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Direito Internacional - aula 35

=> Se o acordo em questão NÃO CRIAR ENCARGOS ou COMPROMISSOS GRAVOSOS ao


Brasil - existe a possibilidade de celebração de acordos executivos - EXECUTIVO celebrando
sozinho

* Acordo executivo - é TRATADO - gera normas jurídicas obrigatórias - cria compromissos


internacionais

* Só os tratados que acarretam encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional

§ Não há, no acordo executivo, a criação de obrigações novas - especifica com MAIS
DETALHES as que já existia

=> 3 tipos de acordos executivos no Brasil

* 1 - Acordo de interpretação de tratado já existente - acordo já existente

§ já conseguiu aprovação parlamentar

* 2 - Acordo de complementação de tratados anteriores

§ especifica DETALHES que faltavam no acordo interior aprovado pelo Congresso

* 3 - Acordos de modus vivendi

§ destina-se a manter as coisas como elas estão no COSTUME INTERNACIONAL

=> IMPORTANTE: a entrada em vigor de um tratado no plano internacional pelo Brasil NÃO
NECESSARIAMENTE significa entrada em vigor do TRATADO no plano interno

=> Aprovação parlamentar é questão de DIREITO INTERNO - não de direito internacional -


não está vinculado ao procedimento utilizado

* antes da assinatura - PROCEDIMENTO BREVE necessário

* antes da ratificação - PROCEDIMENTO LONGO

=> Brasil adota a REGRA do sistema dualista moderado - NÃO PRECISA TRANSFORMAR
tratado em lei interna - ingressa no Brasil como tratado

* mas deve haver uma ordem de execução - ATO INTERNO BRASILEIRO que permite que
tratado tenha EXECUTORIEDADE

§ decreto executivo dá EXECUTORIEDADE - só para tratados que acarretam encargos ou


compromissos gravosos ao Brasil

§ NÃO PRECISA de decreto executivo por acordo executivo


=> Incorporação de tratados ao direito interno brasileiro - JURISPRUDÊNCIA do STF na
ADI (nº 1480) e na carta rogatória (nº 8279)

* REGRA: demanda um rito procedimental complexo

=> Hierarquia de tratados incorporados ao direito interno brasileiro

* REGRA GERAL: paridade normativa (a mesma hierarquia que) com a legislação ordinária
federal

§ jurisprudência do STF no RE nº 80.004/77

=> Exceção à regra: TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS em particular desfrutam de


status hierárquico diferenciado após sua incorporação ao direito interno brasileiro

* Se o tratado é APROVADO segundo o critério 2235 - o tratado de DH passa a ter status


equivalente à emenda constitucional

* Tratados de DH que NÃO SÃO APROVADOS segundo o critério 2235 - o tratado de DH tem
hierarquia supralegal

§ ex: Pacto de San José

§ hierarquia supralegal - ABAIXO da CF/88; mas ACIMA da legislação constitucional

=> Brasil: regra geral - tratados passam a ter a mesma hierarquia da nossa legislação ordinária
federal - como resolver conflitos?

* 1 - Especialidade

* 2 - Cronológico

=> Tratados de DH

* I - Se aprovado pelo 2235 - EQUIVALENTE A UMA EMENDA - vale tanto quanto uma
norma

* II - Não aprovado pela lógica 2235 - ABAIXO DA CF/88, MAS ACIMA DA LEGISLAÇÃO
FEDERAL ORDINÁRIA

=> Reservas a um tratado - DEFINIÇÃO - artigo 2, parágrafo 1, "d", CVDT/69, NÃO PODE
FORMULAR RESERVA depois de ter ratificado

* Reserva: é sempre uma DECLARAÇÃO UNILATERAL de um Estado que deseja ingressar


no tratado

§ desejo de LIMITAR ou EXCLUIR o efeito jurídico de certas disposições de um tratado por


um Estado - NUNCA PARA AMPLIAR - isso seria uma emenda

§ IMPORTANTE: não é possível RESERVAS em tratados bilaterais - somente


MULTILATERAIS

=> Diferenças fundamentais entre RESERVA e DECLARAÇÃO INTERPRETATIVA


("understanding")

* Declaração interpretativa não visa modificar, nem excluir - Estado escolhe um


SIGNIFICADO entre vários possíveis - pode ser formulada em qualquer momento

§ não é reduzir o conteúdo - é INTERPRETAR

* Regra no que se refere à formulação de reservas - artigo 19, "caput" da CVDT/69 - no silêncio
de um tratado, as RESERVAS são permitidas

§ se não há nada dizendo TRATADO

=> Obs: momento proício para FORMULAÇÃO DE RESERVAS - quando Estado manifesta
sua vontade definitiva

* Mas pode anunciar RESERVAS no momento da assinatura

§ mas precisa CONFIRMAR na ratificação

=> Há três hipóteses, todavia, nas alíneas "A", "B" e "C" do artigo 19, em que as reservas são
consideradas PROIBIDAS pelo DIP

