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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

INCLUSÃO E SOCIABILIZAÇÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS


ATRAVÉS DAS BRINCADEIRAS E JOGOS

Autores:
Alan Jorge de Assis Barbosa
Eduarda de Assis Santos
Ingryd Rodrigues Fernandes
Kamilla dos Santos Oliveira

Projeto:
Módulo 1

Rio de Janeiro- RJ

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JUNHO/2021

SUMÁRIO

1- Introdução:.............................................02
2-Embasamento teórico:............................02
2.1. Autismo:..............................................02
2.2. Inclusão:..............................................03
2.3. Inclusão com jogos cooperativos:......03

2.4. Brincadeiras e atividades circenses:.04

3- Operacionalização:................................04
3.1. Local de realização:............................04
3.2 Vagas:..................................................04
3.3 Período de realização:.........................05
3.4 Recursos a serem utilizados:..............05
3.4.1 Recursos materiais:...........................05
3.4.2 Recursos humanos:..........................05
3.4.3 Instalações:.......................................06
3.4.4 Parcerias:..........................................06
3.5 Resultados esperados:........................06
3.6 Avaliação:............................................06
3.7 Cronograma:........................................06

3.7.1 Quadro de horários:..........................08

4- Considerações finais:............................08

Referencias:...............................................09

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1- INTRODUÇÃO

Em uma pesquisa recente, mais precisamente feita em 2016 pelo Centro de


Controle e Prevenção de Doenças (CDC), concluiu-se que há prevalência de 1
pessoa com Transtorno de Espectro Autista (TEA) para cada 54 crianças de 8 anos,
em 11 estados dos EUA. Ou seja, a presença do autismo em uma comunidade pode
ser muito mais comum do que se imagina, e a ideia de trazer uma proposta de
socialização dessas crianças com outras não portadoras do transtorno pode ser
reflexivo para uma sociedade futura mais consciente. O autismo é um transtorno
comportamental que implica à capacidade de se comunicar e interagir. A doença
afeta diretamente o sistema nervoso e é crônica, porém existem tratamentos que
podem retardar suas decorrências.

O eixo principal do projeto é o trabalho com crianças entre 7 e 10 anos com TEA ,
e propor brincadeiras e jogos cooperativos e atividades circenses ao ar livre em uma
associação de moradores no bairro de Jardim Primavera, Duque de Caxias.
Comumente nesta faixa etária elas têm acesso a educação e a saúde básicas e
infelizmente não detêm de projetos sociais inclusivos. O plano tem apoio da
prefeitura, que também tem a intenção em trazer uma qualidade de vida melhor para
essas crianças.

Além disso, nesse momento os locais de vivências podem ser bem parecidos,
escola, praças e cursos, porém a vida de crianças diagnosticadas com TEA pode ser
muito diferente, devido a inúmeros fatores, como, medo de discriminação, por parte
da família; dificuldade para encontrar locais preparados para recebê-los, o bullying,
visto que um dos principais sintomas do autismo é a dificuldade de conviver em
grupo.

Para mais, a prática de exercícios físicos pode ser bem coerente quando se
pensa em proporcionar uma inclusão de determinado grupo com uma característica
que de certa forma os difere de um agrupamento maior, e é capaz de oferecer
inúmeros benefícios como, a melhora do desenvolvimento cognitivo e corporal;
favorecer o lazer através de jogos educativos e brincadeiras; estimular a prática de
exercícios físicos com regularidade e evitar que elas desenvolvam problemas de
saúde causados pelo sedentarismo.

2. EMBASEMENTO TEÓRICO

2.1. Autismo:

O termo “autista” foi citado pela primeira vez em 1911, pelo psiquiatra Paul Eugen
Bleuler, que contribuiu com seus estudos para o entendimento da esquizofrenia e do
autismo. Segundo Bleuler essa é uma doença invasiva de desenvolvimento, além
disso afirma que quanto maior o comprometimento cognitivo, maior a tendência a se
isolar e a não se comunicar.

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Conforme Kanner( 1943), o autismo se caracteriza como um distúrbio inato do
contato afetivo, ou seja desde o nascimento o autista não tem interesse, sequer
prazer no contato físico e afetivo. Na visão de Kanner os sinais mais comuns para o
diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) são resistência à
mudança, andar na ponta dos pés, insistência nas mesmas coisas e o isolamento,
além disso afirma que crianças com autismo se saem muito bem com enigmas mas
têm muita dificuldade com a linguagem.

Um nome que foi considerado explicativo ao assunto foi “cegueira mental” criado
por Simon Baron- Cohen, 1993, o termo propõe que os autistas se isolam não
propositalmente e sim porque não são capazes de entender e diferenciar
pensamentos, crenças e sentimentos de outras pessoas.

Além do mais uma publicação feita pela Revista CEFAC em 2009, conclui que o
autismo é um transtorno que atinge em muito a comunicação, principalmente a
ausência do diálogo verbal. Ainda identifica o autismo com variações de graus, o
que pode diferir entre leve ou não, o que diz respeito também das diferentes
maneiras de promover abordagens terapêuticas, educacionais e clínicas.

