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Davi Cruz | Felipe Palma |Mateus Brito |Raphaela Cabral | Raylanne Cândido| Sammy Lopes | Thalia Feitosa 1

DRGE e Cirrose
EXAMES COMPLEMENTARES
Índice
Laboratoriais:

1. Caso 1 – Doença do Refluxo Hb 12,5 Leuco 4500 Plaq 200 mil

Gastroesofágico U 24 Cr 0,6 Na 135

2. Caso 2 – Cirrose Hepática K4 Glicemia de HbA1c 5,2


jejum 90
3. Exame Físico
Sumário de urina: sem alterações
ECG: RS sem alterações US de abdome: Esteatatose
hepática grau II.

Caso 1 - DRGE Professora comenta que nessa aula devemos


focar em diagnósticos diferenciais.
Uma boa opção é fazer uma lista de problemas (P)
e com suspeitas diagnósticas (SD).
ANAMNESE
ID: M.S.D, 38 anos, sexo feminino, natural e procedente
de Itabuna-BA.
SUSPEITAS DIAGNÓSTICAS
QUEIXA PRINCIPAL: Queimor e “alimento voltando” há 6
meses.  Lista de problemas:
HMA: Paciente encaminhado ao ambulatório de → P1. PIROSE E REGURGITAÇÃO
gastroenterologia devido a quadro de pirose e  SD1. DRGE?
regurgitação há 6 meses, cerca de 3x/semana, → P2. SOBREPESO
frequentemente a noite, e que pioram após libação → P3. ESTEATOSE HEPÁTICA
alcóolica e excesso alimentar. Nega náuseas, vômitos, → P4. HAS
dor abdominal ou perda de peso. Ritmo intestinal
 Pode confirmar o diagnóstico de DRGE por conta
preservado 1x/dia e sem alterações. Ritmo urinário
dos sintomas (pirose + regurgitação).
preservado.
IS: NDN
ESTEATOSE HEPÁTICA
Antecedentes pessoais: HAS, faz uso de Losartana 50
 Evolução da cirrose:
mg/dia. Nega alergias, cirurgias, transfusões.
Hábitos de vida: Etilismo social. Nega tabagismo, uso de ESTEATO-HEPATITE NÃO ALCOÓLICA (NASH)
drogas, exposição a DST.
Antecedentes familiares: Mãe diabética/ pai HAS.

EXAME FÍSICO
GERAL: BEG, LOTE, mucosas normocrômicas e
anictéricas
 Os graus de esteatose (são 3):
PESO: 72 kg ALTURA: 1.65 m
TA: 130x70 mmHg FC: 78 bpm FR: 16 ipm. SO2: 98% em
AA
ACV: BRNF em 2T SS
AR: MVBD sem RA
Abdome: Globoso as custas de PA, RHA+, indolor a
palpação, sem VMG ou sinais de IP
Extremidades: Perfundidas e sem edemas

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 Como diferenciar os graus? É possível através do DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO


USG?
 O USG é operador dependente.
 Então avaliar o grau (I, II e III) não é o foco. DEFINIÇÃO
 USG é para avaliar a presença/ausência de
 Afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado
gordura.
anormal do conteúdo gastroduodenal para
 A conduta nesse paciente do caso não se altera
esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando
por conta do grau da esteatose.
um espectro variável de sintomas esofágicos e/ou
 Devem ser analisados outros pontos como
extraesofágicos, associados ou não a lesões
hipertensão, diabetes, colesterol alto, obesidade 
teciduais (complicações).
isso altera a conduta.
 Uma das principais causas de na ESTEATO-HEPATITE
NÃO ALCOÓLICA (NASH), é a obesidade. PATOGÊNESE
 Fatores de risco para a cirrose: diabetes,
 A sua etiologia é multifatorial.
hipertensão e obesidade.
 O refluxo vai depender do aumento da pressão
 Por conta disso o conceito de NASH está mudando
intra-abdominal:
para DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO
✓ Gestação
ALCOÓLICA (NAFLD)  uma vez que é considerada
✓ Gastroparesias (em diferentes graus)
uma doença metabólica.
 O estômago não consegue se
 Isso porque, geralmente, o paciente não
movimentar da forma correta,
tem apenas gordura no fígado e, sim,
fazendo com que os alimentos
outros fatores metabólicos (DM e HAS).
passem tempo demais no estômago,
 O método ideal para avaliar o grau de fibrose (se
sem seguir para o intestino.
pode cirrotizar) ou a presença de cirrose é a
A gastroparesia é chamada também
ELASTOGRAFIA HEPÁTICA por USG (chamado de
de síndrome de atraso no
FIBROSCAM) ou ELASTOGRAFIA (abdome
esvaziamento gástrico.
superior/hepática) POR RESSONÂNCIA.
 Pode ser causado por:
▪ Uso de medicações (como
ozempic)
SINAIS DE ALARME (DRGE) ▪ Diabetes
✓ Condições anatômicas que promovem o
 Disfagia
retorno do alimento (como hérnia)
 Odinofagia
✓ Fatores que relaxam o esfíncter (EIE)
 Perda de peso
✓ Tabagismo e etilismo
 Hemorragia digestiva (alta ou baixa)
 Aumentam a pressão no EIE.
 Náuseas
 Vômitos
 HF de CA (história familiar de câncer)