* "A" - se a reserva é expressamente proibida por um tratado, NÃO PODE INGRESSAR

§ é proibido

* "B" - se há uma lista de reservas possíveis no TRATADO e se formula uma reserva que não
está na lista

§ reserva é proibida

* "C" - HIPÓTESE MAIS INTERESSANTE - reservas incompatíveis com o OBJETO e com a


FINALIDADE do tratado

=> Se a reserva for proibida segundo o DIP, há duas opções para o Estado que deseja ingressar
no tratado

* guia sobre a prática no que concerne a reservas em tratados da Comissão de DIP de 2011

* 1 - Ou Estado não ingressa no tratado

* 2 - Ou Estado ingressa sem a reserva


* 12 meses para decidir - se não decidir

§ depois de 12 meses - acontece a opção 2

=> Regras aplicáveis a RESERVAS que não são expressamente autorizadas por um tratado e
que não requerem a aceitação de todas as partes - artigo 20, parágrafo 4, CVDT/69

* Parágrafo 1: se a reserva formulada por Estado tem previsão expressa no tratado - pode-se
formular à vontade

§ nesse caso, não precisa ninguém concordar ou discordar

* Parágrafo 2: há tratados que, por número limitado de Estados-partes ou por objeto em si


acabam NÃO PERMITINDO que haja reservas

§ mesmo que não tenha nada dito no tratado - na prática, acaba proibindo

* Parágrafo 3: reservas por tratados que criam OI's - as OI's devem autorizar a reserva criada

§ será objeto de análise

=> Artigo 20 - parágrafo 4

* 1 - Para que o Estado que formulou a reserva possa ingressar no tratado, é necessário que
pelo menos um Estado contratante ACEITE a reserva

* 2 - A aceitação de uma reserva por um Estado contratante torna o Estado que FORMULOU
A RESERVA parte no tratado em relação ao Estado que a aceitou

* 3 - Uma objeção feita a uma RESERVA por um Estado contratante não impede a entrada em
VIGOR de tratado entre o Estado que formulou a objeção, e o Estado autor de uma RESERVA
se algum Estado contratante a aceitou

* 4 - Todavia, se um Estado contrante objeta uma reserva, e manifesta expressamente que


NÃO ACEITA que o tratado entre em vigor entre ele e o autor da reserva, isso NÃO
OCORRERÁ

=> Obs: ABC - AB; AC; BC

* Art. 1

* Art. 2

* Art. 3

* Art. 4

=> Obs: D - AD
* Art. 1

* Art. 2

* Art. 3

* Art. 4 - RESERVA

=> Reservas - precisam ser formuladas por ESCRITO - artigo 23

=> Obs: ABC - AB/AC/BC

* Art. 1

* Art. 2

* Art. 3

* Art. 4

=> Obs: A (aceitou)-D; B (só objetou, mas não falou nada)-D

* Art. 1

* Art. 2

* Art. 3

* Art. 4 - RESERVA

=> Obs:

* I - objeção simples

* II - objeção completa

=> Regra geral de interpretação de um tratado - artigo 31 da CVDT/69 - um tratado deve ser
interpretado de boa-fé segundo o sentido comum atribuível aos termos em seu contexto, e à luz
de seu objetivo e de sua finalidade

* Obs: o sentido comum NÃO PODE CONTRARIAR o objetivo do tratado e a finalidade

=> Interpretação textual + interpretação teleológica

=> O contexto de um tratado abrange o texto, preâmbulo, anexos e acordos anexos (artigo 31,
parágrafo 2)

* IMPORTANTE: os trabalhos preparatórios de um tratado e as circunstâncias de sua


conclusão são MEIOS SUPLEMENTARES DE INTERPRETAÇÃO (artigo 32)
§ não são regra geral

=> Princípio da efetividade¹ ("effet utile") e in dubio mitius² - NÃO POSSUEM previsão
expressa na CVDT/69, mas podem ser EMPREGADAS na medida em que consagradas em
outras normas internacionais

=> 1 - Princípio da efetividade - consagrado no COSTUME INTERNACIONAL - muito usado


no órgão de aplicação da OMC

* é tentar tirar o máximo possível

* a interpretação de um tratado necessariamente tem que ser RESPONSÁVEL por conferir a


esse tratado efeito e significado MAIS AMPLO POSSÍVEL

§ não se pode interpretar de maneira a retirar o significado das disposições

=> 2 - In Dubio Mitius - tentar NÃO CRIAR OBRIGAÇÕES onde elas não existem

* Quando há INCERTEZA, quando há DÚVIDAS ao que se refere ao alcance de uma norma

§ não se pode presumir se o Estado terá obrigações MAIS ou MENOS GRAVES - obrigação
deve ser mitigada

=> Artigo 31 e 32 - CVDT/69

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