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41
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE
Sujeito .................................................... 41
TEXTO.......................................................2 MORFOLOGIA ............................................ 23
Posi ção do sujei to na ora ção................42
COMPREENSÃO (ESTÁ NO TEXTO) .........2 ESTRUTURA DAS PALAVRAS.................. 23 Ora ções sem sujeitos............................42
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (ESTÁ FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.................. 23 Predicado .............................................. 42
ALÉM DO TEXTO) ...............................3 Predi cado nominal................................42
FONOLOGIA................................................ 25 Predi cado verbal...................................42
Interpretação subjetiva .........................5
Interpretação objetiva ..........................5 FONEMAS................................................. 25 TERMOS ACESSÓRIOS ............................ 44
Vocabulário ............................................ 5 Classificação dos fonemas ................. 25 Adjunto adnominal ............................. 44
Gramá ti ca............................................... 7 ENCO NTROS VOCÁLICOS....................... 25 Adjunto adverbial ................................ 44
Ra ciocínio lógi co verbal.......................... 7 ENCO NTROS CONSO NANTAIS .............. 26 Aposto ................................................... 45
Ques tões ................................................ 8 Dígrafo................................................... 26 Vocativo ................................................ 45
NORMA CULTA .......................................... 13 SÍLABAS .................................................... 26 SINTAXE DA CONCORDÂNCIA ................ 47
Classificação ......................................... 26
ORTOGRAFIA........................................... 13 CONCORDÂNCIA NO MINAL .................. 47
Divisão silábica .................................... 26
Sinais diacríticos .................................. 13 Concordância do adjetivo adjunto
Acentos gráficos .................................. 13 ACENTUAÇÃO GRÁFICA ........................... 28 adnominal ................................... 47
Ques tões .............................................. 13 Concordância do adjetivo do
ACENTO TÔ NICO..................................... 28
Usos das letras..................................... 13 predica tivo com o su jeito ......... 48
Regras de a centua ção ........................ 28
Us o das letras : K, W e Y........................ 13 Ques tões...............................................29
Ques tões .............................................. 15 PRONOMES ................................................ 48
Uso dos PORQUÊS:.............................. 19 PONTUAÇÃO .............................................. 30
CLASSIFICAÇÃO ....................................... 48
Ques tões .............................................. 20
VÍRGULA ................................................... 30 Pronomes pessoais.............................. 48
Uso do “mal e mau” ........................... 21
vírgula no interio r da oração ............. 30
Uso de “há e a”.................................... 21
Vírgula en tre as oraçõ es .................... 30
Uso do “Acerca de ou Há cerca de” . 21 Ques tão ................................................32
Uso do “cerca de ou a cerca de”....... 22
Uso do “senão ou Se não ” ................ 22 ANÁLISE SINTÁTICA .................................. 40
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE COMPREENSÃO (ESTÁ NO TEXTO)
TEXTO Há entre o autor e o leitor um tipo de
É o primeiro item de qualquer edital de concurso. comunicação. A comunicação que acontece
Compreensão é diferente de interpretação de quando um texto de uma pessoa (autora) passa a
texto. Em concursos públicos, o texto mais mensagem que queria passar a outra pessoa
recorrente é o (verbal escrito). Em muitos casos, (leitora) pode ser entendida como compreensão
o texto será (não verbal), como em quadrinhos, de texto. Significa que a mensagem saiu de algum
anúncios publicitários, infográficos etc. lugar e chegou a outro, e que, nesse percurso,
(Compreender) é ter a habilidade de perceber o houve, de fato, uma comunicação eficaz (isto é,
significado de algo, analisar o que realmente está não houve "ruído" na comunicação).
escrito. Já (interpretar) significa dar sentido a, As questões são montadas de modo a induzir ao
deduzir de forma lógica, inferir, chegar a uma erro. Nesse sentido, é importante observar os
conclusão do que se lê nas entrelinhas do texto. comandos de questão:
A (clareza de texto) escrito é condicionada pelas (De acordo com o autor.
possibilidades de interpretação que ele apresenta, O texto informa que.
uma vez que o produtor do texto deve conhecer o O autor sugere.
idioma e suas regras gramaticais para deixar Segundo o texto.
claros seus objetivos, ou ideias, que deseja No texto acima).
transmitir.
A (noção de texto), que pode ser aplicada tanto Se forem esses comandos, você deve-se (limitar
para as manifestações orais como para as à realidade) do texto. Muitas vezes, as
escritas, ressalta que nesses processos tal alternativas extrapolam as verdades do texto; ou
ocorrência se dá como uma forma de elaboração ainda diminuem essas mesmas verdades, ou
de uma rede de significados com vistas a informar, fazem afirmações que nem de longe estão no
explicar, discordar, convencer, aconselhar, texto.
ordenar. Então, ao escrever, o indivíduo manifesta Para que se chegue a uma compreensão, é
o desejo de se comunicar, buscando ser necessário trabalhar, as relações de (conexão
entendido, e deseja estabelecer contratos verbais cognitiva) e as (relações coesivas).
com o leitor. Para atingir essa finalidade o autor O (saber partilhado): É a informação antiga,
deixa (marcas) em seus textos para que possam pode aparecer na introdução, ou estar
ser seguidas pelo leitor. Assim, formular não subentendida no contexto , em que o produtor
significa simplesmente deixar ao interlocutor a do texto estabelece um acordo com o leitor (os
(tarefa) de compreensão, mas, sim, deixar, interlocutores), para, em seguida, expor
através de traços, marcas para que o texto possa informações novas;
ser compreendido. As palavras ou frases A (informação nova): Se caracteriza como
articuladas produzem significações que são uma necessidade para a existência do texto,
dotadas de intencionalidade, ganhando sentido veiculando uma informação que não é do
pela interferência dos destinatários, criando as conhecimento do leitor, ou que não o é da
unidades textuais. forma como será exposta, o que implica
Para tornar concreto um (ato de compreensão), matizes novos e, consequentemente, uma
é necessário que o leitor reúna determinadas nova maneira de ver os fatos;
condições: possua a competência correspondente As (provas): São fundamentos das afirmações
às mensagens do texto e do discurso; domine expostas. Se o leitor duvidar de suas
traços de referência de conteúdos; busque no asserções, poderá recorrer a outras obras
texto a mensagem pretendida pelo autor; use indicadas pelo escritor para chegar às mesmas
estratégias e habilidades adequadas ao exercício conclusões que ele.
de compreensão/interpretação. A (compreensão de um texto escrito) envolve
a compreensão de frases e sentenças, de
argumentos, de provas formais e informais, de
objetivos, de intenções, muitas vezes de ações e
de motivações, isto é, abrange muitas das
possíveis dimensões do ato de compreender, se
pensarmos que a compreensão verbal inclui
desde a compreensão de uma charada até a
compreensão de uma obra de arte.
