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Fenilcetonúria (FNC) é uma doença genética, autossômica recessiva, causada por mutações no
gene localizado no cromossomo 12q22-q24, o qual codifi ca a enzima hepática fenilalanina-
hidroxilase (FAH). A ausência ou defi ciência desta enzima impede a conversão hepática de
fenilalanina (FAL), um dos aminoácidos essenciais e mais comuns do organismo, em tirosina,
causando acúmulo de FAL no sangue e em outros tecidos(1-7).
É uma doença metabólica rara, com prevalência global média estimada de 1:10.000 recém-
nascidos(8). A incidência varia entre as diferentes nações do mundo e os diferentes grupos
étnicos. As maiores taxas são encontradas na Irlanda (1:4.500) e na Turquia (1:2.600), e as
menores, na Finlândia, no Japão e na Tailândia (1:200.000, 1:143.000 e 1:212.000,
respectivamente)(9,10).Em 2001, Carvalho(11), em levantamento feito no Brasil por meio do
Programa Nacional de Triagem Protocolo Clínico e Diretrizes TerapêuticasPortaria SAS/MS nº
1.307, de 22 de novembro de 2013.
Paulo Dornelles Picon, Maria Inez Pordeus Gadelha e Rodrigo Fernandes AlexandreOs autores
declararam ausência de confl ito de interesses.363
Fenilcetonúria (PKU)
Ela é uma doença rara, congênita e genética, na qual a pessoa nasce sem a capacidade de
quebrar adequadamente moléculas de um aminoácido chamado fenilalanina. Uma pessoa com
Fenilcetonúria nasce com a atividade prejudicada da enzima que processa fenilalanina em
tirosina.
Sinônimos
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas366devem começar com dieta logo que possível,
idealmente com 7 a 10 dias de vida(16, 22). Níveis entre 8 e 10 mg/dL (480-600 micromol/L)
persistentes (pelo menos em 3 dosagens consecutivas, semanais, em dieta normal) também
indicam tratamento(16). A análise molecular que avalia as mutações da FAH não é obrigatória
para o diagnóstico, podendo auxiliar na detecção de heterozigotos, diagnóstico pré-natal,
aconselhamento genético, acompanhamento e prognóstico da gravidade clínica a longo
prazo(1,7,16).5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃOSerão incluídos neste Protocolo os pacientes com nível
de FAL maior ou igual a 10 mg/dL (600 micromol/L) em dieta normal(1,16) e todos os que
apresentarem níveis de FAL entre 8 e 10 mg/dL persistentes (pelo menos em 3 dosagens
consecutivas, semanais, em dieta normal)(10). 6 Critérios de exClusãoSerão excluídos deste
protocolo de tratamento os pacientes que apresentarem as seguintes condições:• aumento de
FAL secundário a tirosinemia (caracterizado pelo aumento concomitante de FAL e tirosina);•
hiperfenilalaninemia transitória (caracterizada pela normalização espontânea dos níveis de FAL
durante os 6 primeiros meses de vida);• hiperfenilalaninemia por defeito de BH4 (os defeitos
no metabolismo do BH4 são responsáveis por 2% dos casos com níveis aumentados de FAL. 7
Casos espeCiaisGestaçãoMeninas portadoras de FNC e de HFA não FNC(9) em idade fértil deve
receber orientação especial quanto aos métodos anticoncepcionais e ao planejamento da
gravidez. A dieta isenta de FAL deve ser estabelecida antes e durante toda a gestação com o
objetivo de evitar embriopatia por FAL ou síndrome da FNC materna(1, 2, 12, 23).A exposição
intraútero ao excesso de FAL, potente agente teratogênico(9), no início da vida fetal gera
efeitos graves. A concentração de FAL é maior no feto do que no plasma materno(1), pois a
placenta naturalmente concentra altos níveis de aminoácidos, entre eles FAL. Retardo mental
ocorrerá em 90% destas crianças e malformações congênitas em 25%, dentre as quais
malformações cardíacas, microcefalia, anomalias vertebrais e estrabismo(1,2). O período
crítico para o sistema nervoso central, crânio e coração ocorre entre a 5a e a 8a semana após a
última menstruação. Portanto, se uma grávida com FNC não estiver metabolicamente
controlada antes da 5a semana de gestação, os níveis altos de FAL passam para o feto através
da placenta e vão exercer efeitos teratogênicos irreversíveis no seu desenvolvimento(2).O
controle metabólico é atingido com níveis de FAL menor que 6 mg/dL antes da concepção e
durante toda a gestação(2). As normas britânicas e alemãs recomendam manter estes níveis
entre 1 e 4 mg/dL (60-240 micromol/L) antes e durante a gestação, enquanto o Estudo
Colaborativo Materno de FNC, baseado em mais de 500 gestações, recomenda mantê-los
entre 2-6 mg/dL (120-360 micromol/L)(16).8 Centro de referênCiaO tratamento dos pacientes
com FNC, conforme definido pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da
Saúde, deve ser realizado em centros de atendimento estaduais especializados (Serviço de
Referência em Triagem Neonatal – SRTN), incluindo, também, o aconselhamento genético(9).
