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GESTÃO DA

PRODUÇÃO E DE
CUSTOS
Instrutora: Laura Padilha
Carga horária: 100
O QUE SIGNIFICA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO?

• O tema administração da produção compreende uma vasta gama de assuntos, que não devem ser vistos
de forma isolada sob pena de perderem seu significado conjunto. As atividades de administração da
produção acontecem a todo o instante, em número e frequência muito maiores do que possam parecer.

• Na verdade, a administração da produção envolve três importantes conceitos: o conceito de


organizações, de administração e de atividades de produção.
O QUE SÃO AS ORGANIZAÇÕES?
• O mundo moderno é feito de organizações. A vida das pessoas de qualquer sociedade gira em torno e
mantém profunda dependência das organizações.

• É possível classificá-las de acordo com sua atividade econômica. Uma das formas de fazer isto é
adotando a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), elaborada sob a coordenação do
IBGE, no Brasil, que segue as diretrizes fornecidas pelo Departamento de Estatísticas da ONU.
TIPOS DE ORGANIZAÇÕES
• Setor primário: organizações da área extrativista,
• Setor secundário: organizações da área
agropecuária e pesca.
manufatureira.
As organizações do setor primário são as mais antigas
formas de organização e estão relacionadas à Este tipo de organização produz (fabrica ou
exploração dos recursos naturais: terra (agropecuária, monta), ou seja, industrializa algum produto.
silvicultura e extrativismo vegetal); água (pesca) e Ex: Indústrias da área metalúrgica, Indústrias da
recursos minerais (extrativismo mineral). área alimentícia, Indústrias do vestuário,
Indústrias da área cerâmica.

• setor terciário: organizações da área de serviços.


As organizações de serviços podem prestar serviços para empresas manufatureiras, para empresas do setor primário ou diretamente para o
consumidor. As organizações de serviços podem ser classificadas em cinco subgrupos:
• serviços empresariais: consultorias, finanças, bancos, escritórios de contabilidade, vigilância, limpeza etc.;
• serviços comerciais: lojas de atacado e varejo, serviços de manutenção e reparos;
• serviços de infra-estrutura: comunicações, transporte, eletricidade, telefonia, água, esgoto etc.;
• serviços sociais e pessoais: restaurantes, cinema, teatro, saúde, hospitais etc.; e
• serviços de administração pública: educação, policiamento, saúde etc
AS ATIVIDADES DE PRODUÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
• A gestão da produção é responsável pela produção dos bens e serviços disponibilizados pelas organizações aos seus
clientes, que são a razão essencial da sua existência. Todas as demais funções são interligadas à função produção.
O MODELO DE TRANSFORMAÇÃO
• O processo de produção, sob o ponto de vista operacional, envolve recursos a serem
transformados e recursos transformadores que, submetidos ao processo produtivo, dão
origem ao produto final, ou seja, aos bens e serviços criados pela organização.
O MODELO DE TRANSFORMAÇÃO
• Entradas
• Transformação
• Recursos a serem transformados: são aqueles que serão
convertidos por meio de um processo de produção. Geralmente • Processamento de materiais: pode transformar suas propriedades físicas (composição, forma ou
são um composto de: matérias-primas e componentes;
características), sua localização (p. ex., entrega de encomendas), sua posse ou propriedade (p. ex.,
informações; consumidores.
vendas no varejo) ou proporcionar acomodação ou estocagem (p. ex., armazém).
• Recursos transformadores: são aqueles que agem sobre os
recursos a serem transformados. Eles atuam de forma • Processamento de informações: pode transformar suas propriedades informativas (forma da
“catalisadora”, ou seja, fazem parte do processo de produção, informação), sua posse (p. ex., venda dos resultados de uma pesquisa de mercado), sua localização (p.
mas não sofrem transformações diretamente, apenas permitem
ex., telecomunicações) ou possibilitar a sua estocagem (p. ex., em arquivos e biblioteca).
que a transformação aconteça. Os recursos transformadores,
geralmente incluem:
• Processamento de consumidores: pode transformar suas propriedades físicas (p. ex., um spa ou clínica

• instalações, ou seja, os prédios, máquinas, equipamentos, de emagrecimento, um cabeleireiro), acomodá-los (p. ex., hotéis e pensões), mudar a sua localização (p.
terreno etc. ex., serviços de transportes de passageiros) ou seu estado fisiológico (p. ex., hospitais ou restaurantes) e
seu estado psicológico (p. ex., serviços de entretenimento, rádios, teatros, cinema, parques)..
• conhecimento, representado pela tecnologia do processo de
produção

