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TRABALHO VOLUNTÁRIO

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Lei 9.608/98
Art. 1o Considera-se serviço voluntário, para os fins desta Lei, a atividade não remunerada
prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de
fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou
de assistência à pessoa.
(...)

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Obs: o rol de finalidades é exemplificativo ou exaustivo?

(...) II) TRABALHO RELIGIOSO - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA IGREJA - RELAÇÃO DE EMPREGO
NÃO CARACTERIZADA - REEXAME DE FATOS E PROVAS VEDADO PELA SÚMULA 126 DO TST. 1. A
Lei 9.608/98 contemplou o denominado -trabalho voluntário-, entre os quais pode ser
enquadrado o trabalho religioso, que é prestado sem a busca de remuneração, em função de
uma dedicação abnegada em prol de uma comunidade, que muitas vezes nem sequer teria
condições de retribuir economicamente esse serviço, precisamente pelas finalidades não
lucrativas que possui. (...) (AIRR - 148200-76.2009.5.04.0751 , Relator Ministro: Ives Gandra
Martins Filho, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/09/2012)

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Obs2: presunção de inexistência de vínculo de emprego

Lei 9.608/98
Art. 1º (...)
Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de
natureza trabalhista previdenciária ou afim.

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Obs3: necessidade de termo de adesão?
Lei 9.608/98
Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a
entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto
e as condições de seu exercício.

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - VÍNCULO EMPREGATÍCIO - ÔNUS DA


PROVA. No caso, a reclamante alegou a existência de vínculo com a primeira-reclamada como
fato constitutivo do seu direito. Os reclamados, por sua vez, suscitaram fato impeditivo do
acolhimento da pretensão autoral, qual seja, que o contrato de trabalho foi voluntário, ligado ao
Programa Social de Capacitação e Geração de Renda para Inclusão no Mercado de Trabalho. A
prova dessa alegação foi feita por meio do -Termo de Adesão para Trabalho Voluntário-.
Desincumbiram-se, portanto, do encargo probatório previsto nos arts. 818 da CLT e 333, do CPC.
Na forma como posta, portanto, a decisão regional, ao estabelecer que era ônus da reclamante
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comprovar relação jurídica diversa da voluntária, não afrontou os dispositivos indicados.
Desincumbindo-se se os reclamados do encargo probatório quanto a fato impeditivo do direito
da autora, o ônus de comprovar o desvirtuamento da relação havida permaneceu com a
reclamante. Contudo, a prova produzida foi insuficiente ao convencimento do julgador. Agravo
de instrumento desprovido.
( AIRR - 10740-35.2010.5.04.0000 , Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de
Julgamento: 29/06/2011, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 05/08/2011)

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Obs4: o rol de tomadores de serviço é exaustivo ou exemplificativo?

Lei 9.608/98
Art. 1o Considera-se serviço voluntário, para os fins desta Lei, a atividade não remunerada
prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de
fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos
ou de assistência à pessoa.
(...)