O acompanhamento dos pacientes deve ser feito por equipe multidisciplinar com composição
mínima de médico e nutricionista especializados, podendo agregar outros profissionais na
dependência da estrutura do serviço(22). 9 tratamentoDieta restrita em FAL é eficaz em
reduzir os níveis sanguíneos de FAL e melhorar o QI e o prognóstico neuropsicológico dos
pacientes com HFA(24).O tratamento deve ser iniciado tão cedo quanto possível, idealmente
até o 10o dia de vida. O aleitamento materno deve ser encorajado e associado ao uso de
fórmula isenta de FAL. Os níveis de FAL devem ser diminuídos rapidamente(1,3,5,16,24).
Fisiopatologia
O excesso de fenilalanina da dieta (i. e., a que não é usada para a síntese proteica) é
normalmente convertido em tirosina pela fenilalanina hidroxilase, e a tetraidrobiopterina
(BH4) é um cofator essencial para esta reação. Quando uma das várias mutações gênicas
resulta em deficiência ou ausência da fenilalanina hidroxilase, a fenilalanina da dieta se
acumula e o cérebro é o principal órgão afetado, possivelmente devido a anormalidades de
mielinização.
A Fenilcetonúria é causada por uma mutação genética. É uma doença genética onde o pai e a
mãe devem passar o gene defeituoso para que o bebê apresente a doença.
Os bebês com fenilcetonúria não possuem uma enzima chamada fenilalanina hidroxilase,
necessária para quebrar fenilalanina, um aminoácido importante, pois é parte integral de
todas as proteínas do nosso corpo.
Fatores de risco
Ambos os pais devem passar o gene mutado ao filho para que este desenvolva a doença. Se
apenas um dos pais tem o gene mutado da fenilcetonúria, não há risco da criança desenvolver
a fenilcetonúria.
O defeito genético ocorre principalmente em pessoas da Europa e nos EUA. A doença é muito
menos comum em países asiáticos e latinos. Além disso, a África tem as menores taxas de
fenilcetonúria do mundo.
Causa
Uma forma mais moderada da doença pode ser chamada de hiperfenilalaninemia (excesso de
fenilalanina).
Formas variantes
Embora praticamente todos os casos (98 a 99%) de PKU resultem da deficiência da fenilalanina
hidroxilase, a fenilalanina também pode acumular-se caso a BH4 não seja sintetizada devido a
deficiências da di-hidrobiopterina sintetase, ou não seja regenerada devido a deficiências da
di-hidropteridina redutase. Além disso, como a BH4 é também um cofator para a tirosina
hidroxilase, que está envolvida na síntese da dopamina e serotonina, a deficiência da BH4
altera a síntese de neurotransmissores, causando sintomas neurológicos, independentemente
do acúmulo de fenilalanina.
Sintomas de Fenilcetonúria
Deficiência intelectual
Hiperatividade
Alteração no crescimento
Dermatite atópica
Pele clara e olhos claros se comparados com outros membros da família, isso ocorre porque
fenilalanina não pode se transformar em melanina - o pigmento responsável pela cor dos
cabelos e tom de pele.
A forma mais grave é conhecida como fenilcetonúria clássica. Crianças com esse tipo da
doença, se não receberem tratamento, podem desenvolver deficiência intelectual
permanente.
Sinais e sintomas
Convulsões;
Hiperatividade;
Tremor e;
Macrocefalia.
Sinais e sintomas
A maioria das crianças com fenilcetonúria é normal ao nascimento, mas desenvolve sinais e
sintomas em poucos meses, à medida que a fenilalanina se acumula. A marca da PKU não
tratada é o grave retardo mental. As crianças também manifestam extrema hiperatividade,
problemas de marcha, psicose e, frequentemente, mau cheiro no corpo, na urina e no suor,
causado pelo ácido fenilacético (produto catabólico derivado da fenilalanina). Os pacientes
costumam ter pele, cabelos e olhos mais claros que os dos membros não afetados da família, e
alguns podem desenvolver uma erupção semelhante ao eczema infantil.
Diagnóstico e Exames
Recém-nascidos
Se os testes de triagem neonatal de rotina (“teste do pezinho”) mostrarem que seu bebê pode
ter fenilcetonúria, o médico poderá começar o tratamento dietético de imediato para evitar
problemas no longo prazo. Os recém-nascidos com a doença são tratados com uma fórmula
especial de aminoácidos.
Crianças e adolescentes
Crianças e adolescentes com a doença devem manter o tratamento com a dieta restrita em
fenilalanina e fórmula de aminoácidos. Em pacientes específicos pode haver tratamento
medicamentoso.
