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MEDICINA UFRJ

CASO CLÍNICO
PATOLOGIA CERVICAL
DISCIPLINA DE GINECOLOGIA - 2021.2
MEDICINA UFRJ INTEGRANTES

Larissa Nascimento
DRE:
Carlos Jose B. de Carvalho
DRE: 118050701
Maria Carolina L'Hotellier
DRE:
Caroline Flósi
DRE:
Nayara Cavalcante
DRE:
Guilherme Rocha
DRE: Raquel Crespo
DRE:
Gustavo Seith
DRE: Thiago Amaral
DRE:
Mulher com 66 anos, menopausa aos 50 anos, sem história de
reposição hormonal ou uso de estrogênio vaginal, compareceu à
Clínica de Família para rastreamento de Câncer do Colo Uterino. Não
sabia há quantos anos tinha colhido o outro preventivo e alegava
que não tinha o resultado guardado. Foi atendida na primeira clínica
e o médico que a atendeu orientou que a mesma não precisava
mais ser submetida ao rastreamento citológico, pois já estava fora
da idade superior da população alvo de rastreio. Como não
acreditou, procurou uma Clínica Particular onde a médica alegou
que não havia população alvo de colheita e colheu a citologia. Foi
buscar o resultado em 15 dias e o laudo estava assim descrito:

Amostra satisfatória
Epitélios representados: escamoso
Atrofia com inflamação
Foi orientada a retornar em 6 meses para nova colheita porque esta
seria a melhor rotina de rastreio.

A mulher procurou novamente a Clínica de Família em 6 meses pois


não queria pagar novo exame. Foi atendida por outra médica, que
analisou o resultado que a mesma trouxe, e disse que, apesar da
mesma ter 66 anos, ela deveria colher outra citologia em 3 anos.

A mulher retornou aos 69 anos de idade na Clínica de Família e


alegou que tinha sido orientada ao retorno em 3 anos para novo
rastreio do câncer do colo uterino. O médico que atendeu concordou
e colheu nova citologia, referindo que a mesma seria a última pela
idade se tivesse normal. O laudo foi descrito:

Amostra insatisfatória: por material hipocelular


Epitélios representados: escamoso
Atrofia com inflamação
Foi orientada pelo médico que o resultado estava normal e que com
2 resultados normais com intervalo de 3 anos e com a idade de 69
anos não precisaria mais colher citologia.

Como ficou insegura, em 6 meses voltou em uma Clínica Particular e


para colher nova citologia e recebeu algumas orientações,
baseadas nas diretrizes, para melhor resultado na análise. Fez uso
de estrogênio vaginal por 21 dias. Colheu o exame em 28 dias,
usando a citologia em base líquida. O resultado foi:

Amostra satisfatória para avaliação


Epitélios representados: Escamoso e glandular
Células escamosas atípicas de significado indeterminado, possivelmente não
neoplásicas (ASC-US).
Como a citologia foi em base líquida, a médica solicitou que fosse
feito captura híbrida no resíduo da citologia, cujo resultado foi
presença de HPV de alto risco oncogênico.

Foi orientada a nova conduta de acordo com o resultado,


encaminhada para clínica de família e foi submetida a regulação
no sistema (SISREG), para colposcopia.

1) Baseado na sua leitura, qual foi o erro na conduta inicial da paciente? Ela estava

com idade não recomendada da população alvo de rastreio? Mas baseado na

leitura que você fez, quando podemos suspender o rastreio com segurança?

A idade máxima preconizada é de 64 anos, sendo que a paciente tem 66 anos


Porém, para interromper o rastreio com segurança, necessita-se de dois exames


negativos consecutivos nos últimos 5 anos

Com comprovação
documentada!

Na ausência dessa comprovação, colher o exame conforme o protocolo


Anual por 2 anos consecutivos
2) Porque provavelmente a representação dos epitélios no 1º resultado tinha
só escamoso? Qual o problema desta única representação?

Trata-se de uma mulher de 66 anos, que entrou na menopausa

há 16 anos, ou seja, é esperado que haja atrofia glandular do

epitélio secundária ao hipoestrogenismo

Logo, o epitélio torna-se apenas escamoso


Essa representação dificulta a análise citológica do material


Há possibilidade de falsos positivos? - pesquisar


3) A indicação de retorno em 6 meses para novo exame estava correta? E o
retorno em 3 anos? No caso dela seria este mesmo intervalo, considerando o
resultado? Por que?

O ideal seria o retorno em um ano após o primeiro exame negativo, já


que não havia documentação de citologias anteriores negativas
4) Qual a periodicidade de rastreio recomendada pelas diretrizes?