EDA OU TESTE TERAPÊUTICO?

 Os sinais de alarme influenciam na conduta:


 SEM SINAIS DE ALARME = realizar o teste
terapêutico.
 COM SINAIS DE ALARME = solicitar
endoscopia.

 A patogênese da doença envolve uma série de


COMPLICAÇÕES DA DRGE VISTAS DA EDA fatores, como barreira da JEG ineficaz, devido ao
aumento de frequência de relaxamentos transitórios
 ESOFAGITES (como EROSÕES DISTAIS). do EEI ou hipotonia deste, além da depuração
 ÚLCERA acida esofágica ou eventual anormalidade
 VARIZES

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morfológica (como presença de hernias) pode ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA


ocorrer. O esvaziamento gástrico retardado e
estados hipersecretores de ácido, como em  Muitas vezes vai realizar a endoscopia e não será
tumores secretores de gastrina (gastrinomas), são encontrado nada porque:
fatores adicionais.
 Fatores gástricos também podem ser os
responsáveis, como esvaziamento lentificado ou 30% DRGE EROSIVA
aumento da P abdominal
 2 ou mais dias por semana – período mínimo de 4-8 70% NÃO EROSIVA (NERD)
semanas; p A intensidade e a frequência são fracos
preditores da presença ou da gravidade da
esofagite.  Por isso não é indicado fazer a endoscopia sem
sinais de alarme.
 Quando há erosões, é usada a CLASSIFICAÇÃO DE
LOS ANGELES:
CLÍNICA

ESOFAGIANOS
(TÍPICOS)
SINTOMAS

NÃO – ESOFAGIANOS
(ATÍPICOS)

 ESOFAGIANOS (TÍPICOS): PIROSE, REGURGITAÇÃO E


DOR TORÁCICA.
 EXTRA-ESOFAGIANOS (ATÍPICOS): LARINGITE,
FARINGITE, ROUQUIDÃO, TOSSE, BRONCOESPASMO,
PNEUMONIA DE REPETIÇÃO, OTITE MÉDIA, EROSÃO
DENTÁRIA.  As vezes o grau da erosão atinge a circunferência
esofágica por inteiro e gera uma estenose (retração
cicatricial que estenosa).
SINTOMAS ATÍPICOS
Geralmente o médico clínico realiza conduta TRATAMENTO
nos sintomas típicos e o gastro atende mais
sintomas atípicos.
Por conta de os sintomas atípicos serem de CLÍNICO: MEV e FARMACOLÓGICO
difícil diagnóstico, esses pacientes podem
chegar até a ter tuberculose e pneumonia ENDOCÓPICO
por broncoaspiração.
CIRÚGICO

 O tratamento cirúrgico ocorre quando há uma


hérnia extensa.
DIAGNÓSTICO
 Clínico: Prova terapêutica de supressão ácida
 EDA: idade > 45-55 anos, sinais de alarme CONDUTA PARA O CASO CLÍNICO:
(emagrecimento, anemia, HF de neo, hematêmese,
disfagia e odinofagia) e refratariedade ao
IBP 4-8 SEMANAS
tratamento
 pHmetria: sintomas atípicos, típicos refratários, pré e PROCINÉTICOS SN
pós cirurgia (como hérnia e bariátrica).
MEV
O diagnóstico é clinico e estamos
autorizados a fazer o teste terapêutico.
INIBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS (IBP´S)
Em condições de sinais de alarme ou se
já tratou e não melhorou  faz a EDA.  IBP´s respondem melhor quando ingeridos em jejum
(30 min antes do desjejum).
 A dose padrão plena de omeprazol é de 20mg.

