor aguda R/C  Aplicar Escala Numérica da dor uma vez por turno e sempre que
[hemicolectomia direita] M/P necessário.
autorrelato da intensidade  Administrar terapêutica analgésica de esquema, conforme prescrito
da dor usando [Escala 1. Que a Sr.ª F, refira (paracetamol + metamizol magnésico).
5/1 Numérica da Dor (nível 2)] e no próximo turno, uma  Avaliar eficácia da terapêutica analgésica.
autorrelato das dor 0 na Escala  Considerar necessidade de administração de analgesia SOS,
características da dor Numérica da Dor sempre que não se consegue controlar a dor com recurso a medidas
usando [mnemónica não farmacológicas e terapêutica analgésica em esquema.
COLDSPA].

5/1 Integridade da pele 1. Que a Sr.ª F. não  Observar externamente o penso da sutura [verificar se está aderente,
prejudicada R/C apresente íntegro, limpo e seco externamente, com ou sem repasse de
procedimento cirúrgico complicações ao nível exsudado (se existir, deve medir-se ou delinear-se a área de forma a
[hemicolectomia direita] M/P das suturas, ao longo avaliar a progressão do repasse)].
alterações da integridade da do internamento  Realizar penso simples de 2 em 2 dias ou em SOS.
pele [suturas abdominais da  Realizar avaliação do estado de cicatrização da ferida cirúrgica e das
2. Que a Sr.ª F.
abordagem laparoscópica características da mesma (dimensão e profundidade, localização,
mantenha as feridas
expostas com agrafos] aspeto, tipo de sutura e material utilizado para unir os bordos,
cirúrgicas com boa
evolução cicatricial ao presença de hemorragia ou drenagem, dor, bordos, pele circundante
longo do internamento, e manifestações da Sr.ª F.) de modo a avaliar a evolução.
sem presença de  Vigiar as características da pele perilesional [presença de sinais
sinais inflamatórios. inflamatórios, características dos bordos (que devem estar unidos),
sinais de deiscência da sutura].
 Instruir a Sr.ª F. acerca dos cuidados a manter com o penso (não
molhar ao realizar autocuidado de higiene).

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 Orientar a cliente a informar a equipa de enfermagem no caso de
desenvolvimento de sinais inflamatórios (dor, rubor, edema e calor).

 Vigiar local de inserção do cateter (identificar sinais de inflamação).


1. Que a Sr.ª F não
 Vigiar penso do cateter e trocá-lo sempre que estiver repassado ou
apresente sinais de
Risco de infeção R/C molhado.
inflamação (dor, rubor,
[presença de cateter venoso  Realizar educação para a saúde sobre sinais inflamatórios, para que
5/1 calor, edema) no local
periférico no dorso da mão a Sr.ª F. nos possa alertar.
de inserção (CVP),
direita]  Desinfetar e testar a permeabilidade do cateter antes da sua
durante o
utilização.
internamento.
 Manter técnica asséptica no manuseamento do cateter.

 Avaliar as características do abdómen, através da palpação e


Risco de obstipação R/C 1. Que a Sr.ª F, num
percussão, pelo menos uma vez por turno.
procedimento cirúrgico prazo de 24 horas,
 Colaborar com outros membros da equipa de saúde para progredir
5/1 [hemicolectomia direita demonstre
com a dieta da forma mais rápida possível, sem complicações.
laparoscópica] e [ausência peristaltismo e evacue
 Promover a ingestão hídrica.
de peristaltismo] pelo menos uma vez.
 Promover a deambulação.

 Orientar a Sr.ª F sobre a frequência, a duração e a intensidade


desejadas para o programa de exercício (duas voltas ao serviço duas
Mobilidade física prejudicada
1. Que a Sr.ª F, no vezes por turno).
R/C dor [na região das
próximo turno,  Supervisionar deambulação.
5/1 suturas] M/P instabilidade
deambule pelo serviço  Investigar as barreiras ao exercício (administrar analgesia se
postural e movimentos
(duas voltas) indicado).
lentificados.
 Monitorar a resposta individual aos exercícios.
 Oferecer feedback positivo para os esforços individuais.

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APÊNDICES

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Apêndice I - Terapêutica do cliente durante o internamento
Via
Fórmula/
Fármaco de Indicações terapêuticas
Dose
adm.
Anticoagulante
Enoxaparina Sol. inj. 40 mg às
SC Profilaxia da doença tromboembólica venosa em doentes cirúrgicos de risco moderado e elevado, em
sódica 19h
particular aqueles submetidos a cirurgia ortopédica ou cirurgia geral, incluindo cirurgia oncológica
Antiácido e anti ulceroso; inibidor da bomba de protões
Pó para sol. inj.
Esomeprazol IV Tratamento antissecretor gástrico quando a utilização da via oral não é possível, em situações como
40 mg às 9h
prevenção de úlceras gástricas e duodenais associadas à terapêutica com AINEs nos doentes em risco
Pó para sol. inj. Anti-inflamatório não esteroide, inibidor seletivo da COX-2
Parecoxib IV
40 mg, em SOS Tratamento de curta duração da dor pós-operatória
Sol. inj. 25 mg Analgésico estupefaciente (opioide forte)
Petidina em 20 ml SF em IV
SOS Tratamento da dor moderada a intensa, nomeadamente em neoplasias e cirurgia
Analgésico e antipirético
Sol. inj. 1000 mg
Paracetamol Oral Tratamento de curta duração da dor moderada, especialmente após cirurgia, e tratamento de curta duração
pelas 16h
da febre
Metamizol Sol. inj. 1000 mg Analgésico e antipirético
IV
magnésico às 18h Tratamento da dor aguda intensa no pós-operatório
Sol. inj. 100 mg Analgésico estupefaciente (opioide fraco)
Tramadol IV
em SOS Prevenção e tratamento da dor moderada ou severa, nomeadamente dor do pós-operatório e dor oncológica
Solução injetável Antiemético
Granisetrom IV
0,1 mg em SOS prevenção e tratamento de náuseas e vómitos no pós-operatório (NVPO)
Solução injetável Antiemético
Ondasetrom IV
1 mg em SOS prevenção e tratamento de náuseas e vómitos no pós-operatório (NVPO)
Solução injetável Antiemético
Metoclopramida IV
10 mg às 14h prevenção e tratamento de náuseas e vómitos no pós-operatório (NVPO)
Polieletrolítico + Sol. inj. para
Glucose perfusão
1000 ml IV Corretivo da volémia e alterações eletrolíticas
24/24h a 42
cc/h

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Apêndice ll – Genograma

Legenda:
Traçado duplo avermelhado – Agregado familiar
Linha verde única – Vinculação forte
Linha verde dupla – Vinculação muito forte

18
ANEXOS

19
Anexo I – Índice de Graffar

20
Fonte: http://www.eas.pt/wp-content/uploads/2014/01/TESTE-GRAFFAR.pdf

Anexo II – APGAR familiar

21
Fonte:http://repositorio.ismt.pt/bitstream/123456789/261/19/Grupo%20V%20-%20APGAR
%20Familiar%20%28Smilkstein%29.pdf

Anexo III – Escala de Morse

22
Fonte: https://www.esenf.pt/fotos/editor2/i_d/publicacoes/978-989-98443-8-4.pdf

Anexo IV– Escala de Braden

23 1
3

Fonte: https://www.dgs.pt/departamento-da-qualidade-na-saude/ficheiros-
anexos/orientacao_ulceraspdf-pdf.aspx

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