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6-Regularidade formal→ Consiste no atendimento à forma que seja essencial- é um requisito

suplementar, se não se enquadrar nenhum dos outros, se enquadra em regularidade formal


⤹Exs:ausência de documentos ou peças obrigatórias, necessários para interpor o recurso,
como o agravo; falta de um tópico obrigatório no recurso, como o recurso extraordinário, onde
precisa demonstrar que há repercussão geral; ausência de razões recursais que dialoguem
especificamente com a decisão recorrida (art.932, III CPC- relator não conhece o recurso que
não dialogar com a decisão recorrida)- princípio da dialeticidade; protocolo equivocado, se
protocolar o recurso no protocolo errado, é como se ele nunca tivesse sido protocolado
(ex:entrar com recurso na primeira instância, invés da segunda)
7-Preparo→Consiste no pagamento prévio das despesas processuais do recurso, é o
pagamento das custas- dois arts. demonstram que o pagamento é prévio, antes de interpor o
recurso, arts.82 e 1007 CPC- é preciso comprovar o pagamento antes de interpor o recurso
⤹Expediente bancário e protocolo posterior (Súmula 484 STJ: “Admite-se que o preparo seja
efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o
encerramento do expediente bancário.”)- é muito criticada, porém ainda permanece em vigor-
Hoje ela não faz mais sentido (ver tópico de deserção)
⤹Dispensa de antecipação de preparo (não precisar pagar as custas previamente)- ocorre
quando o recurso é gratuito (ex:embargos de declaração, art.1023 CPC, é nacionalmente
gratuito- sobre os outros recursos depende do estado ou do tribunal, pode ou não cobrar
custas), sujeitos especiais (Fazenda Pública, Defensoria Pública e MP, não precisam antecipar
o pagamento de preparo- art.1007, par.1 CPC)
⤹Deserção- significa o não pagamento de preparo- o recurso sem pagamento adequado de
preparo é chamado de recurso deserto- Existem duas situações em relação a deserção: pagou
previamente, mas não no valor correto, faltou parte do pagamento (é a insuficiência de preparo-
art.1007, par. 2 CPC- o relator antes de inadmitir o recurso deve intimar o recorrente para pagar
o que falta em até 5 dias); preparo ausente, ausência integral de preparo, não pagou nada (no
Código velho, o recurso não era reconhecido, já o novo CPC, atendendo o princípio da
supremacia da resolução do mérito, criou o art.1007, par.4- o recorrente tem o direito de ser
intimado para pagar o preparo pela primeira vez, porém terá que pagar em dobro as custas, o
prazo para esse pagamento é de 5 dias- se não pagar tudo nesta vez, faltar parte do valor, o
recorrente não tem mais chance de pagar as custas corretamente, segundo entendimento
majoritário)
⤹Erro no preenchimento da guia- a quantia é paga corretamente, mas a guia tem um erro no
preenchimento- No Código velho, se isso acontecesse o recurso não era conhecido, já no novo
CPC, no art.1007, par.7 CPC, o relator deve intimar o recorrente para corrigir o erro em até 5
dias
⤹Depósito prévio de multa por anterior recurso protelatório- existem alguns recursos que
preveem que quando ele for interposto de forma protelatória, vai haver condenação em multa
(isso é previsto expressamente no agravo interno e embargos de declaração,mas em qualquer
outro recurso cabe essa multa, por conta do art.80 CPC)- Ao entrar com o próximo recurso,
precisa pagar o preparo deste recurso e depositar multa do recurso protelatório anterior, sob
pena deste recurso seguinte não ser admitido
-Possíveis resultados do juízo de admissibilidade:
↳Se os 7 requisitos são preenchidos, o nome é conhecimento ou admissão do recurso
↳É possível um conhecimento ou admissão parcial do recurso- apenas alguns dos capítulos do
recurso é levado ao mérito, os outros não são conhecidos
↳Não conhecimento ou inadmissão do recurso- ocorre quando qualquer um dos requisitos não
é reconhecido- o juízo de mérito não é realizado
-Possíveis resultados do juízo de mérito:
↳Provimento integral- todo o pedido é deferido
↳Provimento parcial- o pedido é em parte deferido
↳Improvimento do recurso- a rejeição total do pedido
-Votação colegiada sobre a admissibilidade e mérito- Geralmente quem faz o juízo de
admissibilidade é o relator- se ele acreditar que tudo está certo vai ao colegiado- se por maioria
o recurso for conhecido, mas houver divergência, o julgador que votar pelo não conhecimento
da admissibilidade, tem que votar no mérito, não sendo obrigado a votar contra ele (art.939
CPC)

Ordem dos Processos no Tribunal

+Relator
-Relator é o representante do caso no tribunal- o julgamento do recurso começa por ele
-O art.932 CPC, em seus incisos, trás os poderes que o relator possui:
↳I- Coordena a produção de provas e homologa acordos
↳II-Aprecia os pedidos sobre tutela provisória recursal
↳III- Não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida- o relator faz o primeiro juízo de
admissibilidade (nega conhecimento)- é o poder de decisão final do relator, onde este substitui
o órgão colegiado (o juiz natural)- contra a decisão do relator, cabe agravo interno- se decidir
pela admissibilidade do recurso, o mérito dele é julgado pelo colegiado
↳IV e V-O relator substituí o colegiado nestes casos, podendo negar ou dar provimento a um
recurso- relator decide sozinho, realizando um julgamento de mérito, desde que ele suscite um
precedente forte (para negar ou prover o recurso)- contra essas decisões monocráticas cabe
agravo interno
⤹No inciso IV, o relator nega provimento ao recurso, pois foi contrário à: Súmula do STF, do STJ
ou do próprio Tribunal, acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos
repetitivos, ou entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
(obrigatório para todos os casos presentes e futuros) ou de assunção de competência
⤹No inciso V, o relator dá provimento ao recurso, pois a decisão recorrida não seguiu o
precedente forte- somente dá provimento após as contrarrazões (garantia do contraditório)- dá
provimento ao recurso, se a decisão recorrida for contrária à: Súmula do STF, STJ ou do
próprio Tribunal, ou acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos
ou entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência
⤹Se o recurso que está sendo julgado não estiver relacionado com algum precedente forte, ele
deve ser julgado pelo colegiado
↳VI-IDPJ é julgado pelo relator
↳VII- Pode determinar a intimação do MP-, quando ele atuar como fiscal da lei (art. 178 CPC)
(ocorre depois das contrarrazões, e antes de marcar a sessão de julgamento do colegiado, o
relator deve convocar o MP)
↳VIII- Outras providências
OBS:O CPC/73 dava muitos poderes ao relator, o que acaba gerando muitos agravos internos

