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Modelando e compondo
processos de negócio
Os objetivos da unidade são: discorrer sobre
como as organizações estão estruturando seu parque de apli-
cativos (softwares) para melhor se adaptarem às necessidades
de negócio; explanar sobre como as empresas estão organizan-
do sistemicamente seus processos; e discutir sobre os níveis de
maturidade na composição dos processos de negócio.
As organizações estão passando de um estágio depen-
dente de pessoas para um estágio de amadurecimento dos
processos. Constantemente ouve-se falar sobre níveis de
maturidade das empresas e associa-se essa evolução à manei-
ra com que a empresa define, documenta, monitora e contro-
la seus processos.
Ao encontro desse cenário, surge o conceito de BPM
(Business Process Management), que trabalha na definição de
como serão gerenciados e conduzidos os processos de negó-
cio de uma organização.
Porém, com os altos volumes de atividades e processos
das empresas, fica muito difícil maximizar a produtividade e
o controle sem o apoio tecnológico e sistêmico. Nesse sentido,
surgem o BPMS (Business Process Management System) e a SOA
(Service-Oriented Architecture).
7.1
Architecture - SOA)
A arquitetura orientada a serviços combina uma plata-
forma tecnológica robusta com uma metodologia de desenvol-
vimento de software. Então, SOA (Service-Oriented Architecture)
não é apenas uma tecnologia. É uma estratégia de criação de
software por meio de um conceito de orientação a serviços.
Service-Oriented Architecture
Definição de
Metodologia para
estrutura da
desenvolvimento
plataforma de
de software
desenvolvimento
Fonte: o autor
O principal foco da SOA é habilitar o rápido desen-
volvimento e adaptação de processos de negócios inovado-
res na mesma velocidade em que mudam os requerimen-
tos de negócio.
Essa agilidade na adaptação é possível pelo fato de a
estrutura orientada a serviços (plataforma de desenvolvi-
mento de software) ser muito próxima da estrutura orienta-
da a processos. Na verdade, pode-se dizer que serviços são os
componentes dos processos de negócio.
177
Vê-se, então, que a SOA está ligada diretamente à ges-
Curiosidade…
É possível encontrar dezenas de casos de sucesso SOA
no site da IBM: http://www-01.ibm.com/software/
success/cssdb.nsf/advancedsearchVW?SearchView&Q
uery=[WebSiteProfileListTX]=soa+AND+%28soa%29+A
ND+[CompletedDate]%3E01-01-2002&site=soa&cty=en_
us&frompage=ts&start=1&count=10
Processos de negócio
Um processo é um grupo de atividades específicas,
coordenadas e que seguem um conjunto de procedimen-
tos com intuito de produzirem um produto ou um serviço.
Sempre há uma ou mais entradas, um conjunto de atividades
(transformação) e uma ou mais saídas.
Representação de um processo
Entrada Saída
Materiais e Transformação Produto ou
informações serviços
Fonte: o autor
Exercício...
Defina quais as entradas necessárias e as possíveis saídas
para um processo de compra de materiais indiretos.
Resposta:
• Entrada: Requisição de compras aprovada.
• Saída: Materiais comprados, entregues para os soli-
citantes e dados de pagamento enviados ao “contas a
pagar”.
Serviços
Serviços representam uma unidade de trabalho espe-
cífica, que pode ser utilizada dentro de um ou mais proces-
sos de negócio. A grande vantagem da plataforma orientada
a serviços é a possível reutilização de rotinas, como se fossem
miniprocessos (ou subprocessos).
Por exemplo, tanto o processo de venda de serviço
quanto o processo de campanha de marketing podem pre-
cisar de uma verificação de crédito do cliente. No momen-
179
to da venda, existe a preocupação em saber se o cliente está
Serviço de
verificação de crédito
Informações Processo de
serviço, grupo de campanha de Campanha realizada
clientes, estratégia... marketing
Fonte: o autor
O serviço deve ser oferecido por um provedor de ser-
viços, podendo ser executado sob demanda ou de maneira
espontânea. Imaginando-se o exemplo do serviço de verifi-
cação de crédito, o provedor é o departamento financeiro, e a
execução é sob demanda.
Curiosidade...
Matt Miszewski, CIO (Chief Information Officer) para
o estado de Wisconsin, justificou a implantação de uma
180
arquitetura orientada a serviços: “Quando eu disse que
tínhamos 18 versões de ‘verificação de crédito’ ligeira-
informação e da comunicação
Gestão da tecnologia da
Estudo de caso...
A Verizon, operadora norte-americana de telefonia, pos- 181
suía vários sistemas espalhados em alguns data centers (as
bases de dados estavam descentralizadas).
• AS IS (como é):
Envolve o entendimento dos processos atuais das
empresas, desenhando-os da forma que são. Nessa etapa, não
há questionamento sobre a eficácia e a eficiência dos proces-
sos. Apenas uma representação gráfica ou textual sobre os
processos que vigoram na empresa.
Normalmente, o trabalho é iniciado pelas áreas mais
críticas da empresa, e necessita de entrevistas com os funcio-
nários de todas as áreas envolvidas no mapeamento.
• TO BE (como será):
É um desenho de solução futura, partindo do cená-
rio atual e avaliando, junto à estratégia da organização, onde
ela pretende chegar. Para esse caminho futuro, os processos
necessitam de adequações para tornar a empresa mais ágil e
com mais controle.
Análises de caminho crítico dos processos e de indica-
dores das áreas também indicarão necessidades de melhoria
nos processos. É importante, nessa análise de futuro, quan- 183
tificar os ganhos que a organização terá ao mudar seus pro-
Exercício...
Quais são as ferramentas de modelagem de processos
existentes hoje no mercado? Resposta: ARIS, Microsoft
Visio, BizAgi Modeler, ARPO Process, Websphere BPM,
entre outras.
CVA
PCE =
NVA + BVA + CVA
Em que:
PCE = Process Cycle Efficiency (Eficiência do Ciclo do Processo)
NVA = No Value Add (Nenhum Valor Agregado)
BVA = Business Value Add (Valor Agregado ao Negócio)
CVA = Customer Value Add (Valor Agregado ao Cliente)
Todas as medidas são contabilizadas em unidades de
tempo, e os tempos de espera existentes no processo devem
ser classificados como NVA. De acordo com Bergman Filho
(2007), muitas atividades do processo não agregam valor e
podem ser eliminadas.
7.3
Não Sim
Plugar a Trocar o
lâmpada bulbo
185
GLOSSÁRIO
• Definição de workflow
O workflow é a automação do processo de negócio, no
qual um sistema percorre o fluxo desenhado e direciona as
atividades para as pessoas responsáveis por cada atividade
do processo de negócio.
• Regras de negócio
Regras são operações, restrições e definições que são uti-
lizadas nos fluxos dos processos de negócio. Por exemplo, um
processo de compra pode ter uma regra para definição de alça-
das de aprovação: compras até R$ 1.000,00 podem ser aprova-
das pelo gerente da área e compras acima de R$ 1.000,00 neces-
sitam também da aprovação do diretor da área solicitante.
Nova
186
Reatribuir Atribuída
informação e da comunicação
Gestão da tecnologia da
Não Resolvida
aceite
Reabrir
Verificada
Fechada
• Alertas
Para cada processo crítico, deve-se identificar os seus
indicadores-chave (Key Performance Index – KPI) e, para cada
indicador, pode-se definir os limites de tolerância (threshold).
Com essas definições, o BPMS deve ser capaz de monitorar
a execução dos processos de negócio e, caso algum indica-
dor ultrapasse os limites aceitáveis e configurados, o sistema
pode enviar alertas aos responsáveis cadastrados.
Desenho
Mapeamento
dos fluxos e
dos processos
formulários
de negócio
eletrônicos
187
Monitoramen-
to em tempo Regras de
real das negócios
atividades
189
Escopo de adoção SOA/BPM
• Nível departamental
Normalmente escolhido algum departamento para
implantação de um projeto piloto e realização de provas de
conceito. Após validação, podem ser realizados pequenos
roll-outs para outros departamentos. A iniciativa ainda per-
manece isolada na empresa.
Projeto de
Nível Pequenos Projetos de
prova de
departamental roll-outs integração
conceitos
190 Interação de
Nível de Vários Início do
departamentos
unidades de departamentos processo de
por meio de
informação e da comunicação
Gestão da tecnologia da
Repositório Ciação de
Definição de
Entre unidades central possibilita políticas,
processo de
de negócios maximização da processos e
governança
reutilização padrões
• Nível 1 – Inicial
Os processos são eventuais e não organizados. Não
existe um padrão, e a condução da empresa é muito depen-
dente das pessoas.
• Nível 2 – Repetitivo
Pela repetição, os processos seguem um padrão regu-
lar, mas não há estudo sobre a melhor maneira de se operar a
empresa e nem existem procedimentos formais.
• Nível 3 – Definido
A partir desse nível, os processos passam a estar docu-
mentados e divulgados. A empresa passa a ser mais depen-
dente de processos do que de pessoas.
• Nível 4 – Gerenciado 191
Nível 1:
• Integração ponto a ponto
• Baixo R&D
• Pequenos projetos pilotos de SOA
• Implementações de portais
• Pequeno número de Web Services
Nível 2:
• Custos de TI começam a mostrar o ROI
• Uso de padrões abertos e middlewares comuns
• Criação de um SOA Competence Center
• Definição bottom-up para identificação dos serviços
(aplicação)
Nível 3:
• Granularidade suficiente para se obter serviços
independentes
• Flexibilidade suficiente para que seja possível a
orquestração dos processos
• Definição top-down para identificação dos serviços
(negócios)
• Introdução de BPM, BPMS, BPR
• Service Registry
193
Nível 5:
• Serviços otimizados são dinamicamente
reconfiguráveis
• Máxima otimização e alinhamento com o negócio
habilitados e Agilidade.
otimizados
Serviços
Nível 5
NÃO RENTÁVEL
mensuráveis
Agilidade
Serviços
Nível 4
habilitados
Processos
arquitetados colaborativos
Flexibilidade
Serviços
Nível 3
interligada
SOA
Serviços
Nível 2
fundamental
INVIÁVEL
SOA
Serviços
Nível 1
iniciais
departamental
unidades de
corporativo
unidade de
maturidade
Modelo de
negócios
negócios
Nível de
Nível
Nível
Entre
REFERÊNCIAS
BERGAMO FILHO, C. Produtividade e eficiência de proces-
sos nas empresas. 2007. Disponível em: http://webinsider.
com.br/2007/12/26/produtividade-e-eficiencia-de-processos-
-nas-empresas-hoje/. Acesso em: 04 jun. 2010.