• e a necessidade do domínio da técnica (know-how). • Saídas


• funcionários para operar, manter, planejar e administrar a As saídas do processo produtivo, que apresenta o modelo de
produção.
transformação produtiva, são o produto final desejado e,
eventualmente, outros subprodutos, desejados ou não.
O MODELO DE TRANSFORMAÇÃO
A DIVISÃO E ESPECIALIZAÇÃO DO TRABALHO

A metodologia da determinação das melhores


práticas para os movimentos de montagem,
inicialmente, de uso exclusivo das indústrias,
estendeu-se também às demais organizações. Hoje
em dia, é comum levantar-se o tempo padrão de um
corte de cabelo em um salão de beleza, de preparo
de um sanduíche em uma cadeia de restaurantes do
tipo fast food, ou de atendimento em uma clínica
dentária popular.
O QUE É O ESTUDO DE TEMPOS, MOVIMENTOS E MÉTODOS?

O estudo de tempos, movimentos e métodos aborda técnicas que submetem a uma detalhada análise cada operação de uma dada
tarefa, com o objetivo de eliminar qualquer elemento desnecessário à operação e determinar o melhor e mais eficiente método para
executá-la.

O estudo de tempos, movimentos e métodos mantém estreito vínculo com três importantes definições do vocabulário empresarial: A
engenharia de métodos, projeto de trabalho e ergonomia.

• Engenharia de métodos: Preocupa-se em estabelecer o método de trabalho mais eficiente, ou seja, procura otimizar o local de
trabalho com relação a ajuste de máquinas, manuseio e movimentação de materiais, leiaute, ferramentas e dispositivos específicos,
medição de tempos e racionalização de movimentos.

• Projeto de trabalho: o projeto de trabalho define a forma pela qual as pessoas agem em relação a seu trabalho. O projeto de trabalho
leva em consideração as atividades que influenciam o relacionamento entre pessoas, a tecnologia que elas usam e os métodos de
trabalho empregados pela produção.

• Ergonomia: a ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem e vice-versa. A ergonomia parte do conhecimento do
homem para fazer o projeto do trabalho, ajustando-o às capacidades e limitações humanas.
O QUE É O ESTUDO DE TEMPOS, MOVIMENTOS E MÉTODOS?
O objetivo da medida dos tempos de trabalho era determinar a melhor e mais eficiente forma de desenvolver uma tarefa específica. Esta metodologia

permaneceu praticamente inalterada desde aquela época. A cronometragem das tarefas continua a ser largamente utilizada na maioria das empresas

brasileiras, com o objetivo de medir e avaliar o desempenho do trabalho.

• Estudo de tempos: é a determinação, com o uso de um cronômetro, do tempo necessário para se realizar uma tarefa. O termo “cronoanálise” é bastante

utilizado nas empresas brasileiras para designar o processo de estudo, mensuração e determinação dos tempos padrão em uma organização.

• Finalidade do estudo de tempos: o estudo de tempos não tem apenas a finalidade de estabelecer a melhor forma de trabalho. O estudo de tempos

procura encontrar um padrão de referência que servirá para:

• determinação da capacidade produtiva da empresa;

• elaboração dos programas de produção;

• determinação do valor da mão-de-obra direta no cálculo do custo do produto vendido (CPV);

• estimativa do custo de um novo produto durante seu projeto e criação;

• balanceamento das linhas de produção e montagem.


EXEMPLO
Uma indústria de confecções deseja cronometrar o tempo de costura de uma camiseta. Em que elementos esta operação pode
ser dividida?

Resolução: Seria difícil cronometrar todas as atividades independentemente e detalhadamente como no “diagrama das duas
mãos” dado o pequeno espaço de tempo que cada atividade demanda. Assim é possível dividir as atividades em:

Elemento 1 – Costura dos ombros (costura da frente com as costas unindo os ombros)

Elemento 2 – Costura das mangas (costura fechando as duas mangas independentes)

Elemento 3 – Costura das mangas nos conjunto frente e costas

Elemento 4 – Fechamento de frente e costas nas laterais (abaixo das mangas)

Elemento 5 – Costura da barra das mangas

Elemento 6 – Costura da barra inferior do corpo

Elemento 7 – Colocação da ribana11


EXEMPLO
Determinação do número de ciclos a serem cronometrados

Um analista de processos de uma grande fábrica de produtos de


linha branca cronometrou a operação de montagem de
determinada porta de um modelo de refrigerador. Foram feitas sete
cronometragens iniciais para as quais foram obtidos os seguintes
valores em segundos:

10,5 – 10,3 – 9,3 – 9,2 – 9,5 – 9,9 – 10,0

A empresa determinou, como regra geral, o grau de confiança para


os tempos cronometrados fosse de 95 %, com um erro relativo
inferior a 5%.
EXEMPLO
Determinação do tempo normal