Adultos
Fenilcetonúria é uma doença crônica, portanto deve ser tratada por toda a vida. Pacientes que
pararam a dieta na adolescência por qualquer motivo devem fazer visitas regulares ao médico,
para retomarem o tratamento e se beneficiarem com uma melhora na função mental e
comportamental.
Mulheres
Na consulta médica
Clínico geral
Pediatria
Genética médica
Endocrinologia
Gastroenterologia
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma,
você já pode chegar à consulta com algumas informações:
Busque um médico
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Como é a dieta?
Há algum sintoma que seu filho tenha apresentado que esteja lhe causando preocupação?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Mini Pesquisa
Diagnóstico de Fenilcetonúria
O diagnóstico é feito pelos altos níveis de fenilalanina e níveis normais ou baixos de tirosina.
Fenilcetonúria pode ser facilmente detectada por meio de um simples exame de sangue. Em
todos os estados brasileiros, o exame de triagem para a doença, chamado popularmente de
teste do pezinho, é exigido para todos os recém-nascidos como parte do painel de triagem
neonatal. O teste normalmente é realizado por meio da retirada de algumas gotas de sangue
do bebê antes da saída dele do hospital, preferencialmente com 48 horas de vida completas.
Caso o paciente tenha recebido alta antes da realização do teste do pezinho, é recomendado
que procure uma unidade de saúde para realizar o teste na primeira semana de vida.
Se o teste inicial é positivo, exames de sangue e urina são feitos para confirmar o diagnóstico
Diagnóstico
Níveis de fenilalanina
Crianças de famílias com história positiva devem ser diagnosticadas no pré-natal por meio da
análise de mutações em amostra de vilosidade coriônica ou amniocentese.
Prognóstico
O tratamento adequado iniciado nos primeiros dias de vida previne todas as manifestações da
doença. O tratamento, iniciado após os 2 ou 3 anos de idade, pode ser eficaz apenas no
controle da hiperatividade extrema e convulsões intratáveis. Crianças nascidas de mães com
mau controle de PKU (i.e., com níveis elevados de fenilalanina) durante a gestação têm alto
risco de desenvolver microcefalia e déficit de desenvolvimento.
Tratamento
Tratamento
O tratamento para fenilcetonúria consiste em uma dieta com baixos teores de fenilalanina,
que é um aminoácido que se acumula no sangue dos fenilcetonúricos, causando problemas
como retardo mental e convulsões. A fenilcetonúria não tem cura e não há medicamentos
para essa doença, e durante o tratamento é necessário monitorar regularmente os valores de
fenilalanina no sangue.
A quantidade de fenilalanina que pode ser ingerida varia de acordo com a idade e gravidade da
doença, e os alimentos ricos nesse aminoácido são aqueles fontes de proteínas, como carnes,
peixes, leites e derivados, ovos, trigo, soja e feijão.
Tratamento e Cuidados
Tratamento de Fenilcetonúria
O tratamento é feito com restrição de fenilalanina na dieta durante toda a vida. Com o
tratamento, o prognóstico é excelente.
A fenilcetonúria é uma doença tratável. O tratamento consiste em uma dieta com baixo teor
em fenilalanina, de acordo com a orientação médico-nutricional, especialmente durante o
crescimento da criança. A dieta deve ser seguida rigorosamente, pois desvios podem
prejudicar e levar à recorrência dos sintomas e a complicações mais graves. Considerando que
é uma doença crônica, a dieta durante a vida adulta beneficia a saúde física e mental dos
pacientes.
Convivendo (prognóstico)
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Prevenção
Prevenção
É muito importante que mulheres com a doença sigam rigorosamente uma dieta de baixa
ingestão de fenilalanina antes de engravidarem e também durante a gestação, uma vez que o
aumento dessa substância prejudica o desenvolvimento do feto, mesmo que ele não tenha
herdado o gene defeituoso.
Aconselhamento genético
Pontos-chave
A PKU é causada por uma das várias mutações gênicas que resulta em deficiência ou ausência
da fenilalanina hidroxilase, a fenilalanina da dieta se acumula e o cérebro é o principal órgão
afetado, possivelmente devido a anormalidades de mielinização.
PKU causa uma síndrome clínica de deficiência intelectual com alterações cognitivas e
comportamentais; se não for tratada, a deficiência mental é grave.
Referências
James, William D.; Berger, Timothy G.; et al. (2006). Andrews' Diseases of the Skin: clinical
Dermatology. [S.l.]: Saunders Elsevier. ISBN 0-7216-2921-0
R
ef Referências
Ministério da Saúde
Clínica Mayo
FENILCETONÚRIA
Consultores: Beatriz Antunes de Mattos, Ida Vanessa Doederlein Schwartz, Andry Fiterman
Costa, Bárbara Corrêa Krug, Candice Beatriz Treter Gonçalves, Karine Medeiros Amaral,
Roberto Eduardo Schneiders, Heber Dobis Bernarde e Ricardo de March Ronsonieditores: