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2ª frequência – 3º ppt

Resumos

Farmacologia e Terapêutica II (TP – Prof. Marisa)

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Ana Martins Carneiro - Enfermagem
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(Continuação dos resumos anteriores)

Fármacos com Atividade Vasodilatadora:

✓ Bloqueio/diminuição da ação de substâncias vasoconstritoras endógenas como:


• Angiotensina II;
• Noradrenalina;
• Adrenalina;
• Endotelina.

Ou

✓ Potencialização dos efeitos de mediadores endógenos com atividade vasodilatadora:


• NO – nitratos orgânicos e outros fármacos que libertam NO;
• Análogos das prostaglandinas PGI2 e PGE1;
• Dopamina.

Ou

✓ Ação direta sobre o músculo liso vascular:


• Bloqueadores dos canais de cálcio – nifedipina;
• Vasodilatadores que permitem abertura dos canais de potássio – minoxidil;
• Inibidores da fosfodiesterase que provocam relaxamento da musculatura lisa das arteríolas,
levando a uma diminuição da RVP e a uma consequente redução da pressão arterial.

Vasodilatadores:

✓ Libertação de óxido nítrico a partir de um fármaco ou do endotélio:


• Nitroprusseto;
• Hidralazina;
• Nitratos;
• Histamina;
• Acetilcolina.
✓ Redução do influxo de cálcio:
• Verapamil;
• Diltiazem;
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• Nifedipina.
✓ Hiperpolarização da membrana do músculo liso por meio de canais de potássio:
• Minoxidil;
• Diazóxido.
✓ Ativação dos recetores de dopamina:
• Fenoldopam.

Antagonistas dos Canais de Cálcio:

✓ Fenilalquilaminas – ação cardíaca.


✓ Verapamil – efeito inotrópico, dromotrópico e cronotrópico negativo; baixa seletividade; usado na
prevenção das enxaquecas; BEC de semivida mais longa ou incluído em formulações de libertação
prolongada; permite um controlo mais uniforme da pressão arterial.
✓ Diltiazem (benzotiazepina) – fármaco antiarrítmico e antianginoso.
✓ Diidropiridinas:
• Amlopidina;
• Felodipina;
• Lacidipina; Maior ação vascular (leitos arteriolares e arteriais;
• Nifepidina; vasosseletivos nas doses terapêuticas.
• Lercanidipina;
• Isradipina;
• Nilvadipina; o Ativos por via oral;

• Nitrendipina; o Elevado efeito de 1ª passagem;


o Elevada ligação às proteínas plasmáticas;
• Nicardipina;
o Extenso metabolismo.
• Nisoldipina.
✓ Efeitos secundários mais comuns:
• Cefaleias e tonturas;
• Hipotensão;
• Fadiga;
• Rubor facial;
• Palpitações e estimulação cardíaca reflexa – taquicardia (deve-se evitar doses elevadas de
BECs de ação rápida);

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• Edemas periféricos;
• Hiperplasia gengival;
• Obstipação (inibição da musculatura GI);
Verapamil
• Bloqueio auriculoventricular (dependente da dose).
✓ Interações:
• Verapamil e diltiazem com bloqueadores β podem agravar a insuficiência cardíaca por
alterações da condução SA e AV.

→ Processos de contrarregulação da hipotensão aguda provocada por vasodilatadores conduz a:

• Ativação do SNS e do SRAA;


• Aumento do ritmo cardíaco (taquicardia reflexa com palpitações);
• Aumento da volemia (retenção de fluídos e edemas);
• Aumento do débito cardíaco;
• Aumento da pressão arterial (passível de intervenção farmacológica: associação de IECAs, ARAs,
diuréticos ou bloqueadores β).

→ Terapêutica de 1ª linha na HTA com eficácia semelhante aos outros agentes terapêuticos:

• Diidropiridinas com t1/2 mais longo – menor probabilidade de taquicardia reflexa que é mais comum
com fármacos que diminuam a pressão arterial rapidamente.
• Indicação preferencial no tratamento da HTA associada a outras patologias:
o Doença coronária;
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o Insuficiência renal;
o Diabetes Mellitus;
o Dislipidemias;
o Hiperuricemia;
o HTA sistólica isolada.

Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA):

→ Renina: enzima proteolítica produzida por células musculares especializadas nas paredes das arteríolas
aferentes do glomérulo renal pertencentes ao aparelho justaglomerular.

• Libertada em resposta a estímulos como:


o Diminuição da pressão da perfusão renal;
o Diminuição da concentração de Na+ no fluído tubular distal;
o Atividade simpática a nível renal.
• A sua função imediata é a clivagem do angiotensinogénio (origem hepática) em angiotensina I e
a sua ação leva a uma estimulação da secreção de aldosterona, ao controlo da excreção de sódio
e do tónus vascular.

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Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECAs):

✓ Mecanismo de ação:
• Inibição da enzima conversora da angiotensina (ECA), bloqueando a transformação da
angiotensina I em angiotensina II no sangue e nos tecidos.

Potente vasoconstritor arteriolar principalmente nos rins,


coração e cérebro e aumenta a retenção de Na+ e H2O.

