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Doação Modal versus Doação Remuneratória

Andreia Moreira; Sérgio Tenreiro Tomás


1
Mestrado em XXXX
2
CICCESI, ESTG /P.PORTO – Centro de Inovação e Investigação em Ciências Empresariais e Sistemas de
Informação, Escola Superior de Tecnologia e Gestão / Politécnico do Porto
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Outra, se existir
emails: 80000@estg.ipp.pt, orientador@estg.ipp.pt, co@estg.ipp.pt

RESUMO
<Escrever aqui o resumo> (150 palavras)
Palavras-chave: <escrever as palavras-chave, no máximo 6>.

1 Introdução

A doação, segundo o estabelecido pelo artigo 940º nº1 do atual Código Civil, consiste no contrato pelo qual uma
pessoa, por espírito de liberalidade e à custa do seu património, dispõe gratuitamente de uma coisa ou de um direito, ou
assume uma obrigação, em benefício do outro contraente 1, que o aceita. Através desta figura, o doador transfere do seu
património bens ou vantagens para o donatário, sem a presença de qualquer remuneração 2. Trata-se, portanto, de um ato
de mera liberalidade, consagrando-a como um contrato benévolo3, unilateral e gratuito4.
De acordo com o retratado pelo Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, datado de 26 de Setembro de 2017, só
podem considerar-se doações as transferências que têm origem no património do doador, tendo, em (verificar se a
palavra no acordão é mesmo “em”) consequência natureza patrimonial, já que aumentam o património do donatário sob
o ponto de vista económico5.
Importa ainda referir que o referido contrato engloba várias modalidades, como: doação pura e simples, condicional,
remuneratória, conjunta, doação “mortis causa”, a nascituros, oficiosa, modal, entre casados, entre outras. (não há
nenhum artigo do CC em que diga as diferentes modalidades de doação)
Apesar das diversas modalidades incorporadas no contrato de doação cumpre-nos apenas apreciar duas delas: doação
modal e doação remuneratória.
A doação modal encontra a sua aceção no artigo 963º do Código Civil e consiste “numa restrição imposta ao
beneficiário da liberalidade que o obriga à realização de determinada prestação no interesse do autor da liberalidade, de
terceiro, ou do próprio beneficiário” 6. Por sua vez, a doação remuneratória, comtemplada no artigo 941º do Código

1 Código civil
2 http://tgccontratos.blogspot.pt/2015/01/doacao.html

3 A doação é encarada como um contrato benévolo. Isto é, como um contrato que traz benefícios ao donatário/beneficiário da
doação, traduzindo-se num ato espontâneo, demonstraçã de boa vontade.
4 Tal como afirma Menezes Leitão no manual de Direito das Obrigações, no contrato de doação “não existe qualquer contrapartida
pecuniária em relação à transmissão dos bens ou à assunção de obrigações, importando assim apenas sacrifícios económicos para
uma das partes, o doador. A onerosidade nem sequer se verifica em relação à doação com encargos /art.963º), dado que o encargo
não constitui uma contrapartida de atribuição patrimonial do doiador, sendo antes uma mera restrição à liberalidade”.
http://tgccontratos.blogspot.pt/2015/01/doacao.html (Não encontrei esta citação neste link. Verifica se está bem referido, ou se
indicas apenas o Manual de Direito das Obrigações. Se colocares o Manual de Direito das obrigações, faz a referência bibilográfica
de forma correta)

5 Acórdao
6 Supremo TRIBUNAL DE JUSTICA- 01-07-2010 oliveira vasconcelos (falta o número de processo)
ESTG Masters – 7.Março.2018 – CICCESI, ESTG / P.PORTO
Civil, é entendida como um ato de gratidão que, “divergindo, embora, da liberalidade pura, por terem ínsito um
propósito de generosidade e uma espontaneidade, arredado de espírito interesseiro, como seja a expectativa de qualquer
tipo de retribuição já que, na sua génese, nunca se encontra um dever jurídico de pagar”7.
A exposição do presente tema trata-se de uma questão controversa, geradora de debate, sobretudo no momento em que
cumpre apreciar, na prática, perante qual destas modalidades se está efetivamente presente.
È nosso objetivo, demonstrar, de forma inequívoca, a distinção das duas modalidades de doação suprarreferidas, assim
como as suas semelhanças, contribuindo desta forma para um esclarecimento cabal da comunidade científica.