+Extinção do revisor
-Existem 3 julgadores atualmente: Relator, primeiro vogal e segundo vogal, onde a função
deste segundo substitui o revisor

+Fato novo ou matéria cognoscível ex officio (art.933 CPC)


-É chamado de fato superveniente pelo CPC
-É qualquer fato importante para o julgamento, posterior a decisão recorrida
-Art.933, caput- Se o relator constatar a ocorrência de um fato superveniente à decisão
recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser
consideradas no julgamento do recurso, as partes deverão ser intimadas para se manifestar no
prazo de 5 dias
↳Par.1- Se a constatação ocorrer durante a sessão e julgamento, esse será imediatamente
suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente- nenhum dos julgadores
tomará o tema sem ter que decidir sobre ele
↳Par.2- Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los
ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão
do fato em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão
aos julgadores

+Pauta e Sessão de Julgamento (arts.934 e 935 CPC)


-Todo recurso tem que ser pautado (listado), sendo obrigatória a publicação e intimação desta
pauta

+Sustentação da Pauta (art.936 CPC)


-O prazo está na lei
-Primeiro há a sustentação do recorrente, depois a de todos os recorridos e depois a do MP,
caso necessário
-A sustentação da pauta ocorre depois do relatório ter sido lido pelo relator
-Nem todo o recurso tem sustentação oral- apenas aqueles citados no rol do art.937 CPC têm
sustentação oral
-Art. 97, X da Lei 8906/94- o advogado pode fazer intervenção necessária para esclarecer um
fato decisivo

+Pedido de vista
-Art.940 CPC- qualquer julgador pode pedir vista dos autos (ocorre quando o julgador tem
dúvida- um tempo maior para estudar o caso) para retornar o julgamento na mesma sessão ou
em outra posterior
+Mudança de opinião
-Art,941, par.1 CPC- até proclamado o resultado final do julgamento, os julgadores podem
mudar seus votos

+Ampliação do colegiado ou técnica de complementação do julgamento


em caso de divergência
-Ocorre quando houver um voto vencido
-No CPC/73 existia o embargo infringentes, que foi substituído pelo art.942 CPC- era usado
somente quando a apelação fosse julgada com divergência, reformando a decisão e com
empate de teses (ex: juiz julga procedente, e 2 dos desembargadores julgam improcedente e 1
julga procedente, no final fica 2 a 2)- a questão deve ser julgada por um outra turma, de 5
desembargadores
-Art.942 CPC- não é mais necessário que haja reforma, basta que tenha um voto divergente, e
pode ocorrer em julgamento de apelação, agravo de instrumento, ação rescisória, embargos de
declaração e agravo interno- automaticamente, ex officio, mais julgadores devem ser
convocados, no número mínimo para que possa se formar uma maioria, preferencialmente na
mesma sessão ou se não for possível em uma sessão seguinte (ex: em apelação basta chamar
2, pois é julgado originariamente por 3 desembargadores)- mesmo depois de haver esta
ampliação, pode haver a mudança de opinião de quem já votou

Recursos em espécie

+Apelação(arts.1009 a 1014 CPC)


