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DEFINIÇÃO E SINTOMAS

Transtorno de pânico, segundo o DSM – V, é um


surto abrupto de medo intenso ou desconforto
intenso que alcança um pico em minutos.
PROGRESSÃO DOS SINTOMAS NO
TRANSTORNO DO PÂNICO
SINTOMAS PRODRÔMICOS PRIMEIRA CRISE COMPLETA

ANSIEDADE ANTECIPATÓRIA REPETIÇÃO DAS CRISES

ESQUIVA AGORAFÓBICA

HIPOCONDRIA
AGORAFOBIA

Medo e a ansiedade de ficar em situações ou locais


sem uma maneira de escapar facilmente ou em que
a ajuda pode não estar disponível no caso de a
ansiedade intensa se desenvolver.
Klein: 3 padrões de ocorrência para ataques pânico
ATAQUE DE PÂNICO ESPONTÂNEO
É uma “mudança súbita, surpreendente, inesperada

e espontânea de terror crescente associada com


uma ampla gama de sintomas autonômicos,
especialmente cardiorrespiratórios”. Da perspectiva
de um paciente, esses ataques parecem “vir do
nada”, sem nenhum precipitante externo.
ATAQUE DE PÂNICO PROVOCADO POR UM
ESTÍMULO

É uma ocorrência de medo súbito disparado por


exposição a um estímulo fóbico ou pela
antecipação de tal exposição.
ATAQUE DE PÂNICO PREDISPOSTOS

Tendem a ocorrer em certas situações mais do que


em outras. Essas situações meramente aumentam a
probabilidade de um ataque, porém não o
provocam. É o caso da agorafobia, em que pessoas
podem sentir pânico em engarrafamentos, mas não
necessariamente o sentirão em todo e qualquer
engarrafamento.
ATAQUE DE PÂNICO E TRANSTORNO DO PÂNICO
Em sua 4° edição o DSM- IV (1994) define Ataque de
Pânico separado do Transtorno de Pânico, dando
ênfase que este pode surgir em outros distúrbios
psiquiátricos, como: Um período discreto de medo
ou desconforto intenso no qual quatro ou mais dos
seguintes sintomas desenvolveram-se
abruptamente e alcançaram um máximo dentro de
dez minutos de seu início:
1. palpitações ou ritmo cardíaco acelerado;
2. suor;
3. tremer ou sacudir-se;
4. sensações de falta de ar ou de asfixia;
5. sensações de sufoca- mento;
6. dor ou desconforto no peito;
7. náusea ou mal-estar abdominal;
8. sentir-se tonto, desequilibrado, desmaiando;
9. desrealização (senti- mentos de irrealidade) ou
despersonalização (sentir-se destacado de si
mesmo);
10. medo de perder o controle ou ficar louco;
11. medo de morrer;
12. parestesias (sensações de dormência ou
formigamento);
13. calafrios ou ondas de calor. (APA, 1994)
O DSM-IV faz distinções entre:
Ataques inesperados (não-sinalizados): parecem
“vir do nada” e não revelam estar associados
com qualquer “gatilho” situacional. São
essenciais para um diagnóstico de transtorno de
pânico, apesar de também poderem ocorrer em
outros transtornos mentais.
Ataques predispostos situacionalmente: não
ocorrem invariavelmente depois de uma
exposição a certas situações ou sinais, embora a
presença desses sinais aumente a probabilidade
de um ataque.
Ataques unicamente situacionais
(situacionalmente disparados ou sinalizados):
ocorrem invariável ou imediatamente a partir da
exposição a um “gatilho” situacional e são
característicos de fobias específicas e sociais.
DIFERENÇA DE ANSIEDADE E
TRANSTORNO DO PÂNICO
No DSM-V o Transtorno de Pânico se encontra na
classe de transtornos de ansiedade (junto com
fobias específicas e outros transtornos de
ansiedade).
Existem vários tipos de transtornos de ansiedade,
cada um com um gatilho específico.
O transtorno de pânico é caracterizado por ataques de
pânico inesperados recorrentes. Se os ataques de pânico
ocorrem apenas em resposta a desencadeantes
específicos, então um diagnóstico de outro transtorno de
ansiedade especificado ou não especificado deve ser
considerado.
Se o indivíduo também experimenta ataques de pânico
inesperados e apresenta apreensão e preocupação
persistentes ou mudança comportamental devido aos
ataques, então um diagnóstico adicional de transtorno
de pânico deve ser considerado
Os ataques de pânico podem ocorrer em qualquer
transtorno de ansiedade sem ser considerado um
Transtorno de Pânico. Pode ser que uma pessoa
que tenha algum transtorno mental experiencie um
ataque de pânico como característica associada
Um ataque de pânico em outros transtornos ocorre na
presença de seus desencadeantes específicos.

