Você está na página 1de 12

INTRODUÇÃO

Influência: Influência é o efeito do poder ou autoridade, ou seja, é o que une o


poder e a autoridade, tendo os mesmos efeitos independentemente da forma
que lá se chegou.

São elementos que caracterizam este delito: As condutas de ratificação,


solicitar, exigir, aceitar e obter, Para si ou para outrem, vantagem patrimonial
ou não patrimonial, todos os comportamentos anteriores devem ser dirigidos no
sentido de que o agente obtenha, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, que poderá ou não ter natureza económica, podendo,
também, ter cunho sexual, haja vista não haver qualquer limitação
interpretativa para efeitos de seu reconhecimento. Ainda, não há necessidade
de que o agente receba efectivamente a vantagem por ele solicitada, exigida,
cobrada ou obtida, pois, sendo crime formal, basta tão-somente que o sujeito
passivo a tenha prometido.

A forma de influenciar em acto praticado por funcionário público no exercício


da função. O sujeito prático qualquer dos comportamentos típicos, com a
finalidade de obter vantagem de qualquer natureza, de subterfúgio a influenciar
em acto praticado por funcionário público no exercício de sua função. A
expressão “a pé-de-cantiga” demonstra que, o agente esta procurando, por
astúcia, enganar a vítima.

Por fim, trata-se de tipo penal alternativo, em que a prática de mais de uma
conduta prevista importará em infracção penal.

A doutrina classificação Crime comum quanto aos sujeitos activo e passivo;


doloso; de forma livre; comissivo, podendo também ser praticado por via
omissão imprópria, instantâneo, monos subjectivo; uni ou pluris subsistente
(dependendo, no caso concreto, da possibilidade ou não de fraccionamento do
intercriminais).

O elemento objecto material e bem juridicamente protegido: prospectivamente


são a vantagem perseguida pelo agente e a administração pública.

1
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

O Tráfico de influência consiste na "aceitação de favores ou presentes" de um


"determinado gestor", visando adquirir "vantagens pecuniárias ou profissional
(cargos e vantagens financeiras).

E um dos crimes praticados por particulares ("empresários" e "políticos -


partidários" em quase todos países do mundo), principalmente contra a
administração pública em geral.

Consiste em solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem


ou promessa de vantagem ("como se fosse um investimento"), a proposito de
influenciar em acto praticado por funcionário público no exercício da função.

A pena prevista para esse crime é, de 6 meses a 5 anos, e multa nos termos
dos nºs 1 e 2 do artigo 41º da lei nº 3 de 10 de Fevereiro de 2014 1. A pena é
agravada se o valor for superior o previsto por lei.

Tráfico: Se procura pelo trânsito de mercadorias de maneira geral, consulte


tráfego; e para o comércio de produtos permitido por lei, mas sem o pagamento
dos tributos devidos.

O objecto da tutela jurídico-penal é a importância da Administração Pública,


que não pode ficar exposto a condutas de descrédito perante a sociedade,
cumprindo não abrir mão da confiança que deve inspirar e do bom nome que
deve possuir.

O Tráfico de influência contém um tipo parecido com o exploração de prestígio,


só que é adequado lá à Administração da Justiça, e no Tráfico de Influência,
diz o tipo objectivo, “solicitar, aceitar, vantagens, a propósito de influenciar em
actos praticados por funcionários público no exercício da função”, quanto,
portanto, são os núcleos verbais, todos eles voltados à uma vantagem
indevida, que seria recebida pelo agente, porque o agente influenciaria algum
funcionário público.

É o sujeito que se diz amigo do Funcionário que vai decidir o caso tal, ou qual,
ou que vai praticar um acto x ou y, e falou “Você me dá tanto que eu vou-lhe
ajudar, você é muito meu amigo, me ouve muito”.

1
Diário da República, I serie, nº 27, de 10 de Fevereiro, Lei nº3/2014, artigo 41º.

2
A pergunta é, vamos imaginar então, que ele tenha assim agido porque
combinou com o funcionário, o funcionário fala, “Olha, você vai lá, e fala que
você é meu amigo, e que você por isso então vai receber o dinheiro tanto”, e se
receber esse dinheiro ele será favorecido, havendo um arranjo então entre o
funcionário e o sujeito, qual é o crime?