2.2.Inclusão:

Segundo o dicionário da Editora Rideel Inclusão é o ato de incluir (RODRIGUES,


2012, p.190), e consoante a Aurélio incluir é “conter ou trazer em si, compreender,
abranger, fazer tomar parte, inserir, introduzir, fazer constar de lista, de série, etc.;
relacionar”. Ou seja, configura-se por a capacidade humana de entender e
reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas
diferentes.

A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante


com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os
superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por
qualquer outro motivo. Hoje existe um documento essencial e norteador de práticas
inclusivas, a Declaração de Salamanca,1994, desde sua criação foi destinada a
educação inclusiva para crianças com necessidades educativas especiais.

2.3. Inclusão com brincadeiras e jogos cooperativos:

Como este projeto tem por objetivo compreender o processo de integração e


socialização dos alunos, será utilizado como ferramenta os jogos e brincadeiras
cooperativas, assim como sugere Terry Orlik (1989) e Fábio Brotto (1999), pois
afirmam que esses têm por objetivo o aprendizado coletivo e permitem a troca de
experiências, a convivência com as diferenças e a superação da competição e do
individualismo. Ou seja, os jogos cooperativos pedagogicamente são incríveis
aliados na promoção da sociabilização de pessoas em geral, inclusive de crianças.
Para que essa inclusão realmente aconteça, é preciso proporcionar condições ao

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aluno com necessidades educativas especiais de participar das atividades
oferecidas pelos encontros regulares.

Para auxiliar no processo de inclusão do aluno com deficiência, cabe ao


profissional de Educação Física conhecer e compreender a dinâmica das relações
no ambiente inclusivo. Os jogos cooperativos, neste contexto, tornam-se importantes
instrumentos com o intuito de evidenciar, inicialmente, as diferentes maneiras de o
grupo se relacionar e posteriormente estimular a convivência e concretizar, através
das vivências proporcionadas pelos jogos, a socialização e integração dos alunos.
As melhores brincadeiras nesta conjuntura são as cooperativas sem perdedores, de
resultado coletivo e de inversão, por suas características tirarem os participantes de
sua zona de conforto e fazer com que por mais que existam equipes separadas,
entendem que todos precisam colaborar com todos, isso tudo a fim de prepara-los
para a convivência em sociedade.

2.4. Brincadeiras e atividades circenses

Por trabalhar com atividades cooperativas pretende- se que as crianças interajam


mais entre elas, além de jogos e brincadeiras tradicionais também será utilizado nos
encontros às atividades que são comuns no circo. Segundo Bolognesi (2006) o circo
é a arte onde diversas linguagens se encontram, dentre elas o teatro, a dança, a
música e a expressão corporal. Esses incentivos são essenciais dentro desse
momento de integração das crianças, que muitas vezes, pelo próprio TEA e a
maneira como as pessoas o enxergam, são acostumadas a individualidade e
acabam não sendo integradas a atividades que exijam o coletivo.

Conforme Duprat (2007) as inúmeras possibilidades que a arte circense carrega


propicia no atendimento terapêutico uma grande diversidade de experiências
motoras como a ludicidade, perigo, criatividade, conceitos de flexibilidade, força,
espaço, agilidade, memória, equilíbrio, noções de lateralidade, coordenação motora.
Mas, além disso, dentro desse formato de aula será trabalhado a socialização, o
trabalho em grupo e o respeito ao espaço do colega.

3. OPERACIONALIZAÇÃO

3.1 Local de realização

O projeto terá como sede o prédio da associação de moradores do bairro de


Jardim Primavera.

3.2 Vagas

O projeto tem intuito de atender a 50 crianças e seus familiares, sendo 25 em


cada turno. Além disso, 25 dessas 50 vagas são destinadas aos portadores do TEA.

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3.3 Período de realização

O início dos trabalhos será no dia três (03) de julho e se estenderá até o dia
quatorze (14) de agosto de 2021.

3.4 Recursos a serem utilizados

3.4.1 Recursos materiais

Serão utilizados nos encontros os seguintes materiais arrecadados através de


parcerias:

Tatames coloridos;
Cones;
Bolas de diferentes tamanhos;
Pernas de pau;
Cama elástica;
Bambolês coloridos;
Cordas;
Escada de agilidade;
Tecido e pratos.

3.4.2. Recursos humanos

Como equipe técnica têm a participação de:

5 profissionais de Educação física


1 gestor e coordenador das mídias sociais do Projeto;
2 pedagogos;
3 psicólogos

3.4.3. Instalações

Como dito anteriormente, o local de realização do projeto será em um prédio de


associação de moradores, e o mesmo oferece:

1 quadra poliesportiva;

5
3 banheiros ( 1 feminino, 1 masculino e 1 para funcionários, somente este é
adaptado para cadeirantes);
1 espaço extra;
4 pequenas salas para reuniões e armazenamento de materiais.