Transtorno de Ansiedade Social [fobia social] –


ambiente social aversivo;
Transtorno de Ansiedade de Separação – separação
das figuras de apego;
Transtorno de Estresse Pós-Traumático – lembranças
de eventos traumáticos;
Fobias – objetos ou situações fóbicas.
Ocasionalmente, um ataque de pânico inesperado está
associado ao início de algum transtorno de ansiedade,
mas então os ataques se tornam esperados.
Os sintomas são apresentados com o propósito de
identificação de um ataque de pânico; no entanto, o
ataque de pânico não é um transtorno mental. Os
ataques de pânico podem ocorrer no contexto de um
transtorno de ansiedade, de outros transtornos
mentais e algumas condições médicas.
DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO
DIAGNÓSTICO
Os critérios para diagnosticar Transtorno de Pânico
com agorafobia são os: Episódios recorrentes de
ataques de pânico inesperados, com, pelo menos
um dos quais é seguido por um mês (ou mais) de
um (ou mais) dos seguintes:
Preocupação persistente sobre ter ataques
adicionais;
Preocupação sobre as implicações do ataque ou
de suas consequências (perder controle, ter um
ataque cardíaco, “ficar louco”);
Uma mudança significativa no comportamento
relacionado aos ataques.
OBS: Os critérios diagnósticos para Transtorno
do Pânico sem Agorafobia são idênticos aos
critérios para Transtorno de Pânico com
Agorafobia, com exceção às referências a
medos e evitação agorafóbica.
O diagnóstico exige diversos ataques de grande
intensidade: dentro de cerca de um mês;
Em circunstâncias nas quais não havia perigo
objetivo;
Os ataques não se restringem a situações
determinadas e são imprevisíveis;
Não deve haver sintomas ansiosos nos
intervalos entre as crises.
TRATAMENTO
TRATAMENTO BIOLÓGICO
Com antidepressivos tricíclicos: Imipramina e
Clomipramina.
Com inibidores seletivos de recaptação de
sarotonina (ISRSs): Fluvoxamina, Fluoxetina,
Sertralina, Paroxetina e Citalopram.
Com benzodiazepínico
Outros medicamentos que também podem ser
usados em casos resistentes e refratários:
Inibidores da MAO (Isocarboxazida,
Moclobemida, Fenelzina, Selegilina e
Tranilcipromina), Venlafaxina e Mirtazapina e
Anticonvulsivantes.
TRATAMENTO PSICOLÓGICO

Os tratamentos cognitivos, comportamentais e


cognitivo-comportamentais do pânico revelam hoje
vários aspectos que se sobrepõem (Margraf et al.,
1993), podendo ser destacados três deles:

1.Treino de habilidades de manejo de sintomas


corporais (relaxamento aplicado) (Öst, 1988).
2.Treino respiratório (Bonn et al., 1984) para
prevenir a espiral do pânico.

3.Ênfase na exposição interoceptiva dos sinais


corporais temidos (Barlow, 1988).

4.Eliminação da tendência persistente de interpretar


de forma distorcida e catastrófica as sensações
corporais (Clark, 1986; Beck et al., 1985).
A terapia cognitiva consiste, fundamentalmente, na
aquisição de um repertório de manejo das crises.
Esse repertório inclui:
Reestruturação cognitiva: detectação e
identificação de pensamentos distorcidos
ansiogênicos e contestação da veracidade
dessas interpretações;
Treino em relaxamento ou em respiração
diafragmática
Exposição gradual ou por inundação ao vivo
TÉCNICAS USADAS NO
TRATAMENTO
PSICOEDUCAÇÃO

