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FRATURAS DOS METACARPIANOS

Introdução
30% a 40% de todas as fx mão;
Sexo masculino;
2ª e 3ª décadas de vida;
Causas: atividades de trabalho (maioria),
acidentes de trânsito, domésticos, recreativos e
esportivos;

Anatomia
5 MTCs: cabeça (distal), colo (+ frágil, porção
volar), diáfise e a base (proximal);
– Ligeiramente curvos no eixo longo,
concavidade palmar;
– Ângulo colo-diáfise normal: 15º;
– 2º e 3º MTC articulam-se com a fileira
distal do carpo e tem pouca mobilidade
articular; 4º e 5º MTC tem mobilidade de
até 30º com o carpo;
Ligamento metacarpal transverso: une a cabeça
dos MTC 2º ao 5º;
Ligamentos colaterais: Avaliação clínica
unem as cabeças dos MTC Articulação MTCF Exame clínico:
torna-se rígida quando – Unhas voltadas para
as FP / relaxados em ligamentos colaterais
extensão / tensos em cima;
estão encurtados por
flexão; causa da imobilização
– Durante a flexão ativa,
Musculatura interóssea em extensão. extremidades dos
dorsal e palmar: origem dedos devem apontar
na diáfise dos MTC / realiza flexão MTCF / força para o tubérculo do
deformante com angulação dorsal em fx colo e escafoide (5º desvio
diáfise; rotacional resulta em
1,5cm de sobreposição
do dedo sobre o
adjacente);
Radiografias:
– PA + oblíquo + perfil verdadeiro;
o Para avaliar fx 1º MTC, é melhor isolá-lo
para as incidências PA e Perfil;
Tomografia: para fraturas articulares;

Tratamento
CONCEITO FUNDAMENTAL: manutenção dos arcos Objetivos: restaurar os arcos longitudinal e
longitudinal e transversal da mão. transversal da mão + corrigir encurtamentos,
desvios angulares e rotacionais;
Tratamento conservador:
– Encurtamento de 2-3mm (fx diafisária
simples) ou até 5mm (fx cominutiva grave);
– Angulação de até 30º no 5 MTC, 20º no 4º
MTC e 10º no 3º e 3º MTC; se maior que
isto, deverá ser reduzida;

Fratura da cabeça dos metacarpianos


Introdução: Fratura do colo dos metacarpianos
– Pouco frequentes (4% a 5% fx MTC); Introdução:
– Dedo indicador é + susceptível; – + frequente no 4º e no 5º MTC;
– Pode estar associada à luxação MTCF; – Ponto anatômico de menor resistência;
Radiografias: PA + P + O + Brewerton; – Mecanismo + comum: trauma direto com mão
– Incidência de Brewerton: melhor fechada contra superfície dura;
– Geralmente com desvio palmar (ação dos
visualização da cbç MTC e base da FP;
interósseos e flexores e pela cominuição no colo);
o Método: 15º-20º de inclinação ulnar para
radial (centrada na 3ª MTCF) + 45º-65º da
Tratamento conservador:
Não se tolera desvio rotacional ou translação!!!
articulação MTCF;
Verificar angulação...
Classificação por McElfresh e Dobyns:
– Critérios para fratura
– Epifisárias; Manobra de Jahss:
aguda:
– Avulsão de ligamentos colaterais; o 2º e 3º MTC: não se
flete a MTCF e IF em
90º  compressão no
– Osteocondral; aceitam desvios; sentido dorsal
– Traço oblíquo; o 4º e 5º MTC: desvios enquanto a outra mão
– Transversal e horizontal; de até 10º; corrige o ápice;
– Cominutivas; o Se desvio >15º de
– Boxer intra-articular; angulação palmar  redução sob anestesia
– Associadas à perda óssea intra-articular; pela manobra de Jahss;
Tratamento: estabilidade absoluta e mobilização – Critérios para fratura com >10 dias de
precoce; evolução:
– RAFI: desvio dos fragmentos >1mm; o 2º e 3º MTC: 10º angulação;
o Osteossíntese com parafusos micro 1,5 ou o 4º e 5º MTC: 30º angulação;
*** após 10 dias, a chance de desviar é pequena ***
2mm;
o Fragmentos pequenos ou cominuídos: fios – Métodos:
o Gesso-luva por 10-14 dias: flexão MTCF
K + tala gessada ou órtese;
70º e IF 20º; incluir dedos indicador e
médio se fx do 2º ou 3º MTC, e os dedos
anular e mínimo se fx do 4º ou 5º MTC;
o Após esse período, tala gessada palmar e
dorsal, órtese de três pontos de apoio, tala
ulnar ou tala radial, liberando as IF;
– RX semanal;
– Grave cominuição: Tratamento cirúrgico:
o FE e técnica de redução por ligamentotaxia; – Indicação: grandes desvios, ou quando a
o Técnica de solidarização com o adjacente,
manutenção da redução não é possível por
possibilitando mobilização precoce e
modelar superfície articular na base da FP
métodos fechados;
íntegra; – Métodos:
o Fios de Kirschner:
 2 fios K1,5mm intramedular;
 1 fio K1,5mm longitudinal + 1 fio
K1,5mm transversal ancorado ao
MTC adjacente íntegro  permite
mobilização precoce;
o RAFI com fios, parafusos ou placa e
parafusos: separação completa cabeça-
diáfise, ou fx colo com extensão articular;
– Pós-operatório:
o Mobilização precoce;
o Retirar fios K em 4 semanas:
o Fios exteriorizados ou sob a pele;