ANUAL por dois anos consecutivos


Se ambos resultados negativos, o rastreio deve ser TRIENAL

População alvo: de 25 a 64 anos


Após inÍcio da atividade sexual

Imunossuprimidas: SEMESTRAL no primeiro ano, após início de atividade


sexual, e caso resultados negativos, manter rastreio ANUAL
COLOCAR GUIDELINE COM OS RESULTADOS NORMAIS

NÃO ACHAMOS
5) A orientação após a 2ª citologia estava correta? Por que?

Não. Ela só poderia ser liberada após duas citologias negativas


com intervalo anual

Porém, nesse caso, a amostra foi insatisfatória para avaliação


(material hipocelular)

Deveria ter sido colhido um novo exame de 6 a 12 semanas,


corrigindo a causa que dificultou a análise

Se negativo, ela poderia então ser liberada do rastreio


6) A orientação para a colheita da última citologia foi baseada nas diretrizes e


mostrou uma citologia com laudo satisfatório e representação de células
escamosas e glandulares. O que melhorou a representação do laudo e por que?
Porque a mesma retornou em 28 dias? Qual foi a importância disso?

A terapia vaginal com estrogênio corrigiu a hipocelularidade que tornou a


primeira amostra insatisfatória para análise

O uso de terapia estrogênica tópica diminui as alterações celulares degenerativas


e proporciona um esfregaço com um fundo limpo. Ela é feita durante 21 dias e a
nova citologia será coletada entre cinco a sete dias após a parada do uso. Por
isso a paciente retornou em 28 dias, após a estrogenização ter sido completada.

7) Porque foi indicado o teste de HPV

pela captura híbrida? Neste caso

tinha indicação?

A citologia indicou células escamosas atípicas


de significado indeterminado, possivelmente
não neoplásicas (ASC-US).

Pelo guideline do MS, não havia indicação de


se realizar teste de HPV pela captura híbrida.

Indicação de repetir citologia em 6 meses.


Nesse caso, se alterada de novo, seria


encaminhada para colposcopia.

Uma alternativa a repetir a citologia em 6 meses


teste de HPV em captura híbrida

Como a coleta foi feita em meio l´íquido, havia ainda disponibilidade de amostra.
Então, de modo OPORTUNÍSTICO, foi feita a captura híbrida no resíduo da citologia.

Demonstrou-se, em estudo retrospectivo, que, em mulheres na pós-menopausa, esse


teste mostrou maior sensibilidade, especificidade e valor preditivo negativo,
selecionando assim as mulheres de maior risco para encaminhar para colposcopia
(evidência moderada).

Como o teste evidenciou subtipo oncogênico, ela foi referenciada para colposcopia
6 meses antes do previsto caso fizesse primeiro a citologia.
8) Em resumo, você poderia descrever o que aprendeu diante deste caso?

Avaliar riscos e benefícios de cada exame


por exemplo, não iniciar o rastreio antes dos 25 anos, já que não
altera a conduta e aumenta a morbidade maternofetal

Atentar-se para a periodicidade e a população alvo do rastreio

Saber as limitações do rastreio oportunístico, já que o ideal seria a


busca ativa, objetivando maior cobertura da população alvo

Atentar-se para a documentação de citologias negativas antes de


interromper o rastreio em mulheres acima da idade alvo

Avaliar se a amostra é satisfatória para análise, devendo-se


corrigir as causas bases
8) Em resumo, você poderia descrever o que aprendeu diante deste caso?

Reconhecer o papel da Atenção Básica no


atendimento da população alvo

Não há necessidade de encaminhamento para


ginecologista para realizar os cuidados básicos
com a saúde sexual feminina e o rastreio do
câncer cervical em mulheres de baixo risco

O atendimento longitudinal na atenção


primária favorece o vínculo com essas
mulheres, o que aumenta a probabilidade de
adesão aos protocolos de rastreio
8) Em resumo, você poderia descrever o que aprendeu diante deste caso?

Muito importante que o diagnóstico de câncer cervical se estabeleça de maneira


precoce, para que o tratamento seja prontamente instituído.

O câncer cervical é um de maiores incidências na população feminina. Porém, seu


curso é indolente, e o rastreio e tratamento precoce são peças chaves na redução
da morbimortalidade, pois diferentemente de outros tipos de câncer, esse rastreio
permite identificar lesões precursoras, antes que o câncer se estabeleça!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRIGADO PELA
ATENÇÃO!
A
CONCLUSÃO

Diversidade é ter A inclusão é fazer com A Diversidade e a inclusão A inclusão no ambiente de Garantir a diversidade e
aumentam a produtividade trabalho começa com o
a inclusão no ambiente
funcionários de que todos se sintam
e a satisfação enfrentamento de
diferentes grupos bem-vindos e incluídos. preconceitos. de trabalho virtual é um
demográficos. esforço coletivo.
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