Você está na página 1de 3

Fisioterapia CN1

Paralisia Braquial Obstétrica

Fisiopatologia

O Plexo Braquial é uma rede de nervos formados a partir das raízes cervicais de C5 a T1,
sendo responsável pela inervação motora e sensitiva dos membros superiores. As lesões
traumáticas mais comuns são as que acontecem no tronco superior (formado pelos ramos
ventrais das raízes C5 e C6) e no tronco inferior (formado pelos ramos anteriores de C8 e T1).

As lesões do tronco superior são geralmente causadas por trauma. Os exemplos mais
clássicos são a queda sobre o ombro (figura1) ou tração do braço no momento do nascimento
(figura 2).

Fig.1 Fig.2

Em ambos os exemplos, o mecanismo de lesão foi um afastamento da cabeça em relação


ao ombro, causando estiramento das raízes nervosas e consequente dano estrutural.

Este estiramento resulta então em danos de estruturas nervosas (rutura de nervos,


compressões, etc.) que leva a uma paralisação do membro superior.

Catarina Teixeira 10170195


Fisioterapia CN1

Tratamento

A abordagem do paciente com lesão do plexo braquial tem como objetivos a recuperação
funcional e a redução de possíveis complicações, visando maior independência e melhor
qualidade de vida.

As principais complicações nestes pacientes são alterações da sensibilidade, perda total ou


parcial dos movimentos do membro, assimetrias posturais, deformidades articulares,
omoplata alada, desequilíbrios musculares e retrações das partes moles.

A fisioterapia pode e deve ser iniciada logo após o diagnóstico, no sentido de potenciar ao
máximo a recuperação do membro afetado.

As sessões de fisioterapia no recém-nascido podem ser estruturadas em 4 momentos:

1. Correção da postura
2. Mobilização passiva
3. Posicionamento do braço
4. Ensino aos pais

O posicionamento do braço assume um papel fundamental e deve ser ensinado aos


pais/cuidadores, para que possa ser realizado ao longo dos dias, mesmo para além das sessões
de fisioterapia. Devemos estimular 4 posições:

1. A abdução com rotação externa


2. A abdução horizontal com supinação
3. A adução
4. A rotação interna (esta só depois da criança completar 28 dias)

O posicionamento deve ser implementado logo após o diagnóstico, durante o dia e nas
horas de amamentação e também ao longo da noite. É importante ter atenção ao
posicionamento do membro superior lesionado durante as amamentações e o banho para
evitar o agravamento da condição. O bebé deve usar sempre que possível roupas largas.

Catarina Teixeira 10170195


Fisioterapia CN1

Em termos de estratégia de intervenção devemos considerar o membro superior como


parte de um todo, promovendo a simetria e a correção postural, de modo a haver uma
informação propriocetiva adequada. Até aos 4 meses devemos favorecer a atividade bilateral,
privilegiando a simetria com enfoque na linha média. A partir dos 3 meses pode estimular-se a
posição de decúbito ventral com apoio do braço afetado, para o estimular.

Posturalmente devemos sempre ter em atenção o bebé na sua globalidade, construindo


uma base de suporte correta, para dar-lhe pontos de referência adequados.

Referências Bibliográficas
https://www.fisiolar.pt/index.php/pt/blog-saude/saude/paralisia-obstetrica-lesao-do-
plexo-braquial

Alexander R, Boehme R, Cupps B. Normal Development of Functional Motor Skills. The First
Year of Life. Tucson: Therapy Skil Builders; 1993.

Campbell SK. Pediatric Neurologic Physical Therapy: 2nd ed. New York: Churchill Livinstone;
1991.

Catarina Teixeira 10170195

Você também pode gostar