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 Geralmente inicia-se o tratamento com 40 mg.


 Se houver queixas noturnas pode ser 20mg pela
manhã e 20mg a noite. Caso 2 – Cirrose Hepática
 Se não melhorar pode dobrar a dose ou mudar de
IBP.
 Apesar de o mecanismo ser o mesmo, com a troca
ID: A.D.M.L, 44 anos, sexo masculino, natural e
do IBP (ex: omeprazol por pantaprazol) pode haver procedente de Jequié-BA
resultados positivos.
QUEIXA PRINCIPAL: Vômitos com sangue há 12 horas
HMA: Paciente regulado do interior para unidade
 COMPLICAÇÕES DO USO CRÔNICO DE IBP´s: hospitalar com histórico de um episódio de
pneumonia, deficiência de vitamina B12. hematêmese no dia anterior, em grande quantidade,
 INDICAÇÕES DE USO CRÔNICO DE IBP´s: úlceras, evoluindo com fraqueza e mal estar. O mesmo refere
contraindicação cirúrgica, AINEs. que vem notando aumento do volume abdominal nos
 Quando há o uso de AAS é indicada a proteção últimos meses, com discreto edema de membros
inferiores. Negou náuseas, dor abdominal, febre,
através dos IBP´s.
icterícia, colúria, acolia ou demais queixas. Negou uso
de AINE. Refere ritmo intestinal preservado 1x/dia com
Pacientes que não respondem bem a IBP´s,
último episódio mais escurecido. Ritmo urinário
geralmente, não respondem bem a cirurgia. preservado e sem alterações.
IS: Referiu aumento do peso associado ao edema
PROCINÉTICOS apresentado.
Antecedentes pessoais: Nega comorbidades, alergias,
 É um medicamento sintomático (5 dias), evitar uso
cirurgias, transfusões.
crônico.
 Podem ser utilizados para acelerar o trânsito e evitar Hábitos de vida: nega etilismo, nega tabagismo, uso de
drogas, exposição a DST. Epidemiologia positiva para
o refluxo (retorno do alimento).
Chagas e Esquistossomose.
 Exemplos: bromoprida, domperidona, loperamida.
 Essas medicações geram o prolongamento do Antecedentes familiares: Pai cirrótico e portador de
intervalo QT (no eletrocardiograma) e podem CHC. Mãe faleceu de DAC.
predispor uma arritmia.
 Deve ser avaliado a necessidade do uso
EXAME FÍSICO
em idosos e pacientes com bradicardia.
 Para fazer o uso (em idosos, por exemplo) GERAL: REG, LOTE, mucosas hipocrômicas e anictéricas
é recomendado o eletrocardiograma. PESO: 70 kg ALTURA: 1.70 m
TA: 100x60 mmHg FC: 89 bpm FR: 20 ipm SO2: 97% em AA
MUDANÇA DE ESTILO DE VIDA (MEV)
ACV: BRNF em 2T SS
 Dieta
AR: MVBD sem RA
 Elevação da cabeceira
 Alimentação até as 18h Abdome: Globoso as custas de LA, RHA+, Skoda +,
 Gatilhos: álcool, tabagismo, cafeína Traube ocupado, indolor a palpação, baço palpável a
cerca de 4cm do rebordo costal E.
 Evitar deitar após alimentação
 Evitar ingestão de líquidos antes das refeições Extremidades: Perfundidas e com discreto edema
 Restrição de alimentos: individual bilateral +/4+ Neuro: Flapping ausente. Sem déficits
 Atividade física focais.

EXAMES COMPLEMENTAR ES

Laboratoriais:
Hb 11 Leuco 4000 SD Plaq 90 mil
U 40 Cr 0,8 TGO 54
TGP 42 FA 40 GGT 30
BT 1,6 Alb 2,8 TP 70%
RNI 1

US de abdome total: esplenomegalia, moderada


quantidade de líquido ascético.

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EXAME FÍSICO (DISCUSSÃO) HDA

 A hemorragia digestiva alta está relacionada com


a hipertensão portal (quando relacionada ao
órgão fígado).
 O fator que gera a hipertensão portal é a cirrose.