Texto 1 (Quest.: 2): SEGUNDO O (TEXTO 2), a
(Os primeiros anos que se seguiram à Proclamação devastação do meio ambiente e a exploração de
da República foram de grandes incertezas quanto aos mão de obra escrava caracterizam o modelo de
trilhos que a nova forma de governo deveria seguir. Em desenvolvimento atual.
uma rápida olhada, identificam-se dois grupos que ( ) Certo ( ) Errado.
defendiam diferentes formas de se exercer o poder da (Certo): No trecho destacado abaixo, pode-
República: os civis e os militares. Os civis,
representados pelas elites das principais províncias-
se observar que a devastação do meio
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande ambiente e a exploração de mão de obra
do Sul, queriam uma república federativa que desse escrava caracterizam o modelo de
muita autonomia às unidades regionais. Os militares, desenvolvimento atual. Analise:
por outro lado, defendiam um Poder Executivo forte e (O fim do tráfico passa por uma mudança
se opunham à autonomia buscada pelos civis. Isso sem profunda, que altere o modelo de
mencionar as acirradas disputas internas de cada desenvolvimento predatório do meio ambiente e
grupo. Esse era um quadro que demonstrava a grande dos trabalhadores. A escravidão contemporânea
instabilidade sentida pelos cidadãos que viveram não é um resquício de antigas práticas que vão
naqueles anos. Mas havia cidadãos?. desaparecer com o avanço do capital, mas um
Formalmente, a Constituição de 1891 definia ccmo instrumento utilizado pelo capitalismo para se
cidadãos os brasileiros natos e, em regra, os expandir).
naturalizados. Podiam votar os cidadãos com mais de
vinte e um anos de idade que tivessem se alistado INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (ESTÁ ALÉM DO
conforme determinação legal. Mas o que, exatamente, TEXTO)
significava isso? Em 1894, na primeira eleição para Um texto é um entrelaçamento de ideias, não é
presidente da República, votaram 2,2% da população. apenas uma enumeração de frases e orações, e
Tudo indica que, apesar de a República ter abolido o sim um conjunto de informações conectadas,
critério censitário e adotado o voto direto, a participação
entre si, que estabelecem a coesão e a
popular continuou sendo muito baixa em virtude,
principalmente, da proibição do voto dos analfabetos e
coerência textual.
das mulheres. (Coesão): É uma decorrência da própria
No que se refere à legislação eleitoral, alguns continuidade exigida pelo texto.
instrumentos legais vieram a público, mas nenhum (Coerência): Faz o texto adquirir sentido para
deles alterou profundamente o processo eleitoral da os usuários da língua.
época. As principais alterações promovidas na Interpretar é perceber o que o autor quis dizer:
legislação contemplaram o fim do voto censitário e a as ideias e os pensamentos que ele procurou
manutenção do voto direto. Essas modificações,
transmitir ao leitor. Interpretar é concluir, deduzir a
embora importantes, tiveram pouca repercussão
partir dos dados coletados. Interpretar e objetivo,
prática, já que o voto ainda era restrito analfabetos e
mulheres não votavam- e o processo eleitoral ou seja, a opinião do leitor não importa. A
continuava permeado por toda sorte de fraudes). interpretação tem por objetivo identificar a (ideia
principal).
(Quest.: 1): A instabilidade observada nos anos Comandos de questão para interpretação de
que se seguiram à Proclamação da República texto:
deveu-se ao súbito ganho de poder dos civis, o (O texto permite que se deduza.
que, (DE ACORDO COM O TEXTO), gerou Conclui-se, a partir do texto.
acirradas disputas com os militares, tradicionais O texto possibilita o entendimento de.
detentores do poder. Diante do exposto, pode-se concluir.
( ) Certo ( ) Errado. infere-se).
(Errado): Erro 1: O conflito de interesses entre
civis e militares, principal motivo da
instabilidade: havia também conflitos internos
em cada grupo; Erro: 2. o texto não demonstra
que os militares eram tradicionais detentores
do poder.
(Certo) Os civis, representados pelas elites
das principais províncias São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul-,
queriam uma república federativa que desse
muita autonomia às unidades regionais. Os
militares, por outro lado, defendiam um Poder
Executivo forte e se opunham à autonomia
buscada pelos civis.
Texto 2 (– Como é que chama um bandido armado até os
(Migrar e trabalhar. Quando esses verbos se dentes?
conjugam da pior forma possível, acontece o chamado – Eu o chamaria de senhor.)
tráfico de seres humanos. O tráfico de pessoas para
exploração econômica e sexual está relacionado ao Texto 2
modelo de desenvolvimento que o mundo adota. Esse (– O que o senhor fazia no emprego anterior?
modelo é baseado em um entendimento de – Era funcionário público.
competitividade que pressiona por uma redução – Ok ... o senhor pode contar até dez?
constante nos custos do trabalho. – Claro. Um, dois, três, quatro, cinco, seis... valete,
No passado, os escravos eram capturados e vendidos dama, rei...)
como mercadoria. Hoje, a pobreza que torna
populações vulneráveis garante oferta de mão de obra Para entendermos o Texto 1, precisamos que a
para o tráfico, ao passo que a demanda por essa força interpretação aconteça da seguinte forma: o
de trabalho sustenta o comércio de pessoas. Esse ciclo Perguntador esperava outra resposta, palavras
atrai intermediários, como os gatos (contratadores que
como (meliante, perigoso, delinquente, marginal
aliciam pessoas para serem exploradas em fazendas e
carvoarias), os coiotes (especializados em transportar
etc.) mas inusitadamente o interlocutor quebra a
pessoas pela fronteira entre o México e os Estados sua expectativa diz:
Unidos da América) e outros animais, que lucram sobre (Eu o chamaria de SENHOR).
os que buscam uma vida mais digna. Muitas vezes, é a Ou seja, o tratamento dado a um bandido
iniciativa privada uma das principais geradoras do armado deve-se ser polido, cortês, para que o
tráfico de pessoas e do trabalho escravo, ao forçar o assaltado não sofra represalias.
