TRABALHO DE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

Profª Juliana Soares de Jesus

Proposta de Wolff

Como ela influenciou/impactou a Psicologia Científica?

Por que a psicologia proposta por Christian Wolff não obteve

sucesso?

Juliana Cazarim Borges - RA 202102636833

Laura Theodoro da Silva – RA 202103692443

Leticia Barbosa Gouveia - RA 202102668271

Nayara da Silva – RA 202103423329

Sandra Mazo Dias – RA 202102075149

Wagner Gerado Paroni Junior – RA 202102537525

Proposta de Wolff

Criação de uma disciplina específica, distinta do conhecimento filosófico, para

investigar a experiência psíquica: a psicologia empírica.

A psicologia empírica parte da experiência. O conhecimento é adquirido através

das experiências e cada indivíduo poderá ter experiências diferentes sobre o mesmo fato.
A partir da experiência é possível fornecer os princípios que podem dar razão para o que
ocorre na alma humana (Araújo, 2012).

Wolff tinha uma preocupação de que o conhecimento psicológico fosse rejeitado

como mera especulação fantasiosa, e na tentativa de delimitar o território de atuação da
psicologia empírica, viu a necessidade de dividi-la em outra parte: a psicologia racional
(Araújo, 2012).

A psicologia racional traz o conceito de alma humana e dedução. Questiona o

quão consciente o indivíduo estaria a respeito da experiência. Seu objetivo é fornecer as
razões daquilo que pode ser observado pela psicologia empírica.

Como ela influenciou/impactou a Psicologia Científica?

O sistema filosófico de Christian Wolff fez importantes contribuições para que a

psicologia deixasse de ser apenas uma disciplina subordinada à filosofia para vir a se
tornar Psicologia Científica: vocabulário básico de psicologia, demarcação da psicologia
como ciência, investigação da experiência psíquica (psicologia empírica) e a
matematizarão dos problemas psicológicos.

Wolff estabeleceu o vocabulário psicológico básico de toda a tradição alemã

posterior. Termos como ‘representação’, ‘consciência’ e ‘atenção’ ainda são utilizados
para indicar processos psíquicos universais (Araújo, 2012).
 Ainda que em seu sistema filosófico a psicologia estivesse a serviço da filosofia,
ao demarcá-la como uma ciência, algo inédito até então, possibilitou posteriormente que
a psicologia como campo autônomo de investigação surgisse (Araújo, 2012).

Wolff não chegou a ter um objeto de estudo específico, mas defendeu a criação
de uma disciplina específica para investigar a experiência psíquica: a psicologia empírica
(Araújo, 2012) e define essa nova disciplina como a “ciência que estabelece, por meio
da experiência, princípios a partir dos quais é dada a razão do que ocorre na alma
humana” (WOLFF, 1728).

Segundo Wolff, os processos mentais possuem dimensões quantitativas e podem

ser objetos de um conhecimento matemático, assim apostou também na matematizarão
dos problemas mentais (Araújo, 2012). Antes do Wolff todos os outros filósofos apenas
teorizaram, mas não chegaram a desenvolver ou estruturar qualquer tipo de método para
colocar suas teorias a prova. Wolff então trouxe a ideia de um método matemático aos
problemas da filosofia prática.

Por que a psicologia proposta por Christian Wolff não obteve sucesso?

A psicologia proposta por Wolff não obteve sucesso porque partes fundamentais
da construção do seu sistema filosófico, foram criticadas e ou revisadas por outros
autores (Araújo, 2020).

Ainda que Wolff tenha delimitado a psicologia como uma ciência (psicologia
empírica), ela ainda estava submetida a atividade filosófica, definindo-a como uma parte
da filosofia que se ocuparia da alma. (Araújo, 2012).

A psicologia racional é fortemente recusada e Kant, por exemplo, tem forte

influência nesse ponto com sua crítica a ideia de alma como objeto de conhecimento
(Pereira, 2019).

A psicologia empírica de Wolff foi baseada inteiramente na auto-observação. E

Esse método também vem a ser duramente criticado por Kant e Comte (Araújo, 2012).
 Wundt também recusa a ideia de uma psicologia racional, mas faz um importante
aprimoramento na psicologia empírica de Wolff com seu estudo da experiência imediata
e diferencia a auto-observação (introspecção tradicional) da percepção interna (Araújo,
2013).

Referências bibliográficas:

ARAUJO, S. F. (2012). “O lugar de Christian Wolff na história da psicologia”. In:

Universitas Psychologica, 11(3), 1013-1024.

ARAUJO, S. F. (2020). “A ideia de uma ciência da alma: Christian Wolff e o surgimento

da psicologia científica na Alemanha. In: doispontos:, 17(1), 44-51

PEREIRA, T. C. R. (2019). “Christian Wolff e a constituição da Psicologia: a história

pode melhorar. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal de Juiz
de Fora, Juiz de Fora, 2012.