No mundo laboral verifico que existe muita diferença nos tempos que
correm relativamente a outros tempos: por exemplo, na altura em que se faz
uma entrevista verifico que, por vezes, podemos ter cursos e estudos ideais para aquela função, mas as “cunhas” (não sendo o termo mais correto) passam por cima de outros, por vezes sendo motivo de frustração para quem andou tanto tempo a estudar; verifico também o salário é um dos problemas que se colocam, são bastante baixos, pois com os valores das despesas atuais altas por vezes não temos dinheiro até ao fim do mês. Posso demonstrar com casos atuais onde observamos essas situações, “Covid 19” e agora com a guerra da Rússia contra a Ucrânia, onde se vê o aumento das despesas (combustível, bens essenciais) e os ordenados continuam nos mesmos valores. Assim, a competitividade do mundo laboral atual exige que o profissional dos dias de hoje tenha competências e habilitações diversificadas, além de ter que possuir um conjunto de requisitos mais diverso do que há uns anos atrás, sermos mais qualificados (estudos); só assim, conseguiremos ter profissões mais bem pagas. Quando entramos numa empresa não podemos pensar no nosso “umbigo” por assim dizer, temos de lidar com direitos e deveres que se ajustam aos empregadores e aos empregados, como por exemplo: fardamento adequado, ordenados compatíveis com a função que desempenhamos, já que ambos os lados devem-se ajudar, indo ao encontro de uma boa relação interpessoal. Contudo, também verificamos muitos atropelos aos direitos laborais na atualidade: por exemplo, a falta de segurança no trabalho, quando uma funcionária fica grávida; não é pouco comum saber-se que aquela mulher grávida não tem muito futuro na empresa assim que é verificada essa situação, pois muitas vezes são despedidas das suas funções, tal como é difícil conciliar o horário laboral com o horário das escolas e creche. Hoje, com a minha experiencia laboral, verifico que existe ainda muita dificuldade em conseguirmos adquirir ou fazer valer os nossos direitos enquanto trabalhadores, mesmo apesar da legislação prevista na “Constituição da República Portuguesa” ou no “Código do Trabalho”: muitos os empregadores tentam fugir a certas leis para benefício próprio, como por exemplo, não respeitar quem tem filhos menores de 12 anos tem direito a ter um horário compatível para levar e buscar os mesmos à escola ou creche e isso não acontece muito recorrentemente. Os sindicatos ajudam na tentativa de melhores condições em termos monetários e muitas outras situações, mas ser sindicalizado só é bom por causa do apoio jurídico, pois tenho um caso de família que teve um acidente de autocarro, era o motorista, e foi o apoio do advogado do sindicato que o ajudou a revelar que o problema do acidente foi do autocarro e da empresa e não do motorista, que já tinha reportado a situação à empresa. Posso concluir que ainda temos um caminho para percorrer, quer da parte do empregador, quer da parte do empregado, e só assim podemos ter uma relação e levar tudo a um bom “porto”.