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Índice

Introdução ......................................................................................................................... 1

A questão da verdade ........................................................................................................ 3

Verdade como Concordância ........................................................................................... 3

A dúvida .......................................................................................................................... 4

Critérios de verdade .......................................................................................................... 5

O critério da autoridade ................................................................................................... 5

O critério da ausência da contradição .............................................................................. 6

O critério da prova ............................................................................................................ 6

A evidência ....................................................................................................................... 7

O erro: causas e remédios ................................................................................................. 7

Remédios contra o erro .................................................................................................... 8

São causas psicológicas ................................................................................................... 9

Conclusão ....................................................................................................................... 10

Referencias bibliográficas .............................................................................................. 11

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Introdução

O presente trabalho da disciplina de filosofia que tem como tema A questão da


verdade, critérios de verdade e erro: causa e remédios. De caracter avaliativo irei
abordar o seguinte A verdade é a correspondência entre o conceito e a realidade, seja
ela empírica ou meta-empírica. Portanto, dizer que algo é verdadeiro implica a
correspondência daquilo que é dito com a realidade. Todo o erro é combatido nas suas
causas, procedendo-se metodicamente e reflectindo-se sobre as coisas, acautelando-
se contra as sugestões da paixão e da imaginação; suspendendo o juízo e duvidando,
se for necessário; não aceitando nada como verdadeiro ou falso senão o que conhece
como tal, através dos meios legítimos.

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A questão da verdade
A verdade é a correspondência entre o conceito e a realidade, seja ela empírica ou meta-
empírica. Portanto, dizer que algo é verdadeiro implica a correspondência daquilo que é
dito com a realidade.
Verdade como Concordância
Desde o nascimento da filosofia na Grécia antiga e tradicionalmente na história o
problema da verdade é digno de importância dentre os mais diversos e significativos
temas de investigação. O conceito de verdade pode ser apreendido como o lugar da
proposição, sua essência reside na concordância entre o enunciado e a coisa e vice-versa.
Porém, o que significa afirmar que um conhecimento concorda com seu objeto ou com
uma coisa? “Concordar” significa relacionar algo com algo, mas nem toda relação é
necessariamente uma concordância. O quê a verdade deve concordar? Como podem duas
coisas diferentes concordar entre si? A enunciação não é algo material, como por
exemplo, uma moeda.

O verdadeiro é designado como aquilo que está de acordo, deste modo a essência da
verdade na metafísica tradicional significa que a verdade é a adequação do enunciado à
coisa, ou seja, a verdade da proposição deve estar em conformidade com a verdade da
coisa. Geralmente admitimos que a verdade tenha um contrário. A não-verdade da
proposição é a nãoconcordância da enunciação com a coisa. A não-verdade é vista como
um não estar de acordo ou um contrário da verdade, por isso ela é excluída quando quer
se apreender a essência da verdade. Ao afirmarmos, por exemplo, que “a cadeira é de
ferro”, dizemos que a enunciação está de acordo com a coisa.

São quatro os principais estados do espírito perante a verdade: ignorância, dúvida, opinião
e certeza.

A ignorância é ausência de todo o conhecimento relativamente a um enunciado. Para o


espírito em estado de ignorância, a verdade de um determinado enunciado é como se não
existisse; não há juízo.
A ignorância pode ser: vencível ou invencível, dependendo da possibilidade ou
impossibilidade de fazê-la desaparecer; culpável ou inculpável conforme tivermos ou não
o dever de a dominar.

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A dúvida é um estado de equilíbrio entre a afirmação e a negação. No estado de dúvida,
o espírito não adere, ou porque os motivos para afirrnar e negar se equilibram (dúvida
positiva) ou não se equilibram, mas não são suficientes para excluir o medo de erro (ainda
dúvida positiva); ou não tem razão alguma nem para afirmar, nem para negar (dúvida
negativa, que equivale a ignorância). A dúvida pode ser:
 metódica (ou cartesiana) — consiste na suspensão voluntária, fictícia ou real,
mas sempre provisória, na aceitação de uma verdade tida por certa, com o fim
de verificar o seu valor. Esta é necessária à constituição de qualquer ciência. É
também conhecida por dúvida cartesiana por ter sido Descartes o primeiro a
estabelecê-la como método;

céptica ou sistemática - estado definitivo do espírito relativamente a toda a verdade; é


impossível legitimar as nossas verdades espontâneas que devemos ter sempre como
incertas. Enquanto a dúvida metódica é provisória (nunca definitiva) e constitui um meio
de chegar à verdade, a dúvida céptica é definitiva e é um fim.