Tráfico de Influência na modalidade do parágrafo? Claro que não, nessa


hipótese o crime é de concussão ou de corrupção passiva, na modalidade
indirectamente, solicitar ou exigir indirectamente.

Então o fundamental no crime de tráfico de influência, mesma coisa se diga


que não exista um conluio entre essa pessoa que assim actua e o Funcionário
Público, porque se existir o conluio o crime é funcional, logo, concluímos então
que o Funcionário Público aqui é “vendido”, não é sem saber, é o sujeito que
“Olha, você me dá tanto que eu vou influenciá-lo”, e ele nada sabe, o
Funcionário Público está cumprimentando o sujeito como se ele nada tivesse
feito contra ele, e uma situação mais grave ainda, que é o sujeito que assim
age sem que o funcionário público saiba, e ainda insinua ou fale abertamente
que o dinheiro também vai reverter para o Funcionário Público, parágrafo
único, aqui funcionários fora da Administração da Justiça.

Exemplo: És meu amigo, você me da tanto, me dá 100, agora oitenta é para


ele, e vinte é para mim”, por isso que acaba assim, é nada sabe, óbvio, nesse
exemplo, se isso acontece há hipótese de tráfico de influência.

1.1. Conceito E Objectividade Jurídica:

Com redacção da Lei n.º 3 de 29 de Março de 2014, dispõe como delito o


"tráfico de influência", com a seguinte redacção típica: "ratificação,
Solicitar, aceitar, para si ou para outrem, vantagem patrimonial ou não
patrimonial, ou a sua promessa, para abusar da sua influência, real ou suposto,
de qualquer entidade pública. No exercício da função, será punido nos casos
mais graves com a pena de prisão de 6 meses a 5 anos.

1.2. Sujeitos do Delito:

O crime é comum. Pode ser cometido por qualquer pessoa, inclusive por
funcionário público.

Sujeito passivo principal é o Estado. De forma secundária, a pessoa que


compra o prestígio, que entrega ou promete a vantagem na ilusão de
concretizar um interesse ilegítimo.

3
Ele supõe que, em concurso, está cometendo um delito de corrupção com o
funcionário. Na verdade, está participando de uma força. Há, por parte do
comprador do prestígio, delito putativo (pensa que está realizando corrupção
activa)2.

Portanto, Não é corrupção, pois neste delito em princípio há três pessoas


envolvidas, na corrupção o funcionário solicita a vantagem, enquanto no tráfico
de influência tem a pessoa que solicita para a vítima, que funcionário público
praticará ou não o acto.

Exemplo: Fulano fala para beltrano que X funcionário público vai deixar de
fazer algo em um processo. Se fulano é funcionário público também responde
por corrupção passiva, se for particular responde pelo tráfico de influência

1.3. Elementos Objectivos do Tipo:

O comportamento incriminado consiste em solicitar, exigir, cobrar ou obter


vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influenciar o funcionário
público.

Trata-se de forma de fraude em que o sujeito, alegando ter prestígio junto a


funcionário público, faz crer à vítima, enganosamente, possuir condições de
alterar o comportamento daquele.

Não é preciso que haja um funcionário determinado, nem que se indique um


que, na verdade, seja incompetente para a realização do ato (ou sua omissão)
pretendido. Da mesma maneira, subsiste o delito ainda quando o funcionário
indicado não existe ou se aponte nome imaginário. Entretanto, se o agente
individualiza uma pessoa, é necessário que seja funcionário público, sob pena
de desnaturar a tipicidade do fato.

É admissível que o sujeito aponte determinada pessoa que, segundo ele, tem
prestígio junto a certo funcionário, sendo capaz de influenciá-lo na realização
ou omissão de ato funcional. Ainda assim existe delito.

A expressão "a pretexto" significa sob fundamento, com a desculpa, no sentido


de que o agente faz uma simulação, levando a vítima à suposição de que irá
influenciar no comportamento funcional do agente do poder público.

2
Pagina 263 Código Penal artºs 48º,49º e Lei nº 6/99 de 3 de Setembro.

4
É possível que, na verdade, ele tenha prestígio junto ao funcionário. Subsiste o
delito, uma vez que a incriminação reside na fraude, na promessa de influência,
quando, na realidade, nenhuma atitude ele irá tomar junto à administração. Daí
a denominação que se dá à sua conduta: A vantagem pode ser de qualquer
natureza, material ou moral.