-Cabimento da apelação mudou com o novo CPC, mudando também o cabimento do agravo de
instrumento
-Panorama histórico:
↳No CPC de 1939 existiam dois tipos de sentença, que existem até hoje, com resolução de
mérito ou sem resolução de mérito- sentença com resolução de mérito cabia apelação- a
sentença sem resolução de mérito cabia o recurso chamado agravo de petição (não existe
mais no processo civil, no processo do trabalho existe essa nomenclatura)
↳No CPC de 1973 permanece a existência dos dois tipos de sentença- acaba com o agravo de
petição, ampliando o cabimento de apelação (passa a ser aplicado contra qualquer sentença)-
contra as decisões interlocutórios cabe dois recursos: agravo de instrumento (contra decisão
interlocutória que trouxesse um risco de dano grave- é imediato) e agravo retido (contra
decisão interlocutória que não traz risco de dano grave- é protocolado em primeira instância,
não sobe imediatamente para julgamento- se não recorrer no prazo haveria preclusão)
-Art.1009, caput: Da sentença cabe apelação (cabe contra os dois tipos de sentença)
↳Pars.1 e 2- extinguiu o agravo retido- também cabe apelação contra decisões interlocutórias
que não entrarem no rol de agravo de instrumento- na preliminar da apelação que se recorre
contra as decisões interlocutórias, além de recorrer da sentença (dependendo da decisão
interlocutória que foi indeferida pode ser que tenha que retroagir todo o processo)
⤹A decisão interlocutória também pode ser recorrida na preliminar de contrarrazões, contra a
apelação (sentença favorável, mas alguma decisão interlocutória pode ter sido desfavorável,
recorre contra essas decisões interlocutórias- contrarrazões funcionando como recurso,
defende porque a sentença deve ser mantida, mas ataca algumas decisões interlocutórias)-
contra esse ataque nas contrarrazões deve haver contrarrazões de quem entrou com a
apelação originariamente (contrarrazões das contrarrazões- tem prazo de 15 dias- art.1009,
par.2 CPC)
-Regularidade formal:
↳Órgão de interposição (onde ela é protocolada)- é protocolada na primeira instância, mesmo
sendo julgada na segunda- todos os documentos (apelação, contrarrazões e contrarrazões das
contrarrazões são enviados já prontos ao Tribunal)
↳Razões no corpo da peça- as razões do recurso devem dialogar com a decisão recorrida- é
somente uma petição
-Efeitos da apelação:
↳Efeito devolutivo- no plano horizontal há a aplicação do art.1013, caput e par.1, é levado ao
Tribunal o capítulo recorrido, o capítulo não recorrido transita em julgado- no plano vertical
aplica-se o art.1013, pars. 1 e 2, sendo levado junto ao Tribunal, mesmo que não impugnado
especificamente em 3 situações (já visto em efeito devolutivo- pedido não decidido pelo juiz,
teses não analisadas profundamente e matérias de ordem pública, cognoscíveis ex officio)- até
aqui tudo já foi visto e se aplica aos demais recursos
⤹Novidade na apelação (art.1013, par.3 CPC)- causa madura ou julgamento imediato do mérito
pelo tribunal- o tribunal pode julgar o mérito de uma vez se preenchidos os requisitos dos
incisos e se a causa for madura, se não ele será obrigado devolver a questão para a primeira
instância- causa madura, pode existir em duas situações: quando a matéria debatida for um
tema exclusivamente de direito (não há debate de fato, somente jurídico- ex: grande parte das
causas envolvendo Fazenda Pública, causas de direito tributário e de direito previdenciário), ou
quando a causa versar sobre fatos e direitos e não houver necessidade de complementação
probatória (não pode caber mais provas)- hipóteses que o tribunal pode julgar o mérito
imediatamente: Incisos I (se a sentença do juiz não for de mérito e a causa for madura, com o
tribunal reformando-a de sentença sem mérito para com mérito), II (causa estiver madura e
tribunal decretar nulidade da sentença por violar o princípio da congruência, não há relação
entre pedido e decisão- a decisão deve ser limitada pelo pedido), III (causa estiver madura e
tribunal constatar omissão no julgamento de um dos pedidos- não julgar um dos pedidos) e IV
(causa estiver madura e tribunal decretar a nulidade da sentença por ela ter falta de
fundamentação)
↳Efeito regressivo- aquele que permite a retratação pelo próprio julgador que fez a sentença
(ele recebe a apelação e mudar sua própria decisão)- hipóteses disto ocorrer: apelação sobre
decisão do art.331 CPC (sentença que indefere a petição inicial); apelação sobre decisão do
art.332 CPC (hipóteses em que há sentença com resolução de mérito sem citar o réu, por
conta de prescrição ou decadência de direito do autor); apelação sobre sentença do art.485
CPC (sentença sem resolução de mérito- se a sentença estiver madura pode ser julgada
imediatamente pelo tribunal- se tiver resolução de mérito (art.487 CPC), não cabe retratação
pelo juiz, que é a maior parte das decisões)
↳Efeito suspensivo- não suspende o processo, apenas a eficácia da decisão recorrida (não
pode ser executada nem de forma definitiva nem provisoriamente), podendo ser ope legis, ope
judicis ou por negócio jurídico processual
⤹Apelação tem efeito suspensivo automático (ope legis)- art.1012, caput CPC- até o fim do
prazo de interpor apelação, a sentença é ineficaz
⤹Existem hipóteses em que a apelação não tem efeito suspensivo automático (art.1012, par.1
CPC), ocorre em sentenças que: homologa divisão ou demarcação de terras; condena a pagar
alimentos; extingue sem resolução de mérito ou julga improcedentes os embargos do
executado; julga procedente o pedido de instituição de arbitragem (acaba com o processo,
reconhecendo a convenção de arbitragem); confirma, concede ou revoga tutela provisória
(quando o juiz dá a tutela provisória na sentença); decreta a interdição- pode haver efeito
suspensivo nessas hipóteses por meio de decisão judicial (ope judicis) (art.1012, par.4 CPC-
precisa comprovar que há a probabilidade de provimento do recurso ou risco de dano grave),
esse efeito suspensivo pode ser pedido através de uma petição dirigida ao TJ (art.1012, par.3, I
CPC), se aceito pelo Tribunal, os efeitos da sentença serão suspensos até a decisão de mérito
sobre a apelação pelo colegiado ou relator- se ele não fizer esse pedido antes da distribuição
do recurso ao TJ, ele pode fazer esse pedido posteriormente, dirigido ao relator mas antes do
julgamento da apelação (art.1012, par.3, II CPC)
⤹Capítulos de sentença e efeitos distintos da mesma apelação- A mesma sentença pode ter
dois pedidos, com um capítulo tendo efeito suspensivo obrigatório, enquanto outro pode ter que
pedir o efeito suspensivo (ope judicis- se enquadrando no art.1012, par.1 CPC)- a mesma
apelação neste caso tem dois efeitos distintos, o efeito suspensivo de um não “arrasta” o outro
-Inovação em apelação- o apelante, como regra geral, não pode trazer fatos novos (não inova
nos fatos) na apelação
↳Questões de fato novas- hipótese em que o fato é novo e importante, que ocorreu
posteriormente às alegações finais- esse fato pode ser alegado na petição seguinte, podendo
ser alegado na apelação- não há preclusão nesta hipótese (art.493 CPC- fala da primeira
instância, mas se aplica na segunda)
↳Fato velho- fato já ocorrido e não alegado à tempo correto (na primeira petição seguinte