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(...) PROGRAMA DE VOLUNTÁRIOS DA COPA DO MUNDO FIFA 2014. COMITÊ ORGANIZADOR BRASILEIRO
LTDA. (COL). PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. FINS LUCRATIVOS. LEI Nº 12.663/2012 ("LEI GERAL
DA COPA"). ADI Nº 4.976/DF. SERVIÇO VOLUNTÁRIO. CONTEXTO ATÍPICO. EXCEPCIONALIDADE DA
LIMITAÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 1º DA LEI Nº 9.608/98. DECISÃO JUDICIAL E ANÁLISE DE SUAS
CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS. SOLUÇÃO JURÍDICA PROPORCIONAL, EQUÂNIME E COMPATÍVEL COM OS
INTERESSES GERAIS (ARTIGOS 20 E 21 DA LINDB - INCLUÍDOS PELA RECENTÍSSIMA LEI Nº 13.655/2018).
(...) No presente caso, o programa sob a responsabilidade do réu previa que o voluntário deveria ter
idade mínima de 18 (dezoito) anos e disponibilidade para trabalhar no período de 20 (vinte) dias
corridos, em turnos que poderiam alcançar até 10 (horas) de trabalho, conforme premissas fáticas
delineadas na decisão regional, observando-se o requisito legal acerca da celebração mediante termo de
adesão entre a entidade contratante e o voluntário, e constituindo prova documental da não
formalização do vínculo de emprego. Já em relação à natureza não onerosa da prestação do serviço,
relevante destacar a definição veiculada pela Organização das Nações Unidas (ONU): "voluntário é o
jovem, adulto ou idoso, que devido a seu interesse pessoal e seu espírito cívico, dedica parte do seu
tempo, sem remuneração, a diversas formas de atividades de bem estar social ou outros campos." A
propósito, vale conferir a lição de Maurício Godinho Delgado, segundo o qual a dimensão subjetiva do
serviço voluntário "traduz-se, pois, na índole, na intenção, no ânimo de a
pessoa cumprir a prestação laborativa em condições de benevolência. Essencialmente tal ideia importa
na graciosidade da oferta do labor, em anteposição às distintas formas de trabalho oneroso que
caracterizam o funcionamento da comunidade que cerca o prestador de serviços." (Curso de direito do
trabalho - 12ª ed. - São Paulo: LTr, 2013, p. 350-351). Nesse aspecto, é nítida a intenção dos milhares de
voluntários (cerca de 14 mil pessoas dentre 152 mil cadastros realizados) que trabalharam em evento
internacional esportivo por interesses alheios ao de receber remuneração pelas atividades prestadas. (...)
Entretanto, diferentemente do que pretende fazer crer o Parquet, não se trata simplesmente da análise
de violação ou não do artigo 1º da Lei nº 9.608/98, diante dos lucros auferidos pelo réu, sob a ótica
formal-legalista. A matéria trazida ao debate não se esgota no direito material propriamente dito; há que
se levar em conta o aspecto imaterial do evento no chamado "País do Futebol", reconhecido, inclusive,
pela expressão "Pátria de Chuteiras" - metáfora preconizada na célebre frase do escritor e jornalista
brasileiro Nelson Rodrigues, para descrever a mobilização, a expectativa e o sentimento que as copas do
mundo geram no País. (...) A FIFA, de fato, é entidade privada de caráter internacional e, como é de
conhecimento geral, obteve vultosos resultados financeiros com o evento realizado. Contudo, nos
moldes da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, a edição da Lei nº 12.663/2012 resultou de
compromisso assumido pela República Federativa do Brasil, ainda à época de sua candidatura a sediar a
Copa de 2014, em se comprometer com o conjunto de garantias apresentadas,
em decorrência de decisão soberana do País. Destarte, lógica semelhante há de se adotar no
presente caso, "como sistema de gerenciamento de situações excepcionais", em que o serviço
voluntário prestado na organização e realização dos eventos da COPA DO MUNDO FIFA 2014 não se
sujeita à limitação prevista no artigo 1º da Lei nº 9.608/98. Em arremate, necessária a menção da
recentíssima alteração na LINDB, introduzida pela Lei nº 13.655, de 25 de abril de 2018, no sentido
de que "não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as
consequências práticas da decisão", bem assim que a decisão deverá ser proporcional, equânime,
eficiente e compatível com os interesses gerais (artigos 20 e 21 da LINDB) - destaquei. Sendo assim,
conquanto legítima e louvável a iniciativa do Ministério Público do Trabalho, inclusive, respaldada
pelo então "MANIFESTO CONTRA O TRABALHO ' VOLUNTÁRIO' NA COPA" (assinado por mais de 200
renomados representantes da comunidade jurídica), em trazer ao debate desta Corte Superior tema
de magna importância, principalmente em razão da polêmica instaurada, conclui-se pela
manutenção de improcedência dos pedidos iniciais formulados. Agravo de instrumento conhecido e
não provido. (AIRR - 10704-52.2014.5.01.0059 , Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão,
Data de Julgamento: 29/08/2018, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/09/2018)
Obs5: Possibilidade de ressarcimento de despesas

Lei 9.608/98
Art. 3º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que
comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias.
Parágrafo único. As despesas a serem ressarcidas deverão estar expressamente autorizadas pela
entidade a que for prestado o serviço voluntário.

