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Prof. Marcus Lima 

Índice 

Apresentação  02 

O que é DNS – Parte 1  03 

   

   

 
APRESENTAÇÃO 

Neste  ebook,  dividido  em  2  partes,  apresentamos  um  compilado  de  artigos  com  a 
finalidade  de  demonstrar  os  princípios  e  conceitos  relacionados  ao  DNS  –  Dynamic 
Neuromuscular  Stabilization,  um  modo  de  se  pensar  a  reabilitação  e  exercício  que  vem 
da República Checa.  

Além  dos  conceitos  e  premissas  nos  quais  se  apoia  o  DNS,  são  demonstrados  na  parte 2 
do  ebook,  muitos  testes  e  exercícios  que  podem  ajudar  o  profissional  que  lida  com  o 
movimento  na  sua  prática  diária,  seja  ela  clínica  ou  mais  diretamente  ligada  ao 
treinamento físico.  

Este  ebook  apresenta  uma  distinção  clara  na  linguagem,  os  2  primeiros  artigos  foram 
escritos  de  forma  mais  direta  e simples, oferecendo aos leitores a minha interpretação e 
aplicação do DNS.  

Já  os  2  últimos  são  adaptações  livres  para o português de artigos escritos em periódicos 


científicos,  tendo  uma  linguagem  um  pouco  mais  formal.  Nos  dois  foram  introduzidas 
figuras  que  não  constavam  nos  artigos  originais,  assim  como  notas  explicativas, 
identificadas como “N.T” (notas do tradutor), com o intuito de facilitar a compreensão do 
texto. 

Boa leitura. 

Prof. Marcus Lima | Sócio-Diretor do Instituto Fortius  

 
O QUE É O DNS | PARTE 1 

MARCUS LIMA 

DNS  é  uma  sigla  para  “Dynamic  Neuromuscular Stabilization”, uma tradução livre para o 


português  seria  “Estabilização  Neuromuscular  Dinâmica”.  Neste  artigo  dividido  em  2 
partes  vou  estabelecer  quais  os  princípios  pelos  quais  esta  abordagem  para reabilitação 
se guia e dar exemplos práticos de sua utilização. 

A  abordagem  foi  criada  pelo  checo  Pavel  Kolář,  descendente  de  uma  longa  linhagem  de 
neurologistas  da  República  Checa  que  marcaram  época  na  reabilitação  do  século  XX,  o 
mais  proeminente  de  todos foi Vladimír Janda, e deram início ao que ficou mundialmente 
conhecido como “Escola de Reabilitação de Praga”.

O  princípio  mestre  que  guia  essa  abordagem  é  a  ​Cinesiologia  Desenvolvimental​,  os 


aspectos  neurofisiológicos  do  amadurecimento  do  sistema  postural  e  locomotor.  A 
abordagem  do  DNS  usa  esses  aspectos  ao  comparar  os  padrões  de  estabilização  de  um 
adulto  com  os  de  uma  criança  saudável,  usando  essas  comparações  na  avaliação  e 
tratamento (Kobesova et. al, 2015). 

Antes de mais nada, vejamos 2 princípios fundamentais sobre os quais se assenta o DNS. 

  

 
Cinesiologia Desenvolvimental 

Um resumo em 1 frase seria: 

A  sequência  de  desenvolvimento  motor  pela  qual  todos  nós  passamos,  ou 
deveríamos passar, nos primeiros e fundamentais meses de vida. 

Elaborando  um  pouco  mais,  se  parte  do  princípio  que,  de  modo  ideal,  deveríamos  passar 
por  uma  sequência  de  fases  (posturas  espontâneas)  consideradas,  cada  uma  delas, 
marcos do nosso processo de amadurecimento motor. 

Da mesma forma, são marcos do amadurecimento do sistema nervoso central. Dentro 


dessa ideia, essa sequência de posturas espontâneas é geneticamente determinada, mas 
também em certa medida depende do grau de controle do 
Sistema Nervoso Central (de sua maturação, se por 
exemplo a criança é mal nutrida isso interfere no 
amadurecimento do SNC) e de fatores ambientais (se os 
pais são medrosos e impedem a criança de explorar o 
espaço por exemplo ou colocam o bebê em um andador, 
algo comum anos atrás e que nos dias de hoje vem 
perdendo espaço, não sendo recomendada sua utilização). 

No  DNS,  se  usam  estas  posições/posturas  para  avaliar,  tratar  e  no  meu  caso,  como 
professor  de  educação  física,  para  avaliar  e  propor  exercícios  que  auxiliem  os  alunos  a 

 
corrigirem  problemas  que  podem  estar  relacionados  às  dores  e  dificuldades  que 
enfrentam. 

Como o diabo está nos detalhes, vejamos com mais calma algumas dessas fases chave. 

Recém-nascido (cerca de 6 semanas de vida): Imaturo 

Imaturidade  do  sistema  nervoso  central,  reflexos  primitivos  presentes  (movimentos  que 
não  estão  sob  o  comando  voluntário,  sendo  controlados  pela  medula  espinhal  e  o  tronco 
cerebral),  imaturidade  morfológica  em  virtude  da  imaturidade  do  sistema  nervoso 
central  e  de  não  ter  sido  exposto  às  cargas  da  gravidade  como  a  conhecemos. 
Movimenta-se em bloco, ainda não existe a dissociação entre o tronco e os membros. 

Posições: 

→  Coluna  cervical  reclinada  (extensão  das  vértebras  cervicais  superiores)  e  em  leve 
flexão lateral. 

→​ Sem dissociação entre o movimento dos olhos e da cabeça, se movem juntos. 

→​ Glenoumeral em rotação interna e extensão, braços aduzidos junto ao tronco. 


 
→​ Escápulas em protração (ou seja, projetadas à frente) e elevação. 

→  Cotovelos  em  flexão  máxima,  antebraço  em  pronação,  punhos em desvio ulnar, dedos 


flexionados,  inicialmente  o  polegar  fica  dentro do punho cerrado, um pouco mais adiante 
na  maturação,  o  polegar  fica  fora  do  punho  cerrado  (sinal  de  amadurecimento).  Os 
braços se movimentam no plano frontal e não cruzam a linha média do corpo. 

→  Existe  cifose  na  coluna  lombar,  toda  coluna  está  em  uma  posição  cifótica,  devido  ao 
posicionamento do feto no útero materno (encolhido em forma de bola). 

→  Pelve  em  anteversão  (inclinação  anterior),  abdução  do  quadril de cerca de 90° (cada 


quadril abduzido em aproximadamente 45°). Quadris e joelhos flexionados. 

  

 
3 meses: Estabilização Sagital 

  

Base supinada (à esquerda), base pronada (à direita). 

O  bebê  atinge  o  primeiro  e  fundamental  marco  motor:  A  estabilidade  do tronco no plano 


sagital. 

Posições: 

→  Dissociação  entre  o  movimento  da  cabeça  e  movimento  dos  olhos.  Existe  movimento 
livre  da  cabeça,  o  bebê  já  é  capaz  de  sustentá-la  quando  está  em  base  pronada  (de 
barriga para baixo). 

→  Coluna  cervical  não  está  mais  em  uma  posição  reclinada  (extensão  dos  segmentos 
cervicais  superiores),  existe  um  equilíbrio  entre  os  flexores  profundos  do  pescoço  e  os 
extensores cervicais (flexores se inserem até T3 e extensores até T6). 

 
 

→​ Eixo axial da coluna está “alongado”. 

→  Desenvolve a coativação entre os músculos abdominais, diafragma, assoalho pélvico e 
extensores  da  coluna.  Todos  trabalhando de maneira eficiente para fornecer estabilidade 
no  plano  sagital.  Essa  sinergia  é  crucial  na  estabilização  do  tronco  e  será  vista  em  mais 
detalhes mais adiante. 

→  Desenvolve  a  ativação  dos  estabilizadores  das  escápulas.  Romboides  puxam  em 


direção  à  escápula  quando  o  bebê  está de barriga para baixo, na mesma posição ainda, o 
serrátil  anterior  levanta  o  tronco  em  direção  às  escápulas,  bíceps  e  tríceps  trabalham 
juntos  direcionando a escápula nessa base pronada (barriga para baixo - posição do bebê 
da foto na página anterior). 

→​ Desenvolve a rotação externa da articulação glenoumeral. 

 
→​ Usa  os  cotovelos  como  base  de  suporte  em  posição  pronada,  especificamente  os 
epicôndilos  mediais  do  úmero  (estabelece  uma  base  simétrica  de  suporte:  Os  2 
epicôndilos mediais do úmero e a sínfise púbica). 

→  Bebê  começa  a  se  distanciar  do  solo,  já levanta um pouco a parte superior do tronco, 


esse  é  o  início  de  uma  jornada  de  mais  de  10  meses  até  que  a  criança  comece  a 
caminhar (por volta dos 13 meses). 

→​ Pelve já alcança uma posição neutra e consegue sustentar as pernas fora do solo.​  

4,5 - 5 meses: Diferenciação dos membros 

As setas azuis mostram a direção da ação muscular; o triângulo 


vermelho a base de suporte: cotovelo - quadril do mesmo lado - joelho 
oposto.  

A diferenciação dos membros é o marco motor fundamental 


nessa idade, a criança não se move mais em bloco, agora usa 
os membros como suporte e com a função de agarrar objetos. 
Aos 3 meses o suporte era simétrico, sobre os 2 cotovelos, 
agora passa a ser assimétrico, um cotovelo é usado como 
suporte enquanto o outro braço está livre para exploração do 
ambiente. 

 
Posições: 

→  Inicia  movimentos  no  plano  frontal,  já  é  capaz  de  agarrar  objetos  lateralmente,  ou 
seja, objetos posicionados ao lado do corpo. 

→  Começa  a  usar  membros  inferiores  como  suporte, um de cada vez, desenvolvendo um 


padrão  cruzado,  típico  da  locomoção  humana.  Um  cotovelo  é  usado  como  suporte  em 
conjunto com o joelho do lado oposto, enquanto uma mão fica livre para agarrar objetos. 

→  Pelve  em posição neutra no plano sagital e oblíqua no plano frontal, inclinação lateral 
da pelve, em virtude de estar usando o joelho como base de suporte. 

→  Quando  o  bebê  está  em  base  pronada  consegue  levantar  objetos  até  30°  acima  da 
superfície.  A  articulação  glenoumeral  já  flexiona  entre  90-120°  (em  comparação,  o 
mínimo  de  flexão  na  glenoumeral  do  adulto  é  de  120°,  a  flexão  até  quase  180°  é 
acompanhada  por  uma  rotação  superior  da  articulação  escapulotorácica,  Neumann, 
2011)  e  abduz  60°  (em  comparação  com  aproximadamente  120°  do  adulto,  Neumann, 
2011). 

 
 

6 meses: Suporte quadrangular 

Primeira vez que consegue usar os 2 membros inferiores 


como suporte ao mesmo tempo. 

  

 
Posições: 

→  Se  distancia  ainda  mais do solo, usa as palmas das mãos como suporte, mas para que 


isso  aconteça  os  reflexos  do  nascimento,  especificamente  o  reflexo  palmar,  aquele  em 
que  o  bebê  agarra  instintivamente  qualquer  coisa  que  encoste  na  palma  de  sua  mão, 
deve  ter  desaparecido.  Ainda  não  consegue  tirar  uma das mãos do solo, usa ambas como 
apoio nessa posição. 

→  Suporte  quadrangular,  sobre  as  palmas  das  mãos  e  os  joelhos,  mas  ainda  sem 
locomoção para frente. 

→  Respiração  costal  se  manifesta  plenamente,  consegue  direcionar  a  respiração  para a 


parte de trás do cilindro abdominal. 

→  A  junção  toracolombar  é  estável,  fundamental  para  as  funções  de  respiração, 


defecação e para a fala. 

→  Desenvolvimento  da  "cadeia  muscular  abdominal  oblíqua  anterior":  A  função  de 


colaboração  entre  o  oblíquo  externo  do  abdome  e  o  oblíquo  interno  do  abdome 
contralateral,  podemos  expandir  essa  cadeia  para os músculos peitorais e adutores. Essa 
cadeia  formará  um  X  na  frente  do  corpo,  auxiliando  no  controle  dos  movimentos 
rotacionais (a figura na próxima página mostra uma "perna" do X). 

 
 

Oblíquo  interno do abdome e grupo adutor do lado direito; Oblíquo externo do abdome e peitorais do 
lado esquerdo​. 