1.4. Elementos Subjectivos do Tipo:

O primeiro é o dolo, consistente na vontade livre e consciente dirigida à


conduta ou ao engano da vítima, fazendo crer a ela que irá influenciar na
atitude do funcionário, abrangendo a pretensão de obtenção de vantagem ou a
promessa de sua obtenção. O tipo reclama outro elemento subjectivo, contido
na expressão "para si ou para outrem".

1.5. Consumação e Tentativa

Nos verbos solicitar, aceitar e exigir o delito é formal, atingindo a consumação


com a simples acção do sujeito.

No verbo obter, crime material, consuma-se no momento em que o sujeito


obtém a vantagem ou sua promessa.

A tentativa é admissível, embora de difícil ocorrência. Não desnatura o delito a


circunstância de a vítima não cumprir a promessa ou a de o agente não
procurar influenciar o funcionário público.

1.6. Concurso de Crimes

O tráfico de influência absorve. Quando, contudo, falta algum elemento típico


do crime do, subsiste.

E se o agente corromper o funcionário? Ciente o interessado do acordo,


haverá dois delitos: corrupção passiva por parte do funcionário; activa em
relação ao interessado e corretor. A exploração de prestígio fica absorvida.

1.7. Causa de Aumento de Pena:

A pena é agravada se o "agente obter vantagens superior 100.000.000.


kwanzas, é punido com a pena aplicável ao crime respectivo agravação em um
quarto nos seus limites mínimo e máximo. (art.º 39º,40º do CP, conjugados
com 36º, 37º, 38º e 39º da Lei nº 3 de 10 de Fevereiro de 2014).

5
Não é exigida declaração expressa, bastando que o sujeito dê a entender à
vítima, por palavras ou gesto, que parte da importância ou qualquer outra
vantagem é destinada ao funcionário público. É o caso que ocorre com maior
frequência.

O intermediário, para elevar a quantia pedida, explica à vítima que parte dela
será entregue ao funcionário. Subsiste a causa de aumento de pena ainda que
a vítima, em dúvida quanto a circunstância de ele ficar com toda a importância,
faça a entrega da vantagem ou a prometa.

2. Corrupção activa

2.1. Conceito:

De acordo com o art.º 48º do CP constitui crime de corrupção activa o facto de


"oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omissão ou demora de um acto ou benefício de outra
natureza".

Procura-se proteger a importância e a normalidade do funcionamento da


Administração Pública. A actividade governamental tem sentido dirigido ao bem
colectivo, pelo que a regularidade administrativa é uma de suas missões. Daí a
punição a quem corrompe ou procura corromper o funcionário público.

Trata-se de caso de excepção ao princípio unitário que norteia o concurso de


agentes. Poderia haver um só delito para corruptor e corrupto. O legislador
angolano, entretanto, para que uma infracção não fique na dependência da
outra, podendo punir separadamente os dois sujeitos, ou um só, descreveu
dois delitos de corrupção: passiva (do funcionário; art.º 48ºdo CP) e activa (do
terceiro; art.º 49º CP).

Ao contrário do que se afirma, há concurso de agentes entre corruptor e


corrupto. Só que o legislador, ao invés de adoptar o princípio unitário, resolveu
aplicar a pluralidade: um delito para cada autor.

2.2. Sujeitos:

Crime comum, a corrupção activa pode ser cometido por qualquer pessoa,
inclusive pelo funcionário público, desde que não aja com essa qualidade
sujeito passivo é o Estado. Note-se que o corruptor, ao invés de aparecer como
sujeito passivo da corrupção passiva, surge como sujeito activo da activa
(respectivamente, arts. 48º e 49º do CP).

6
2.3. Elemento subjectivo:

É o dolo, não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa.

2.4. Tráfico de influência como assédio moral nas empresas estatais

1- Todos reconhecemos o quanto em nosso dia a dia nos movemos numa rede
de solidariedades, favores, atenções, cuidados de uns para com os outros.
Desde as etiquetas mais formais e puramente repetitivas das atribuições de
bons votos, bom dia, agradecimentos, até os vínculos reais que se formam
entre pessoas que por casualidade ou não em algum momento se prestaram
algum favor. Sobrepõem-se e antecipam-se aos direitos universais. Aí a ética
está comprometida.