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37- (TRT 4º Região/ TRT - 4ª REGIÃO (RS)/ Juiz do trabalho / 2016)
Considere as assertivas abaixo sobre relação de emprego.
III - O serviço voluntário revela espírito de cooperação e colaboração de quem o exerce,
embasado em motivações pessoais, e que busca desenvolver atividades das quais detém
conhecimentos, habilidades e experiência, contribuindo, assim, com a instituição em que atua,
razão pela qual não admite qualquer tipo de remuneração ou de ressarcimento.
Obs6: Trabalho religioso
(…) II) TRABALHO RELIGIOSO - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA IGREJA - RELAÇÃO DE EMPREGO
NÃO CARACTERIZADA - REEXAME DE FATOS E PROVAS VEDADO PELA SÚMULA 126 DO TST. 1. A
Lei 9.608/98 contemplou o denominado -trabalho voluntário-, entre os quais pode ser
enquadrado o trabalho religioso, que é prestado sem a busca de remuneração, em função de
uma dedicação abnegada em prol de uma comunidade, que muitas vezes nem sequer teria
condições de retribuir economicamente esse serviço, precisamente pelas finalidades não
lucrativas que possui. 2. Na hipótese, o Regional, após a análise dos depoimentos das
testemunhas obreiras e patronais, afastou o vínculo empregatício entre o Autor e a Igreja
Evangélica Assembleia de Deus, ao fundamento de que a subordinação jurídica era distinta da
prevista no art. 3º da CLT, em especial porque o Demandante apenas cumpria regras da
congregação, a serem observadas por uma questão de hierarquia na organização da Igreja. 3.
Ademais, conforme se extrai do acórdão atacado, a subordinação existente era de índole
eclesiástica, e não empregatícia. Ora, o fato de o Pastor não ter liberdade para alterar dias e
horários dos cultos não tem o condão, por si só, de caracterizar trabalho subordinado,
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mormente porque toda a atividade humana laboral está sujeita a um mínimo de coordenação.
(...) ( AIRR - 148200-76.2009.5.04.0751 , Relator Ministro: Ives Gandra Martins Filho, Data de
Julgamento: 05/09/2012, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/09/2012)

Decreto 7.107/2010
Art. 16
I -O vínculo entre os ministros ordenados ou fiéis consagrados mediante votos e as Dioceses ou
Institutos Religiosos e equiparados é de caráter religioso e portanto, observado o disposto na
legislação trabalhista brasileira, não gera, por si mesmo, vínculo empregatício, a não ser que
seja provado o desvirtuamento da instituição eclesiástica.
II -As tarefas de índole apostólica, pastoral, litúrgica, catequética, assistencial, de promoção
humana e semelhantes poderão ser realizadas a título voluntário, observado o disposto na
legislação trabalhista brasileira.
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38- (TRT 4º Região/ TRT - 4ª REGIÃO (RS)/ Juiz do trabalho / 2016)
Considere as assertivas abaixo sobre relação de emprego.
I - Apesar da similaridade à relação empregatícia, não há falar em vínculo de emprego entre
pastor e igreja, quando verificada a natureza vocacional e religiosa da prestação de serviços que
se destina à assistência espiritual e à propagação da fé, e não à contraprestação porventura
recebida.
ESTÁGIO

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1- Generalidades

Lei 11.788/08
Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho,
que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o
ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino
médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade
profissional da educação de jovens e adultos.
§ 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo
do educando.
§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à
contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e
para o trabalho.
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Art. 2o O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme determinação das
diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso.
§ 1o Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é
requisito para aprovação e obtenção de diploma.
§ 2o Estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga
horária regular e obrigatória.

Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do § 1o do art. 2o desta Lei quanto na prevista no § 2o do


mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os
seguintes requisitos:
I – matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação
profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;
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II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a
instituição de ensino;
III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo
de compromisso.
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39- (FCC/ TST/ Juiz do trabalho/2017)
A Lei n° 11.788/2008 congrega disposições específicas acerca do estágio de estudantes, dentre
as quais:
III. Preceitua que somente se houver previsão no projeto pedagógico do curso, poderá haver
equiparação entre estágio e as atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na
educação superior, desenvolvidas pelo estudante.

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