deslocamento de homens, mulheres e crianças para
reduzir custos e lucrar. Na pecuária brasileira, na Para entendermos o Texto 2, esta centrado num
produção de cacau de Gana, nas tecelagens ou conhecimento de mundo, mais propriamente a
fábricas de tijolos do Paquistão. uma opinião preconceituosa sobre funcionarios
O tráfico de pessoas e as formas contemporâneas de
trabalho escravo não são uma doença, e sim uma febre
públicos, a saber: o trabalho deles é um lazer;
que indica que o corpo está doente. Por isso, sua percebemos isso pelas palavras que remetem ao
erradicação não virá apenas com a libertação de jogo de baralho.
trabalhadores, equivalente a um antitérmico necessário,
mas paliativo. O fim do tráfico passa por uma mudança Texto 3
profunda, que altere o modelo de desenvolvimento A velha contrabandista
predatório do meio ambiente e dos trabalhadores. A Diz que era uma velhinha que sabia andar de
escravidão contemporânea não é um resquício de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada
antigas práticas que vão desaparecer com o avanço do na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O
capital, mas um instrumento utilizado pelo capitalismo pessoal da Alfândega — tudo malandro velho —
para se expandir). começou a desconfiar da velhinha. Um dia, quando ela
vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da
(Quest.: 1): INFERE-SE do texto a existência Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então
de dois segmentos que lucram com o tráfico de o fiscal perguntou assim pra ela:
— Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui
pessoas: as empresas, que reduzem os custos
todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora
com mão de obra, e os intermediários, que se
leva nesse saco?
beneficiam da exploração de pessoas que A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe
desejam migrar. restavam e mais os outros, que ela adquirira no
( ) Certo ( ) Errado. odontólogo e respondeu:
(Certo) O 2º § permite a inferência de que — É areia!
as empresas e os intermediários lucram Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia
com o tráfico de pessoas. Veja: nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para
(Hoje, a pobreza que torna populações examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o
vulneráveis garante oferta de mão de obra para saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado,
o tráfico - ao passo que a demanda por essa ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na
força de trabalho sustenta o comércio de lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás. Mas
pessoas. Esse ciclo atrai intermediários, como o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha
os gatos (contratadores que aliciam pessoas passasse um dia com areia e no outro com muamba,
para serem explora "Nos locais em que suas dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando
viagens começaram, havia filhos, pais, esposas ela passou na lambreta com o saco atrás, o fis cal
e outros que dependiam deles para que mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela
enviassem dinheiro). levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O
fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido
o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que
ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
— Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40
anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra
burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é
Texto 1 contrabandista.
— Mas no saco só tem areia! — insistiu a velhinha. E já
ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs: Interpretação subjetiva
— Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Nesse tipo de interpretação interessa apenas o
Não dou parte, não apreendo, não conto nada a conhecimento prévio que o leitor possui, sua
ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o
experiência, a sua visão de mundo. As
contrabando que a senhora está passando por aqui
todos os dias?
informações contidas no texto são apenas um
— O senhor promete que não “espaia”? — quis saber a ponto de partida para suas divagações.
velhinha.
— Juro — respondeu o fiscal. Interpretação objetiva
— É lambreta. (Stanislaw Ponte Preta) É a interpretação que leva em conta as marcas
significativas contidas no texto. Essas marcas são
muitas e variadas, dependendo do tipo de texto e
da “intenção” do autor. Porém, podemos
sistematizar a observação de algumas que estão
presentes em todas as produções: vocabulário,
gramática e raciocínio lógico verbal.
Vocabulário
Ao produzir um texto o autor usa palavras que
Questão podem ter significados múltiplos, então cabe ao
1. O que a velhinha carregava dentro do saco, leitor encontrar o significado que melhor se
para despistar o fiscal? encaixa naquele contexto. Para isso devemos
2. O que o autor quis dizer com a expressão “tudo pensar em conotação e denotação:
malandro velho”? (Conotação): a palavra usada em sentido
3. Leia novamente o 4º parágrafo do texto e figurado;
responda: quando o narrador citou os dentes que (Denotação): a palavra usada em sentido real.
“ela adquirira no odontólogo”, a que tipo de dentes Para se chegar à interpretação objetiva devemos
ele se referia? buscar sempre a denotação. Vejamos um
4. Explique com suas palavras qual foi o truque da exemplo:
velhinha para enganar o fiscal.
5. Quando a velhinha decidiu contar a verdade? Texto 4
6. Qual é a grande surpresa para o fiscal? (“Navegar é preciso, viver não é preciso.”
8. Agora com suas palavras diga o que você No século 1 a.C., os romanos viviam ativamente o seu
pensa a respeito da atitude da velhinha no texto. processo de expansão econômica e territorial. Roma se
Para responder às questões de números 1 a 7, tornava um império de grandes dimensões e a
basta retornar ao texto e retirar de lá a informação necessidade de desbravar os mares se colocava como
imperativo para o seu fortalecimento. Por volta de 70
necessária à resposta. Já a questão de número 8
a.C., o General Pompeu foi incumbido da missão de
pede que o leitor dê a sua opinião a respeito transportar o trigo das províncias para a cidade de
daquilo que leu. As questões de 1 a 7 trabalham a Roma, que passava por uma grave crise de
compreensão do texto. A questão 8 trabalha a abastecimento causada por uma rebelião de escravos.
interpretação. Os riscos de navegação eram grandes, em virtude das
limitações tecnológicas e dos ataques de piratas, que
Interpretar é, então, usar a experiência do leitor aconteciam com frequência. Os marinheiros, então,
para entender as mensagens deixadas no texto viviam um grave dilema: salvar a cidade de Roma da
pelo autor. Partindo desse ponto de vista, crise de abastecimento, ou fugir dos riscos da viagem,
podemos pensar que um texto aceita qualquer mantendo-se seguros na cidade de Sicília. Foi então
interpretação, mas na verdade o texto está aberto que, de acordo com o historiador Plutarco, o general
Pompeu proferiu essa lendária frase, motivando os
a várias leituras, porém não está aberto a seus marinheiros. Tempos depois, essa frase foi usada
qualquer leitura. A diferença está em que o texto como lema da Liga Hanseática e também da Escola de
aceita apenas as leituras que nele já aparecem Sagres. Alguns poetas a usaram em seus escritos:
inscritas como possibilidades de leitura, pois o Camões, Fernando Pessoa, Caetano Veloso. Até
autor, ao produzir seu texto, deixa nele algumas Ulisses Guimarães a usou, no seu célebre discurso
marcas. Assim, as várias leituras não se fazem a pelas eleições diretas).
