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Questão 01

Nos termos do art. 26, I, II e § 3º do CDC, no qual o direito de reclamar pelos vícios
aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito.
Seguindo uma visão doutrinaria de PAULO JORGE SCARTEZZINI GUIMARÃES
propõe a aplicação subsidiária do Código Civil, que prevê o prazo de 180 dias durante o
qual o vício oculto pode se manifestar (art. 445, caput e § 1º), argumentando que este limite
é suficiente para “descoberta de qualquer falta de qualidade ou quantidade no produto”.
Diante do caso concreto o comprador do veículo poderá alegar o vício oculto de uso,
tendo como prazo decadencial de 90 dias, iniciando-se no momento em que fica evidenciado
o defeito. Entretanto, o direito adquirido ao consumidor para arguir uma reclamação de um
produto vicioso não é permanente. Nos quais, diante dos princípios da boa-fé objetiva, da
razoabilidade e da vedação de enriquecimento ilícito, deverá se observar qual o tempo médio
de vida útil do bem acometido pelo vício e assim a reclamação será legitimada.

Logo, não fosse por estes termos, como bem pontuado, o fornecedor seria
eternamente responsável pelas falhas decorrentes do desgaste natural do veículo, o que o
acarretaria em enriquecimento ilícito ao consumidor, infringindo os princípios da boa-fé e da
razoabilidade como se verifica na Jurisprudência comentada: STJ - 4ª Turma - Defeito
manifestado após o término da garantia contratual (REsp 984.106-SC).

Questão 02

Nos termos do art. 14 do CDC, o fornecedor de serviços responde


independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Diante do entendimento do STJ, a responsabilidade do caso em questão será
subjetiva, contudo, o profissional liberal comprovando que os danos apresentados ao paciente,
surgiram de fatores externos e alheios em seu exercício profissional, poderá usar a inversão do
ônus da prova e ser responsabilizado subjetivamente com culpa presumida.
No qual se verifica na Jurisprudência STJ. 4ª Turma. REsp 985.888-SP, Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 16/2/2012.
I – A obrigação nas cirurgias meramente estéticas é de resultado, comprometendo-se o
médico com o efeito embelezador prometido.
II – Embora a obrigação seja de resultado, a responsabilidade do cirurgião plástico
permanece subjetiva, com inversão do ônus da prova (responsabilidade com culpa
presumida) (não é responsabilidade objetiva).
III – O caso fortuito e a força maior, apesar de não estarem expressamente previstos
no CDC, podem ser invocados como causas excludentes de responsabilidade.

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