A opinião é a adesão receosa do espírito à afirmação ou negação de um enunciado. O


espírito adere, porque razões mais graves pesam para uma parte; no entanto, não exclui
o temor de o oposto ser verdadeiro; é um estado intermediário entre a dúvida e a certeza
em que já é emitido o juízo, mas inseguro. O motivo que se impõe ao espírito e determina
nele o estado de opinião tem o nome de probabilidade e, por isso, o enunciado a que se
dá a adesão é provavelmente certo. O valor da opinião depende do grau de probabilidade
, portanto, dos motivos em que se baseia.

A certeza é adesão firme e inabalável do espírito a uma verdade conhecida, sem receio
de errar. A certeza supõe, pois, a manifestação completa da verdade, isto é, da
conformidade do enunciado com a realidade, emitindo um juízo seguro.

Esta manifestação faz-se mediante a evidência, que é o motivo e o fundamento da certeza


como a probabilidade e O motivo da opinião.

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Critérios de verdade
Segundo Hessen (1980), não é suficiente que nossos juízos sejam verdadeiros, precisamos
da certeza de que o são. Nesse aspecto, como distinguimos um juízo verdadeiro de um
falso? Assim, entra a questão do critério de verdade. Para Hessen (1980), a ausência de
contradição é com efeito, um critério de verdade, porém, não é um critério geral válido
para todo o conhecimento, mas sim um critério válido somente para uma classe
determinada de conhecimento, que ele define como a esfera das ciências formais ou
ideais.

Mas esse critério fracassa quando não se trata de objetos ideais, mas sim de objetos reais
e da consciência. Verifica-se, assim, a necessidade de procurar outros critérios de
verdade. Hessen (op. cit), propõe que nos detenhamos, antes de tudo, nos dados da
consciência. Exemplificando: possuímos uma certeza imediata do preto que vemos ou da
dor que sentimos, isto consiste na presença ou realidade imediata de um objeto.

O que é um critério? Dá-se o nome de critério ao sinal pelo qual distinguimos uma coisa
de outra; é a norma pela qual distinguimos o conhecimento verdadeiro do falso; o sinal
que nos permite reconhecer a verdade da falsidade (critério da verdade). Assim, o critério,
fundamental da verdade, em teoria do conhecimento, é a evidência.

Fala-se também da evidência; cabe perguntar se o critério da evidência imediata é válido,


não só para os conteúdos da percepção, mas também para os conteúdos do pensamento.
Essa questão equivale à de se além da evidência do pensamento conceptual, podemos ver
nela um critério de verdade. Muitos filósofos respondem positivamente a essa questão,
sustentando que a evidência é um critério de verdade na esfera teórica.

No livro “O Problema da Verdade” de Jacob Bazarian (1994), são analisados cinco


critérios da verdade:

O critério da autoridade:
Historicamente, é o mais antigo e, psicologicamente, é o primeiro critério de verdade.
Na Antigüidade e nas sociedades primitivas, a opinião da autoridade mantinha um papel
importante e decisivo na opinião das pessoas. Na Idade Média, quando a ideologia
dominante era a religião, o critério da verdade estava na Bíblia.

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Embora o princípio da autoridade esteja hoje abalado, ele continua funcionando bem na
religião, pois esta é baseada em dogmas enunciados pelas autoridades religiosas que
devem ser aceitos pela fé, sem discussão. Dessa forma, os adeptos de qualquer religião
ou doutrina filosófica dogmatizada, consideram a opinião dos fundadores e dos mestres
como critério supremo da verdade.

