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TBL Toxicologia

Objetivos de aprendizagem:

1. Descrever as etapas do atendimento do paciente com quadro de toxicologia


2. Analisar o papel do laboratório
3. Validar os critérios de diagnósticos para toxicologia as análises toxicológicas

Analise o caso abaixo

Paciente do sexo masculino, de 19 anos de idade, residente na Comunidade


Mauá do Município de Ponta-de-Pedras, da Ilha-do-Marajó no Estado do Pará,
foi picado por uma cobra Crotalus sp na face lateral da perna direita, quando
caçava em campo aberto com seu pai, cerca de 15:00 h do dia 21 de Fevereiro
de 2007, inicialmente não apresentou nenhuma sintomatologia.

Procurou atendimento médico após 12 horas do acidente no Hospital do


Município, por estar apresentando ptose bipalpebral, oftalmoplegia, artralgias,
mialgias e referindo ser o animal agressor uma cascavel. Foi realizado a
aplicação de 4 ampolas de soro anticrotálico. Logo após, foi transferido ao
Hospital do Pronto Socorro Municipal (HPSM) Humberto Maradei de Belém-Pará,
onde o acidente foi considerado de gravidade moderado, pois se apresentava
com as seguintes manifestações clínicas: parestesia no local da picada, sem
dor ou edema, sonolento, com fácies neurotóxicas , ptose- bipalpebral,
oftalmoplegia, visão escura, mialgias, artralgias e sem alteração do
volume e cor da urina. Paciente evoluiu bem no decorrer dos dias, e recebeu
alta curada no dia 26 de Fevereiro de 2007.

1. Para iniciar o tratamento são necessários a resposta a 05 itens, que


correspondem ao 5W. (Who? - Quem?), à substância utilizada (What? -
O quê?), horário da exposição (When? - Quando?), local da ocorrência
(Where? - Onde?) e motivo da exposição (Why? - Por quê?). Nesse
caso responda essas questões baseados no caso e discuta a
importância dessas perguntas.

Quem? Paciente do sexo masculino com idade de 19 anos

O quê? Picada de cobra - Crotalus sp.

Quando? 15:00 do dia 21 de fevereiro de 2007

Onde? Num campo aberto, provavelmente floresta.

Por quê? Porque estava caçando, e não utilizou os equipamentos de


proteção individual, que o deixou vulnerável.

As perguntas são importantes para uma possível avaliação melhor da


situação e como pode ajudar o paciente nos casos de intoxicação ou
ocupacional.

2. Paciente chega ao pronto atendimento com sinais de intoxicação. O


médico no ato do atendimento nota que o paciente tem odor de alho.
Qual poderia ser a suspeita diagnóstica?

Possível intoxicação por agrotóxicos organofosforados.

3. RGDS leva seu cão ao médico veterinário com suspeita de intoxicação e


o mesmo pede para que a proprietária dê carvão ativado ao animal. O
médico errou no tratamento? Por quê?

Sim, pois é de suma importância uma investigação para saber quanto


tempo o animal se intoxicou com a substância antes de iniciar um
tratamento. Por mais que o carvão ativado aja no microrganismo como uma
esponja poderosa, que absorve toxinas ionizadas no estomago, evitando
que as mesmas corram para a corrente sanguínea, se já tiver muito tempo
do ocorrido, já está metabolizando no organismo ele não pode ser usado
em todos os casos de envenenamento.

4. Paciente RFG chega ao hospital com suspeita de intoxicação por


cianeto, nesse caso é recomendado o uso de carvão ativado? Por quê?

Sim. Após a realização do exame de sangue e confirmada a presença do


cianeto, poderá sim realizar o uso do carvão ativado, que é um excelente
absorvente de íons, evitando assim que o cianeto se ligue ao íon férrico
presente na hemoglobina, onde sem a presença do carvão ativado, iria ocorrer
o bloqueio da fosforilação oxidativa, fazendo a célula mudar para o
metabolismo anaeróbico e logo após a formação de ácido láctico e ao
desenvolvimento de acidose metabólica.

5. Qual o papel do laboratório no diagnóstico de suspeita de intoxicações?

O laboratório possui extrema importância no diagnóstico da suspeita de


intoxicação através de, principalmente, análises laboratoriais. Inicialmente é
necessário que se faça uma boa anamnese, coletando do paciente seu relato
de exposição ao agente e observando seus sinais clínicos desenvolvidos. A
amostra a ser coletada pode ser diversas: amostras de sangue, urina, plasma,
unha e cabelo, por exemplo. Durante a análise desta amostra o laboratório
deve identificar alterações, que podem ser, por exemplo os níveis de
hemoglobina, hematócrito, plaquetas e leucócitos, entre outros. O resultado
dependerá também de uma avaliação correta dos achados ao exame clínico e
laboratorial.

6. Qual a diferença entre teste de triagem e testes confirmatórios?

Os testes de triagem são caracterizados como testes bem sensíveis, ou seja,


teste com alta sensibilidade que são responsáveis por produzirem poucos
testes com resultados falsos-negativos, os mesmos são rápidos e fornecem
informações qualitativas ou semiquantitativas para uma classe de agentes
tóxicos. Já os testes confirmatórios, identificam o composto específico em vez
de sua classe, Estes ensaios precisam de mais tempo (horas/dias) e intensivo
trabalho, além de serem mais caros para fazer sua realização. Eles são teste
mais específicos e, portanto, produzem poucos testes falsos-positivos.

7. Quando for solicitada a avaliação laboratorial de intoxicações, quais


informações devem acompanhar a requisição e/ou pedido médico? Caso
não tenha qual a posição do biomédico?

A interação do médico clínico com o analista biomédico ou farmacêutico é de


suma importância para o resultado. O profissional clinico deve solicitar :
Possíveis toxicantes, data e hora da exposição, data e hora da coleta da
amostra, qual a quantidade estimada do(s) agente(s) tóxico(s) ao qual o
paciente foi exposto, produtos/medicamentos encontrados próximos ao
paciente, vias de exposição, medicamentos utilizados pelo paciente (uso
crônico), medicamentos administrados ao paciente durante o atendimento de
emergência, ocupação do paciente, presença de outras patologias (p. ex.
alteração de função hepática, função renal) e informações complementares. É
importante também: Nome completo, data de nascimento (dia, mês e ano com
quatro dígitos), sexo, nome da mãe, naturalidade (município e estado de
nascimento), endereço completo (número, complemento, bairro, município,
estado e CEP). E por fim uma anamnese completa feita pelo profissional de
saúde. Caso não tenha nenhuma informação, não é recomendado que o
biomédico realize o exame.

Referencias

https://www.sanarmed.com/o-uso-do-carvao-ativado-em-intoxicacoes-
exogenas-agudas-colunistas
https://www.almanaquesos.com/carvao-ativado-pode-salvar-vida-do-seu-
animal-de-estimacao/

http://www.medicinanet.com.br/conteudos/biblioteca/1997/
metodos_diagnosticos_da_infeccao_pelo_hiv.htm#:~:text=Ensaios
%20confirmat%C3%B3rios%2C%20desenvolvidos%20para%20identificar,s
%C3%A3o%20muito%20espec%C3%ADficos%5B2%5D.

http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/MANUAL%20DE%20TOXICOLOGIA%20CL
%C3%8DNICA%20-%20COVISA%202017.pdf

http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/7702/
intoxicacao_por_cianeto.htm#:~:text=O%20cianeto%20%C3%A9%20uma
%20toxina,minutos%20a%20horas%20de%20exposi%C3%A7%C3%A3o.

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