2.- Reconheçamos: não há sistema perfeito de administração (publica ou


privada) as democracias bem instituídas caracterizam-se, entre outras coisas,
pelo estabelecimento de procedimentos transparentemente definidos,
acessíveis a todos, para a realização da vontade colectiva no que se refere ao
uso do dinheiro e do poder público. Esse incómodo facto da imperfectibilidade
dos sistemas e uma fenda na ordem pública por onde podem esgueirar-se
sombrios interesses particulares. Essa imperfeição dos sistemas obriga-nos a
compreender essa expressão tão em voga nas manchetes da média
contemporânea: o tráfego de influência.

Preliminarmente, somos obrigados a esclarecer que duas pessoas em pé de


igualdade, simétricas em sua posição de poder, podem influenciar-se
mutuamente, mas só podem fazer isso mediante uma argumentação racional.
E convenhamos, uma influência que resultasse de uma boa argumentação
seria certamente uma influência muito benéfica para a boa vida social e para a
democracia. Coisa diferente se passa quando duas pessoas encontram-se em
posição assimétrica de poder: a influência da que tem mais poder (real ou
potencial) certamente dispensa qualquer argumentação racional; basta insinuar
o uso poder e a isto chamamos simplesmente de ameaça ou chantagem.

Mas somos obrigados também a estabelecer uma outra distinção, ainda mais
útil e ao mesmo tempo mais grave.

Uma coisa é um tráfico de influência de quem, sabedor da imperfeição; dos


sistemas de administração (no nosso caso, pública), esta interessado em fazer
com que seu processo caminhe, e sabe que para isso e preciso agilizar o
sistema, desimpedindo ou desbloqueados, as normas, as rotinas
democraticamente definidas.

7
Supõe-se também, nesse caso, que o tal processo seja algo de pleno direito da
pessoa interessada. Por princípio, não se vê incorrecção ética nessa inactiva
de interferir no andamento das rotinas administrativas para ajudar a mover e
fazer circular o sistema.

A final é isso mesmo que o sistema de administração devem fazer a circulação


dos processos. Entretanto, e preciso cuidado. Pois ao mesmo tempo estamos
ai numa fronteira ética, uma vez que admitir como valida uma interferência
externa no sistema de administração, ainda que de direito, resulta em admitir
como norma possível que quaisquer processos poderão ser empurrados a
partir de fora, a partir de uma influência externa.

Ora, a conduta propriamente ética nesse caso deveria ser de contribuir para
corrigir o problema dos obstáculos na sua fonte, ou seja, ajudar o sistema a
circular independente de influências externas. Isso, por uma singela razão
óbvia porque somente aqueles cidadãos com alguma capacidade de exercer
(traficar) influência, portanto, é uma maneira de se levar vantagem indevida
sobre os demais passou a frente e furou a fila, alguém ficou para trás.

Outra coisa é o tráfego de influência de quem, só anda o processo em que se


põe a mão, visa interferir no sistema de administração pública para
intencionalmente apressar fazer passar na frente e, pior; altar; (adulterar)
procedimentos para que o processo de seu interesse caminhe.

Muitos outros objectivos e modos de se interferir nos procedimentos regulares


do poder público podem ser identificados com tráfico de influência: interferir
para obter tratamento diferenciado para si ou para outrem: exercer pressão
para obtenção de favores, benesses ou vantagens indevidas; influenciar
alguém para que exerça o poder ou a autoridade com finalidade estranha ao
interesse pública (mesmo que observando formalidade com finalidade estranha
ao cometendo qualquer violação expressa a lei), extrai informações
privilegiadas em benefício próprio, de parentes, de amigas ou de quaisquer
terceiros.

Pressionar servidor a agir em seu favor, violando o princípio da dedicação


integral de servidor público a seu cargo ou função influenciar em favor da
nomeação de alguém; influenciar conspirando contra promoção de um
desafecto ou concorrente: pressionar para arranjar um emprego para o filho de
um amigo; etc.

Prestígio é poder. E pode ser utilizado com diversas intenções e sentidos. Por
princípio, e poder é bom, quando é bem distribuído. Por exemplo, o ex-
Secretário Geral da ONU Kofi Annan usou o poder imenso de seu prestígio.

8
Quando lançou, com grande êxito de influência, os dez princípios do Pacto
Global (o décimo dos quais era exactamente o de um pacto global contra a
corrupção).