posterior ao acontecimento do fato)- fato velho, em regra, não pode ser alegado na apelação
(há a preclusão temporal)- existe uma exceção (art.1014 CPC), se a parte comprovar que
deixou de apresentar o fato velho em tempo por conta de motivo de força maior, ela pode
apresentar este fato na apelação
-Procedimento (tramitação da apelação):
↳A apelação começa em primeira instância, com os seguintes atos sejam praticados:
⤹1-protocolo da apelação em 15 dias após a sentença
⤹2-recebida a apelação pela vara, o apelado é intimado para contrarrazões, com prazo de 15
dias
⤹3-se na apelação é recorrida as decisões interlocutórias, e nas contrarrazões, o apelado
recorre das decisões interlocutórias contra ele, deverá haver a intimação do apelante para fazer
contrarrazões das contrarrazões, com prazo de 15 dias (art.1009, par.3 CPC) (é um passo
eventual, nem sempre ocorre)
⤹4-se o apelado não entrar com a sua própria apelação no prazo de 15 dias, ele pode
interpor-la no prazo das contrarrazões (apresenta contrarrazões e apelação adesiva), a outra
parte será intimada para apresentar contrarrazões à está apelação adesiva (art.1010, par.2
CPC), além de, eventualmente, apresentar contrarrazões das contrarrazões (é um passo
também eventual)
↳Art.1010, par.3- os autos são remetidos à segunda instância (a primeira instância não pode
fazer juízo de admissibilidade destes recursos- no CPC/73 este juízo de admissibilidade era
feito na primeira instância)- os autos caem no relator, que faz o juízo de admissibilidade
(art.932, III CPC)
↳Com os autos chegando na segunda instâncias, os autos são distribuídos ao relator, que irá
analisar se pode proferir alguma das decisões do art.932 CPC- se não puder proferir nenhuma
decisão do art.932, ele redige uma minuta (resumo) do relatório e do voto- após isso o relator
pede ao presidente do colegiado para incluir o recurso na pauta e publicá-la
↳No dia da sessão do julgamento ocorre o pregão (chamar o recurso para julgamento),
iniciando o julgamento pela leitura do relatório pelo relato, depois há a sustentação oral (art.937
CPC, se houver), posteriormente, iniciam-se os votos (primeiro o relator, depois o 1 vogal, e por
último o 2 vogal- qualquer um dos 3 pode pedir vista, antes da votação- e os julgadores podem
mudar de opinião até o último voto)
↳Depois do julgamento, é redigido o acórdão- após a publicação deste acórdão, é aberto o
prazo para recursos posteriores
08/06 (apagar isso dps)
+Agravo de Instrumento
-Cabimento:
↳No CPC/39 existiam 3 agravos, o agravo de petição (cabe contra sentenças sem resolução de
mérito- sentenças terminativas), agravo de instrumento (cabe contra decisões interlocutórias
expressamente indicadas em um rol, contido no CPC/39) e agravo nos autos do processo
(recurso protocolado em primeira instância, apenas para evitar preclusão, não era julgado de
imediato, e cabível contra todas as demais decisões interlocutórias)
↳No CPC/73 o agravo de petição é extinto, pois a sentença sem resolução de mérito passa a
ser apelável- o agravo de instrumento se mantém, passando a caber contra decisão
interlocutória, deixando de ter um rol taxativo de cabimento, substituindo-o por um conceito
vago, que é o de “risco de dano grave de difícil reparação” (então cabia agravo de petição
contra decisão interlocutória que pudesse trazer risco de dano grave de difícil reparação)-
nesse CPC, o agravo de instrumento foi alterado diversas vezes- o agravo nos autos do
processo passa a se chamar agravo retido
↳No CPC/2015, o agravo retido acabou (foi substituído pela AP), pois as decisões
interlocutórias não precluem de imediato se caber AP contra elas (são recorridas em AP, após a
sentença- art,1009, pars.2 e 3 CPC)
⤹O agravo de instrumento é regido pelos arts.1015 a 1020 CPC, cabendo contra decisões
interlocutórias que estão no rol taxativo do art.1015 CPC (somente na fase de conhecimento)
(estas decisões interlocutórias são recorríveis de imediato, não precisa esperar a sentença)-
cabe contra decisões interlocutórias que versarem sobre: I- tutela provisória, II- mérito do
processo (decisão tem conteúdo de sentença, mas não é, pois não encerra a fase de
conhecimento- ocorre no caso de julgamento imediato parcial de mérito, onde se julga
definitivamente um dos pedidos, mas o outro não, continua o processo- art.356 CPC), III-
rejeição da alegação de convenção de arbitragem (rejeita a alegação do réu de que houve a
convenção de arbitragem, não poderia ter ação judicial, pois as partes determinaram que a
questão deveria ser resolvida através de arbitragem- se o desembargador julgar improcedente
o AI, a questão segue na Justiça), IV- IDPJ (há a citação de um novo réu, com ampla produção
probatória- matéria de processo civil I), V- rejeição de pedido de gratuidade de justiça ou
acolhimento do pedido de sua revogação (a decisão que dá gratuidade só é recorrível após a
sentença, já que não cabe AI), VI- exibição ou posse de documento ou coisa, VII- exclusão de
litisconsorte, VIII- rejeição do pedido de limitação de litisconsórcio, IX- admissão ou inadmissão
de intervenção de terceiros, X- concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos
embargos à execução, XI- redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º, XIII-
outros casos expressamente referidos em lei
⤹Estes incisos acabaram não incluindo várias situações importantes, como a decisão
interlocutória em que há a ampliação de prazo- por conta disso, o STJ no julgado da Corte
Especial julgando um Resp sobre a tese repetitiva 988 (gera precedente vinculante) decidiu
que o rol do art.1015 não é taxativo (“taxatividade mitigada”), por isso admite-se interposição de
agravo quando houver urgência decorrente da inutilidade da AP (quando houver decisão
interlocutória que produzirá fato consumado, não podendo ser corrigido no futuro- situação
irreversível)
⤹O par.único do art.1015 trás que o cabimento de AI é em todas as decisões interlocutórias na
fase de liquidação e execução
-Efeitos do AI (diferenças específicas no AI- produz os demais efeitos, mas sem diferenças):
↳Efeito regressivo- aquele que permite a retratação pelo próprio juiz- art.1018, par. 1 CPC (o AI
sempre terá efeito regressivo)- se houver retratação do juiz, o AI não será conhecido, pois
perderá o objeto (será prejudicado)
↳Efeito suspensivo- no AI não há efeito suspensivo automático (segue a regra do art.995 CPC),
porém pode ser pedido ope judicis (art.995, par.único, art.1019 e art.932, II CPC)- o efeito
suspensivo é requerido a partir de um tópico no próprio AI
-Regularidade formal:
↳Órgão de interposição (local de protocolo do AI)- o AI é protocolado diretamente na segunda
instância (art.1016 CPC)
-Prazo ou tempestividade- o prazo de interposição de AI é de 15 dias (art.1003, par.5 CPC)
-Peculiaridade do AI eletrônico (são requisitos de admissibilidade, se não seguidos o recurso
não é conhecido)
↳Dispensa (não é obrigatório) de trazer cópias anexas ao agravo (art.1017, par.5 CPC), já que
o desembargador tem acesso a esses documentos no sistema eletrônico
↳Dispensa da juntada de cópia do agravo em primeira instância (art.1018, par.2 CPC), pois o
recorrido tem acesso ao AI no sistema eletrônico- se o agravante querer que tenha a chance do