A psicoeducação é uma das primeiras técnicas


utilizadas em qualquer tratamento com a terapia
cognitivo-comportamental.
Assim, a psicoeducação consiste em explicar
detalhes acerca do transtorno, dos sintomas e do
tratamento. Acolhendo e respondendo às dúvidas
trazidas pelo paciente.
Dessa forma, ele entende todo o processo de uma
maneira estruturada. Isso fortalece a confiança e
diminui a resistência, pois a partir do momento em
que ele entende o porquê de cada estratégia, sua
adesão se torna mais fácil.
EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO E
RELAXAMENTO
Ao passar pela terapia com o psicólogo cognitivo-
comportamental, o paciente aprende técnicas de
respiração e relaxamento que ajudam a controlar os
sintomas dos ataques de pânico e a prevenir que as
crises aconteçam.
Como o problema está muito ligado às sensações
fisiológicas, aprender a condicionar o corpo é muito
útil na melhora dos sintomas.
Em geral, a hiperventilação ou a falta de ar, comuns
nos ataques de pânico, são originadas ou agravadas
pela respiração inadequada. Logo, ensinar a
respiração diafragmática resolve esse problema.
O relaxamento muscular também serve para aliviar
os sintomas corporais e enviar ao cérebro a
mensagem de que está tudo bem — reduzindo os
sintomas físicos e a sensação de perigo iminente.
TÉCNICAS DE EXPOSIÇÃO

As técnicas de exposição são estratégias utilizadas


pelo psicoterapeuta para estimular que o paciente
supere distorções cognitivas e controle melhor o
que faz diante de uma crise.
Por exemplo, uma exposição interoceptiva é uma
indução gradual de sensações físicas ligadas ao
transtorno de pânico. Ao fazer isso na proteção da
clínica e em níveis controlados, a pessoa consegue
entender que sinais como taquicardia e falta de ar
podem ser condicionados.
Existe também a exposição in vivo, que é usada para
que o paciente supere o medo de ir a determinados
locais ou viver algumas situações. Nesse caso, ele e
o psicólogo fazem uma lista desses lugares e os
classificam segundo o grau de ansiedade gerado por
eles. Depois, é montado um plano particular de
exposição gradual e controle dos sintomas .
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
A terapia cognitiva-comportamental apresenta
métodos alternativos que mostraram resultados
muito eficazes no tratamento de pacientes com
Transtorno do Pânico (TP). A conduta do psicólogo
no processo de tratamento deste transtorno se dá
através do entendimento do que cada paciente
através de sua subjetividade vai necessitar.
Muitos pacientes irão realizar a terapia
concomitantemente com medicamentos, que em
sua maioria auxiliam no decorrer do processo para
uma melhora de bem-estar do paciente, que
passam a apresentar menos sintomas ou nenhum
sintoma no curto e longo prazo.
Alguns sintomas permanecem mesmo após um
longo período de tratamento sendo chamados de
sintomas residuais como por exemplo a ansiedade
antecipatória, e o psicólogo terá um papel
importante no tratamento destes sintomas que
permanecem no indivíduo para prevenir recaídas
por meio dos sintomas residuais.
O psicólogo poderá escolher diferentes meios para
tratar esse transtorno considerando que seu papel
e o do paciente serão ativos, pode ser uma terapia
individual ou em grupo. Foi mostrado que na
maioria dos casos, algo em torno de 10 a 20 sessões
estruturadas adequadamente foram suficientes
para que houvesse uma significativa melhora dos
sintomas.
Também poderá ser adotado um tratamento breve,
como em torno de seis sessões, que também
apresentaram uma melhora visível nos pacientes,
sendo esse tipo de tratamento o mais aconselhável,
principalmente em instituições clínicas e
atendimentos primários.
Poderão ser aplicadas técnicas para o auxílio do
controle da ansiedade (respiração), psicoeducação,
reestruturação cognitiva, exposição introceptiva e
exposição in vivo gradual.
A linha a ser seguida vai de que nas sessões iniciais
servirão para uma avaliação do paciente e o
ensinamento de técnicas de controle de ansiedade.
No decorrer das sessões e conforme ocorra uma
evolução do paciente, técnicas mais avançadas são
aplicadas. Por fim, as últimas sessões terão uma
função de consolidar aquilo que foi trabalhado a fim
de valorizar os esforços do paciente e prevenir que
ocorram futuras recaídas.
O papel do psicólogo é trabalhar as questões
relacionadas a esses pensamentos negativos que
surgem e desencadeiam uma série de sintomas que
causam mau-estar no paciente, auxiliando na
identificação das causas e escutando ativamente
aquilo que é trazido. Ele irá possibilitar o
autoconhecimento e a autonomia do paciente,
trabalhando o ambiente ao seu redor e como ele
afeta o paciente.
ACABOU GALERA!

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