2 - Doação Modal e Doação Remuneratória

2.1 - Doação Modal

A doação modal é uma modalidade de doação comtemplada no nosso Código Civil, tendo a sua previsão legal no artigo
963º nº1 do CC. Está-se perante a possibilidade das doações serem oneradas com encargos.
“O modo ou encargo consiste numa restrição imposta ao beneficiário da liberalidade obrigando-o à realização de
determinada prestação no interesse do autor da liberalidade, de terceiro ou do próprio beneficiário. Apesar de por vezes
se intitular a doação com encargos de doação onerosa, não se pode falar neste caso, da existência de onerosidade, pois
se assim fosse, estaríamos não perante uma doação, mas antes perante uma compra e venda” 8.
É necessário termos em conta que apenas existe doação com encargos quando o valor do encargo, propriamente dito,
não supere o valor da doação, de forma a que o donatário ainda receba um benefício que represente um valor superior
àquele que se obrigou a despender em consequência dos alegados encargos9.
Posto isto, facilmente compreendemos que estamos perante uma restrição à liberalidade e não perante uma
contraprestação, ficando o encargo limitado ao valor da própria liberalidade, estabelecendo por isso o art.963º nº2 CC
que o donatário não é obrigado a cumprir os encargos senão dentro dos limites da coisa ou do direito doado 10.

2.2 – Doação Remuneratória

A doação remuneratória trata-se de uma modalidade atípica da doação figurando no artigo 941º do CC como uma
“liberalidade remuneratória de serviços recebidos pelo doador, que não tenham a natureza de dívida exigível”.
O que caracteriza este tipo de doações é precisamente o facto de os serviços que se pretendem remunerar não terem a
natureza de dívida exigível11; não havendo qualquer obrigação por parte do doador em relação ao donatário. No entanto,
o facto do doador ter ficar grato pela receção de determinado serviço, leva-o a querer remunerar quem lho prestou,
ainda que em termos jurídicos a isso não seja obrigado 12, estando assim presentes os requisitos de liberdade e
espontaneidade.
De referir que para haver doação remuneratória a remuneração dos serviços prestados não pode corresponder a
qualquer obrigação por parte do recetor. O beneficiário dos serviços prestados apenas se limita a restituir aquilo que
7 SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA –SEBASTIAO POVOAS 26-09-2017(falta o número de processo)
8 Direito das obrigações pp 189-190 (falta fazer corretamente a referência bibliográfica SOBRENOME DO AUTOR (em
maísuculas), Nome – Nome da obra (o nome da obra é sempre em itálico). Edição (se for primeira edição não se coloca nada).
Local: Editora, Ano, pp. 189-190)
9 Direito das obrigações 190 (falta fazer corretamente a referência bibliográfica SOBRENOME DO AUTOR (em maísuculas),
Nome – Nome da obra (o nome da obra é sempre em itálico). Edição (se for primeira edição não se coloca nada). Local: Editora,
Ano, pp. 189-190)
10Direito das obrigações (falta fazer corretamente a referência bibliográfica SOBRENOME DO AUTOR (em maísuculas), Nome
– Nome da obra (o nome da obra é sempre em itálico). Edição (se for primeira edição não se coloca nada). Local: Editora, Ano, pp.
189-190)
11Código civil anotado
12Do contrato de doação p.197 (falta fazer corretamente a referência bibliográfica SOBRENOME DO AUTOR (em maísuculas),
Nome – Nome da obra (o nome da obra é sempre em itálico). Edição (se for primeira edição não se coloca nada). Local: Editora,
Ano, pp. 189-190)
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recebeu, existindo assim uma relação entre o serviço e a doação, uma vez que a intenção do doador é precisamente
remunerar o serviço prestado.