→  O  bebê  consegue  fazer  o  rolamento completo, que iniciou por volta dos 5 meses, essa 


é  a  primeira  forma  de  locomoção  da  criança, ela é atraída por qualquer coisa que chame 
sua atenção e rola para poder alcançar. 

 
 

Neste  ​vídeo​,  o  Instrutor  Dave  Juehring  mostra  uma  progressão  de posturas espontâneas 


na base supinada, desde as 6 semanas até os 6 meses de vida. 

Centramento Articular 

O  conceito  de  centramento  articular  assume  que  as  estruturas  estão  posicionadas  no 
lugar certo e deslizam de maneira coordenada. 

Uma  articulação  centrada  se  movimenta  dentro  do  seu  eixo da maneira mais eficiente e, 


em  tese,  todo  sistema  musculoesquelético  deveria  se  comportar  dessa  maneira  no 
momento  em  que  realiza  movimento,  seja  ele  complexo como em um salto acrobático ou 
simples como levantar um braço para alcançar algo em uma prateleira. 

 
 

Se  ocorrer  dessa  forma,  ao  nos  movimentarmos  as  articulações  terão  o  máximo  contato 
ósseo  possível,  ficando  muito  mais  fácil  e  eficiente  dissipar  as  cargas  que  sofremos,  da 
gravidade  (todo  o  tempo,  desde  o  nascimento  até à morte) ou de objetos externos, se for 
o caso. 

As figuras abaixo, adaptadas de Ulm et al. 2016 ilustram bem o processo. 

 
 
 

Outras  palavras  usadas  para  descrever  o  mesmo  conceito  seriam  ​"Articulação  em 
posição  Neutra"​.  Essa  posição  só  irá  ocorrer  quando  os  músculos  que  suportam  a 
articulação  trabalham  de  forma  que  ela  tenha a melhor congruência (deslizamento), isso 
possibilita  a  maior  vantagem  mecânica  através  de  toda  amplitude  de  movimento,  assim, 
podemos produzir força muscular em variadas intensidades, dependendo da tarefa. 

Ainda,  se  tudo  isso  ocorre,  o  estresse  mecânico  é  menor  em  estruturas  passivas,  como: 
ligamentos,  cartilagem  articular,  tendões,  etc.  e,  em  tese,  o  risco  de  lesões  por 
sobrecarga é reduzido. 

Podemos  ver  pelas  duas  figuras  na  página  anterior  (adaptadas  de  Ulm  et.  al,  2016)  que 
no  primeiro  exemplo  as  forças  musculares  que  controlam  o  movimento  articular  estão 
 
equilibradas  (representadas  pelas  setas  azuis),  já  no  segundo  exemplo,  há  um 
desequilíbrio  (representado  por  uma  seta  maior  do  que  a  outra)  fazendo  com  que  um 
lado  "puxe"  mais  do  que  o  outro,  tirando  a  articulação  de  seu  centramento  (ou  de  sua 
posição neutra). 

Sob  condições  normais,  se  o  sistema  nervoso  central  (SNC) está maduro, as articulações 


estão  na  melhor  posição  para  sustentar  carga  (maior  possibilidade  de  estabilidade  em 
qualquer ângulo) e estão na condição mais favorável para movimento adicional. 

A  estabilização  articular  necessita  de  uma  coordenação  muscular  perfeita.  Isso  só  é 
possível  se  o  SNC  funcionar  normalmente.  Em  uma  posição  centrada,  cargas  estáticas 
são  melhor  toleradas,  dependendo  das  estruturas  anatômicas  que  estão  envolvidas.  Os 
princípios  que  controlam  a  postura  determinam  a  formação  de  estruturas  anatômicas  e 
são a expressão de programas motores controlados centralmente. 

A  figura  abaixo  ilustra  como  o  amadurecimento  do  sistema  nervoso  central,  o  sistema 
miofascial e o sistema articular operam em conjunto e de como são interdependentes. 

 
 

Portanto,  o  comportamento motor tem uma forte influência sobre o amadurecimento das 
estruturas  osteoarticulares,  ex.:  Diferenças  no  formato  da  caixa  torácica  (imagem 
acima),  ângulos  posteriores  das  costelas  (mais  voltados  para  frente  no  recém-nascido, 
para  gradualmente  se  deslocarem  para  trás),  o  platô  tibial  é oblíquo no recém-nascido e 
à  medida  que  vai  recebendo  a  carga  da  gravidade  vai  se  tornando  mais  horizontal  e 
assim por diante. 