HIPERTENSÃO PORTAL ≠ CIRROSE

SÍNDROME DA HIPERTENSÃO PORTAL

PORTA = VMS + esplênica

• Hipertensão: > 5mmHg (> 10 mmHg


forma varizes e > 12 mmHg
complicações).

VEIA PORTA = VEIA


MESENTÉRICA SUPERIOR
+ VEIA ESPLÊNICA

HIPERTENSÃO PORTAL = Aumento do fluxo na veia porta.

VALORES:
 Quando a pressão está acima de 5mmHg tem a
hipertensão portal.
 Para ter a formação de varizes é preciso estar
ASCITE & SÍNDROME DA HIPERTENSÃO acima de 10mmHg
PORTAL  Para haver sangramento é preciso estar acima de
12mmHg
 Fatores que auxiliam na identificação da síndrome
da hipertensão portal: cirrose, esquistossomose COMO IDENTIFICAR A HIPERTENSÃO PORTAL?
ascite... entre outros.  Existem métodos invasivos e não invasivos de avaliar
 Vale lembrar que a ascite não está apenas a hipertensão portal, mas de maneira geral não
relacionada a problemas no fígado, mas também precisa quantificar.
no coração e rins.  Métodos: avaliação trans-hepática ou fazer um
acesso central e chegar até essa região.
 O USG com doppler é fundamental para identificar
alterações no fluxo.
 A EDA também pode ser utilizada.

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CIRROSE SUSPEITAS DIAGNÓSTICAS


 O paciente pode ter não apenas a hipertensão  Lista de problemas:
portal, como também a cirrose. → P1. HDA (hemorragia digestiva alta)
 ESTIGMAS DE CIRROSE:  SD1. DUP (doença ulcerosa
→ TELEANGIECTASIAS péptica)?
→ RAREFAÇÃO DE PÊLOS  SD2. SECUNDÁRIA A VARIZES?
→ REDUÇÃO DA LIBIDO → P2. ASCITE e ESPLENOMEGALIA a/e SD1. SHP
→ ATROFIA TESTICULAR (síndrome da hipertensão portal).
→ GINECOMASTIA → P3. BICITOPENIA
→ ERITEMA PALMAR  SD. secundária ao hiperesplenismo
→ QUEDA DA LIBIDO E ATROFIA TESTICULAR (porque o baço aumentado
→ QUEDA DA ALBUMINA = contribui para a ascite trabalha mais, realiza mais
→ TP ALARGADO hemocaterese).
→ ANEMIA → P4. HAS
→ ICTERÍCIA
→ ENCEFALOPATIA  No paciente que sangra a gente tem que pensar
 Como avaliar a encefalopatia em:
hepática no exame físico? Através do ✓ DUP
Flapping (asterixis)  Verificar se o ✓ VARIZES
paciente tem tremor nas ✓ GASTROPATIA HIPERTENSIVA PORTAL.
extremidades (pede para elevar os  As varizes podem ser: varizes de esôfago ou varizes
dois membros – mãos eretas – caso gástricas.
haja essa alteração, a mão “desce”).  Gastropatia hipertensiva portal = ao entrar no
paciente com endoscopia, sua mucosa é diferente
(rosa e com pontos de sangue da mucosa).
O Flapping não é patognomônico de cirrose.
Ou seja, não é porque tem esse sinal que tem  Não podemos dizer que a principal suspeita para
essa doença, está presente em outras doenças esse caso é varizes.
como anemia, urgência dialítica.
 Porque, mesmo que o paciente possua hipertensão
Nesse contexto utilizaremos para identifica na portal, em 50% dos casos ou mais é úlcera.
encefalopatia hepática.

SÍNDROME DA HIPERTENSÃO PORTAL

ESPLENOMEGALIA

 A partir do USG pode ser identificado a


esplenomegalia.

ACHADOS NO EXAME FÍSÍCO:


Achados no exame físico: hemoglobina baixa,
plaquetas baixas, no USG sem doppler tinha uma
suposta esplenomegalia e moderada quantidade de
líquido ascítico.