Um artista famoso ou jogador de futebol pode também usar do poder de seu


prestígio para actuar como Embaixador da UNICEF em defesa de uma
influência mais digna etc. Esses são usos éticos do poder de influência, pois
são feitos a favor da vida, da vida de todos, sendo que a realização plena da
vida de todos é o fundamento da ética.

Outra é a situação quando o poder de influência é usado num negócio escuso


em que, como contrapartida de influência, se espera uma vantagem indevida.
Uma vantagem é indevida quando é diferenciada em relação as possibilidades
dos demais (temos ai uma situação de iniquidade) ou, pior, quando é realizada
em prejuízo de terceiros (temos ai a flagrante injustiça).

Nesse caso, o exercício de influência é um negócio e por isso pode-se falar


propriamente de um tráfico. Nesses casos, estamos diante de uma fractura no
direito, na democracia, na ética.

Em síntese:

a) O tráfico de influência e uma prática de assédio. Ainda que consentido,


gera submissão (ou corrupção passiva). Estamos assumindo, aqui assedio
genericamente, como uma imposição indevida de poder sobre alguém. No
tráfico, de influência é isso que se passa: alguém supostamente investido
(directa ou indirectamente) de algum poder faz valer sua vontade e interesse
interferindo nos mecanismos e procedimentos do poder público, contrariando o
interesse público, para obtenção de alguma vantagem indevida para si ou para
terceiros;

b) O tráfego de influência e uma prática antidemocrática. A democracia


implica na instituição e preservação de procedimentos adequados e rotineiros
(eficientes e eficazes), isto é, capaz de realizar o interesse e o poder pública
adequadamente. Quebrar esses procedimentos e formalmente quebrar a
democracia (no mérito e quebrar a equidade do direito e a justiça);

c) Em consequência de tudo: o tráfego de influência é uma prática


antiética. A ética implica várias obrigações. Uma delas é o respeito a toda e
qualquer pessoa. Impor sua vontade e interesse sobre alguém (assediar) é
uma conduta antiética.

9
Outra obrigação ética é a subordinar os interesses individuais aos interesses
colectivos quando forem conflitivos e excludentes. No limite, o critério de
validação de uma conduta ética é a universalidade.

Ora, a democracia é, pelo menos intencionalmente (nem sempre


efectivamente, em consequência da imperfeição dos sistemas a que nos
referimos), a realização do direito na sua máxima universalidade. Violar a
democracia é violar o direito; trata-se de uma fractura ética.

O tráfico de influência disfarça-se de boa conduta social, de saudável e


amigável troca de favores e gentilezas. O traficante de influências nem sempre
actua na linha de frente, nem sempre arrisca-se directamente. Costuma ter um
intermediário, que não e prepotente ou ameaçador, que não fala grosso. Que e,
antes, um boa praça, que circula com desenvoltura pelos lobbies de hotéis e
salas de espera de gabinetes, e costuma mandar presentinhos para
secretarias. Nessa ambivalência reside seu perigo e seu poder de corrosão
ética.

10
CONCLUSÃO

Em suma o tráfico de influência e uma prática de assédio. Ainda que


consentido, gera submissão (ou corrupção passiva). Estamos assumindo, aqui
assedio genericamente, como uma imposição indevida de poder sobre alguém
supostamente investido (directa ou indirectamente) de algum poder faz valer
sua vontade e interesse interferindo nos mecanismos e procedimentos do
poder público, contrariando o interesse público, para obtenção de alguma
vantagem indevida para si ou para terceiros.

Assim há crime de tráfico de influência se o agente consegue vantagem ou


promessa desta, a pretexto de actuar junto ao funcionário de quem depende a
satisfação daquele fim.

Como ensina a norma o agente atribui-se, persuasivamente, influência sobre o


funcionário, comprometendo-se a exercê-la perante a administração pública.
Ainda, acrescentam, leve-se em conta que a influência pretendida pode ser por
meio de terceira pessoa, que influiria no funcionário público.

E se o agente realmente tenha prestígio junto à autoridade, por razões de


amizade, parentesco ou ainda outras relações sociais, como vizinhança, há
alguma influência no delito? Penso que não, desde que subsista a fraude e que
o agente se arrogue prestígio junto a funcionário público, para que se possa
ofender a Administração.

11
BIBLIOGRAFIA

1. Pt.Wikipedia. Org / Wiki

2. Direito. Folha.Vol.com.br/fontes de tráfico. e exploroo – de – prest.

3. Books. Google.com/…/

12

Você também pode gostar