A PKU ocorre em todos os grupos étnicos e, devido à grande variabilidade genética, a
incidência em recém-nascidos pode variar de 1:2.600 até 1:26.000, sendo a média de 1:10.000. No Brasil, Schmidt et al (1987) estimam que na cidade de São Paulo 1:12.000 a 1:15.000 recém-nascidos são portadores de PKU, com base em levantamento realizado em postos de saúde e berçários. Já na região sul do país, Jardim et al (1996) reportam que a razão é de 1:12.500, não sendo registrados os casos de HPA. O tratamento da PKU atípica consiste na administração simultânea de BH4, 5-hidroxitriptofano, L-Dopa e inibidor de Dopa descarboxilase, que então permitem a penetração da BH4 no sistema nervoso central e a correção da biossíntese dos neurotransmissores.
2)
Na dieta para pessoas com fenilcetonúria é muito importante controlar a ingestão de
fenilalanina, que é um aminoácido que está presente principalmente em alimentos ricos em proteína, como carnes, peixes, ovos, leite e derivados. Dessa forma, quem tem fenilcetonúria deve fazer exames de sangue regulares para avaliar a quantidade de fenilalanina no sangue e, junto com o médico, calcular a quantidade de fenilalanina que pode ingerir durante o dia. Uma vez que é preciso evitar a maior parte dos alimentos ricos em proteína, os fenilcetonúricos devem também fazer uso de suplementos de proteína sem fenilalanina, já que as proteínas são nutrientes de extrema importância no corpo, que não podem ser eliminados por completo. Além disso, na falta de ingestão de fenilalanina, o corpo precisa de doses maiores de tirosina, que é outro aminoácido que se torna essencial para o desenvolvimento na falta da fenilalanina. Por esse motivo, geralmente é necessário fazer suplementação com tirosina, além da dieta.
3)
Possui herança autossômica recessiva, pois os indivíduos afetados são homozigotos
(genótipo aa) e receberam os alelos mutantes de seus genitores, que são portadores obrigatórios (genótipos Aa). Filhos de um casal heterozigoto têm 25% de chance de serem afetados (aa), 50% heterozigotos (Aa) e 25% de serem homozigotos normais (AA). Assim, o risco de recorrência da PKU em uma próxima gestação é de 25%,(8) independentemente do sexo do afetado. Nas doenças genéticas com herança autossômica recessiva, é comum a consanguinidade, que foi descrita com frequência de 14%,(9) 17%(10) e 32%(11) nos Estados do Pará, Alagoas e Bahia, respectivamente.
4)
A fenilcetonúria é uma doença que pode ser herdada de pais portadores de apenas uma
mutação (erro genético), ou seja, assintomáticos. A chance do casal ter um filho com fenilcetonúria é de 25% (1/4) para cada gestação.