PANCITOPENIA X BICITOPENIA

PANCITOPENIA =  plaquetas +  leucócitos + 


hemoglobinas
BICITOPENIA (apenas dois) =
▪ plaquetas +  leucócitos
▪ plaquetas +  hemoglobinas
▪ leucócitos +  hemoglobinas

 A junção da v. esplênica que vem do baço + v.


mesentérica que vem do intestino vão se unir e
formar a Veia Porta que vai para o fígado,

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chegando lá segue para os sinusoides onde ocorre CONDUTA


a metabolização de tudo que vem do corpo e
segue para a sistêmica através das hepáticas
direita e esquerda saindo da veia cava.
 Esse é o funcionamento normal, mas como vimos se 1. ESTABILIZAR O PACIENTE
a pressão se elevar para mais de 5mmHg vai ter
2. MANEJO DA HDA:
início a tudo que vimos da hipertensão portal. ▪ Zerar dieta
 Podendo levar a quadros de varizes, ascites devido ▪ IBP bolus e manutenção
ao aumento da pressão tendo um refluxo do ▪ Procinético →
sangue para os vasos aonde não deveria ir, levando ▪ EDA 12/24h
ao aparecimento de vasos colaterais. ▪ Vasoconstrictores
 Essas varizes podem aparecer no estômago, no ▪ Profilaxia para PBE (realizar
paracentese antes)
esôfago, no reto e também na região umbilical,
onde faz o achado “cabeça de medusa”
 A pressão elevada pode ser decorrente de
 Diante do paciente do caso que está com
distúrbios coagulativos, trombos na veia porta,
hemorragia digestiva, edema em membros
mesentérica ou esplênica, também pode ser
inferiores, hb de 11 e estásendo atendido na
advindo de cirrose, esquistossomose, compressão
emergência a conduta deverá ser a seguinte:
externa, compressão interna, tumores, ou seja, todo
 Será necessário inicialmente estabilizar o
mecanismo que leve a obstrução desse sistema
paciente, como recuperar a volemia e fazer
leva ao aumento da pressão.
um acesso.
 Após estabilizar deve-se pensar em
endoscopar o paciente
ETIOLOGIAS DA HIPERTENSÃO PORTAL  Como o paciente está com ascite é interessante
realizar a paracentese para retirar o líquido ascético
 Perante o sangramento do paciente, antes mesmo
da realização da endoscopia, deve-se fazer IBP
80mg em boulos e depois fazer a manutenção
dessa terapêutica mantendo 40mg de 12 em 12h
pensando na possibilidade de úlcera
 Em relação ao manejo da HDA é recomendado
zerar a dieta, fazer IBP em bolso e manutenção e
depois procinéticos

MANEJO NA HDA
 ZERAR DIETA
 Dieta zero cerca de 8 horas para alimento /
água 2 horas.
 IBP BOLUS E MANUTENÇÃO
 PROCINÉTICO
 Causas PRÉ-HERPÁTICAS: Como trombose de veia  Antibiótico com efeito procinéticos para
porta, trombose de veia esplênica, esplenomegalia aumentar a motilidade intestinal e ter risco de
maciça, comorbidades hematológicas bronco aspirar no momento da endoscopia.
 Causas PÓS-HEPÁTICAS: Como trombos na veia  EDA 12/24H
cava, causas cardíacas, por exemplo, a  VASOCONSTRICTORES
 Para sangramentos de varizes usa
insuficiência cardíaca
vasoconstritores. De 3 a 5 dias.
 Causas HEPÁTICAS: São as mais frequentes, a causa
 PROFILAXIA PARA PBE (REALIZAR PARACENTESE
mais clássica é a esquistossomose, onde o parasita
ANTES)
deposita os ovos e ocasiona uma fibrose periportal  Antibiótico de profilaxia (Ceftriaxona 1 g 3 a 5
(fala-se também que a esquistossomose é uma dias)
causa pré-sinusal)  É preciso realizar a paracentese antes do
 Já as causas PÓS SINUSOIDAIS não são tão antibiótico.
frequentes

 Os exames de imagem podem auxiliar na ...continuação da conduta


detecção da causa do aumento da pressão portal
O paciente foi submetido a paracentese diagnóstica
(retirado 3L) que evidenciou GASA > 1,1 e celularidade
< 250 PMN, optado por manter dose profilática de ATB e