O critério da evidência:

Este critério é o mais conhecido, divulgado e aceito, de Aristóteles aos nossos dias.
Afirma que o único e último critério da verdade é a evidência. A palavra evidência deriva
de ver, ato de visão direta e imediata, obtida pela intuição da evidência. Por exemplo: “o
todo é maior que sua parte”, “duas quantidades iguais a uma terceira são iguais entre si”-
são verdades evidentes que captamos direta e imediatamente pela intuição de evidência.
Dessa forma, a evidência seria universal. Vale lembrar que mais de 90% dos filósofos
modernos aceitam esse ponto vista.

O critério da ausência da contradição

Para o positivismo lógico, a verdade significa a concordância ou a coerência do


pensamento consigo mesmo. Essa concordância pode ser conhecida na ausência da
contradição entre os juízos ou enunciados. Por exemplo: “Todos os homens são mortais”
(premissa maior). “Ora, Sócrates é homem” (premissa maior). “Logo, Sócrates é mortal”
(conclusão). Nesse raciocínio, não há contradição entre os juízos, o pensamento é
coerente consigo mesmo, logo é verdadeiro.

Critério da utilidade

Quem sistematizou e mais propagou esse critério foi o pragmatismo, doutrina filosófica
dominante nos Estados Unidos e difundida na Inglaterra e em outros países. De acordo
com essa doutrina, o único critério da verdade de um juízo é a sua utilidade prática, o
sucesso, o êxito, a vantagem, o lucro. Assim, sob sua forma mais grosseira, a verdade é
identificada com o êxito, com o útil, com o vantajoso, com o lucro etc. As coisas não são
verdadeiras em si, mas chegam a ser verdadeiras de acordo com sua utilidade.

O critério da prova
E incrível que, no problema mais importante da teoria do conhecimento, que é o critério
da verdade, nestes 2.500 anos de pensamento filosófico, nenhum filósofo, seja da linha
idealista ou da materialista, tenha encontrado um critério científico da verdade, válido

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universalmente. Apesar de utilizarmos, em maior ou menor grau, todos os critérios da
verdade até aqui apresentados, vimos que eles são insuficientes para nos dar a certeza de
que uma proposição é verdadeira ou errada. Sendo assim, onde encontrar um critério
eficiente da verdade? Um critério que não dependa nem da autoridade, nem da evidência,
nem da utilidade tampouco do interesse ou da opinião das pessoas? O critério supremo,
real e objetivo da verdade é a prova.

A evidência é a clareza com que a verdade se impõe ao nosso espírito; é uma espécie
de luz que ilumina a realidade e nos permite ver que aquilo que temos no espírito está
conforme a essa mesma realidade e daí concluirmos que ela é verdadeira: é a sua
verdade que vemos como evidente. Assim como a luz ilumina os corpos, a evidência
ilumina a verdade. São exemplos de evidência:

 O fideísmo considera a fé como o único critério de verdade e é válido apenas


para as verdades religiosas;
 O senso comum entende que são verdadeiros os conhecimentos comuns a todos
os homens;
 O pragmatismo sugere como critério de verdade a acção.

Para os pragmatistas, a verdade identifica-se com o êxito ou, rnelhor, com a


verificação. Por isso, será verdade ou verdadeiro aquilo que se verificou; as hipóteses
que saíram vencedoras das provas a que foram submetidas.
O fideísmo, o senso comum, o pragmatismo e outras correntes que aqui não foram
rnencionadas, têm os seus próprios critérios para determinar alguma espécie de verdade.

O erro: causas e remédios

O erro é a não-conformidade do conhecimento com a coisa conhecida. Consiste em


conhecer as coisas diferentes do que elas são na realidade. O êrro distingue-se da
ignorância. Esta consiste em nada saber e nada afirmar, enquanto que o erro consiste emnão
saber e afirmar, supondo saber. É, portanto, uma ignorância que se ignora.