– Mobilização ativa precoce quando: Fratura da diáfise dos metacarpianos


cominuição importante ou estabilidade da Maioria de tratamento conservador: + estáveis pelo ligamento
fx presente; transverso;
Complicação: FRATURAS TRANSVERSAIS: são as +
– Necrose avascular da cabeça (ocasional); estáveis, com menor encurtamento;
– Rigidez articular (+ comum); Tratamento conservador:
– Indicação: nenhum desvio rotacional,
encurtamento <2-3mm, e angulação dorsal
menor que 0º/0º/20º/30º;
– Imobilização com gesso ou tala,
envolvendo punho e dedos: punho com
extensão 20-30º, MTCF com flexão 70º;
Tratamento cirúrgico:
– Indicação: desvio rotacional, cavalgamentos
e encurtamento inaceitável; instáveis após a
redução; expostas ou patológica;

FRATURAS COMINUTIVAS:
– Traumas de maior energia, com frequente
lesão de partes moles;
– Sem desvios:
o Tala gessada: 20º extensão do punho + 70º
flexão MTCF + 0-20º flexão IFP;
o Liberar IFP após 2 semanas;
o Imobilização por 4-5 semanas;
– Com desvios:
o RAFI difícil, com tendência ao
– – Métodos: encurtamento;
o Fios K: 2 intramedulares anterógrados pré- o Opções: fixação transmetacarpiana, placa
moldados ou múltiplos transversais ao em ponte bloqueada ou fixador externo
MTC adjacente; (sem transfixar extensores);
o Placas e parafusos de minifragmentos: fx
múltiplas dos MTC ou com grande
Fratura da base dos metacarpianos
instabilidade;
– Mecanismo: trauma direto / esmagamento;
– Geralmente estáveis e sem desvios;
FRATURAS OBLÍQUAS:
– Fraturas da base do 2º e 3º MTC: raras /
– + instáveis; 2º e 5º MTC desviam mais;
mais estáveis pela menor mobilidade
– Mecanismo: força de rotação aplicada no
articular / tto conservador se não houver
dedo que funciona como alavanca;
desvios;
Tratamento conservador:
– Indicação: encurtamento <2-3mm,
angulação menor que 10º/10º/20º/20º;
– Métodos:
o Fios de Kirschner: fios longitudinais, fios
cruzados e transversais, fios cruzados, fios
transversais; o uso apenas de fios K pode
não controlar o encurtamento e a rotação;
o Placa e parafusos minimicro: fx múltiplas
dos MTC, grande instabilidade; mobilidade
precoce; desvantagem acesso, cicatriz,
agressão de partes moles;
o Somente com parafusos: técnica
interfragmentar se traço oblíquo longo (2x
diâmetro da diáfise) ~ o diâmetro do
parafuso não pode ser >1/3 da largura da
diáfise;
– Imobilização inicial incluindo MTCF e
punho;
– Fraturas da base do 4º e 5º MTC: mais
instáveis (maior mobilidade articular);
Fratura de Bennet reverso (base 5º MTC):
– Mecanismo: tração pelo extensor ulnar do
carpo (FUC insere no pisiforme) 
subluxação dorsal e proximal da base do
MTC em relação ao hamato; abdução pelos
hipotenares;
– Melhor incidência: RX com pronação de
30º;
– Tratamento: redução incruenta + fios K
(maioria dos casos), sendo 1 fio do 4º para
o 5º MTC, e outro do 5º MTC para o
hamato;
– Pós-operatório:
o Se boa estabilidade, não precisa imobilizar;
o Retirar fios em 4-5 semanas;