• Diminuição da degradação e inativação de cininas vasodilatadoras que conduz à diminuição da


RVP.

→ ECA: enzima de superfície luminal das células endoteliais em maior quantidade, particularmente
abundante nos pulmões.

→ Fármacos IECAs (preferíveis em insuficientes hepáticos):

✓ Captopril – ação rápida; usado em crises hipertensivas;


✓ Lisinopril;
✓ Enalapril;
✓ Ramipril;
✓ Fosinopril;

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✓ Cilazapril;
✓ Imidapril;
✓ Perindopril;
✓ Quinapril;
✓ Trandolapril;
✓ Zofenopril;
✓ Moexipril;
✓ Benazepril.

→ Angiotensina II:

✓ Vasoconstrição (arteriolar e venosa);


✓ Retenção de H2O e Na+ por aumento da
reabsorção nos tubos proximais;
✓ Aumento da atividade simpática central e
periférica;
✓ Aumento da aldosterona;
✓ Aumento dos efeitos tróficos (aumento
da síntese proteica nas células
musculares miocárdicas e vasculares;
crescimento e diferenciação celular);
✓ Inativação da bradicinina – possui efeito
vasodilatador.

IECAs / ARAs

✓ Diminuição da RVP e diminuição da PA;


✓ Diminuição da hipertrofia ventricular.

→ Utilidade terapêutica dos IECAs: HTA

✓ A redução da PA é superior em doentes com o SRAA estimulado;


✓ São úteis em doentes hipertensos com insuficiência renal crónica e nefropatia diabética, retardando
o declínio da função renal (nefroprotetores; efeito vasodilatador das arteríolas eferentes);

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✓ Úteis no tratamento da IC, pós-EAM e doentes com disfunção sistólica;


✓ Eficazes em monoterapia;
✓ Aumentam a sensibilidade dos tecidos periféricos à ação da insulina;
✓ Possuem efeito antiproteinúrico direto (diminuição da albuminúria).

→ Efeitos secundários dos IECAs:

✓ Tosse irritativa (seca);


✓ Alterações no paladar;
✓ Reações de hipersensibilidade;
✓ Portadores de IRC – hipercaliemia e deterioração da função renal (diminuição de aldosterona que leva
a uma diminuição da excreção de K+);
✓ Hipotensão de 1ª dose mais comum e grave em doentes com o SRAA ativado devido a:
• Hipovolemia por perda de água e eletrólitos (toma de diuréticos);
• Insuficiência cardíaca;
• Estenose arterial a nível renal.

Nota:

→ IECAs: redução da inativação das cininas na mucosa brônquica por inibição da ECA presente na circulação
pulmonar.

→ Bradicinina: potente vasodilatador que aumenta a produção de óxido nítrico e prostaciclina, provocando
angioedema.

→ Contraindicações dos IECAs:

✓ Gestantes (por malformações fetais – causam hipoplasia pulmonar e renal: teratogénicos,


especialmente no 2º e 3º trimestre);
✓ Cuidados adicionais na monitorização de mulheres em idade fértil;
✓ Doentes com estenose bilateral severa das artérias renais – insuficiência renal;
✓ Doentes com história de edema angioneurótico.

Antagonistas dos Recetores da Angiotensina II (ARAs): (não interferem na metabolização da


bradicinina)

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✓ Mecanismo de ação: (efeitos e usos terapêuticos semelhantes aos IECAs)


• Antagonismo da ação da angiotensina II por bloqueio específico e competitivo dos seus
recetores AT1;
• Inibição mais seletiva e completa dos efeitos da angiotensina II do que os IECAs, uma vez que
existem outras enzimas com capacidade de a sintetizar (quimases);
• 1 toma diária – benefícios mais relevantes em doentes mais jovens.
✓ Efeitos secundários:
• Bom perfil de tolerabilidade;
• Os doentes apresentam raramente tonturas e reações de hipersensibilidade cutânea;
• Muitas vezes usados quando os IECAs não são tolerados pelo doente.
✓ Contraindicações:
• Gravidez.
✓ Fármacos:
• Losartan;
• Candesartan;
• Irbesatran; Mais utilizados

• Valsartan;
• Telmisartan;
• Eprosartan;
• Azilsartan;
• Olmesartan.

Inibidores Diretos da Renina – Aliscireno:

✓ Mecanismo de ação:
• Inibidores competitivos da renina, reduzindo a conversão de angiotensinogénio em
angiotensina I – diminuição de angiotensina II e da PA.
✓ Contraindicações:
• Doentes com HTA; DM2 e nefropatias – possui efeitos nefroprotetores;
• Gravidez e lactação.
✓ Efeitos adversos:
• Diarreia (comum);

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• Insuficiência renal aguda;


• Angioedema;
• Reações de hipersensibilidade (muito raras).

