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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

DISCIPLINA: FILOSOFIA POLÍTICA


DOCENTE: Prof° Dr° José Carlos da Silva
DISCENTE: Larissa Karine Estevita de Lima

GRUPPI, Luciano. Tudo começou com Maquiavel: As concepções de Estado em


Marx, Engels, Lênin e Gramsci. Porto Alegre: L&PM, 1986

Na leitura da obra podemos perceber que o tópico principal se trata do Estado unitário
que tem um poder próprio, independente de quaisquer outros poderes, qual começou a
surgir a partir da última metade do século XV na França, Inglaterra e Espanha, depois se
disseminando pela Europa. O Estado moderno apresenta três características que o
diferencia dos Estados do passado: a soberania absoluta do Estado; a diferenciação entre
Estado e sociedade civil; e a identificação entre o Estado e o monarca, que simboliza a
soberania estatal, em oposição ao Estado na Idade Média, quando este era patrimônio do
monarca. A obra tem por objetivo trazer as concepções de Estado de acordo com a visão
dos principais autores: Marx, Engels, Lênin e Gramsci. Antes de adentrar na
caracterização do conceito elaborado por cada um, Luciano Gruppi comenta sobre a
visão acerca do Estado de teóricos que precederam aos citados a cima.
O panorama geral das ideias tem início com Nicolau Maquiavel (1469-1527), no qual se
encontra a origem da ciência política. Onde cria uma verdadeira teoria a respeito de
como se constitui o Estado moderno, que, para ele, não tem mais a função de assegurar
a felicidade e a virtude, como em Aristóteles. Maquiavel não elaborou uma teoria do
Estado moderno, mas sim uma teoria de como se formam os Estados, de como na
verdade se constitui o Estado Moderno. Ele tenta ver o Estado de maneira realista, a
partir da afirmação de que "a política é a arte do possível, é a arte da realidade que pode
ser efetivada, a qual leva em conta como as coisas estão e não como elas deveriam
estar”. Entretanto, não consegue chegar a desenvolver uma verdadeira teoria do Estado.
O Estado moderno funda-se no terror. O príncipe deve preferir ser temido ao invés de
amado e é necessário, para manter um Estado forte e unitário, considerar a natureza do
homem e a realidade efetiva. Trata-se não de fazer o que é certo, mas sim o que é
necessário para garantir esses objetivos. Maquiavel cria uma moral imanente, mundana,
baseada nas relações entre os homens, que são mais capazes de ofender quem se faz
amar do que aquele que por eles é temido.
Jean Bodin que pela primeira vez começa a teorizar a autonomia e soberania do Estado
moderna, no sentido que o monarca interpreta as leis divinas, obedece a elas, mas de
forma autônoma. O Estado tem por fundamento a soberania e é, portanto, o poder
absoluto, capaz de reunir os demais elementos socais.
Em Hobbes vemos a uma teoria (“homo homini lupus”) que fundamenta a necessidade
de um contrato que cria um Estado de poder absoluto para manter a paz social. Ambas
as teorias são absolutistas de Estado opressor que predominou na Europa.
Jonh Locke, defende que tanto o Estado quanto a sociedade nascem de um contrato
social (revogável em relação ao Estado) que é aceito livremente por todos, o qual
garante o exercício da liberdade e da propriedade. Ele também distingue a sociedade
política da civil.

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