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(explicar comportamento/ reforço)

Reforço extinção

O comportamento operante consiste em um organismo comportar-se no


ambiente e modificá-lo. Essas modificações retroagem sobre ele e modifica-o. Sendo
assim, essa alteração produzida tanto no ambiente quanto no organismo podem definir
como ele se comportará no futuro. O que vai determinar como ele se comportará
dependerá das conseqüências produzidas.
Dependendo das conseqüências produzidas as resposta podem ser mais provável
se repetir no futuro, Skinner (1979/2003) chama esse fenômeno de condicionamento
operante. “No condicionamento operante “fortalecemos” um operante, no sentido de
tornar a resposta mais provável ou, de fato, mais freqüente (SKINNER, 1979/2003,
p.72)”. Deste modo, toda conseqüência que faz com que o organismo se comporte da
mesma forma que se comportou no contexto anterior chamamos de reforço. Skinner
(1979/2003) demonstra isso condicionando um pombo a levantar o pescoço até uma
determinada altura, ao fazê-lo ele recebia uma pelota de alimento. “No experimento do
pombo, então, o alimento é o reforçador, o apresentar alimento quando uma resposta for
emitida é o reforço. O operante será definido pela propriedade à qual o reforço for
contingente - a altura até onde a cabeça for levantada. (SKINNER, 1979/2003, p.72)”
(Extinção)
Apesar de vermos sempre os efeitos do condicionamento operante e reforçamento
aplicados no contexto experimental em laboratório, esses fenômenos ocorrem em todos
os momentos de nossas vidas.