juiz se retratar daquela decisão interlocutória recorrida, ele pode juntar a cópia na primeira
instância para o juiz ver
-Peculiaridade do AI físico
↳Obrigatoriedade de anexos no agravo (art.1017, caput e incisos): I- contém as peças que
devem estar obrigatoriamente anexadas ao AI, II- se não existir algum documento do inciso I, é
necessário que faça uma declaração da inexistência deste documento, III- trazer qualquer outro
documento que o agravante entenda que seja útil
⤹Se faltar um destes documentos obrigatórios, o relator deve, antes de não conhecer o recurso,
intimar o agravante para trazer a cópia em 5 dias (art. 1017, par.3 CPC)
↳Obrigatoriedade de cópia do agravo em primeira instância em 3 dias (art.1018, caput e par.2
CPC), para o agravado ter acesso ao AI para redigir contrarrazões- o descumprimento deste
prazo deve ser alegado e provado pelo agravado em contrarrazões para que haja a
inadmissibilidade do recurso (art.1018, par.3 CPC) (se ele não alegar o agravo é conhecido- na
prática esse dispositivo não é muito seguido, o AI já não é conhecido de plano)
-Procedimento do AI (art.1019 CPC)- passo-a-passo:
↳1- Interposição do recurso em 15 dias na segunda instância
↳2- Distribuição do recurso ao relator
↳3- Relator analisa os requisitos de admissibilidade (art.932, III CPC), se faltar algum, intima o
recorrente para corrigir em 5 dias (art.932, par. único CPC)
⤹Se o relator negar conhecimento, cabe agravo interno ao colegiado (ar.1021 CPC)
↳4- Relator analisa se pode negar ou dar provimento monocraticamente no mérito (art.932, IV e
V CPC)- também nesse caso cabe agravo interno ao colegiado
⤹Se o relator der provimento, segundo o inciso V, ele somente poderá proferir sua decisão
após ter as contrarrazões do recorrido (feito em 15 dias)
↳5- Se o relator não aplicar o inciso V, ele analisa se dá ou não efeito suspensivo (art.932, II e
art.1019, I CPC)
↳6- Se o relator não puder utilizar nenhum de seus poderes, há a intimação do recorrido para
contrarrazões (art.1019, II CPC), e depois delas, levar para o colegiado
↳7- Há o julgamento pelo colegiado- AI somente tem sustentação oral se ele recorrer contra
tutela provisória
-Agravo pendente de julgamento e prolação de sentença (art.946 CPC)
↳O AI deve ser julgado antes da AP
10/06 (apagar isso dps)
+Embargos de Declaração (arts.1022 a 1026 CPC)
-Tem natureza jurídica de recurso (grande maioria da doutrina, não há mais controvérsia)- está
dentro do livro de recursos e vem previsto no art.994 CPC, que traz o rol dos recursos
-Prazo para interpor- o prazo é de 5 dias (art.1023 CPC)
-Cabimento (art.1022, caput CPC):
↳Cabe contra qualquer decisão judicial (qualquer uma das 4 espécies de decisão- decisão
interlocutória, sentença, decisão monocrática do relator e acórdão), além dos recursos típicos
(AP para sentença e AI para decisão interlocutória)- cabe contra defeito processual da decisão
(interno a ela)
⤹OBS: Despacho (art.1001)- é um pronunciamento sem qualquer conteúdo decisório- são
irrecorríveis, já que não prejudicam ninguém- contudo, o STF, em entendimento majoritário,
permitem embargos de declaração contra despacho, para pedir o esclarecimento do despacho
para garantir o seu cumprimento
-Fundamentos de cabimento- são recursos de fundamentação vinculada (precisa demonstra a
presença de algum destes elementos)- está nos incisos do art.1022 CPC:
↳I- obscuridade (decisão deixa de fazer sentido, normalmente, por falta de informação ou
confusão- se não estiver presente os outros vícios este se aplica) ou contradição (falta de
coerência entre premissas (contidas na fundamentação da decisão) entre si, ou incoerência
entre premissa e conclusão (entre fundamentação e dispositivo, que contém a conclusão))
⤹Contradição deve estar dentro da própria decisão (interna corpus)- não dá para usar ED com
uma contradição entre decisão e um documento dos autos, neste caso caberia o recurso típico
(apelação)
↳II- omissão (pode ser tanto sobre um pedido (ex: petição inicial faz dois pedidos, e a decisão
se pronuncia somente sobre um deles), quanto sobre uma tese relevante, decisiva para o
pedido (art.489, par.1, IV CPC- decisão será considerada nula se não se pronunciar sobre
todas as teses relevantes, capazes de mudar a decisão- ED serviria para corrigir essa
nulidade) (ex: autor traz 5 teses que fundamentam seu pedido, mas o juiz somente se
pronuncia sobre 4 deles na decisão)
⤹Art.1022, par. único CPC- também será considerada omissa a decisão que deixar de se
manifestar sobre precedentes vinculantes (precisa se manifestar se aplica ou não, se o
precedente vinculante for trazido por uma das partes- inciso I) e a sentença que tenha ausência
de fundamentação, incorrendo nas condutas descritas no art.489, par.1 CPC
↳III- erro material (erro de grafia/digitação)
↳pré-questionamento (não está no art.1022, e sim no art.1025)- significa uma reiteração
específica de um ponto (a tese da ilegalidade ou inconstitucionalidade, que vai servir para
fundamentar o posterior recurso especial ou recurso extraordinário- estes recursos para
caberem já tem que haver o pré-questionamento, a ilegalidade ou inconstitucionalidade não
pode ser alegada pela primeira vez)- o ED reitera a tese já alegada em recurso anterior
↳erro de premissa ou erro sobre fato relevante (criação doutrinária, aceita pela jurisprudência)-
seria a priori um erro de julgamento, que tipicamente caberia AP, porém é muito grave,
modificando a conclusão (decisão), neste caso caberia ED
-Efeitos (específicos do ED):
↳Efeito suspensivo- não tem de forma automática (ope legis- art. 1026 CPC), ele deve ser
pedido ope judicis (art.1026, par.1 CPC)
⤹Os ED tem que ter efeito suspensivo automático quando for interposto contra sentença sujeita
a posterior AP com efeito suspensivo automático (art.1012 CPC)- isso ocorre para haver
coerência- não está expresso no CPC
↳Efeito interruptivo do prazo para interposição de outros recursos (somente presente no ED)- a
interposição dos ED interrompe (zera a contagem) o prazo para interposição do recurso
posterior (AP, AI, Resp, RE, etc) - o prazo é interrompido entre a interposição do ED e a
decisão sobre ele, após a decisão o prazo volta a correr- o prazo é interrompido para ambas as
partes
-Procedimento (somente as etapas diferentes nos ED- as que estão presentes em todos os
recursos já está explicado na AP e AI):
↳1-Interposição ao próprio juízo prolator da decisão (os ED são direcionados a quem proferiu a
decisão recorrida)
↳2-Contraditório nos ED (art.1023, par.2)- o juízo deve intimar o recorrido para contrarrazões
em 5 dias somente quando houver risco de provimento dos ED (as contrarrazões não são
obrigatórias- se for negado o ED, não precisa de contrarrazões)
↳3- Decisão sobre ED
-ED protelatórios (art.1026, pars.2 ao 4 CPC)- o juiz nega provimento e o recorrente recebe
uma multa de até 2% o valor da causa, ficando a interposição do recurso seguinte
condicionada ao pagamento da multa
↳Se na mesma sequência recursal, o segundo recurso for considerado protelatório e este
recurso for ED, a multa é aumentada para até 10%, e o recurso seguinte fica condicionado o
pagamento da multa,e fica proibido a interposição de novos ED em sequência
-Os ED sempre são julgados primeiros