partir da vontade do leitor, mas dessas marcas
significativas presentes no texto. A interpretação A interpretação objetiva ou subjetiva passa
do texto está diretamente relacionada à maneira pelo vocabulário, pois o adjetivo “preciso”
como se percebem as marcas linguísticas, dando presente nesse texto pode ser interpretado de
a ele muitas possibilidades de leitura, e não todas. duas maneiras:
Assim podemos distinguir dois tipos de (1) preciso = (necessário): nesse caso, temos
interpretação: (a subjetiva e a objetiva). uma interpretação subjetiva, pois cada leitor
entenderá as ideias de “navegar” e “viver” Amor e conhecimento, até onde foram possíveis,
como melhor lhe convier; conduziram-me aos caminhos do paraíso. Mas a
(2) preciso = (exato): nesse caso, temos uma COMPAIXÃO sempre me trouxe de volta à Terra. Ecos
interpretação objetiva, pois a única de gritos de dor reverberam em meu coração. Crianças
famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos
possibilidade de leitura é a de que navegar é
desprotegidos, odiosa carga para seus filhos, e o
algo exato, navegar tem precisão; viver não é mundo inteiro de solidão, pobreza e dor transformaram
exato, não tem precisão. em arremedo o que a vida humana poderia ser. Anseio
É preciso saber reconhecer no texto os pontos ardentemente aliviar o mal, mas não posso, e também
principais, que nos ajudam a decodificar a sofro.
mensagem. Para isso podemos nos fixar nas Isso foi a minha VIDA. Achei-a digna de ser vivida e
(palavras-chave ou ideias chave). vivê-la-ia de novo com a maior alegria se a
oportunidade me fosse oferecida.”)
(Bertrand Russel)
Gramática
A observação das relações sintáticas e dos usos
gramaticais de palavras dentro do texto também
revela aspectos da interpretação.
Na frase (“Levou ao cinema os pais o filho.”),
sabemos que o sujeito do verbo é “o filho”,
pois o verbo estando no singular terá um
sujeito singular.
Na frase (“Enganou ao aluno o professor.”),
sabemos que o sujeito do verbo é “o
professor”, pois o outro termo (“ao aluno”)
aparece preposicionado e por isso não pode
ser o sujeito.
Na frase: (“Maria, João ama.”), sabemos que o
sujeito do verbo é “João”, sabemos que Maria
(e) Alternar o sentido positivo de um feito científico
e os aspectos negativos que ele implica.
Texto 2
( Por que hei de agradar o rude sofrimento e mais
rude torná-lo, na desesperança? Por que proclamar a Texto 3
tristeza inútil diante das coisas que secretamente e (Uma manhã rara na biblioteca
melhor compreendo? Não falarei do desamparo que Nas últimas duas décadas tenho frequentado algumas
finamente me aperta os dedos na garganta. Não citarei bibliotecas famosas em busca de fontes para meus
o sentimento peculiar aos que tem propensão para o livros. Nada, porém, se comparou à sensação de cruzar
desengano e, mais do que nunca, ao crepusculo, o portão daquela casa da rua Princesa Isabel, no bairro
sentem-se traidos e ultrajados sem motivo. Não mais do Brook lin, em São Paulo. Frequentei a Biblioteca
me relerirei a estados de alma que nada contêm alêm Mindlin uma dezena de vezes no final de 2006, um ano
de um vazio cinzento e interminavel, um abismo de antes da publicação do meu primeiro livro, 1808.
sombra e de abstrato, onde a tristeza rumina o seu Minhas visitas eram sempre pela manhã. A biblioteca
cadáver. estava situada nos fundos, junto ao muro coberto de
Todos os gestos seriam inuteis. Nada salva e tudo nos heras – uma construção moderna, de linhas discretas,
erde e ataiçoa. O temor sustenta minhas interrogações em dois andares, sombreada por uma jabuticabeira. Ao
e de repente me sinto só, perdidamente só e anterior a abrir a porta, sentia-se o cheiro suave e inconfundível
todos como se nungue mais houvesses. Tudo dos livros antigos. Lá dentro imperava um silêncio
desaparece na refração das águas da memória. Vejo religioso, quebrado de vez em quando pela voz das
as imagens deformadas, mas que persistem, fantasma “três graças”, como Mindlin se referia às três mulheres
intimos. Rio e já não entendo; choro e me dilacero que guardavam sua biblioteca. Cristina Antunes era
lentamente no tempo em que tudo essa pesadamente responsável pela catalogação. Rosana Gonçalves
mergulhado. Não grito porque o hábito se forma e o respondia pelo acervo de periódicos e de fotografias.
pudor defende. Conheço e entendo. Algumas vezes Elisa Nasarian cuidava dos arquivos de terceiros, da
adivinho, mas não devasso. O que sabe deve calar-se correspondência e da agenda de Mindlin. Em uma
para não ferir. Se digo, as palavras nada significam daquelas visitas, sentei-me à mesa situada ao pé da
senão o prazer de proferi-las e achá-las bem achadas, escada que levava ao segundo andar. Cristina me
não para que exprimam, mas simples jogo colorido que trouxe um raríssimo livro de 1808, escrito por Manuel
diverte. Não proporei normas,nem direi o que abomino. Vieira da Silva, médico e conselheiro particular de D.
Deu-nos Deus a palavra para melhor silenciar. No João VI. Entre as folhas amareladas pelo tempo, um
inarticulado, me descubro um homem, com um nome, bilhete ajudava a entender o valor da obra: “Primeiro
certos hábitos, fisionomia, alguns cacoetes e muitas tratado de Medicina publicado no Brasil: de grande valor
possibilidades. Mas sobretudo vivendo por conta bibliográfico”. Era uma anotação de Rubens Borba de
própria. Moraes, parceiro de quarenta anos de Mindlin na arte de
Foi um ato irresponsavel confiar-me a mim mesmo. colecionar. Na estante situada à minha esquerda havi
Meu destino gira nos meus dedos. Não me pertenço e um quadro com uma dedicatória: “Guita para José
nem me encontro. O tormento da lembrança, como como prova de muito amor”. Era o projeto arquitetônico
câibra, paralisa os gestos e sobrepõe ao que é o que já da biblioteca, que Mindlin ganhara da mulher, Guita,
foi. Calculadamente percorro o caminho da fatalidade, de aniversário, em 1983. Às 10h, ouviam-se passos
onde o abismo espreitam e aguardam a imagem leves descendo a escada, um ritual que se repetia
quebrada, e cem vezes traída.) todos os dias. Aos 92 anos, lúcido e sempre bem-
(Otto Lara Resende) humorado, o senhor chegava para mais uma jornada
de trabalho. As “graças” eram leitoras vorazes e
Quest. 1: No primeiro parágrafo do texto,Otto Lara estavam sempre bem informadas sobre os
Resente: lançamentos do mercado editorial. Ao contratar suas
(a) Reconhece que o desamparo o atingiu. colaboradoras, Mindlin fazia uma única exigência: que
(b) Propôe-se a debater o sofrimento peculiar lessem muito, o tempo todo. Em 2006, míope e vítima
daqueles que têm propensão para o de uma deformação na retina, o maior bibliófilo do
Brasil já não conseguia ler sozinho. Mas continuava
desengano.