FRATURAS DO PRIMEIRO
METACARPIANO
Introdução – Ligamento colateral ulnar;
+ comum na base do 1º MTC;
Fx diafisária é rara; Classificação de Green e O´Brien (base
MTC)
Anatomia Tipo 1: fratura-luxação de Bennett (unicondilar);
– Ligamento intermetacarpiano; Tipo 2: fratura de Rolando (bicondilar em “Y” ou
– Ligamento dorso radial (estabilizador “T”);
Tipo 3:
– 3A: fratura extra-articular transversa;
– 3B: fratura extra-articular oblíqua;
Tipo 4: fratura-epifisiólise (SH2 ou SH3 – SH3 é
o Bennett na criança);

primário);
– Músculo adutor longo (adução +
supinação);
– Musculo abdutor longo do polegar Avaliação por imagem
(migração proximal e radial); Radiografias:
– Ligamento oblíquo volar/anterior: – AP verdadeiro (Robert´s
superficial e profundo; view);
– Ligamento oblíquo dorsal/posterior;
– Perfil verdadeiro (Billing´s e Gedda view); Fx articular em “Y” ou “T” | pior prognóstico
| maior energia do trauma
Fratura de Bennett Tratamento:
– Redução anatômica;
Fratura instável;
– Osteossíntese com fios, miniparafusos ou
Definição: fx-lx trapeziometacarpiana com traço
miniplacas;
de fx intra-articular, cujo fragmento triangular
– Se cominuição grave  imobilização
interno permanece com relação normal com o
gessada 4 semanas  reabilitação;
trapézio e unido à base do 2º MTC pelo
ligamento intermetacarpiano;
Mecanismo: trauma axial no polegar com MTC
fletido;
– Estabilizador primário: oblíquo anterior;
– Fragmento proximal: desvio volar e ulnar / Fratura diafisária do 1º MTC
preso pelo ligamento oblíquo anterior; Traumas diretos ou esmagamento;
– Fragmento distal: encurtamento + desvio – Desvio volar com ápice dorsal + fgo distal
dorsal e radial pelo abdutor longo do aduzido e fletido;
polegar + adução e supinação pelo adutor; Tratamento:
Tratamento conservador: – Manobra de redução: tração e pronação do
– Para fraturas sem desvio  gesso fgto distal + pressão dorsal no ápice;
englobando polegar por 4-6 semanas; – Fraturas transversas <30º angulação:
– Técnica de redução fechada: tração + redução + imobilização gessada incluindo o
abdução + polegar;
pronação; – Fraturas transversas >30º angulação e
Tratamento cirúrgico: fraturas oblíquas: instáveis  osteossíntese;
– Cirurgia de
Wagner: RF e
fixação percutânea
do 1º ao 2º MTC,
ou do 1º ao 2º
MTC e ao trapézio
(preferível);

*** se fraturas >30% superfície


articular, e GAP >2mm, fixação
com parafuso;
*** se RF não for possível, realizar
redução aberta;
Luxação pura carpo-metacárpica:
– Lesão incompleta do oblíquo anterior:
conservador;
– Lesão completa do lig oblíquo anterior:
fixação com fio de Kirschnner +
reconstrução do ligamento com
procedimento de Eaton (fita do flexor radial
do carpo);

Fratura de Rolando Fratura-epifisiólise 1º MTC


– Esqueleto imaturo;
– Tipo 2 e 3 de Salter-Harris;
– O tipo 3 SH = Bennett do adulto (avulsão
pelo LCU);
– Lesões raras e necessitam de redução
anatômica;
– Tratamento com RF ou RA + fixação com
fios K;

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