+Remessa Necessária ou Reexame Necessário (art.496 CPC)


-Tem uma natureza jurídica controvertida- entendimento majoritário que não é recurso e não
está no rol de recursos- também não tem petição e razões recursais, e não é voluntário, é
necessário
-É um sucedâneo recursal (entendimento majoritário)
-É um incidente a favor da Fazenda Pública, é uma prerrogativa (benefício) dela
-Cabimento da Remessa Necessária: Contra decisões de mérito finais de primeira instância
contra a Fazenda Pública
↳Se a sentença for ilíquida (não tem o valor ainda do que deve ser pago) também cabe a
remessa necessária (S.490 STJ), mesmo se o valor dela acabar sendo menor do que as das
exceções do par.3
-A sentença (decisão final) de mérito de primeira instância contra a Fazenda Pública, não
produzirá efeitos (ela nasce ineficaz, não transita em julgado), só produzindo efeitos se
confirmada na segunda instância- acontece quando não é interposto AP voluntariamente
-Exceções (art.496, pars.3 e 4 CPC- descabimento da remessa necessária- neste caso ou é
preciso que se interponha um recurso ou a sentença transita em julgado):
↳Em razão do valor da condenação (par.3): I- União (1000 salários mínimos); II- Estados, DF e
municípios capitais de estados (500 salários mínimos); III- Demais municípios (100 salários
mínimos)
↳Em razão do mérito (par.4)- se a sentença estiver fundada em um precedente forte,
independentemente do valor, não haverá remessa necessária- ocorre quando a sentença se
fundar em: I- Súmula de tribunal superior (não precisa nem ser vinculante); II-acórdão proferido
pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos (entendimento vinculante); III- entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência (entendimento vinculante); IV- tese
administrativa interna que vincule a própria administração (vinculante de forma administrativa)
-Efeito suspensivo na remessa necessária- ela tem efeito suspensivo automático ope legis
(art.496, caput CPC), a sentença de primeira instância não produz efeitos
-Princípio da proibição da reforma para pior (a situação de quem está recorrendo não pode ser
piorada)- esse princípio também se aplica para a remessa necessária, mesmo não sendo
recurso, pois é uma prerrogativa (S.45 STJ)
-Na remessa necessária, o juiz deve remeter os autos ex officio ao tribunal (sem prazo), não
precisa de provocação da Fazenda Pública- se ele não fizer isso, o desembargador pode
determinar que seja remetido os autos- se ninguém realizar a remessa, o credor pode realizar
uma petição pedindo para que ela seja feita
-A remessa necessária é somente da primeira para a segunda instância, e não da segunda
para um tribunal superior
-STJ atualmente entende que não há preclusão lógica se o procurador não entrar com AP
voluntária, cabendo Resp mesmo que ele não tenha interposto um recurso anteriormente- STJ
antes entendia que existia preclusão lógica, não conhecendo o Resp