3.4.4. Parcerias

O Projeto possui como parceria:

Associação de moradores de Jardim Primavera


A Prefeitura do município de Duque de Caxias juntamente com Secretaria
Municipal de Educação e o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência,
que disponibilizará o local e alguns materiais;
O Espaço King Bronze, que auxiliará com a compra dos materiais para uso
nas atividades, e também para limpeza e higienização o local.

3.5 Resultados Esperados

Incluir crianças autistas no meio social, quebrar preconceitos e fazer entender


que todos têm suas diferenças, trabalhar com as famílias, e promover atividades
físicas para a sociedade.

Pretende-se que a cada 10 crianças matriculadas, ao menos 8 participem


regularmente, e por cada pequeno existam 2 componentes da família envolvidos.

3.6 Avaliação

Será realizado uma vez por quinzena uma conversa particular com os pais para
saber sobre o desenvolvimento, nível de satisfação e reflexo que o projeto estará
trazendo para sua casa e filhos, nesta reunião estarão os profissionais de Educação
física, os psicólogos e os pedagogos. Ainda será efetuada uma avaliação lúdica com
as crianças para entender o desenvolvimento individual e em grupo de cada um
deles.

3.7 Cronograma

Data/Aula Atividade programada Observações

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03/07 Café da manhã com as famílias Este momento marca a inauguração
e apresentação do nosso projeto a
comunidade.

1 – 06/07 Aula na cama elástica com participação da A importante participação da família


família. nesse primeiro dia para facilitar a
ambientação dos alunos.

2- 08/07 Acrobacias de solo

3- 13/07 Brincadeiras cooperativos O processo de aprender a trabalhar


em grupo.

4- 15/07 Saltos e acrobacias de solo Estimulação da independência da


criança se trata também da
coordenação motora colocada em
prática.

5 – 20/07 Aula de equilíbrio e concentração

6 – 22/07 Aula de equilíbrio e concentração com A criança vai se equilibrar em pernas


perna de pau. de pau sem dar passos e terá
participação da família

7 – 27/07 Aula de equilíbrio e concentração com a Dar início a caminhada na perna de


perna de pau. pau.

8- 29/07 Aula de malabares

9 – 03/08 Acrobacia de solo, equilíbrio, força e


concentração.

10 – Brincadeiras e jogos cooperativos. Jogos que trabalham a coordenação


05/08 motora e a cooperação entre os
alunos, principalmente.

11 – Jogos cooperativos de inversão e sem

7
10/08 perdedores

12 – Acrobacias aéreas Exige força e concentração


12/08

14/08 Apresentação de circo com os profissionais Evento aberto a comunidade para


de Educação Física e os alunos promover entretenimento e para
vivificar a arte do circo.

3.7.1. Quadro de horários

Terça 9:00 ás 10:00 16:00 ás 17:00


Quinta 9:00 ás 10:00 16:00 ás 17:00

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A equipe técnica reconhece que será um trabalho árduo pois crianças autistas
têm bastante resistência a mudanças de rotina, mas é certo de que com a parceria
dos familiares o programa seja realizado, além disso vale dizer que o sucesso do
trabalho se dará muito mais ás tentativas, esforço e comunicação ao que a perfeita
execução dos movimentos.

Para os não autistas será um grande conhecimento conviver e contribuir para o


aprendizado das crianças portadoras do TEA e de suas famílias.

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REFERÊNCIAS:

Duprat, Rodrigo Mallet.

D928a Atividades circenses: possibilidades e perspectivas para a educação

física escolar / Rodrigo Mallet Duprat. - Campinas, SP: [s.n], 2007. acessado em:
07/06/2021

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RODRIGUES, Izabel Cristina de Melo. Dicionário Ortográfico Rideel da Língua


Portuguesa. 1ª ed. rev. e ampl. de acordo com a nova ortografia. Rio de Janeiro,
2012.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, dicionário da língua portuguesa online,


2021.

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Claudia Ricco. - Rio Claro, 2017, 37 f. : il., tabs. Acessado em: 07/06/2021

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Antunes, C. Revista jogos cooperativos: a importância da revista jogos cooperativos


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Acesso em: 21/05/2021

Os jogos cooperativos: Uma possibilidade de inclusão.

Conference: VII Congresso Sul Brasileiro de ciencias do esporte - Percursos e


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tempos de megaeventos"At: Martinhos PR - acesso em: 20/05/2021
https://www.researchgate.net/profile/Giseli_Sikora/publication/340448679_OS_JOG
OS_COOPERATIVOS_UMA_POSSIBILIDADE_DE_INCLUSAO/links/5e8a35394585

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150839c3e416/OS-JOGOS-COOPERATIVOS-UMA-POSSIBILIDADE-DE-
INCLUSAO.

Psicólogo Clínico com Especialização em Psicomotricidade e


Desenvolvimento Infantil, Especialização em Autismo e Educação, Curso de
introdutório de Integração Sensorial e Coordenador do Espaço Terapêutico de
Desenvolvimento Infantil Mundo Circo e do Instituto Circo da Vida, Professor no
Curso de Graduação em Psicologia -UNITRI. danielvieirad@yahoo.com.br. Acesso
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http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
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