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Sofia Cerqueira- 7° Semestre (2022.

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Semiologia Dermatológica

A semiologia dermatológica tem sua máxima expressão na


inspeção das alterações que ocorrem ao nível do tegumento
(pele e mucosas externas). Segue-se, em alguns casos, a Definem-se as lesões elementares como padrões de
palpação, onde se constata a consistência do elemento alteração no tegumento cujo reconhecimento possibilita a
eruptivo, se amolecida, endurecida ou pétrea, além de construção de hipóteses diagnósticas. Em algumas
temperatura, mobilidade, extensão e profundidade de seus situações deve ser considerado não apenas o aspecto
limites e se é doloroso ou não. morfológico clínico, mas também o processo patológico
subjacente. As causas desencadeantes podem ser físicas,
químicas, biológicas, imunológicas, psíquicas, e mesmo
desconhecidas que induzem à formação de alterações na
superfície do tegumento, constituindo a lesão elementar, o
elemento eruptivo ou a eflorescência. Os mecanismos
 Dados de identificação: exposição ocupacional indutores podem ser de natureza circulatória, inflamatória,
 Idade, sexo metabólica, degenerativa ou hiperplásica.
 Procedência
 Etnia > fototipo

 Lesões por alteração de cor: planas


 Sintomas relacionados: prurido, ardor, dor, odor
 Lesões de conteúdo sólido
 Sintomas sistêmicos  Lesões de conteúdo líquido
 Uso de tópicos
 Hábitos de banho e cuidados
 Lesões por solução de continuidade
 Uso de protetor solar  Lesões caducas
 Hábitos de manicure e procedimentos capilares  Sequelas
 Alterações de espessura e consistência
: dermatológicos e outras
morbidades, alergias e uso de medicamentos incluindo Também podem ser classificadas por características como
vitaminas/suplementos/”naturais”, contracepção morfologia, arranjo, distribuição e fenômenos.

hábitos de lazer, exposição solar

É â ç LES ÕES POR ALTERAÇ ÃO DE COR

Mancha ou mácula é toda e qualquer alteração da cor da


pele, sem relevo, independentemente de sua natureza, causa
ou mecanismo. A cor da pele decorre basicamente de sua
riqueza em melanina. Entretanto, há outros fatores a
considerar, como maior ou menor número de vasos em
determinada região, maior ou menor afluxo de sangue,
conteúdo de hemoglobina, espessura da pele, riqueza de seu
panículo adiposo, e outros de menor importância que
contribuem para as nuanças da cor da pele.


• Circunscrita ou sem limites precisos
 Pele, anexos, mucosas e gânglios linfáticos • Pode ter alteração de textura (aperganminhada,
 Eventualmente avaliar articulações e nervos descamação, furfurácea, etc)
periféricos
 Inspeção e palpação: esclarecer sobre
transmissibilidade
• Lesão elementar
• Cores
• Forma
• Simetria
• Alterações secundárias
• Distribuição – topografia
• Arranjo
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MANCHAS PIGMENTARES LESÕES VASCULARES PERMANENTES:
Estão relacionadas primariamente a concentração de
melanina. Existem 3 tipos fundamentais: 
caracterizam-se pelo aumento do número de vasos;
• MANCHA ACRÔMICA: ausência de melanina podem ser planas ou elevadas; dependendo do
• MANCHA HIPOCRÔMICA: diminuição de melanina aspecto ou da cor ganham sua especificação.
• MANCHA HIPERCRÔMICA: excesso de melanina
 a
telangiectasia é uma
dilatação permanente do
calibre de pequenos vasos

 :o
nevo anêmico é caracterizado clinicamente por
mancha hipocrômica que não se torna eritematosa
depois de ser friccionada; é consequência de
Outros pigmentos endógenos ou exógenos também
reatividade vascular alterada em decorrência da
modificam a cor da pele. Dentre os pigmentos endógenos,
ação local das catecolaminas. Faz diagnóstico
figuram a bilirrubina na icterícia, e a alcaptona na ocronose
diferencial com o nevo acrômico (ausência de
(cor escura). Entre os pigmentos exógenos, há os de
melanina), que se torna eritematoso à fricção.
natureza alimentar, como o caroteno, que pode imprimir à
pele uma tonalidade amarelada (xantocromia) quando
ingerido em excesso, sobretudo em diabéticos, que não LES ÕES DE CONTE ÚDO S ÓLIDO
metabolizam bem a vitamina A. Exemplos de pigmento
exógeno de natureza medicamentosa são a clofazimina (cor
escura), os antimaláricos (cor amarelada) e a amiodarona
(tonalidade azul-acinzentada). São lesões sólidas, elevadas, de até 1 cm de diâmetro que
variam em número, cor e arranjo.
As pápulas podem ter origem:
MANCHAS VASCULOSSANGUÍNEAS  ocorrem pelo aumento de células de
 uma ou das várias camadas da epiderme (possuem
 limites mais precisos)
➔ à ã
 consequentes ao aumento de células
➔ - ã çã mesenquimais ao nível da derme papilar (tem
ê limites menos definidos)
➔ ú : ã à ã  decorrem da concomitância das duas
é
anteriores.
➔ : ú ã â

Estão relacionadas com alterações dos vasos sanguíneos e


podem ser subdivididas em dois grupos: transitório e
permanente.

lesões vasculares transitórias:


São de ordem funcional e seu aparecimento e duração
variam de acordo com o elemento causal e a natureza do
processo; não apresentam relevo.
→ Eritema (na pele) e enantema (nas
mucosas) são caracterizados pela cor avermelhada,
mais ou menos intensa, em decorrência de afluxo É uma lesão elevada medindo mais de 1 cm que surge como
maior de sangue arterial consequente a hiperemia consequência da confluência de numerosas pápulas.
ativa (dilatação de arteríolas). O eritema em áreas
extensas recebe o nome de exantema, podendo ser
morbiliforme (sarampo, rubéola) ou
escarlatiniforme (escarlatina).
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LES ÕES POR SOLUÇ ÃO DE CONTINUIDADE

 Localizado na epiderme e/ou derme: facilmente
identificado
 Localizado na hipoderme: mais palpável que visível É a perda superficial da epiderme sem atingir a derme.
nódulo que sofre necrose → eliminação de material • erosão secundária ao trauma mecânico
gomoso → cicatriza

➔ çã ó â
➔ é çã ó é â
çõ á ó â á
➔ : çõ

Compromete derme, hipoderme, podendo chegar a músculo


e osso.