devorando livros. Elas se revezavam na tarefa diária de
(c) (Correto): Admite compreender melhor a
ler em voz alta para ele. A leitura daquela manhã foi
tristeza que por vezes o assombra, ao Equador, romance histórico do jornalista português
proclamá-la ao mundo; Miguel Sousa Tavares. A cena era tocante: sentado no
canto do sofá, imóvel, de olhos fechados, o corpo
franzino,as mãos postas sobre os joelhos, Mindlin
sorvia cada frase e cada palavra da voz de Cristina
Antunes, que preenchia o silêncio da biblioteca). (A
sensação de prazer no seu rosto era indisfarçável ,
como se aquele fosse o último, o único, o melhor de
todos os oito mil livros que dizia ter lido na vida. Mindlin
morreu em fevereiro de 2010, aos 95 anos. Um de seus
últimos e sempre grandiosos gestos foi doar o tesouro
bibliográfico para a Universidade de São Paulo. É um
dos centros de pesquisa mais modernos do Brasil, com
todo o acervo digitalizado e disponível pela internet. A
tecnologia facilitará muito a vida dos futuros
pesquisadores, mas dificilmente reproduzirá a
experiência de adentrar naquele santuário enquanto
seu criador ainda estava vivo. É ela que levo para
sempre na memória.) Laurentino Gomes.
Nas palavras terminadas em: (-AGIO, -ÉGIO, - Nos derivados em (–ZAL, -ZEIRO, -ZINHO,
IGIO, -ÓGIO) e (-ÚGIO): ZITO) e (ZITA).
(EstÁGIO, privilÉGIO, prestÍGIO, relÓGIO e (CafeZAL, cafeZEIRO, cafeZINHO, arvoreZINHA,
refÚGIO). cãoZITO, aveZITA).
Nas palavras derivadas de outras que se usa o Uso do Ç e dígrafos SC, SÇ, SS, XC, XS:
G:
EnGessar (de Gesso), massaGista (de (1) Uso do Ç:
massaGem), vertiGinoso (de vertiGem). Nos substantivos derivados dos verbos (TER)
e (TORCER):
Uso do J: (Ater=atenÇão; torcer=torÇão; deter=detenÇão;
distorcer=distorÇão).
(2) Uso do SC: Uso do H:
Nos termos eruditos: Esta letra, em início ou no fim de palavras, não
(AcréSCimos, aSCensoristas, conSCiência, tem valor fonético. Conservou apenas como
deSCender, diSCenter, faSCínio). símbolo, por força da etimologia e da tradição
escrita. A palavra HOJE grafa-se desta forma
(3) Uso do SÇ: devido a sua origem na forma latina Hodie.
Nas conjugações de alguns verbos: O H deve ser eliminado do interior das
(Nascer ⟶ naSÇo, naSÇa). palavras, se elas formarem compostos ou
(Crescer ⟶ creSÇo, creSÇa). derivados sem hífen.
(Descer ⟶ deSÇo, deSÇa). (Desabitado, desidratar, desonrar, inábil,
inumanos, reaver).
(2) Usa-se a letra U: (4) Marque a opção que contém palavra grafada
(CamUndongo, jabUti, ManUel, tabUa). com (ERRO).
(a) Suscitando o debate político, é possível renda, longevidade e instrução. São localidades pobres
ressuscitar velhas teses. cujo destino, se não houver revolução de 180 graus na
(b) (Correta): A possibilidade de ascenção social forma de encarar a educação, as condena a se afastar
mobilisa as pessoas. cada vez mais dos progressos da civilização.
(c) O pedido de demissão deve ser precedido de
(a) (Correta) Constitue.
justificativa abalizada.
(b) à do.
(d) No momento de decisão, muitos hesitam na
(c) cujo.
ânsia por acertar.
(d) as.
(e) Desejos de ostentação perturbam o clima
(e) se.
pacífico da reunião.
Resp.: (b). Há dois erros: a palavra “ascensão” Resp.: (a). Constitui, os verbos terminados em UIR
deve ser escrita com s na última sílaba; a palavra se conjugam com I na 3ª pessoa do singular.
“mobiliza” deve ser escrita com z, pois é formada
pelo adjetivo “móvel” + o sufixo “izar” formador de
verbo.
Uso dos PORQUÊS: (2) (POR QUÊ): Usa-se quando este incide em fim
(1) (POR QUE): Indica a existência de duas de frase ou antes de ponto-de-interrogação.
palavras: a preposição POR e a partícula (Ele foi embora. POR QUÊ?
QUE. Usa-se por que nas Você não gostou do almoço, POR QUÊ?
INTERROGAÇÕES: Ela está triste sem saber POR QUÊ.)
(POR QUE você não estudou gramática?. Ex.: 1: (Você saiu __________?.)
“Mas POR QUE exatamente em mim fora (Por que / por quê / porque)
repentinamente se refazer o primeiro silêncio?”. Comentários: Agora, a frase é interrogativa e
“POR QUE ressuscita dentro de mim essa aparece em final de período. Separado com
imagem, essa manhã?”. acento.
“POR QUE você não me conta o que está Resposta: (por quê).
acontecendo? Somos velhos amigos.)
(3) (PORQUE): É uma palavra única que, quando
Usa-se (POR QUE) nas FRASES precedida de pausa, equivale a pois,
AFIRMATIVAS quando pode ser substituído (por
porquanto, uma vez que, pela causa/razão de
pelo qual , por qual razão, por qual motivo) e
que, pelo fato/motivo de que.
suas variantes (pela qual, por quais razões etc.).
(Comi muito, PORQUE estava com fome.
(Os motivos POR QUE eles se separaram Se não respondi à minha filha, foi PORQUE não
ninguém sabe. sabia.
“Estão espantados: querem saber POR QUE Ele teve um ataque de nervos, PORQUE a filha
morreram, para que morreram.” saiu.
Não há POR QUE temer. O pássaro deve ter fugido, PORQUE não está na
Eis POR QUE o Brasil não vai pra frente. gaiola.
“Mas, POR QUE é que Rubião ia deixá-los? Que Ele não veio à festa PORQUE se esqueceu?
razão? Que negócio?). “E isto agora serve-nos, concluiu ele, PORQUE o
governo inclina-se à paz.”)
