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LIDERANÇA

Corpo e alma: Michael Ovitz


Entrevistado por Alison Beard

4 de janeiro de 2019
Como cofundador da Creative Artists Agengy, Ovitz revolucionou o modo
como grandes negócios eram feitos no mundo do cinema, da TV, da
música e das mídias corporativas dos anos 1970 aos 1990. Após breves
períodos na Disney e em sua própria startup de conteúdo móvel,
ele recomeçou sua carreira como consultor no Vale do Silício.

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HBR: Ao lançar a CAA (Creative Artists Agency), como


você conseguiu atrair clientes?
Ovitz: Foi uma luta árdua. Éramos jovens, então tínhamos de apresentar
algo diferente. Não podíamos atuar como
agentes tradicionais — fazendo e recebendo ligações e tentando
conseguir trabalho para nossos clientes. Desde o primeiro dia nossa
meta era levar em conta os sonhos dos clientes e dar vida aos projetos.

Como você sabia se as pessoas trabalhariam bem juntas?


Atualmente, no Vale do Silício, lido com homens e mulheres que se
acham imbatíveis. Na indústria do  entretenimento, as pessoas eram
igualmente vigorosas. Mas era possível saber se seriam colaborativas pela
maneira como aceitavam sugestões. Veja o caso de Mark Zuckerberg. Ele
não tem medo de ter pessoas brilhantes trabalhando para ele e que lhe
digam o que pensam. Quando zemos Ghostbusters, Dan Aykroyd
escreveu o roteiro, mas Bill Murray imprimiu sua marca e o diretor e
produtor Ivan Reitman e o falecido ator Harold Ramis — que sua alma
descanse em paz — acrescentaram as suas. Compreender o processo
criativo, fazendo nossa lição de casa, era o que nos permitia saber se eles
seriam capazes de se identi car com aquilo.

Tenho de perguntar: você sabia do assédio e das


agressões sexuais em Hollywood?
Não sabíamos o que sabemos hoje. Nós trabalhávamos com Harvey
Weinstein e não tínhamos a menor ideia. E não tínhamos muitos clientes
fazendo reclamações. Quando isso ocorria, resolvíamos. Mas não
permitíamos que clientes tivessem reuniões em lugares estranhos e, na
maior parte do tempo — principalmente com as clientes mulheres —, os
agentes iam junto.

Como você fez para que seus agentes trabalhassem juntos?


Nós sabíamos que era possível gerenciar promovendo competição entre
os empregados; ou podíamos seguir um caminho diferente — uma
combinação das equipes esportivas americanas e a loso a japonesa
nemawashi, administração por consenso. Assim, as pessoas estão
comprometidas e ajudam umas as outras. Anotávamos tudo e
compartilhávamos as informações. Você estava presente em uma
reunião de funcionários e alguém dizia “temos um cantor que quer fazer
um lme”, e um agente literário respondia “vou ajudar”. Não havia
nenhum motivo para ele fazer aquilo, mas ele fazia, e realizávamos o
lme. Isso aconteceu com Prince e Purple Rain. Ninguém disse que era
uma ideia idiota. Meia dúzia de agentes disseram “vamos tentar”.

Por que seu mandato na Disney foi tão curto?


Não acho que Michael Eisner gostava de ter um igual a seu lado ou da
ideia de ceder controle. O engraçado é que havia trabalho su ciente para
nós dois, mas nunca achamos uma maneira de dividir as
responsabilidades.

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