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Cetoacidose Diabética
Anamnese:
Com a inabilidade na utilização da glicose induz o catabolismo das reservas corporais (GRECO, 2001;
NELSON, 2006). Com a produção de corpos cetônicos que excedem a capacidade do organismo em
transformá-los em energia (CHASTAIN, 1981).
A cetonemia contribui ainda para o agravamento do quadro clínico do paciente, pois os corpos
cetônicos estimulam os centros quimiorreceptores nervosos, induzindo náusea, anorexia, êmese e
dor abdominal (BOYSEN, 2008).
Perda de peso nos últimos 6 meses mesmo comendo mais e nas últimas 24h não come:
Polifagia e perda de peso pela diabetes mellitus. A diabetes mellitus é uma enfermidade de causa
endócrina, podendo acometer tanto cães, mais frequente, quanto em gatos. Se manifesta por sinais
sistêmicos como a hiperglicemia e glicosúria, assim como poliúria, polidispsia, polifagia e perda de
peso (NELSON;COUTO, 2010).
Mesmo com os níveis de glicemia elevados (hiperglicemia), a glicose é subutilizada pelo tecido para
metabolismo, gerando uma demanda de energia no organismo e realizando o catabolismo,
explicando a perda de peso progressivo em conjunto à polifagia (O’BRIEN, 2010).
Eventualmente, alguns animais diabéticos não diagnosticados ou, menos frequentemente, animais
diagnosticados que não recebem dose adequada de insulina (em conjunto com processos
infecciosos, inflamatórios ou distúrbio hormonal resistente a insulina), podem evoluir para um
quadro de cetoacidose diabética (NELSON, 2009).
Animais diagnosticados com DM, em geral, têm também outras patologias coexistentes, como a
pancreatite, infecções, ou outras endocrinopatias, afetando o prognóstico do paciente (O’BRIEN,
2010).
Exame físico:
C: TPC > 3’, mucosas rosa pálidas, extremidades frias (TP: 30,3°), PAS 100mmHg e desidratação
>12%.
A progressiva desidratação provoca a redução na perfusão tecidual que gera acúmulo de ácido
láctico, contribuindo para piora da acidose (MORGADO, 2013).
D: Prostrada, confusão mental, reluta em andar (fraqueza muscular), decúbito lateral, na escala
AVDN: V (Responde a estímulos verbais)
Ao exame físico é comum observar sinais como letargia, fraqueza, êmese, diarreia, distensão
abdominal, desidratação, hipotermia, hipotensão e choque (NELSON; COUTO, 2010).
A cetonemia contribui ainda para o agravamento do quadro clínico do paciente, pois os corpos
cetônicos estimulam os centros quimiorreceptores nervosos, induzindo náusea, anorexia, êmese e
dor abdominal (BOYSEN, 2008).
Um fator importante a ser considerado no desenvolvimento da CAD é a hipovolemia, uma vez que,
quando a glicose excede o limiar tubular renal de absorção, segue-se a diurese osmótica, com perda
de glicose, eletrólitos e água. A diminuição da perfusão renal acarretará redução da taxa de filtração
glomerular e azotemia (Crivelenti et al., 2009)
Quarteto de emergência:
PT 9 g/dL
Os valores de glicemia nesses pacientes apresentam-se acima de 300 mg/dL, porém casos mais
graves podem ter valores superiores à 500 mg/dL (VIEIRA, 2012).
Outros testes:
Hemogasometria venosa:
pH: 7,3 (7,35-7,44) – Acidemia, devido ao consumo das reservas tamponantes do organismo.
HCO3-: 16,4 mmol.L (20,8-24,2 mmol.L) - Acidose. Conforme a produção de cetonas aumenta, o
bicarbonato sanguíneo se esgota pela sua ação tamponante, assim a acidose metabólica é
visualizada por este valor (TILLEY; SMITH JR, 2015).
pCO2: 33,6 mm/Hg (33,6-41,2 mm.Hg) -
BE: -9 mmol/L (-4 a 0 mmol/L) - Excesso de base diminui pois são consumidos na tentativa de
estabilizar o PH, a medida que a produção de ácidos orgânicos aumentam.
AG: 27 mmol/L (12 a 24mmol/L) – Aumento da concentração pelo resultado da acentuada lipólise.
Potássio = 3,0 mmol L-1(V.R: 3,5-5,3); - A depleção do potássio ocorre devido à diurese osmótica, à
diminuição do consumo (anorexia) e às perdas por vômito ou diarreia.
Os acidos graxos, após serem metabolizados no fígado, são oxidados e gerando os corpos cetônicos,
principalmente os ácidos: β-hidroxibutírico, acetoacético e acetona (DUARTE et al., 2012). Para
determinar a evolução para acidose metabólica, alguns componentes devem ser avaliados, mas
principalmente o acúmulo de ácido acetoacético e o ácido β-hidroxibutírico via cetogênese hepática
(KOENIG, 2013).
Considerando a suspeita levantada pelo grupo, quais condutas (de maneira sucinta) devem ser
priorizadas para que o paciente não morra?
Para correção da hipovolemia uso de infusão com ringer lactato, realizando a reanimação vôlemica.
Para correção da descompensação hiperglicêmica o uso de insulina regular administrada por via IM.