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QUESTÕES
Nessa entrevista, podemos observar bem o que Daisi I. Vogel diz sobre
como o jornalismo se coloca de maneira exploratória e participativa diante de
um personagem tornado notícia pelo seu fazer literário. Criando, desse modo,
uma situação peculiar de produção do texto: a entrevista produz um novo texto
do escritor, em co-autoria com o jornalista, enquanto a literatura ingressa num
espaço de discussão, divulgação e mesmo produção.Adélia, uma poetisa
mineira, criada de forma extremamente religiosa,decobriu na poesia como ela
mesmo disse, um forma de expressar o erotismo que segundo ela, está inclusive
nas sagradas escrituras, “A figura do escritor entrevistado é, desde o início,
aquela que mais perturba, pois ele aí está porque assinou seu livro, mas não é o
seu livro que se mostra, e sim o escritor, em seu papel constituído. Barthes
prefere chamar de escreventes. Acreditamos,que nessa entrevista, Adélia
precisou passar da função de escritora para escrevente,dando sua opinião e
contribuição para comunicação social, função de dizer em qualquer “ocasião e
sem demora o que pensa”. Enquanto escrevente acionou e articulou o teatro da
linguagem, “movendo-se entre um papel e outro à medida que joga com tais
papéis, escrevendo uma trajetória de si”.