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vasoconstrictores. Encaminhado para realização de  Então, qual seria o melhor momento para colocar o
EDA que evidenciou varizes de médio e grosso calibre beta -bloqueador no caso do paciente?
com sinais da cor vermelha.  Quando sair o vasoconstrictor! Ele já parou de
sangrar, mas faz-se vasoconstrictor de 3-5 dias e
depois que sai o vasoconstritor e, o paciente
estando bem, coloca-se o betabloqueador
GASA (albumina soro-ascite) > ou = 1,1 = SHP
(cirrose, IC, Budd Chiar)i QUESTÃO 3: ANTES DE COLOCAR O BETABLOQUEADOR
< 1,1 = doenças do peritôneo (neo, TB, pâncreas)
TEM ALGUM EXAME QUE PRECISA SER FEITO?
 Frequência cardíaca, pressão e se tem algum
bloqueio devem ser analisados. Caso não tenha
> 250 PMN + cultura = PBE nada, colocar o betabloqueador.
> 250 e cultura negativa = Ascite neutrofílica
QUESTÃO 4: VOCÊ MANTERIA AS MEDICAÇÕES
PRESCRITAS (VASOCONSTRICTORES E IBP)?
 Vamos avaliar a albumina sérica e comparar a do  Sobre o vasoconstritor foi dito acima.
soro com o do líquido ascititico.  O IBP idealmente não! No caso desse paciente que
 Quando esse valor é maior ou igual ou 1,1 vamos vai precisar de terapêutica, como se faz a ligadura,
entender que o transudato pode ser da síndrome e essa liga cai, formando pequenas úlceras no
da hipertensão portal. Se for menor que 1,1 o local, mantém-se esse IBP por 5-7 dias para proteger
exsudato pode ser neoplasia, metástase, essa região.
pancreatite. E a celularidade menor que 250 é uma  Porém, no geral não se mantém!
PMN (neutrofílica) maior que 250 seria PME.  Não tem indicação de ser mais venoso, se o
paciente já está bem já muda para oral.
 Não tem indicação de ser dose dobrada.
Profilaxia primária: ENDOSCÓPICA OU  E depois da alta não precisa manter
FARMACOLÓGICA
Profilaxia secundária: ENDOSCÓPICA E
FARMACOLÓGICA QUESTÃO 5: HAVERIA INDICAÇÃO DE ALGUMA OUTRA
MEDICAÇÃO PREVENTIVA?

 Seria o betabloqueador (respondido acima)


QUESTÕES

QUESTÃO 1: MESMO QUE NÃO ESTEJA SANGRANDO, ESSE


PACIENTE TEM INDICAÇÃO DE FAZER ALGUMA TERAPIA? ...continuação da conduta
O paciente foi submetido a EDA e foi evidenciado
 Sim! No paciente que já sangrou faz-se a terapia
quatro cordões varicosos, sendo três de grosso calibre e
endoscópica e medicamentosa, caso ele não
um de médio calibre, com sinais da cor vermelha.
tivesse sangrado poderia escolher entre tratar
Realizada ligadura elástica com 7 bandas, sem
endoscopicamente ou por medicação.
intercorrências.
 O remédio usado geralmente é algum
betabloqueador, que irá diminuir a hipertensão
portal, como o propranolol.

QUESTÃO 2: HÁ INDICAÇÃO DE TERAPIA ENDOSCÓPICA?


 O tratamento endoscópico pode ser feito através
de cauterização ou pela amarração do vaso
 A cauterização nada mais que é que furar o vaso e
jogar uma substância, geralmente Ethamolin,
dentro dele, fazendo com que ele esclerose
(desapareça aos poucos)
 No segundo método joga-se uma “xuxinha”, como
se fosse xuxa de cabelo, bem pequena e amarra
essa variz, com isso, o vaso vai murchar e cair, sendo
eliminado nas fezes
 Por outro lado, se o paciente chega sangrando não Observe na figura anterior:
se deve usar nenhum anti-hipertensivo, nada que  Veja que em volta do endoscópio, em roxinho,
baixará a pressão estão as ligas que são muito pequenas.

