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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

Graduação: Licenciatura em Filosofia

Disciplina: História da filosofia antiga I

Professora: Taynam Bueno

Turma: 2020.2

Discente: Mateus da Silva Barreto

QUESTÃO PARA A PROVA AB1

1. Ao longo do livro I da República, não nos foi apresentada nenhuma definição de justiça.
Pensando nisso, bem como na oposição entre os pares doxa X episteme, sofista X filósofo,
essência X aparência, explique por que Sócrates ainda não aceitou nenhuma das tentativas de
definição de justiça apresentadas até então.

Para Sócrates o conhecimento é definido a partir de 3 conceitos (eterno, imutável e


universal), entre todas a definições que são dadas no livro I da República, nenhuma segue
todos esses pontos, por isso Sócrates não as aceita. Porém para deixar claro o porquê não são
aceitas, é preciso mostrar essas definições, pondo elas a prova com base no conhecimento
definido por Sócrates.
A primeiras definições de justiça postas no livro são baseadas apenas em doxa (ou
seja opinião), exemplificando temos Cefálo ao falar: “Que é justo restituir a cada um o que se
lhe deve” (PLATÃO, 1949, p. 10) e Simónides ao concordar com Sócrates nesta indagação:
“Portanto, ele diz que a justiça consiste em fazer bem aos amigos e mal aos inimigos? Assim
me parece.” (PLATÃO, 1949, p. 11), seriam essas definições doxa, pois podem ser facilmente
mudadas, não valem para todos os casos e não duram para sempre.
Trasímaco é o primeiro a dar uma definição que realmente indaga Sócrates, está
sendo: “Ouve então. Afirmo que a justiça não é outra coisa senão a conveniência do mais
forte.” (PLATÃO, 1949, p. 23), é visto que ao final do livro I Sócrates prova que esta
definição não segue o padrão dos 3 conceitos sobre o que é conhecimento, porém vamos
utiliza-la para mostrar o porquê de não seguir este padrão. Vamos pensar na hipótese de
Sócrates (PLATÃO, 1949, p. 25-26) de que uma pessoa para ser justa deveria seguir as leis
impostas por um governante, se esse governante que faz as leis comete um deslize e faz com
que uma lei descrita não seja conveniente a si mesmo e por conseguinte a os seus governados.
A definição já perde seu caráter de eternidade pois, em algum momento isso pode acontecer,
seu caráter imutável por ter mudado nessa hipótese, e por fim seu caráter universal por nesse
caso já não ter validade

Percebemos que ao final do livro I, Sócrates não aceita nenhuma das definições
mostradas sobre o que significa justiça, pois o conhecimento descrito por ele é algo eterno,
imutável e universal, como demonstrado nos exemplos anteriormente.

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