Quando se determina o tempo de execução uma operação é


preciso levar em conta a velocidade com que o operador está
Utilizando o tempo cronometrado encontrado no
realizando a operação. Para tornar o tempo utilizável para
exemplo anterior, de 9,8 segundos, qual seria o tempo
todos os trabalhadores, a medida da velocidade, que é expressa
normal se a velocidade do operador fosse avaliada em
como uma taxa de desempenho que reflete o nível de esforço
116%? E se a velocidade fosse avaliada em 97%?
do operador observado, deve também ser incluída para
“normalizar” o trabalho.
EXEMPLO
Determinação do tempo padrão

Uma vez determinado o tempo normal que é o tempo cronometrado ajustado


a uma velocidade ou ritmo normal, será preciso levar em consideração que não
é possível um operário trabalhar o dia inteiro, sem nenhuma interrupção, tanto
por necessidades pessoais, como por motivos alheios à sua vontade.

O tempo padrão é calculado multiplicando-se o tempo normal por um fator de


tolerância para compensar o período que o trabalhador, efetivamente, não
trabalha.

Muitas vezes a tolerância é calculada em função dos tempos de permissão


que a empresa está disposta a conceder. Neste caso determina-se a
porcentagem de tempo p concedida em relação ao tempo de trabalho
diário e calcula-se o fator de tolerâncias por meio da Fórmula:
EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM
Uma empresa do ramo metalúrgico deseja determinar o tempo padrão necessário, com 90% de confiabilidade e um erro relativo de 5%, para a
fabricação de determinado componente que será utilizado na linha de montagem. O analista de processos realizou uma cronometragem
preliminar de nove tomadas de tempo, obtendo os dados a seguir. Pergunta-se:

a. O número de amostragens é suficiente?

b. Qual o tempo cronometrado (TC) e o tempo normal (TN)?

c. Qual o tempo padrão (TP) se a fabrica definir um índice de tolerância de 15%?

d. Caso a empresa conceda 12 minutos para necessidades pessoais, 15 minutos para lanches e 20 minutos para alívio de fadiga em um dia de 8
horas de trabalho, qual será o novo tempo padrão?
AMOSTRAGEM DO TRABALHO
A amostragem do trabalho é um método que permite estimar a porcentagem de tempo que um trabalhador ou uma máquina utiliza em cada
atividade. O método não necessita de observação contínua, nem de cronometragem da atividade.

O método de amostragem do trabalho pode ser utilizado para várias aplicações, dentre elas se destacam:

• determinação do fator de tolerância referente ao tempo de espera que pode ser incorporado ao tempo padrão.

• determinação do grau de utilização das máquinas, aparelhos e equipamentos de transporte e índices de inatividade de um trabalhador (que
indicam o seu tempo de ociosidade).

• determinação de atividade de mão-de-obra indireta para rateio de custos (inclusive sistema ABC). Por exemplo: Qual a proporção de tempo
gasta pelos almoxarifes para o produto x? E qual a proporção de tempo que o supervisor de linha dispensa para o produto y?

• estimativas de tempo gasto em várias atividades exercidas por engenheiros, pessoal de manutenção, médicos, professores, inspetores da
qualidade, encarregados, analistas de produção, secretárias, pessoal administrativo etc.

• a amostragem do trabalho também se presta para estimar o tempo padrão de uma operação sob certas circunstâncias.
AMOSTRAGEM DO TRABALHO
A amostragem do trabalho é um método que permite estimar a porcentagem de tempo que um trabalhador ou uma máquina utiliza em cada
atividade. O método não necessita de observação contínua, nem de cronometragem da atividade.

O método de amostragem do trabalho pode ser utilizado para várias aplicações, dentre elas se destacam:

• determinação do fator de tolerância referente ao tempo de espera que pode ser incorporado ao tempo padrão.

• determinação do grau de utilização das máquinas, aparelhos e equipamentos de transporte e índices de inatividade de um trabalhador (que
indicam o seu tempo de ociosidade).

• determinação de atividade de mão-de-obra indireta para rateio de custos (inclusive sistema ABC). Por exemplo: Qual a proporção de tempo
gasta pelos almoxarifes para o produto x? E qual a proporção de tempo que o supervisor de linha dispensa para o produto y?

• estimativas de tempo gasto em várias atividades exercidas por engenheiros, pessoal de manutenção, médicos, professores, inspetores da
qualidade, encarregados, analistas de produção, secretárias, pessoal administrativo etc.

• a amostragem do trabalho também se presta para estimar o tempo padrão de uma operação sob certas circunstâncias.

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