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 Após entrar com o endoscópio, aspirar o vaso que acontece pela rápida perda volêmica, onde
vem para o endoscópio, e depois joga a “xuxa” que repercute no rim e faz uma lesão renal aguda.
fica na base, amarrando.  As ampolas equivalem a 1L de líquido ascítico.
 Ficam várias xuxas uma atrás da outra, tendo que Portanto, se o paciente retirou 7L, se repõe 7
ter cuidado para não deixar uma de frente a outra ampolas. MAS, se retirou 3L, quantas repõe?
, para não estenosar o esôfago, então, geralmente Nenhuma, pois foi menos que 5L.
se faz em disposição helicoidal
 As bandas são a quantidade de xuxinhas. Um kit
geralmente vem com 6-7, depende da marca.
Exame Físico
...finalizando a conduta
Finalizado vasoconstrictor e iniciado betabloqueador
após realização de ECG. Paciente evoluiu estável e foi INSPEÇÃO
encaminhado ao ambulatório de hepatologia.
AUSCULTA
 Até 2 semanas depois, o paciente pode ter novo
episódio de hemorragia digestiva e ser só da liga
PERCUSSÃO
(não conseguir entender o que ela falou 16:18).

CONSULTA DE RETORNO PALPAÇÃO

QUESTÃO 1: QUAIS EXAMES PRECISAM SER REALIZADOS


POR ESSE PACIENTE?
 Ultrassom com Doppler, hemograma, enzimas
hepáticas, função hepática, função renal,
parasitológico de fezes, sorologia para
esquistossomose e sorologias virais (VDRL, HIV,
Epstein-Barr, hepatite B e C)
 Essas sorologias virais são importantes e são pedidas
de modo geral.

QUESTÃO 2: QUAIS DADOS DO EXAME FÍSICO SÃO


ESSENCIAIS NA CONSULTA DE RETORNO?
 Tem que averiguar se o paciente está
betabloqueado, então deve-se aferir frequência
cardíaca (precisa estar entre 50 e 60) e pressão
arterial; avaliar sódio e potássio e realizar exame
físico do abdômen.
 OBS: Se na consulta de retorno, o paciente está  Na prática o abdômen é dividido em 4 quadrantes.
com a frequência de 80, com a pressão de 14/8, ele
está betabloqueado? Não! Nesse caso o
betabloqueador não está fazendo efeito, ou ele HEPATIMETRIA
não está usando corretamente. Conduta: Aumenta
a dose do betabloqueador.
•6-12 CM
LOBO •LINHA HEMICLAVICULAR:
QUESTÃO 3: NO PROCEDIMENTO, FOI RETIRADO 3L DE
HEPÁTICO 2º EIC ATÉ | CRISTA ILÍACA
DIREITA
LÍQUIDO ASCÍTICO DO PACIENTE. EXISTE ALGO QUE PODE DIREITO
SER FEITO NO MOMENTO?

 Avaliar uso de diurético (Furosemida ou •4-8 CM


Espirolactona)
LOBO •MEDIO ESTERNAL: ABAIXO
 Também poderia fazer uma reposição de albumina, HEPÁTICO DO XIFOIDE | CICATRIZ
UMBILIAL
CASO a quantidade de líquido retirado fosse maior ESQUERDO
ou igual a 5L (o que não é caso do paciente).
 Geralmente se repõe a albumina para o paciente
não fazer uma síndrome hepatorenal (que  Lobo hepático direito mede de 6 – 12 cm

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 Vamos percutir descendo da linha ASCITE


hemiclavicular direita até escutar macicez e
subindo da crista ilíaca direita até escutar
SEMI CIRCULO DE SKODA
macicez.
 Lobo hepático esquerdo mede de 4 – 8 cm
 Vamos percutir descendo do processo xifóide
até escutar macicez e subindo da cicatriz
umbilical até escutar macicez.

 Nem sempre na prática iremos dispor de uma régua


para percutir e medir, utilizamos mais os parâmetros
da palpação
 Na palpação iremos descrever consistência e
presença de nodulações

ESPAÇO DE TRAUBE

 Para a ascite devemos fazer o semicírculo de Skoda


(imagem seguinte), percutindo da cicatriz umbilical
6º-11º EIC
para as extremidades, pois, com o paciente em
decúbito dorsal o líquido irá descer, devido a ação
FISIOLÓGICO: TIMPANISMO da gravidade, com o som timpânico próximo da
MACICEZ: ESPLENOMEGALIA cicatriz umbilical se tornando maciço assim que
chega no nível do conteúdo ascítico