Em títulos de livros ou de artigos de revistas e
jornais, (POR QUE) , apesar de vir sem ponto de Ex.: 1: (Faltei __________ estava com febre).
interrogação, é usado separadamente. Entende-se (por que / porque / por quê)
que esses títulos estão querendo explicar, indagar Comentários: Nesse período, esse vocábulo
ou narrar as causas de algum fato ou fenômeno. vai funcionar como conectivo causal (Faltei por
este motivo, por esta razão). É conjunção.
(POR QUE construí Brasília. Resposta: (porque).
POR QUE o presidente vai ao Chile.
POR QUE a cidade está um caos).
(4) (PORQUÊ) É um substantivo com o sentido de
POR QUE também é usado separadamente causa, razão ou motivo, ou pergunta,
quando pode ser substituído por PARA QUE. indagação.
(3)
(Por que hei de agradar o rude sofrimento e mais rude
torná-lo, na desesperança? )
MORFOLOGIA
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
A palavra, não é a menor unidade portadora de 6. (Vogal e consoante de ligação): São
significado dentro da língua. Ela própria é formada elementos que, desprovidos de significação,
de vários elementos também dotados de valor são usados entre um morfema e outro para
significativo. A essas formas portadoras de facilitar a pronúncia.
significado damos o nome de (morfemas ou (Gasômetro) = gás + metro – (O) é vogal de
elementos mórficos). ligação;
Ex.: (ALUNAS): ela é constituída por: (Chaleira) = chá + eira – (L) é consoante de
(ALUN)=morfema que é a base do significado; ligação.
(A)= morfema que indica o gênero feminino;
(S)= morfema que indica o número plural.
MARES = MAR (radical) + E (vogal temática) 1. (Derivação): Forma palavras pelo acréscimo
+ S (desinência nominal de número plural). de afixo. A derivação se divide em:
a. (Prefixal): Pela colocação de prefixo:
(REler, INfeliz, ULTRAvioleta, SUPER-homem).
b. (Sufixal): Pela colocação de sufixo:
(boiADA, canalIZAr, felizMENTE, artISTA).
Ex.:
Identifique os encontros vocálicos das
seguintes palavras:
Saguão: Sa-gUÃO = Tritongo;
Ruim: RU-Im = Hiato;
Séria: Sé-rIA = Ditongo crescente;
Seria: se-rI-A = Hiato;
Enxaguais: En-xa-gUAIS = Tritongo;
Álcoois: Ál-cO-Ois = Hiato.
Reconheça os dígrafos:
Prorromper: proRROMper (rr/om);
Digníssimo: digníSSimo (ss);
Aquele: aQUele (qu);
Triunfo: triUNfo (un);
Quem: QUem (qu).
(guaranÁ, guaranÁs, bonÉ, bonÉs, cipÓ,
cipÓs).
Regras de acentuação
1. (Monossílabas tônicas): Acentuam-se as
terminadas em (-A, -E, e -O).
(mÁ, trÁs, mÊs. sÓ, pÔs).
, ,
“Mas de repente uma forte pancada de chuva
fustigou os vidros. E imediatamente bateram à
porta, com pressa.”).
PONTUAÇÃO
Pontuação é o recurso que permite expressar na Isolar e destacar o vocativo:
língua escrita um espectro de matrizes rítmicas e
melódicas, características da língua falada, pelo ,
(Brasileiros é chegada a hora de votar.
uso de um conjunto sistematizado de sinais ,
“Adeus amigos”.
gráficos e não gráficos. Os sinais de pontuação
são marcações gráficas que servem para compor “Suzi , ,
minha companheira Suzi bati uma porção
a coesão e a coerências textuais além de ressaltar ,
de vezes na porta será que você alegrou?”).
especificidade semântica e pragmática.
Separa predicativos do sujeito deslocados:
VÍRGULA
Marca uma pausa curta; separa elementos de ,
(Sereno e tranquilo o condenado esperava sua morte;
uma oração e orações de um período. É uma O condenado , sereno e tranquilo , esperava sua
questão de sintaxe, período simples e período morte).
composto, e por esse motivo separamos o estudo
da vírgula em: Separa termos (objeto direto ou indireto)
(1) Vírgula dentro da oração; deslocados de sua posição normal na oração:
(2) Vírgula entre orações. (As explicações sobre vírgula , o professor
procurou lhes dar?).
vírgula no interior da oração
Iniciamos pela ordem direta da oração: Sujeito +
Separa (facultativamente) as expressões
verbo + complemento verbal + adjunto adverbial (PARA MIM, PARA TU ou PARA SI) quando
ou predicativo ou complemento nominal. indicam beneficio próprio ou posse,
(Os poetas escreveram os textos com entusiasmo).
independentemente de sua posição na frase.
Sujeito = Os poetas; ,
(Para mim nada é melhor que acordar depois do
Escreveram = V.T.D; meio-dia e dormir depois da meia-noite).
Os texto = O.D;
Com entusiasmo = adj., adv de modo. Separa elementos (termos) repetidos:
,
(Aquele aluno era esforçado esforçado.
Vírgula entre as orações
As orações, compondo um período, podem , ,
,
“Larga! Não leva! Não pode! Não pode!”.
possuir vírgula ou não. E as mulheres só faziam rezar, rezar, rezar...).
,
(Eu gostava dela e a amava e a desejava com , Há algumas pausas bem rápidas que, no
todas as forças do meu espírito. entanto, pedem vírgula.
, ,
Por aí pelas ruas ou cidades ou campos tudo , , , ,
(Sim senhor. Não senhor).
faz a vida fluir.).
PONTO E VÍRGULA
É usado para marcar uma pausa maior do que e. Não há como resolver os problemas da
a da vírgula. Seu objetivo é colaborar com a educação com soluções paliativas, de pouco
clareza do texto. O ponto e vírgula servem para: alcance; há de se investir, de forma
1. Separar orações coordenadas planejada, em projetos de longo prazo que
assindéticas, normalmente entre trechos priorizem o profissional da educação.
já separados por vírgula; marcando uma Resposta:
enumeração: Na letra (a), O ponto e a vírgula separam
As leis, em qualquer caso, não podem ser orações coordenadas. Perceba que, se
infligidas; mesmo em casos de dúvida, houvesse necessidade de se dar uma
portanto, elas devem ser respeitadas. pausa discursiva ainda maior, ter-se-ia
Em crianças, era um menino tímido mais optado pelo ponto, e não pelo ponto e
inteligente; quando moço, era esperto e vírgula.
alegre; agora, como homem maduro, Na letra (b), O ponto e vírgula separa
tornou-se um tolo. itens de uma enumeração tem sido,
corretamente usado.
