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HARDTOPICS hanseníase

O QUE CAI?
Formas clínicas, estados reacionais.

VISÃO GERAL
geral. Causada pelo mycobacterium leprae, com transmissão aérea, e predileção por acometimentos
cutâneo e neural; potencial de morbidade elevada por incapacidades funcionais.
antígeno vs hospedeiro. A resposta imune desenvolvida pelo hospedeiro é que determinará a evolução e até
estados reacionais; para combater a micobactéria, a resposta celular é fundamental.

FORMAS CLÍNICAS

INDETERMINADA
geral. Forma evolutiva vista em todos os doentes na fase inicial; pode evoluir para uma das seguintes.
pele. Mácula com bordas mal definidas, seca;
neural. Perda de sensibilidade térmica/dolorosa; tátil preservada.

TUBERCULOIDE
geral. Forma paucibacilar, com resposta celular presente mas insuficiente.
pele. Placa anestésica, bem delimitada, com centro claro;
neural. Alteração de sensibilidade na lesão; eventualmente pode se manifestar com acometimento neural
isolado.

DIMORFA
geral. Forma intermediária de acometimento; é multibacilar.
pele. Manchas vermelhas/brancas com bordas elevadas e mal delimitadas; as lesões podem ser múltiplas.
Forma mais comum de apresentação da doença. A biópsia das bordas pode identificar bacilos.
neural. Perda total de sensibilidade na lesão; pode haver acometimento de nervos periféricos de forma
assimétrica.
VIRCHOWIANA
geral. Forma mais contagiosa; é multibacilar, a resposta celular é praticamente nula.; A baciloscopia
costuma ser positiva.
pele. Não tem máculas; há infiltração da pele- avermelhada, seca, com aspecto de “casca de laranja”; pode
haver nodulações, madarose, perda de cílios; nariz congesto, pés e mãos arroxeados e edemaciados; suor
diminuído.
neural. Nervos periféricos e ramos superficiais simetricamente espessados.

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DIAGNÓSTICO
clínico. O diagnóstico é clínico, baseado na identificação de lesões compatíveis; o exame físico tem de ser
detalhado.
atenção. No exame neurológico do componente sensitivo o acometimento costuma seguir a ordem térmico-
doloroso-tátil.
baciloscopia. Método limitado, mas que pode ser útil em cenários de dificuldade no diagnóstico
diferencial. Será positiva nas formas multibacilares.
teste de Mitsuda. É similar ao PPD da tuberculose; não é útil para o diagnóstico. Avalia a imunidade
celular. Classicamente é positivo na forma tuberculoide e negativo na virchowiana.

CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL E TRATAMENTO


fármacos. Dapsona e clofazimina diários; dose supervisionada mensal de rifampicina, dapsona e
clofazimina. O tempo de tratamento depende da classificação operacional:

PAUCIBACILAR
pele. Até 5 lesões cutâneas.
neural. Até 1 tronco envolvido.
tratamento. Por 6 meses.

MULTIBACILAR
pele. Mais de 5 lesões cutâneas.
neural. Mais de 1 tronco envolvido.
tratamento. Por 12 meses.
atenção. Se o diagnóstico tiver sido dado por baciloscopia positiva o caso será classificado como multibacilar.
atenção. eventualmente mesmo com menos de 5 lesões o paciente pode ser classificado como multibacilar: lesões
foveolares como na forma dimorfa ou lesões grandes em membros ou dimídios distintos.

PROFILAXIA
BCG. Deve ser feita avaliação de comunicantes para busca de lesões sugestivas da doença; se não houver,
recomenda-se BCG (exceto se já houver 2 aplicações ou contraindicações).

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atenção. Existe uma norma técnica da CONITEC de 2015 sugerindo rifampicina 600mg para comunicantes
como profilaxia; no entanto, o guia do MS de 2017 não menciona essa conduta.

ESTADOS REACIONAIS

TIPO 1 – REAÇÃO REVERSA


o que é? Exacerbação da resposta imune celular após o início do tratamento.
em quem ocorre? Classicamente em pacientes que já tinham alguma resposta celular – exacerba com
o tratamento: forma tuberculoide.
como se manifesta? Piora das lesões cutâneas; piora da neurite.
tratamento. Corticoide. Não suspender poliquimioterapia.

TIPO 2 – ERITEMA NODOSO HANSÊNICO


o que é? Paniculite por picos da resposta humoral, que pode acontecer antes, durante e após a doença.
em quem ocorre? Classicamente em pacientes sem resposta celular – multibacilares.
como se manifesta? Eritema nodoso, com ou sem piora da neurite.
tratamento. Talidomida (atenção com potencial teratogênico). Em quadros com lesões exuberantes
considerar associação com corticoide.

atenção. Fenômeno de lúcio – pode ocorrer em pacientes multibacilares, representado por lesões cutâneas
necróticas; para alguns autores é uma variante da reação tipo 2, para outros uma complicação da hanseníase
multibacilar.

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