 Para o baço, iremos percutir do 6º ao 11º espaço MACICEZ MÓVEL


intercostal esquerdo, devendo ouvir um som
timpânico (no caso do paciente estava maciço,
com esplenomegalia)
 Esse som timpânico é do ar que está dentro do
intestino

 É possível realizar a manobra de macicez móvel


também, colocando o paciente em decúbito
lateral, percutindo da cicatriz umbilical para o
flanco que repousa na maca, ouvindo a macicez
quando chega no nível do líquido ascítico

PIPAROTE
 Isso tem que estar bem claro na realização da
paracentese, para não furar alças intestinais,
portanto, temos que percutir e ouvir um som maciço
(líquido ascítico) para de fato inserir a agulha e
drenar o conteúdo ascítico
 Furando alça intestinal irá fazer conteúdo fecal,
com paciente provavelmente evoluindo para
sepse e morte, ou seja, emergência cirúrgica

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Davi Cruz | Felipe Palma |Mateus Brito |Raphaela Cabral | Raylanne Cândido| Sammy Lopes | Thalia Feitosa 11

 O sinal do piparote é mais uma manobra que SCHUSTER


podemos utilizar, geralmente quando há muito
PALPAÇÃO DE BAÇO
líquido na cavidade abdominal, solicitando para o
paciente colocar a mão na linha alba, sendo  Para a palpação do baço podemos fazer a
realizado um peteleco em um flanco, com a outra manobra de garra ou lateralizar o paciente,
mão sentindo a vibração que perpassa o líquido, no colocando-o na posição de Schuster.
outro flanco abdominal

LEMOS TORRES E MATHIEW


AVALIAÇÃO DE BORDA HEPÁTICA

 Na palpação do fígado podemos utilizar a


manobra de Mathieu (mão em garra) ou a de
Lemos-Torres, que é feita anteriorizando o flanco
direito com uma das mãos e com a outra palpa-se
o fígado

Paracentese

 A paracentese é um procedimento relativamente


simples, feito à beira leito, seguindo os passos
abaixo:
→ Explicar o procedimento para o paciente
→ Realização da assepsia/antissepsia
→ Anestesia
→ Punção com Jelco 14 (laranja)
→ Controle do débito.

 O normal é palpar 2 cm embaixo do rebordo costal


direito, não abaixo dele.

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 A punção geralmente é no lado esquerdo para


fugir da alça intestinal, porque nessa região há o
sigmoide, que é mais posterior do que as outras
alças
 Os parâmetros para delimitar a área de punção é
feita da seguinte forma: União do terço interno com
dois terços externos da linha que une a espinha
ilíaca anterossuperior esquerda à cicatriz umbilical,
feito isto iremos percutir para confirmar que não
existe alça intestinal ali e sim líquido ascítico, isto é,
escutaremos um som maciço
 Na dúvida e dependendo se estiver disponível,
podemos pedir ajuda para o Radiologista, que com
o ultrassom vai nos ajudar, dizendo onde podemos
de fato puncionar (às vezes, o local de punção
seguindo pelo ultrassom pode ser bem diferente do
esperado)
 O Radiologista pode nos orientar também para que
a paracentese não seja realizada, ao visualizar no
ultrassom que só existe um filete de líquido na
cavidade, não havendo benefício com o
procedimento
 No momento de anestesiar iremos entrar aspirando
com a agulha, para evitar que estejamos
penetrando algum vaso e, retirar a agulha
injetando o anestésico
 Na inserção da agulha, ao verificar a presença do
líquido ascítico (ele é bem claro) nela, não precisa
introduzir mais, introduzindo apenas o Jelco, que
usualmente fica envolta da haste metálica da
agulha (fica um dentro do outro), na inserção desta
no tecido. Lembrando que se introduzirmos demais
a agulha podemos perfurar alça intestinal, urgindo
a cirurgia
 Isto serve para qualquer acesso venoso: A parte
metálica deve ser retirada ao mesmo tempo que o
Jelco (parte plástica) é inserido completamente, se
não realizar os dois movimentos ao mesmo tempo
ou se inserir apenas parte do Jelco, ele terá alta
chance de dobrar. Ao dobrar ele impede o fluxo,
fazendo com que precisemos lavar e puncionar
tudo de novo, tendo risco de infecção
 O controle do débito é para evitar a síndrome
hepatorrenal e saber que vamos repor albumina
apenas acima de 5 L de líquido ascítico drenado

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