Através do condicionamento operante, o meio ambiente modela o


repertório básico com o qual mantemos o equilíbrio, andamos,
praticamos esporte, manejamos instrumentos e ferramentas, falamos,
escrevemos, velejamos um barco, dirigimos um automóvel ou
pilotamos um avião. Uma modificação no ambiente- um novo
automóvel, um novo amigo, um novo campo de interesse, um novo
emprego, uma nova residência - pode nos encontrar despreparados,
mas o comportamento ajusta-se rapidamente assim que adquirirmos
novas respostas deixarmos de lado as antigas. (SKINNER, 1979/2003,
p.72)
Desta forma, à medida que nos relacionamos com o mundo sofremos alterações que
modificam nosso comportamento. Isso é um fenômeno que ocorre naturalmente a todo
instante.
Outro ponto importante é que, os eventos ditos reforçadores podem ser
classificados em duas categorias: reforços positivos e reforços negativos. Os reforços
positivos consistem na apresentação de estímulos, no acréscimo de alguma coisa, como
por exemplo, alimento, água, ou contato sexual. Por outro lado, os reforços negativos
estão ligados a retirada de algum estímulo, como por exemplo, algum barulho alto, luz
forte, calor, frio ou choque elétrico. Apesar dessas diferenças, nos dois casos o reforço
está ligado ao aumento da probabilidade da resposta ser aumentada.
Durante o dia a dia podemos ser reforçados de forma continuo ou
intermitentemente.
O reforço continuo nada mais é do que todas as respostas emitidas pelo sujeito
receber uma conseqüência reforçadora. Entretanto grandes partes dos nossos
comportamentos são reforçados intermitentemente, ou seja, nem todas as respostas são
reforçadas, o reforço acontece ocasionalmente. Isso ocorre porque no cotidiano uma
determinada conseqüência pode depender de uma série de eventos não facilmente
previsíveis. Entretanto, esse tipo de reforçamento controlado em laboratórios revela que
diferentes tipos de esquemas de reforçamento produzem formas diferentes e complexas
do sujeito de se comportar. Os principais esquemas de reforçamento intermitente
estudados em laboratório são os reforços em intervalo e os reforços em razão.
Quando reforçamos em intervalos, estamos considerando o tempo para
podermos reforçar alguma determinada resposta. Este tempo é escolhido arbitrariamente
e dependendo do intervalo, isso influenciará diretamente no número de respostas
realizadas pelo sujeito. Esses intervalos podem ser fixos ou variáveis. Quando são fixos
o sujeito tem que emitir uma reposta a cada ciclo de tempo pré estabelecido como, em 2
em 2 minutos ou a 10 em 10 minutos. “Se reforçarmos o comportamento em intervalos
regulares, um organismo como o rato ou pombo se ajustará a uma freqüência de
respostas quase constante, determinada pela freqüência do reforço. Se reforçarmos a
cada minuto, o animal responde rapidamente; se a cada cinco minutos muito mais
lentamente. (SKINNER, 1979/2003, p.111)”. Foi observado que o esquema de reforço
intermitente de intervalo fixo produz baixa freqüência de resposta no inicio do intervalo
e alta frequência de resposta no final do intervalo. Para se manter um número de
respostas de modo constante é usado o esquema de reforçamento intermitente variável.
Desta forma, o intervalo do último reforço e o próximo não são os mesmos. Deste
modo, ocasionalmente o reforço ocorre logo após o último reforço recebido, e assim o
organismo continua a responder por todo o tempo. E suas respostas são mantidas
uniformes e constantes. Skinner em seus experimentos demonstra “que os pombos
reforçados com comida em um intervalo variável de cinco minutos em média entre os
reforços respondem por um período de aproximadamente quinze horas com uma
freqüência de duas a três respostas. (SKINNER, 1979/2003, p.113)”
Os reforços em razão também podem ser fixos ou variáveis, neste esquema de
reforçamento depende diretamente do comportamento do próprio organismo.
Reforçamos a cada número de respostas, por exemplo, a quinta resposta emitida. Na
razão fixa o número de respostas emitidas para conseguir um reforço não varia, pode ser
a cada 4 respostas ou a cada 15 respostas. Em laboratório podemos aumentar a razão
gradativamente e fazer o sujeito responder cada vez mais para conseguir um reforço.
Entretanto a alta freqüência de resposta em uma razão fixa muito alta pode ser fatigante
para o sujeito, levando o sujeito a cada termino de um ciclo, parar de responder por um
período, à medida que volta responder o organismo começa ficar cada vez mais rápido
até obter o reforço novamente. O reforçamento por razões variáveis elimina o problema
da fadiga. O número de respostas para obter um reforço varia, fazendo com que o
sujeito se mantenha respondendo, eliminando a pausa entre os reforços. “Um pombo
pode responder muito rapidamente, por exemplo, cinco vezes por segundo - e manter
esta freqüência por muitas horas. (SKINNER, p.116.)”
Posteriormente, pesquisadores começam a se perguntar o que aconteceria se as
respostas operantes deixassem de produzir conseqüências reforçadoras. O que foi
observado é que os efeitos do reforço não são permanentes. Catania (1999) descreve que
o “responder é mantido apenas enquanto o reforço continua, e não depois que ele é
suspenso. (CATANIA,1999, p.92)”. Desta forma foi observado (Catania1999;
Skinner;1979/2003) que quando isso acontece à freqüência da resposta começa a
diminuir e voltar ao nível basal. E é essa diminuição da taxa de resposta que
denominamos de extinção operante. Desta forma para dizermos que um comportamento
foi extinto ele deve seguir alguns pré-requisitos como: (a) apresentar uma relação entre
resposta e reforço anteriormente estabelecida, (b) quebrar essa relação e (c) mudar a
forma de responder por origem dessa ruptura. Por conta desses critérios, podemos
concluir que não tem como estudar o processo de extinção, separado do reforçamento.
Podemos ir ale, dizendo que a extinção é uma das propriedades do reforço.
(Catania,1999). Da mesma forma se não ocorresse à extinção, os efeitos do
reforçamento seriam permanentes e duraria para o resto da vida do organismo, que em
alguns casos não seria benéfico.
Além de diminuir a resposta do comportamento, durante esse processo há outros
fenômenos que podem ser observados durante a extinção, como Souza & Rodrigues
(2011) observam: respostas emocionais; aumento na taxa de respostas no início da
extinção; estabelecimento de controle de estímulos; aumento na variabilidade das
respostas; e ressurgência.
Resposta emocional é um “fenômeno complexo, influenciado por relações
respondentes e operantes e pela sua interação (SOUZA & RODRIGUES,(2011) p.766”.