+Agravo Interno (art.1021 CPC)


-Prazo de 15 dias para ser interposto (art.1021, par.2)
-Órgão de interposição é o relator do colegiado que deu a decisão recorrida
-Órgão de julgamento é o colegiado- o AI é uma forma de “forçar” a decisão colegiada
-Efeito regressivo: o AI permite retratação pelo relator, quando o - se o relator se retrata ele
profere uma nova decisão, destravando o recurso original- cabe outro AI contra essa decisão
-AI é interposto quando o relator aplica erradamente o art.932 CPC, o recurso deveria ter ido ao
colegiado, e não ser julgado pelo relator- o efeito deste AI é destravar este recurso, sendo ele
julgado pelo colegiado
-Cabimento: Cabe AI contra toda e qualquer decisão do relator do art.932 CPC
-Objeto (o que se ataca no AI): O erro da decisão monocrática do relator (sustenta que a
decisão do relator está errada, aplicou erradamente o art.932 CPC) e reitere com outras
palavras o recurso anterior, pedindo que ele seja conhecido e provido (atacar novamente a
decisão anterior, recorrida no recurso original- precisa debater o mérito do recurso anterior)
-Não tem sustentação oral (art.937, VII CPC- foi vetado- iria ter sustentação oral)
-Procedimento:
↳1-Protocolo em 15 dias para o relator
↳2-Intimação do recorrido para contrarrazões em 15 dias (art.1021, par.2 CPC)
↳3-Relator, percebendo que aplicou o art.932 erroneamente (ex: aplicar um precedente forte,
quando não deveria), pode se retratar (juízo de retratação), determinando o prosseguimento do
recurso anterior ao órgão colegiado
↳4-O relator, pede ao presidente da sessão para a inclusão do agravo em pauta (intimando as
partes que o recurso será julgado na sessão seguinte)
↳5-Julgamento pelo órgão colegiado
-Agravo interno protelatório (art.1021, par.4 CPC)- possibilidade de multa por agravo interno
meramente protelatório (quando o AI for considerado claramente descabido em votação
unânime) haverá multa de 1% a 5% do valor da causa- a interposição de um recurso seguinte,
ficará condicionada ao pagamento desta multa (art.1021, par.5 CPC)
15/06 (apagar isso dps)
+Recurso ordinário
-Permite revisão de fatos e provas, assim como os demais recursos ordinários (todos os
anteriores)
-Órgão de interposição- é a instância que proferiu a decisão recorrida
-Órgão de julgamento- é um Tribunal Superior (STF ou STJ)
-É previsto na CF, por isso é chamado às vezes de recurso ordinário constitucional
-Prazo de 15 dias para interposição
-Cabimento:
↳Art.102, II CF- Para o STF, o recurso cabe quando for de causas originárias de MS, MI ou HD
em Tribunal Superior, e a decisão for denegatória (negativa para o autor- se o réu perder, pode
caber RE, o RO é só para autor)- o primeiro grau é em um Tribunal Superior
↳Art.105, II CF- Para o STJ, o recurso cabe quando a causa originária for em TJ ou TRF
(começar perante desembargador) de MS e a decisão for denegatória- também cabe quando o
processo começa na JF nas causas internacionais (as partes são um Estado estrangeiro ou
organismo internacional,e de outro lado um município brasileiro ou uma pessoa física
brasileira), indo direto da JF para o STJ (pula o TRF)