Causas do erro: o erro possui causas lógicas e causas morais:

a) Causas Lógicas: derivam de defeitos da nossa inteligência:

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falta de penetração, falta de memória, falta de atenção etc. Todavia, as razões do erro se
encontram, quase sempre, menos nainteligência do que na vontade, sob a influência de
estados afetivos. De modo que as causas do erro são, em sua maioria, causas morais.

b) Causas Morais: são três as principais:

1) A vaidade, que nos faz confiar em demasia nas luzes da nossa própria inteligência;

2) O interesse, que nos faz preferir as afirmações que nos são favoráveis;

3) A preguiça, que nos faz desistir da necessária atividade intelectual levando-nos a aceitar,
sem controle, os preconceitos correntes, a autoridade dos falsos sábios, as aparências
superficiais etc.

Remédios contra o erro:

os remédios contra o erro são também de ordem lógica e moral:

a) Remédios Lógicos: constituem, segundo Jolivet, uma espécie de higiene intelectual, e


procuram desenvolver a retidão e o vigor do espírito,pela aplicação metódica das regras da
logica, pelo controle da imaginação pelo exercícios da memoria e pelo cultivo da razão.

b) Remédios Morais: resumem-se no amor da verdade que nos inclina a não confiar,
em demasia, em nós mesmos, a julgar com perfeita imparcialidade e a proceder com
paciência e perseverança na pesquisa da verdade.
Em que consiste o erro? Se a verdade consiste em dizer que é, o erro é a não
conformidade do espírito com a realidade ou com a coisa. É a adesão firme àquilo que
objectivamente é falso, mas que, do ponto de vista subjectivo, nos parece verdadeiro.
O erro distingue-se da ignorância, pois enquanto esta consiste em nada saber e nada
afirmar, aquele consiste em não saber e afirmar, julgando saber. A ignorância é uma
limitação da verdade, pois o ignorante não sabe; o erro é a negação da verdade, daí
que, quem erra não sabe, mas julga saber.

As causas também podem ser do erro podem ser de duas naturezas: psicológicas e
morais.

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São causas psicológicas:

 A falta de compenetração ou atenção do espírito que interpreta mal os dados dos


sentidos, estendendo a adesão além daquilo que foi apreendido. É o caso daquele
homem que vê no
bronze o ouro;

A paixão, que nos impede de raciocinar correctamente. A paixão deixa-nos, muitas


vezes, obcecados, impossibilitando-nos, desse modo, de reflectir.

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Conclusão
Chegados ao final desse trabalho, chegamos a conclusão de que é nesse percurso em
direção à Verdade que o intelecto humano, ao saber o mundo, toma consciência de si
e se descobre imagem e semelhança do divino. E se se considera o transfundo
ontoteológico acima mencionado, conclui-se que o intelecto humano, no ato de
conhecer, procede à reditio do ato criador divino. Conhecer é, assim, percorrer o
caminho de volta da criação, recuperar aquela “luz” (tantas vezes usaram os antigos e
medievais a metáfora da luz!) que faz com que as coisas sejam e possam ser
conhecidas. Dá-se o nome de critério ao sinal pelo qual distinguimos uma coisa de
outra; é a norma pela qual distinguimos o conhecimento verdadeiro do falso; o sinal
que nos permite reconhecer a verdade da falsidade (critério da verdade).

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Referencias bibliográficas

BAZARIAN, J. O problema da verdade. 4. ed. São Paulo: Alfa-Omega, 1994.


BORNHEIM, G. A. Introdução ao filosofar. 5. ed. Porto Alegre: Globo, 1980.
CHAUI, M. Convite à filosofia. 10. ed. São Paulo: Ática, 1998.
Bochensk, J. M. , Directrizes do Pensamento Filosófico, S. Paulo, EPU, s.d.
Godinho, V. M., Ensaios, Humanismo Cientifico e Reflexão Filosófica, Lisboa, Livraria
Sá da Costa Editora, 1 97 1
Jaspers, K., Iniciação Filosófica, Lisboa, Guimarães Editora, 1972.
Mondin, B., Curso de Filosofia, III, São Paulo, Edições Paulinas, 1987.
Mondin, B., Introdução à Filosofia: Problemas, Sistemas, Autores, Obras, São Paulo,
Edições Paulinas, 1981.
Moscovici, S., Homens Domésticos e Homens Selvagens, Lisboa, Livraria Bertrand,
1976.
ARISTÓTELES. Poética. Tradução Eudoro de Souza. São Paulo: Nova cultural, 1991.

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