Nos processos de extinção as respostas emocionais mais observadas estão ligadas a
ansiedade e agressividade. Em detrimento disso, muitos autores( Bravin 2008; Skinner;
Carrara 1999; autores) consideram o processo de extinção como um evento aversivo.
Bravin (2008) demonstra que para ser considerado um evento aversivo o sujeito deve
apresentar alterações na condutância galvânica da pele, aumento na resposta reflexa de
sobressalto e induzir agressividade. Foi utilizado como parâmetro a condutância
galvânica da pele como indícios de resposta aversivo uma vez que em experimentos
onde ocorrem estímulos aversivos, como aplicação de choque, ou por estímulos
condicionados previamente emparelhados com algum outro estimulo aversivo,
encontramos os mesmos resultados. O mesmo ocorre com as respostas reflexas de
sobressalto. Em um experimento realizado por Bravin (2008) cujo o objetivo era
demonstrar os aspectos aversivos do processo de extinção, grupos de ratos foram
expostos a três histórias experimentais distintas: grupo (A) foram reforçados com
alimento através da resposta de pressionar a barra, o grupo (B) apresentação de alimento
independente da emissão da resposta [acoplada à apresentação de alimento do grupo
(A)] e grupo (C) ocorria a liberação da mesma quantidade de alimento dos outros
grupos em uma única tentativa. Posteriormente, todos os animais foram expostos a uma
sessão sem apresentação de alimento. Graça as diferenças de como o alimento era
apresentado o grupo (A) foi o único que a retirada do alimento representava um não
reforçamento, caracterizando um processo de extinção. Em seguida, os três grupos
foram testados no labirinto em cruz elevado. Esse labirinto possui quatro braços sendo
que dois são abertos e dois fechados. Considera-se que a permanência nos braços
abertos em relação aos braços fechados como uma medida de ansiedade, sendo que,
quanto maior o tempo nos braços fechados em detrimento aos braços abertos demonstra
um maior grau ansiedade. Os resultados demonstraram que os ratos do grupo (A)
permaneceram um menor tempo nos braços aberto do que os outros grupos,
confirmando estarem mais ansiosos, segundo esses parâmetros.
Em outros experimentos é comum vermos os sujeitos se comportando de formas
agressivas nos processos de extinção, como por exemplo, Azrin et al. (1966) demonstra
isso colocando dois pombos dentro de uma caixa de condicionamento operante, sendo
que um deles permanecia imobilizado. O outro receberia alimento se bicasse uma chave.
Os resultados revelaram que durante o processo de extinção, os animais passavam a
agredir o outro pombo imobilizado.
(acho que vi algo falando de mudanças neurológicas em bravin, confirmar)
Outro fenômeno importante durante o processo de extinção é o aumento inicial
na taxa de respostas. Skinner (1953/2003) considera isto como outro indicativo de
respostas emocionais. Quando as conseqüências reforçadoras são removidas há um
aumento no número de respostas emitidas pelos sujeitos. Com o passar do tempo, a taxa
de respostas diminuiu e apresenta pausas irregulares, seguidas por um grande aumento
de respostas, até que a taxa volta ao nível basal, completando o processo de extinção.
(Catania, 1999; Souza & Rodrigues(2011),Skinner; Azrin et al. 1966). Nos
experimentos de Azrin et al. (1966) também observa isto, quando pombos são
condicionados a receber um reforço ao pressionar uma chave com o bico, ao retirar-lo
os pombos aumentaram a resposta de bicar a chave, no inicio do processo de extinção.
Outro processo que pode ocorrer durante a extinção é o que chamamos de
controle de estímulo. Em experimentos de laboratório podemos selecionar em quais
contextos as respostas do sujeito serão extintas e em quais contextos vai voltar a
responder. Para se fazer isso é necessário um esquema de reforço diferencial. Onde no
contexto (A) o sujeito é reforçado e no contexto (B) não haja o reforço. (melhorar
procurar exemplos mais atuais)pag 118 skinner olhar. Falar de RF e IF. (pag. 187,
talvez)
Apesar de a extinção diminuir a freqüência de um determinado comportamento,
durante esse processo podemos observar a ocorrência de variabilidade de respostas de
diversas magnitudes. Antonitis (1951) observou esse efeito em seu experimento de
colocar o sujeito em uma caixa de condicionamento onde deveria colocar o nariz em
uma fissura para receber uma pelota de comida (reforço). No processo de extinção foi
observado que o sujeito emitiu varias respostas de colocar o nariz na fissura. Além
disso, ele observou que os ratos começaram a emitir respostas de pressão à barra de
maneiras diferentes como, por exemplo, com outra pata, com a cabeça, mordendo e com
diferentes magnitudes na forma de pressionar a barra, respostas que não ocorriam
durante o reforçamento.
Essas variabilidades comportamentais, Epstein (1983) propõe que podemos
prever algumas delas, e as chamou de ressurgencia. Epstein diz que: “when, in a given
situation, recently reinforced behavior is no longer reinforced, behaviors that were
previously reinforced under similar circumstances tend to recur.” (Epstein, 1983, p.
391). Sendo assim um sujeito que aprendeu a pressionar a barra e depois sofreu um
processo de reforçamento para passar dentro de uma argola, ao tirarmos a consequencia
reforçadora de atravessar a argola, poderemos prever que o sujeito voltará a pressionar a
barra. Este fenômeno é importante uma vez que com uma análise da historia de
condicionamento de um organismo é possível prever como o comportamento atual pode
ser afetado pelo seu passado. (Castro & Haydu, 2009).(tentar falar melhor da
ressurgencia, procurar experimentos e terminar apontando que a historia de vida é
importante.)
Saber sobre a historia do sujeito é importante também para entendermos as
diferenças que ocorrem durante processo de extinção. Observamos que alguns
organismos são mais resistentes a extinção do que outros. Um dos motivos para isso
ocorrer está relacionado com o os esquemas de reforçamento que o sujeito foi
submetido. O que se observa em laboratório é que os sujeitos reforçados no esquema
continuo apresentam um processo de extinção muito rápida enquanto que o esquema
intermitente mostra grande resistência à extinção. Entre os mais resistentes, os
esquemas variáveis são os que apresentam índice mais alto em relação aos esquemas de
razão fixo. Entretanto observa-se que em razão variável ocorre uma transição abruptas
entre taxas altas de respostas para períodos maiores sem respostas, enquanto que os
intervalos variáveis apresenta decréscimos graduais na taxa de respostas.

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