+Recurso Especial e Recurso Extraordinário


-Sobrecarga de trabalho nos tribunais superiores- por conta disso eles restringem ainda mais
as hipóteses de cabimento, acabam criando novos requisitos (é muito criticado)- chamada de
jurisprudência defensiva
-Órgão julgador
↳RE- STF
↳Resp- STJ
-Re e Resp são recursos de fundamentação vinculada, é necessário alegar um defeito
específico (inconstitucionalidade ou ilegalidade)
-Cabimento:
↳RE-quando a decisão recorrida contiver inconstitucionalidade (art.102, III CF)
↳Resp-quando a decisão recorrida contiver ilegalidade federal (violação de lei federal) (art.105,
III CF)
-Prazo de interposição destes recursos é de 15 dias
-Órgão de interposição destes recursos é no tribunal que proferiu a decisão recorrida
↳No RE e Resp esse tribunal faz o primeiro juízo de admissibilidade (art.1029, caput CPC- é o
presidente ou vice-presidente deste tribunal)- o tribunal superior também faz esse juízo
(segundo juízo de admissibilidade), não está vinculado a decisão deste tribunal- duplo juízo de
admissibilidade
↳Se o primeiro juízo de admissibilidade for negativo podem caber dois recursos diferentes-
agravo interno (julgado pelo próprio tribunal) ou agravo em RE ou Resp (julgado
obrigatoriamente pelo tribunal superior)- às vezes cabem os dois ao mesmo tempo
-Efeitos:
↳Efeito suspensivo:
⤹Não é automático no Re e Resp (ope legis), mas há a possibilidade de tê-lo por decisão
judicial (ope judicis)- art.1029, par.5 CPC, dependendo do momento que o recurso esteja, ele
pode ser pedido por uma petição dirigida tanto ao presidente ou vice-presidente do tribunal
local no período compreendido entre a publicação da decisão recorrida e a publicação da
decisão de admissão do recurso(inciso III), quanto ao tribunal superior no período
compreendido entre a publicação da decisão de admissão e a sua distribuição (sua chegada ao
STJ ou STF) (inciso I), depois de distribuído, o pedido de efeito suspensivo será pedido por
uma petição ao relator (inciso II)
↳Efeito devolutivo:
⤹Re e Resp são recursos excepcionais ou extraordinários, tutelam direito objetivo (o OJ), e não
direito subjetivo, por conta disso, não deveria ser possível reanalisar fatos e provas nesses
recursos- Súmula 279 STF (entende que não cabe RE para reexame de prova) e Súmula 7 do
STJ (entende que não cabe Resp para reexame de prova), Súmula 454 STF (interpretação de
cláusula contratual não enseja Re) e Súmula 5 STJ (interpretação de cláusula contratual não
enseja Resp)- doutrina critica esse entendimento, afirmando que você não conseguiria analisar
se houve ou não violação de direito objetivo sem analisar fatos, entende que não deveria caber
em Re ou Resp somente a produção de prova- o STJ e STF já partem da análise dos fatos e
provas dado pelo tribunal original, somente analisando se diante destes fatos e provas,
interpretador pelo tribunal original, se há direito ou não- o STJ e STF somente leem a decisão
final do julgador
⤹Não revisão de fatos e provas é um requisito de admissibilidade específico do Re e Resp
(além dos requisitos gerais)
-Pré-questionamento (requisito de admissibilidade específico do Re e Resp) - consiste no
debate (a atuação de ambos ativamente), desde o primeiro momento, sobre a ilegalidade ou
inconstitucionalidade- debate entre as partes e o Judiciário
↳Como que a parte atende ao pré-questionamento?- em todas as petições possíveis, desde o
primeiro momento (que teve essa violação), a parte tem que alegar que houve violação à lei ou
CF- também tem que ter ED específicos apresentando essa alegação (art.1025 CPC-
considera-se incluída na decisão a alegação no ED, mesmo que eles sejam improvidos, por
conta de uma omissão sobre essa alegação na decisão- considera-se que o julgador decidiu
sobre a alegação do ED, mesmo que tenha sido omissa sobre ele- ficção jurídica)
↳Como que é o pré-questionamento para o Judiciário?- o Judiciário não deve ser omisso a suas
alegações a violação à lei ou CF- se houver omissão (Judiciário não decide sobre a alegação
↳Voto vencido (art.941, par.3 CPC)- o voto vencido tem que ser declarado por escrito e será
considerado parte integrante do julgamento, atendendo ao pré-questionamento
-Terceiro requisito de admissibilidade específico:
↳Prévio esgotamento da instância ordinária (arts.102, III e 105, III CF)- deve ter-se esgotado o
último recurso da cadeia recursal- não pode “pular recurso” (recurso persalvo), deve utilizar
todos os recursos possíveis antes de interpor Re ou Resp
-Quarto requisito de admissibilidade específico- se exige apenas para o RE:
↳Repercussão geral (art.102, par.3 CF e art.1035 CPC)- tem que se demonstrar, por
argumentação, que a inconstitucionalidade, além de afetar os seus interesses individuais, gera
um reflexo/impacto econômico, social, político ou jurídico
⤹Presunção legal de repercussão geral (não é necessário demonstrá-la, ela já é presumida-
art.1035, par.3 CPC), isso ocorre: quando a decisão recorrida contrariar súmula ou
jurisprudência dominante de STF; quando a decisão recorrida reconhecer a
inconstitucionalidade de um tratado ou não aplicar uma lei por inconstitucionalidade (julgador
alega a inconstitucionalidade da lei, por isso não a aplicou)
-Conversão (“fungibilidade”) entre RE e RESP- arts.1032 e 1033 CPC- tentou resolver a
situação de quando um tribunal superior entende que o tema era da competência de outro
tribunal (pode haver a violação de CF e lei federal ao mesmo tempo- se a parte entrar somente
com RE ou RESP, podendo o tribunal superior entender que outro recurso que era cabível)-
esses arts. permitiram a conversão obrigatória de um recurso em outro, se o tribunal superior
entender que o recurso deveria ser o outro, ao invés de não conhecê-lo, determina a conversão
de um recurso em outro- se o STJ entender que deveria ser RE invés de RESP, faz a
conversão para RE, encaminhando ao STF- O STF pode, em juízo de admissibilidade,
entender que era RESP mesmo, forçando o STJ a julgar aquele recurso como RESP (art.1032,
par. único CPC)
-Juízo de admissibilidade no tribunal local (art.1030 CPC)- o TJ ou TRF fazem o primeiro juízo
de admissibilidade- incisos sobre hipóteses de juízo de admissibilidade negativa (o recurso não
sobe de imediato): I- tribunal local negar seguimento do recurso quando ele contrariar decisão
do STF sobre repercussão geral (STF entende que o tema não tem repercussão geral), ou
quando a tese alegada no recurso contrariar RE/RESP repetitivo (vinculante); III- sobrestar
(suspender- não sobe, nem desce) quando o recurso estiver trazendo um tema que está sendo
discutido atualmente em RE/RESP repetitivo; V- não conhecimento por falta de qualquer
requisito de admissibilidade (requisitos gerais e específicos de admissibilidade)
↳Em relação aos incisos I e III cabe agravo interno ao tribunal local (art.1030, par.2 CPC)-
contra o acórdão que decidir sobre esse AI, caberia qual recurso? (há controvérsia)- o STJ
entende que não cabe qualquer tipo de recurso ou meio impugnativo, outra corrente entende
que cabe agravo em RE e RESP e outra entende que deveria caber novo RE ou RESP, pois
esse acórdão pode violar a lei ou CF
↳Em relação ao inciso V cabe agravo em RE e RESP- esse agravo obrigatoriamente sobe ao
tribunal superior (tribunal local não faz a admissibilidade)
-RE e RESP repetitivos (arts.1036 a 1040 CPC)- conversão da tramitação em recurso individual
para a tramitação em regime de recurso repetitivo (passa a ser um precedente vinculante, que
deve ser seguido por todos), por tratar de um tema muito debatido em RE ou RESP
↳Como que isso ocorre? (pressupostos para afetação- transferência de individual para
repetitivo)- multiplicidade de RE ou RESP com fundamento em idêntica questão de direito
(debate o mesmo tema) (art.1036, caput CPC), havendo isso devem ser selecionados recursos
admissíveis, com abrangente argumentação (trazem diversos fundamentos sobre aquele tema)
e a decisão recorrida traga uma discussão profunda sobre o tema (art.1036, par.6 CPC)
↳Como é feito a seleção dos RE ou RESP que serão julgados no rito repetitivo (art.1036, par.1
CPC)- a primeira seleção é feita pelo tribunal local, que serão encaminhados ao STF ou STJ,
suspendendo o julgamento dos demais processos individuais e coletivos que tratam desse
mesmo tema no tribunal local - esses tribunais superiores podem discordar ou concordar com
as escolhas, e apresentar suas próprias escolhas (art.1036, pars.4 e 5 CPC)
↳O relator deve dar uma decisão que dê publicidade ao julgamento dos RE ou RESP repetitivo
(decisão de afetação) (art.1037 CPC): I- o relator deve identificar o tema debatido na sua
decisão, II- determinar a suspensão de todos os processos individuais e coletivos sobre esse
tema no Brasil (em qualquer etapa), essa suspensão é de até 1 ano (art.1037, par.4 CPC)
↳Depois de afetar (art.1038), o relator pode: I- chamar amicus curiae, II- convocar audiências
públicas, III- intima o MP para dar parecer, obrigatoriamente
↳Julgamento (arts.1039 e 1040 CPC)- a decisão é vinculante para o próprio tribunal e para os
tribunais inferiores
OBS:Agravo em RE ou RESP- regulado no art.1042 CPC- interposto/protocolado no tribunal
local, mas ele não faz juízo de admissibilidade, remetendo o recurso para o STJ ou STF
realizar o juízo de admissibilidade

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