Lesão exofítica por hipertrofia de papilas dérmicas e cones


interpapilares.
São projeções sólidas que emergem à superfície da pele,
digitiformes, moles, por vezes sangrantes, de tamanhos
variados. São derivadas da hipertrofia de epiderme, derme
papilar ou de ambas.
quando a superfície torna-se queratósica (é É uma solução de continuidade linear e estreita que se
seca) estende da superfície da pele até a derme.

: é ú -
ó í í
Conexão entre uma cavidade, órgão ou vaso com outra
estrutura ou meio externo.

Lesões de conteúdo líquido de caráter seroso ou citrino,


sanguinolento ou purulento (quando purulento se chama
pústula: estéril ou não)
 Vesículas são menores que 1 cm
 Bolhas são maiores que 1 cm
 Quando intraepidérmicas: efêmeras, flácidas
 Quando subepidérmicas: duradouras, tensas

LES ÕES CADUCAS

São células corneificadas situadas na superfície cutânea ou


desprendidas desta. Variam em tamanho e cor. São
chamadas de lamelares quando seu aspecto é laminado; de
furfuráceas ou pitiriásicas, quando a descamação é fina ou
pulverulenta.
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ALTERAÇ ÕES SECUNDÁRIAS


Resultam do dessecamento de lesões de conteúdo líquido.
Pode ser de origem serosa, seropurulenta, purulenta
(melicérico) ou hemática. é a distensão cutânea pelo aumento do volume da
área que se torna amolecida e depressível. Decorre do
extravasamento de serosidade na pele.
aumento da consistência e da espessura da
pele derivada de infiltração de elementos do sangue ou de
células neoplásicas.

Lesão resultante da necrose tecidual por anóxia. Tem o


tecido enegrecido, seco, de tamanho e profundidade
variável.

SEQUELAS

É a diminuição da espessura da pele resultante do É o espessamento da camada córnea, podendo determinar


adelgaçamento da epiderme, derme ou subcutâneo. A pele o aumento da consistência, a perda de elasticidade e o
toma aspecto pregueado, permitindo, por vezes, a endurecimento da pele.
visualização dos vasos sanguíneos superficiais. Quando
acompanhada de hiperpigmentação e telangiectasias é
chamada poiquilodermia.

É o espessamento crônico da pele com a acentuação das


pregas naturais, descamação e hiperpigmentação. É
resultante de dermatites pruriginosas crônicas que levam ao
alongamento das papilas dérmicas.

É um tecido fibroso que substitui o tecido normal destruído


por traumatismo ou doença cutânea. Pode ser hipertrófica
ou atrófica, tomando a conformação da lesão que a originou.
Sofia Cerqueira- 7° Semestre (2022.1)

 refere-se à extensão de
Área circunscrita de enduração cutânea detectável somente uma bolha para a pele adjacente sem bolhas.
à palpação. Dificilmente é pregueada entre os dedos e pode
ser acompanhada por aumento ou diminuição da  descamação observada pelo
pigmentação. estiramento da pele, que pode provocar descamação
na área acometida.

 Pelo simples atrito de uma pápula


ou mácula (em caso de mastocitose), ocorre a
formação de uma lesão ponfosa, decorrente da
liberação de histamina e demais aminas vasoativas
pela degranulação dos mastócitos com o atrito – é o
sinal de Darier, patognomônico da mastocitose

 espectro UV de 340 a 450 nm,


forma da lesão luz negra. - Aspecto vermelho-brasa: pitiríase
versicolor, tinhas do couro cabeludo, eritrasma.
→ Arredondada, anular, em gota/gutata, numular, em
Branco marfínico: vitiligo.
alvo, linear retilínea, linear serpiginosa, poligonal etc

maneira como se dispõem


→ Arciforme, herpetiforme, policíclico, agrupadas,
rendilhado etc
→ Seguindo dermátomos
→ Seguindo linhas de Blaschko → padrão de
crescimento e desenvolvimento natural da pele,
relaciona-se com mosaicismo
→ Seguindo as linhas de tensão

➔ Fotodistribuição
➔ Superfícies extensoras x flexoras
➔ Áreas seborreicas: cabeça, pescoço, parte superior
de tronco e centrofacial
➔ Zonas flexurais

São eventos não explicados.


➔ Fenômeno de Koebner ou isomórfico: reprodução da
lesão em local de trauma
➔ Fenômeno de Koebner reverso ou Renbeok:
regressão da lesão após trauma local
➔ Fenômeno de patergia: desenvolvimento de
pústulas ao mínimo trauma
➔ Fenômeno isotópico ou de Wolf: nova doença em
local onde já houve lesão – já resolvida

 pressionando uma
lâmina de vidro sobre uma lesão eritematosa
(púrpuras, sarcoidose).

 pressionando um instrumento de
superfície arredondada, lisa e pequena, pode-se
reproduzir uma lesão urticada.

 descolamento da pele após


pressão lateral próxima a lesões bolhosas

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