2.3 – Problemática

Uma das questões que têm sido debatidas é precisamente a problemática da doação modal e da doação remuneratória.
Sendo a doação um contrato, “como contrato que é, exige o concurso e acordo de duas vontades—embora em certos
casos se dispense a aceitação, como é o caso das doações puras feitas a incapazes.”(Colocar de onde retirate isto....fica
na nota 13)
Uma coisa, porém, é certa: a essência da doação ser gratuita, não se podendo configurar uma dação em pagamento ou
outra espécie de contrato oneroso. Ou seja, na doação não há prestação correlativa do donatário.
Mesmo que, secundária ou acessoriamente, a liberalidade esteja conjugada com o interesse pessoal do doador—que
pode ter interesse moral, afectivo, material, etc.- o certo é que o doador dá para beneficiar o donatário, num acto
espontâneo, ou seja, não determinado por uma obrigação jurídica anterior. O mesmo acontece nos casos em que o
donatário tenha de suportar encargos que o doador tenha imposto (doações modais).
Com efeito, mesmo nas doações modais – “oneradas com encargos” (artº 963º)— em que “tem a vontade das partes de
ser dirigida sempre a um enriquecimento do receptor, embora diminuído na medida dos meios necessários para a
execução do encargo; a intenção de doar tem de exceder a de obrigar o outro a uma prestação; a execução do encargo só
pode ser fim acessório” (Larenz, citado pelo Prof. Vaz Serra, no Bol. M.J., 75-271, nota). Passar para nota de
rodapé...fica nota 14
Quanto à questão da doação remuneratória (art.941º CC) não há por banda do atribuinte qualquer dever jurídico, nem
moral ou social, de remunerar o serviço recebido pelo doador: a liberalidade não apresenta uma solutio nem uma dação
em cumprimento [Antunes Varela, Noções Fundamentais de Direito Civil, vol. I, 3ª ed., pág. 451 e P.Lima e A. Varela,
CC Anotado, vol. II, pág. 184]. Passar para nota de rodapé....fica nota 15

Uma coisa há que adiantar desde já: os serviços “recebidos pelo doador” de que fala o artº 941º são os serviços
passados, pois se forem futuros já não se tratará de doação remuneratória. Tratar-se-á de pagamento de dívida exigível
no futuro por serviços então prestados ou então de doação onerada com um encargo—precisamente o encargo da
prestação do serviço. O artº 941º fala, não em dívida exigida, mas em “dívida exigível”: “desde que ela é ou era
exigível, já não há doação remuneratória, mas pagamento de serviços, embora por preço que, na opinião do devedor,
seria superior ao seu valor real” (Batista Lopes, Das Doações, págs. 21/22). Passar para nota de rodapé....fica nota 16.

A diferença entre os dois tipos de doações é bem acentuada por Maria Ramalho: Maria do Rosário Palma Ramalho, in
Sobre a doação modal, Revista “O Direito”, Ano 122, 1990, III, IV-Julho/Dezembro--, a pág. 736. Passar para nota de
rodapé...fica nota 17 “as duas figuras podem ser distinguidas tanto por um critério temporal como por um critério de
causalidade. Por um lado, enquanto a doação remuneratória visa compensar serviços já prestados, a doação modal exige
do donatário uma prestação futura; por um lado, enquanto na doação remuneratória o doador atribui a vantagem
patrimonial ao donatário por causa dos serviços prestados, na doação modal ele atribui o benefício patrimonial para que
o donatário preste certos serviços”13.

3 - Metodologias da Investigação

Numa primeira fase será recolhida a bibliografia e jurisprudência relevante, que será selecionada e organizada de acordo
com o tema em estudo.
Numa segunda fase proceder-se-á a leitura e análise das fontes primárias e secundárias, organizando e relacionando-as
com os conhecimentos adquiridos durante licenciatura, mestrado e estágio.
13Acórdão Tribunal da Relação do Porto – processo n.º 0633771(confirmar o n.º de processo), de 14 de Setembro de 2006. Relator
Fernando Baptista
ESTG Masters – 7.Março.2018 – CICCESI, ESTG / P.PORTO
Numa fase mais avançada será elaborada a esquematização e estruturação do Projeto Avançada e a sua elaboração.
Na fase final será feita a preparação da defesa do projeto Avançado.

4 Conclusões

“Doação remuneratória não se confunde com a doação modal: naquela visa-se compensar os serviços já prestados;
nesta o doador atribui o benefício patrimonial para que o donatário preste (futuramente) certos serviços.
Desta forma, sendo a doação modal uma forma ou modalidade de doação que se caracteriza pela imposição ao
donatário de uma obrigação ou de um ónus (encargo), esta obrigação ou ónus é, porém, meramente acessório daquela,
sem ter a natureza de contraprestação da atribuição patrimonial do doador, não colidindo, por isso, com a qualificação
contratual daquela figura que continua a ser um verdadeiro contrato gratuito (negócio jurídico gratuito)” 14.
Por sua vez, a doação remuneratória ….. (escrever umas 3 a 4 linhas sobre a essência desta doação).

Referências

<escrever referências em formato APA>

14Acórdão Tribunal da Relação do Porto – processo n.º 0633771(confirmar o n.º de processo), de 14 de Setembro de 2006. Relator
Fernando Baptista
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