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Elaboração de recomendação sobre a necessidade de um plano de reutilização

das áreas de origem da população reassentada.

Na unidade sobre a “aplicação de mecanismos sustentáveis que salvaguardem condições de vida


social básica para os reassentados” assumimos que o reassentamento pode ser resultante da
necessidade de Ordenamento Territorial para atender a interesses colectivos na ocupação de
espaços físicos, a situações de emergência originadas por ocorrência ou possibilidade de
desastres ou calamidades naturais, até a exploração de recursos naturais.

A localização da República de Moçambique na zona de convergência intertropical e na


desembocadura de alguns rios internacionais propicia a ocorrências de cheias, ciclones, secas e
também epidemias, além de graves acidentes de transporte o que tem causado danos maiores na
população que habita essas áreas.

Com vista a reduzir os impactos das calamidades naturais na economia e nas comunidades o
Governo, através da lei n.º 15/2014 de 20 de Junho que estabelece o Regime Jurídico de Gestão
das Calamidades, estabeleceu princípios e mecanismos de sua mitigação e prevenção eficiente e
eficaz. A luz desta lei, o governo recomenda o desenvolvimento de acções de socorro e
assistência, bem como as acções de reconstrução e recuperação das áreas afectadas.

De acordo com o artigo 10 da mesma lei, “os órgãos e instituições da administração pública e
outras pessoas colectivas públicas ou privadas tomam medidas preventivas com vista a atender
as necessidades decorrentes de calamidades”, assim o reassentamento é tido como uma das
medidas preventivas de carácter permanente.

O carácter permanente atribuído ao reassentamento enquanto medida de prevenção de


calamidades naturais exige a concepção de planos de reutilização das áreas de origem como
forma de dotar-lhes de nova utilidade tendo em conta suas condições específicas.

É neste contexto que, durante a elaboração de Planos de Reassentamento resultante do


Ordenamento Territorial por motivos de prevenção e mitigação do impacto das calamidades
naturais é pertinente elaborar recomendações sobre a necessidade de reutilização das áreas de
origem da população reassentada.

A elaboração de recomendações sobre a necessidade de reutilização das áreas de origem da


população reassentada compreende um processo de busca de dados sobre o histórico de
ocorrência de calamidades na região, a caracterização da situação física, ambiental e morfológica
e as previsões sobre as mudanças climáticas. De acordo com a lei n.º 15/2014 de 20 de Junho que
estabelece o Regime Jurídico de Gestão das Calamidades, no seu artigo Manual de Formador:
Produzir a documentação técnica para elaboração de Planos de Reassentamento 67-74 8, número
1, “a mitigação toma como base a história das calamidades registadas, análises dos respectivos
impactos verificados no país e no mundo”.

Neste contexto, são fontes de busca de dados instituições de gestão territorial e ambiental como o
SDPI, DMPUA, o MITADER sem prejuízo das visitas de campo de modo a confrontar as
informações colhidas durante a pesquisa documental. O estudo das condições locais para a
elaboração de recomendações deve seguir a técnica de análise comparativa onde, devem ser
analisados dados dos registos anteriores de ocorrência de calamidades e as projecções feitas.

Exercícios

Responda as questões abaixo como forma de testar o seu nível de compreensão em relação aos
conteúdos do texto

1. Refira-se as situações de reassentamento que exigem a elaboração de recomendações sobre a


necessidade de um plano de reutilização das áreas de origem.

2. Quais as normas e procedimentos devem ser observados no processo de reassentamento?

3. Apresente 2 exemplos de diferentes órgãos administrativos que devem intervir no processo de


gestão dos planos de reassentamento e quais as respectivas competências dos diferentes órgãos
administrativos envolvidos.

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