Vasodilatadores Diretos – Minoxidil e Hidralazina:


Usado na hipertensão da gravidez (crises)
✓ Mecanismo de ação:
• Atuação direta sobre a musculatura da parede vascular arterial e arteriolar, promovendo o seu
relaxamento – aumento da vasodilatação e diminuição da RVP;
• Por mecanismos de compensação pode levar a:
o Retenção de Na+ e H2O;
o Taquicardia reflexa.
✓ Minoxidil:
• Ativador dos canais de potássio por antagonismo do ATP intracelular;
• Aumento da permeabilidade ao potássio, causando hiperpolarização das membranas celulares
do músculo liso vascular e redução da atividade dos canais de cálcio
• Efeitos adversos:
o Cefaleias;
o Hipertricose;
o Hirsutismo.
✓ Nitroprussiato de sódio:
• Mecanismo de ação:
o Atuação direta sobre a musculatura da parede vascular das arteríolas e das vénulas,
promovendo o seu relaxamento – diminuição da RVP e diminuição do retorno venoso;
o Atua por ativação direta da guanilciclase e/ou via libertação de NO, causando
vasodilatação;
o Usado em emergências hipertensivas em que se deseja uma diminuição rápida da PA;
o Usado apenas por via parentérica (perfusão IV ou uso hospitalar);

• Efeitos adversos:
o Hipotensão grave;
o Toxicidade por acumulação de tiocianato (uso limitado a 72h, no máximo).

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Vasodilatadores Específicos:

✓ Fármacos para o tratamento da disfunção erétil:


• Sildenafil;
• Vardenafil;
• Tadalafil.
✓ Mecanismo de ação:
• Inibidores específicos da fosfodiesterase tipo 5 (PDE-5), classe de enzimas responsáveis pela
degradação do GMPc;
• Vasodilatação mediada pela proteína cinase G (PKG);
• A isoforma “tipo 5” da PDE é maioritariamente expressa nos tecidos reprodutores e nos
pulmões. A inibição da PDE-5 potencializa os efeitos do NO na ereção;
• Administrado por via oral 1h antes da estimulação sexual.
✓ Sildenafil – usado o tratamento da hipertensão pulmonar por potencialização do efeito do NO.

Inibidores Específicos da Fosfodiesterase Tipo 5:

✓ Efeitos adversos mais comuns e mais graves:


• Cefaleias;
• Distúrbios oculares;
• Dores abdominais;
• Arritmias;
• Bloqueio cardíaco;
• Enfarte;
• Hipotensão.
✓ Interações medicamentosas:
• Contraindicado o uso simultâneo com nitratos ou antagonistas α1 – hipotensão grave.

Princípios Gerais da Terapêutica Anti-Hipertensora:

✓ A escolha da terapêutica está dependente da situação de cada doente e dos possíveis efeitos adversos
dos fármacos;
✓ Angina de peito – bloqueador β ou bloqueador dos canais de cálcio (BEC);

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✓ Diabetes – IECAs; BECs; evitar bloqueadores β e diuréticos;


✓ Disfunção renal – IECAs e ARAs;
✓ Osteoporose – tiazidas;
✓ Gota – não usar diuréticos;
✓ Grávidas – bloqueadores da entrada de cálcio; agonistas α2 centrais e bloqueadores β;
✓ Idosos e raça negra – diuréticos e BECs.

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Associações de Fármacos Eficazes:

✓ Diuréticos + diuréticos de diferentes mecanismos;


✓ Diuréticos + simpaticolíticos de ação central;
✓ Diuréticos + bloqueadores β;
✓ Diuréticos + IECAs;
✓ Diuréticos + bloqueadores do recetor AT, da angiotensina II;
✓ Diuréticos + inibidor direto da renina;
✓ Diuréticos + bloqueadores dos canais de cálcio;
✓ Bloqueadores dos canais de cálcio + bloqueadores β;
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✓ Bloqueadores dos canais de cálcio + IECAs;


✓ Bloqueadores dos canais de cálcio + bloqueadores do recetor AT;
✓ Bloqueadores dos canais de cálcio + inibidor da renina;
✓ Combinação de 2 ou mais fármacos anti-hipertensores em doses fixas num único comprimido podem
ser recomendadas e favoráveis – redução do nº de comprimidos diários que leva à melhoria da adesão
terapêutica.

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Fármacos Anti-hipertensores
Preferenciais na Gravidez:

✓ Metildopa;
✓ Nifedipina;
✓ Labetalol.

Tratamento Não Farmacológico


da Hipertensão:

✓ Objetivo: controlo da PA e
diminuição do nº de
tomas/dose;
✓ As modificações do estilo de
vida deverão ser adotadas por
todos os doentes;
✓ Acompanhamento especializado, reforço periódico.
✓ Tabaco – Cessação tabágica:
• Aumenta a PA e a FC;
• Aumenta as catecolaminas plasmáticas;
• Provoca disfunção dos barorrecetores;
• Aumenta o espessamento da túnica média vascular.
✓ Alimentação:
• Diminui o sal, assegurando um aporte adequado de potássio;
• Diminuição do consumo excessivo de álcool;
• Dieta rica em fibras solúveis: leguminosas, frutas ricas em pectina (maçã e pera);
• Azeite;
• Lacticínios magros;
• Aumento do consumo de peixe;
• Diminuição do consumo de carne;
• Frutas e vegetais.

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