2. Separar vários itens de uma enumeração: Na letra (c) resposta correta: O ponto e
Art. 1º: a república federativa do Brasil, formada vírgula separa núcleos de um sujeito
pela união indissolúvel dos estados e composto (a iniciativa..., o esforço...;
municípios e do distrito federal, constitui-se em bem como a participação...). É como se
estado democrático de direito e tem como construíssemos uma frase do tipo:
fundamento. ``João; José; Antônio chegaram´´
I. A soberania; Na letra (d), O ponto e vírgula separa
II. A cidadania; uma oração coordenada assindética da
III. A dignidade da pessoa humana; sua oração coordenada sindética
IV. Os valores sociais do trabalho e da livre adversativa. Foi adequadamente usada.
iniciativa. Na letra (e), Ele separa orações
3. Separa orações cujas conjunções coordenadas assindéticas.
``implícita´´ é facilmente percebida:
Comeu muito na festa, exageradamente;
não consegui vir à aula de hoje.
Separa orações coordenadas adversativas
e conclusivas com conectivo deslocada.
Ficarei como está; não posso pagá-la à
vista, porém. DOIS PONTOS
Finalmente vencemos, fiquemos; pois, Marcam uma supressão de voz em frase ainda
felizes com nossa conquista! não concluída. É usado para:
Ou uma oração subordinada Induzir uma
Exemplo: no 6º parágrafo o autor usou o sinal citação (discurso direto).
de pontuação e vírgula de acordo com as o Assim disse Voltaire (:) devemos julgar um
normas gramaticais, frases abaixo as normas homem mais pelas suas perguntas do que
gramaticais também foram observadas no uso pelas respostas;
do ponto e vírgula, exceto em?: Introduzir um aposto explicativo,
a. Os professores compareceram à festa de enumerativo, distributiva substantiva
formatura, trajados a rigor; os alunos, apositiva:
trajados esportivamente. o Amanda tinha conseguido finalmente
realizar seu maior propósito (:) seduzir
Pedro, que, por sua vez, amara três Seguido de reticência... feijão, arroz,
pessoas (:) Magda, Luana e, etc...
principalmente, a si mesmo.
o Em nosso meio, há bons profissionais (:) PONTO DE INTERROGAÇÃO
professores, jornalistas, médicos. Marca uma entoação ascendente com tom
Introduzir uma explicação ou enumeração questionador. Usa-se neste caso:
após as expressões, por exemplo, isto é, Frase interrogativa direta:
ou seja, a saber, como etc. o O que você faria se só lhe restasse um
o Adquirimos vário saberes, como (:) dia?
linguagem, filosofia, ciências... Entre parênteses para indicar incerteza
Marcar uma pausa entre orações sobre o que se disse:
coordenadas: o Eu disse a palavra pesemptório(?), mas
o Ele já leu muitos livros (:) pode se dizer acho que havia palavra melhor naquele
que é um homem considerado alto. contexto.
o Precisamos ousar na vida: devemos Combinado com o ponto de exclamação
fazê-lo com cautela. para denotar surpresa, admiração etc.:
Marcar a invocação em correspondências o Você não conseguiu chegar ao local de
o Prezados senhores (:). prova?!
Em interrogação retórica:
Exemplo: ...graças a algumas características: o E o que tenho eu com isso?
eles possuem objetivos claros, vários modos de o Pessoas morrem de fome de 5 em 5
atingir o sucesso e Feedback rápido, ou seja, o segundos no mundo. Jogaremos comida
jogador recebe uma consequência imediata fora à toa?
após cada ação. Os dois pontos introduzem no
contexto: PONTO DE EXCLAMAÇÃO
a. Um seguimento enumerativo, com intenção É usado para marcar o fim de qualquer frase
explicativa; com entonação exclamativa, indicando
b. Um comentário pessoal, de caráter opinativo; altissonância, exaltação de espírito.
c. Uma repetição enfática para atrair atenção do 1. Normalmente exprime admiração,
leitor; surpresa, assombroso, indignação, ordem
d. Uma ressalva ao que vem sendo desenvolvido etc.:
no parágrafo; Coitada dessa menina!
e. A retomada da ideia mais importante do texto. Que linda mulher!
Resposta: Perceba que o que vem após o sinal Saia daqui!
de dois-pontos é uma enumeração do que o 2. Vem após as interjeições usualmente:
autor chamou de características. Trata-se de Nossa! Deus do céu! Como não vimos isto
uma oração apositiva, que nada mais é do que antes? Oh! Isso é fantástico!
um segmento enumerativo que tem a intenção 3. É repetido quando a intenção é marcar
de explicar um substantivo anteriormente citado. uma ênfase, uma intensidade na voz:
Resposta: (a). Neymar driblou um, driblou dois, ficou de
cara para o gol e perdeu!!! Inacreditável
futebol clube!
PONTO
Usa-se, para indicar o fim de uma frase,
declarativa de um período simples ou composto.
Pode substituir a vírgula quando o autor TRAVESSÃO
quer enfatizar o que vem após. É um sinal usado na narração, na descrição, na
o Posso ouvir assoprar com força. dissertação e no diálogo, portanto, figura
Derrubando tudo! repetida em qualquer prova; é um instrumento
O ponto é usado em quase todas as eficaz em uma redação. Pode vir em dupla, se
abreviaturas: vier intercalado na frase.
o fev. =fevereiro; 1. Indica a mudança de interlocutor no
o hab. =habitante; diálogo:
o rod. =rodovia. -que gente é aquela, seu Alberto?
O ponto do etc. termina o período, logo -são japoneses.
não pode haver outro ponto..., feijão, -japoneses? E ... é gente como nós?
arroz, etc... Absurdo também é usar etc.
2. Colocam em relevo certos termos, 2. Para assinalar estrangeirismo,
expressões ou orações, substitui nestes neologismo, arcaísmo, gírias e
casos a vírgula, os dois pontos, os expressões populares ou vulgares
parênteses ou os colchetes: conotativas:
Marlene pereira - sem ser artificial ou Chaves, com 58 anos, é uma figura
piegas- lhe perdoou incondicionalmente. doente e fugidia, que, que hoje representa
o ``establishment´´.
PARENTESES Não me venham com ``problemática´´,
São usados para: Colocar em relevo certos que tenho a ``solucionática´´.
termos, expressões ou orações; substitui Estamos no ``Hall´´ do hotel.
nestes casos a vírgula ou os travessões. 3. Para realçar uma palavra ou expressão
o Marlene pereira (sem ser artificial ou piegas) imprópria; às vezes com objetivo irônico
lhe perdoou incondicionalmente. ou malicioso.
o Os professores (amigos meus do curso Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um
carioca) vão fazer videoula. ``não´´ sonoro.