 
A  maturação  do  sistema  nervoso  central  faz  com  que  se  desenvolvam  os  programas 
motores,  esses  irão  comandar  os  músculos  (as  sinergias entre eles), que por sua vez irão 
comandar  as  estruturas  articulares,  ajudando  assim  a  moldá-las,  não esquecendo que as 
forças a que estamos submetidos (gravidade, atrito) têm um papel dominante no formato 
de nosso sistema esquelético. 

Os  sistemas  nervoso central ​– ​muscular ​– ​esquelético amadurecem para lidar com essas 


forças  a  que  estamos  submetidos.  ​O  desenvolvimento  biomecânico  e 
neurofisiológico é uma unidade, não podem ser separados. 

Imagem  radiográfica  do  platô  tibial  (indicado  pelas  setas  amarelas)  em  um  bebê  de  6  meses  (à 
esquerda) e de um adulto (à direita). 

Cada  posição  articular  depende  da  coordenação  e  da  função  de  estabilização  dos 
músculos  e,  como  já  vimos,  a  coordenação  e  função  são  reguladas  pelo  sistema  nervoso 
central,  a  qualidade  desta  coordenação  e  função irá influenciar não apenas no local, mas 

 
de  maneira  global,  um  exemplo  retirado  de  Sahrmann,  2001  mostra  como  isso  interfere 
na função do adulto: 

A  mudança  na  ação  do  esternocleidomastóideo  é  um  exemplo,  de  flexor  da  coluna 
cervical  (quando  os  flexores  profundos  fazem  seu  trabalho)  para  extensor  da  coluna 
cervical  (quando  estes  flexores  intrínsecos  não  estão funcionando adequadamente), essa 
é uma amostra de como mudanças no alinhamento afetam a função muscular. 

  

Conclusão 

A  abordagem  de  tratamento  enfatiza  o  treinamento  de  padrões  posturais/locomotores 


naturais,  da  forma  como  foram  definidos  pela  abordagem  da  cinesiologia 
desenvolvimental.  O  cérebro  precisa  ser  estimulado  de  maneira  apropriada  e  treinado 
para  ativar  automaticamente  padrões  de  movimento  que  são  necessários  para  a 
coativação  dos  estabilizadores.  Isso  pode  ser  alcançado  pela  ativação  desses 
estabilizadores  ao  colocar  o  indivíduo  em  posições  desenvolvimentais  (Kobesova  et.  al, 
2015). 

Portanto,  o  DNS  tem  como  princípio  guia  a  Cinesiologia  Desenvolvimental,  ou  em  outras 
palavras,  a  sequência  de  posturas  espontâneas  pelas quais vamos passando ao longo dos 
primeiros  13  ou  14  meses  de  desenvolvimento  motor  (principalmente).  Essa  sequência 
está  sob  o  controle  subcortical,  não  é  consciente  e  está  programada para ocorrer, desde 

 
que  seja  em  condições  normais.  Essas  posturas  espontâneas  são  usadas  para  avaliar  e 
tratar, propor exercícios, etc. 

Vimos  que  o  conceito  de  centramento  articular  nos  diz  que  as  articulações  devem  estar 
no  seu  posicionamento  ideal,  para  que  possam  se  movimentar  com  o  máximo  contato 
ósseo  possível  e  dessa  forma  dissipar as cargas que sofremos da maneira mais eficiente, 
a fim de proteger as estruturas passivas (tendões, ligamentos, cartilagem articular). 

Dentro  do  conceito  do  DNS,  o  centramento  articular  é  dependente  da  mecânica  de 
estabilização do tronco e do papel desempenhado pelo diafragma nesse processo. 

Referências Bibliográficas 

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Reabilitação - 2ª Ed.​ E​ lsevier, 2011. 

Sahrmann,  S.  A. ​Diagnosis  and  Treatment  of  Movement  Impairment  Syndromes. 


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Ulm, R. Rintala, M., Jezkova, M., Kobesova, A. ​Czech Get-up.​ ​NSCA Coach, 2016. 

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