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HIPERADRENOCORTICISMO1
Diabetes mellitus
Catarata diabética
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Petersen, M. (2018). Repercussões oculares da diabetes mellitus e do hiperadrenocorticismo. Disciplina
de Fundamentos Bioquímicos dos Transtornos Metabólicos, Programa de Pós-Graduação em Ciências
Veterinárias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 10 p.
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energético está exemplificado na Figura 1. Na via dos polióis, a glicose é convertida em sorbitol
pela enzima aldose redutase (através da oxidação de NADPH em NADP). O sorbitol por sua vez
é convertido em fructose pela enzima poliol desidrogenase (mediante redução de NADPH em
NADP). O sorbitol não possui a capacidade de se difundir pelas membranas celulares, sendo
acumulada no interior da lente, gerando um quadro de hiperosmolaridade. Uma vez instaurado
um gradiente osmótico para dentro da lente, há um aumento da concentração de água na lente,
que gera inchaço das fibras da lente, resultando em opacificação. A fructose é gerada lentamente
a partir do sorbitol e se difunde pelas membranas celulares (Basher & Roberts, 1995).
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determinar a velocidade na formação da catarata. Uma das razões para variação na suscetibilidade
entre indivíduos, espécies e idades é a atividade de aldose redutase intralenticular (Basher &
Roberts, 1995). Cães jovens diabéticos são muito suscetíveis, enquanto que felinos diabéticos são
resistentes à formação da catarata. Quanto maior a atividade de aldose redutase maior será a
conversão de glicose em sorbitol, e mais rápido irá se desenvolver a catarata. Em felinos jovens,
a atividade da aldose redutase é maior do que em felinos idosos, e quando comparado a cães, a
atividade da aldose redutase em felinos idosos é menor que cães idosos. Isso explica por que
felinos diabéticos são resistentes a formação de catarata, visto que a diabetes mellitus raramente
acomete felinos jovens (Gelatt, 2014).
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Perda das células endoteliais da córnea
Figura 6. Canino apresentando edema de Figura 7. Exame da córnea com lâmpada de fenda
córnea (Dziezyc, 2004) mostrando edema de córnea (Dziezyc, 2004)
A córnea é inervada por ramos desmielinizados do nervo trigêmeo, que são importantes
na remoção e regulação de mecanismos protetores da córnea. Além disso, a inervação corneal
serve de mediador para a produção lacrimal, fechamento das pálpebras, regulação da expressão
do colágeno corneal, e função e integridade das células epiteliais (Plummer et al., 2007). Cães
diabéticos tendem a apresentar neuropatia difusa, que pode afetar o sistema nervoso sensorial e
motor, resultando em uma menor sensibilidade corneal, o que pode predispor a úlceras de córnea.
Devido a diminuição da sensibilidade corneana (Figura 8) animais diabéticos com úlceras de
córnea geralmente demoram a manifestar dor ocular, retardando o diagnóstico (Plummer et al.,
2007). Cães com catarata diabética apresentam valores de limiares de toque na córnea
significativamente maiores quando comparados a cães sem catarata e sem diabetes mellitus
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(Gelatt, 2014). As alterações na inervação corneal são diretamente relacionadas com o grau de
controle da glicemia.
Quanto as alterações no filme lacrimal, os cães com catarata diabética apresentam maiores
concentrações de glicose na lágrima quando comparados a cães sem catarata e sem diabetes
mellitus, e a cães com catarata e sem diabetes mellitus. No entanto, a elevação de glicose na
lágrima não parece afetar a microbiota conjuntival. Além disso, cães diabéticos apresentam menor
média no tempo de quebra do filme lacrimal (TFBUT) quando comparados a cães sem catarata e
sem diabetes mellitus. Durante procedimentos anestésicos, cães com diabetes apresentam
alterações lacrimais, sendo necessário o uso de lubrificantes durante procedimentos cirúrgicos
para evitar úlceras de córnea por exposição (Gelatt, 2014).
Retinopatia diabética
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diabética (Basher & Roberts, 1995). O controle glicêmico é o único tratamento adequado parar
inibir ou prevenir a progressão da retinopatia diabética. O diagnóstico dessa enfermidade nem
sempre é realizado devido ao fato de que quase sempre há a formação concomitante de catarata,
o que impede a visualização do fundo de olho. Contudo, cerca de 21% dos cães diabéticos
apresentavam hemorragias e microaneurismas na retina após a cirurgia para remoção de catarata
(Plummer et al., 2007).
Hiperadrenocorticismo
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Úlceras de córnea
As úlceras de córnea não são uma consequência direta do HAC. Elas podem ser causadas
por vários motivos, entre eles exoftalmia e paralisia facial, em que ambos resultam em maior
exposição da superfície ocular (Gelatt, 2014). O excesso de cortisol circulante dificulta a
cicatrização da córnea. Animais com HAC apresentam uma cicatrização corneal mais lenta,
quando comparado a animais sem HAC. Este fato contribui para que a lesão de córnea progrida
cada vez mais, podendo até progredir para quadros de perfuração ocular (Plummer et al., 2007).
Ceratoconjuntivite seca
Degeneração de córnea
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(o que auxilia no diagnóstico diferencial de distrofia de córnea). Deposição de cálcio ao longo da
fissura palpebral é denominada ceratopatia em banda (Plummer et al., 2007). Quando a
degeneração de córnea por acúmulo de moléculas de cálcio na córnea estiver associada a úlceras,
pode-se instituir o tratamento com quelantes de cálcio (como por exemplo o EDTA colírio) na
tentativa de remover ou prevenir a progressão do acúmulo dessas moléculas. Contudo, quando o
epitélio corneal estiver intacto, isto é, sem úlceras de córnea, o tratamento com quelantes de cálcio
se torna ineficaz.
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Figura 13. Acúmulo de lipídeos no humor
aquoso totalmente opaco (Plummer et al., 2007)
Lipemia retinalis
SARD
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com SARD apresentam cegueira aguda e bilateral, e inicialmente o exame de fundo de olho
(fundoscopia) não apresenta alterações. A cegueira ocorre de forma aguda, um ou dois dias, ou
pode se desenvolver gradualmente, durante algumas semanas. Mesmo com a fundoscopia sem
alterações do exame de eletrorretinografia revela perda da função retiniana. Com algumas
semanas de progressão da doença, a retina começa a apresentar sinais de degeneração, que
incluem hiperreflexia tapetal, atenuação dos vasos sanguíneos e atrofia do nervo óptico (Gelatt,
2014). Até o momento não existem tratamentos para degeneração retiniana, e a cegueira é
permanente. Muitos animais com SARD apresentam alterações bioquímicas (aumento de
fosfatase alcalina, de alanina aminotransferase e de colesterol) e sinais clínicos (poliúria,
polidpsia, polifagia, ofegação e ansiedade) compatíveis com o excesso de glicocorticóides,
contudo nem todos apresentam aumento no cortisol sanguíneo. É possível que a glândula adrenal
ou a pituitária de animais com SARD secretem diferentes substâncias que podem resultar em
sinais clínicos compatíveis com a síndrome de Cushing (Plummer et al., 2007).
Referências bibliográficas
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