Inclui dados informativos sobre Veja como ele é ``educado´´ cuspiu no
bibliografia (autor, ano, de publicação): chão!
o Maldoso câmara (1977:91) afirma que, as 4. Quando citamos nomes de mídia, livros
vezes, os preceitos da gramática e os etc.
registros dos dicionários são discutíveis: Ouvi a noticia no ``jornal nacional´´;
Consideram erro o que já poderia ser ``Os lusíadas´´ foi escrito no século XVI.
admitido e aceitam o que poderia, de
preferência, ser posto de lado. Exemplo: o uso das aspas em algumas
Indicar marcações numa peça de teatro: palavras do texto: algumas são exóticas
o João – você vai onde? também no sentido de ``diferentes´´ ou
o Pedro – devo ir à praia. ``esquisítas´´ nenhuma delas é nativa do Brasil.
o João – vou com você. Tchau, mãe! (sai pela dependendo das circunstâncias, podem ser
esquerda) ``imigrantes´´ inofensivos... muitas vezes
tornam-se organismos nocivos aos
ecossistemas ``naturais´´.
a. Chama a atenção do leitor para a
importância de seu sentido no contexto;
b. Indica uso específico de termos técnicos
para esclarecer alguns conceitos;
c. Aponta para o sentido particular de certas
palavras de uso comum na gíria;
d. Mostra a inclusão de opiniões alheias, como
um novo interlocutor no contexto;
e. Atesta a participação de palavras de origem
estrangeiro no vocabulário nacional.
Resposta: Passando pelas alternativas,
percebemos que, em cada uma delas, fala-se
de uma das regras de uso das aspas, só lendo
as frases destacadas, descobriremos à
resposta. Trata-se do uso das aspas para
destacar palavras ou expressões no texto.
Evidenciar informações.
Resposta: (a).
ASPAS
São usadas comumente em citações, mas
também há outras funções. Atualmente o
negrito e o itálico vêm substituindo
frequentemente o uso das aspas. São usadas
em:
1. Antes e depois de citações textuais: RETICÊNCIAS
A vírgula é um calo no pé de todo mundo, São usadas para:
``afirma´´ editora de opinião do jornal Assinalar interrupção do pensamento:
correio Braziliense e especialista em o O presidente da república está ciente...
língua portuguesa ``dad squarisi´´; 64. o Uma parte, por favor...
o ...ciente do problema conceda a parte ao Existe quatro situações básicas:
nobre deputado. 1. A (preposição) + a (s) (artigo)= à(s)
Indicar partes que são suprimidas de um É impossível resistir à lasanha da minha
texto: mãe
o O primeiro e crucial problema de Quem nunca resiste... nunca resiste a + a
linguística geral que Saussure focaliza a (lasanha )= à (lasanha).
natureza da linguagem. Encarava-a como Mas como é que sabemos que há um artigo
um sistema de signos... Considerava a feminino antes do substantivo lasanha para a
linguística, portanto, com um aspecto de gente poder crasear o a? Para, isso basta
uma ciência mais geral, a ciência dos colocar o artigo antes do substantivo e criar uma
signos. frase hipotética, colocando-o como sujeito da
Para sugerir o prolongamento da fala: frase:
A lasanha da minha mãe é ótima?
A ausência do artigo tornaria a frase estranha;
Lasanha da minha mãe é ótima?
O artigo serve para determinar, especificar a
palavra lasanha.
Minha mãe deu à luz um bebê lindo em
1982
O verbo dar, como se sabe, é bitransitivo. Logo,
um bebê lindo é objeto direto, e à luz, o objeto
indireto.
O NUCLEO (palavra base) do sujeito é, um Não confundir sujeito indeterminado com sujeito
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo oculto. Sujeito formado por pronome indefinido
podem aparecer palavras secundárias (artigos, não é indeterinado, mas expresso:
(ALGUEM me ensinará o caminho. NINGUÉM lhe
adjetivos, locuções adjetivas etc.)
telefonou).
(Todos os ligeiros RUMORES da mata tinham
uma voz para a selvagem filha do sertão).
Em português assinala-se a indeterminação do
(Sujeito simples): Quando tem um só núcleo: sujeito de três modos:
(As ROSAS te espinhos; (1) Usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural,
Um BANDO de galinhas d´angola atravessa a rua sem referencia a qualquer agente já expresso
em fila indiana). nas orações anteriores:
(Na rua OLHAVAM-NO com admiração.
(Sujeito composto): Quando tem mais de BATERAM palmas no portãozinho da frente.
De qualquer modo, foi uma judiação MATAREM a
um núcleo:
moça.)
(O BURRO e o CAVALO nadavam ao lado da
CANOA).
(2) Com um verbo ativo na 3ª pessoa do singular,
(Sujeito expresso): Quando está explicito, acompanhado do pronome (SE).
(Aqui SE VIVE bem.
enunciado:
Devagar SE VAI ao longe.
(EU viajarei amanhã).
Quando SE É jovem, a memória é mais vivaz.
TRATA-SE de fenômenos que nem a ciência
(Sujeito oculto ou elíptico): Quando está sabe explicar.)
implicito, isto é quando não está expresso,
mas se deduz do contexto. (3) Deixando-se o verbo no infinitivo impessoal.
(Viajarei amanhã). (Era penoso CARREGAR aqueles fardos
enormes.
É triste ASSISTIR a estas cenas repulsivas).
Adjunto adnominal
É o termo que caracteriza ou determina os
substantivos.
(MEU irmão veste roupas VISTOSAS.
MEU: determina o substantivo IRMÃO: é um
adjunto adnominal.
VISTOSAS: Caracteriza o substantivo ROUPAS:
é um adjunto adnominal).
Pelos (artigos):
(O mundo, AS ruas, UM rapaz).
Pelos (numerais):
(DOIS pés, QUINTO ano,capítulo SEXTO).
Adjunto adverbial
É o termo que exprime uma circunstância (de
tempo, lugar, modo, etc.). em outras palavras, que
modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou
advérbio.
(Meninas NUMA TARDE brincavam DE RODA NA
PRAÇA).
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Locuções interjetivas
É uma expressão que vale por uma interjeição:
(MEU DEUS! MUITO BEM! ALTO LÁ! AI DE
MIM! Ó DE CASA!).
As interjeições são como que frases resumidas,
sintéticas: