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Anti-inflamatórios esteróídes (AINES):

AINES são os anti-inflamatórios não hormonais.

Nome genérico pro nome fantasia: O nome genérico é o nome da molécula (nome original).
Ex: dipirona. Mas existe o nome fantasia, que é o nome de marca ou nome comercial ex:
novalgina que é o mesmo que dipirona.

Como funciona o programa de genéricos? Foi produzida a dipirona pela primeira vez, o
laboratório que pega esse medicamento, junta outras substancias e montam como se fosse
uma 2º dipirona, porém coloca o nome fantasia como ex: novalgina. Depois de 10 anos desse
laboratório usando a dipirona, essa patente é quebrada e outro laboratório pode pegar e
comercializar esse medicamento com outro nome. Por isso que geralmente quando vamos a
farmácia, tem vários tipos de dipirona.

Os AINES são indicados como anti-inflamatório, analgésicos, e antitérmicos. Porém existem


algumas diferenças, exemplo: SOMENTE a dipirona e paracetamol são classificados como
AINES, mas não tem ação anti-inflamatória, só possuem ação analgésica e antitérmica. E o AS
ácido acetilsalicílico, ele possui as três ações (anti-inflamatório, analgésico, anti-térmico),
porém como anti-inflamatório ele é fraco. Porque ele foi o primeiro a ser produzido e não tem
uma ação especifica. Entretanto ele possui uma ação que ultimamente está sendo muito
usada, ele é usado atualmente como anti-agregante plaquetária (100mg)

Sinais flogísticos: calor (a região inflamada fica quente), rubor (fica vermelha), edema
(inchada), dor e perda de função.

Síntese de prostaglandinas:

Um agente foi e desencadeou uma


inflamação, e no local dessa
inflamação serão produzidos
mediadores químicos (o mesmo que
autocóide que significa remédio
próprio, ou hormônios locais). São
produzidos uma gama de
mediadores como, prostaglandimas,
histamina, tromboxano,
leucotrienos, fator de agregação
plaquetária, óxido nítrico, bradicina.
Esses mediadores vão agir no local,
ou seja vão agir nos vasos fazendo a
vasodilatação. Essa vasodilatação já gera um sinal (rubor), e essa vasodilatação também gera
edema porque ocorre um aumento na permeabilidade vascular. Em seguida vem a fase celular,
onde são liberados, macrófagos e os neutrófilos, nessa fase ocorre a quimiotaxia (onde ocorre
fagocitose, desgranulação) nesse local vai ficar cheio de leucócitos mortos porque depois que
o leucócito faz sua função, ele morre. Fazendo que o local do edema fique com um aspecto
branco e viscoso (pus). E aí vem a terceira fase da inflamação, que é quando tudo volta ao
normal, ou seja o processo da cura.

Os AINES inibem a síntese das prostaglandinas, e quando eles fazem isso eles vão reduzir os
sintomas da inflamação. Nossas células possuem uma membrana de fosfolipidios que ao se
juntar ao acido araquidonio, e nossa própria célula produz a COX, e depois da formação dessa
COX, há a indução de produção de prostaglandinas.

Como os AINES agem então? Os AINES inibem a produção da COX que acaba por inibir a
formação de prostaglandinas. E apartir daí serão reduzidos o edema, a dor, enfim os sinais da
inflamação. E porque a dor é reduzida? Por 2 motivos: porque se o edema é diminuído a força
mecanica é menor consequentemente diminuindo a dor. Outro motivo, é porque há duas
substancias que são algésicas que é a histamina e a bradicinina, ou seja que estimulam o SNC
provocando dor, então com a inibição da hiperalgesia, acontece a diminuição da dor.

E a febre? Como é diminuída?

As pessoas têm febre por vários motivos, um deles são os agente pirógenos (virus, bacterias,
etc). Quando esses agentes entram no nosso corpo, os neutrofilos, macrogafos e leucócitos
produzem citocinas (com IL-6 TNF GAMA ETC) essas citocinas vão mandar a informação pro
SNC. Ou seja, Pirógenos endógenos estimulam a COX-2 que promove a síntese de
PGE2(Vasodilatação da secreção de ácido gástrico secreção de muco gástrico Sensibilização
à dor Contração uterina Febre Mantém o ducto arterial aberto após do nascimento) no
hipotálamo. Esta desregula o termostato hipotalâmico, promovendo a febre.

-Paracetamol, dipirona, ibuprofeno e AS, têm uma forte penetração no cerebro, fazendo com
que haja uma ação melhor para inibição da COX e inibindo a prostaglandina. Fazendo com que
a febre diminua. Os AINES inibem a formação de PGE2 no hipotálamo, reduzindo a febre.

Os AINES são remédios paliativos, diminuem os sintomas mas não curam a inflamação.

Tipos de COX:

Existem 2 isoformas de COX, a COX-1 e a COX- 2.

A COX-1 é uma isoforma constitutiva ou de “manutenção” encontrada na maioria das células e


tecidos e está associada ao funcionamento basal dos tecidos, principalmente vasos
sanguíneos, estômago e rins. Atuam mantendo a produção basal de PGs para manter a
homeostase nesses tecidos.

A COX-2 é uma isoforma induzível por um estímulo inflamatório e constitui a COX


predominante envolvida na produção de prostaglandinas durante o processo inflamatório.

COX-3: Estudos cinéticos de proteínas sugerem uma terceira isoforma (cox-3). Esta seria
produto do mesmo gene da cox-1, porém com diferentes caracterísitcas proteicas. Alvo de
ação potencial do Paracetamol. A COX 3 é produzida no SNC.
No tecido normal,
é produzida a
COX-1 constitutiva
(ou seja, é
produzida
normalmente sem
inflamação),
porém é uma
produção
fisiológica baixa
de COX 1 e
prostaglandinas. E
atuam nas
funções normais
(homeostase).

Já a COX 2 não é
produzida
normalmente, ela precisa de um estimulo de indução para ser produzida. E é produzida
somente no sitio de inflamação, e no hipotálamo para causar febre. E a produção é patológica
de prostaglandinas, ou seja, é uma produção muito maior, causando então inflamação, dor e
febre.

REAÇÕES ADVERSAS DOS AINES:

 A maioria está relacionada à inibição de COX-1

 Alterações gastrintestinais (não-seletivos):


→Formação de lesões gástricas que podem ocasionar hemorragia grave e/ou
perfuração.
→ Inibição da COX-1: inibe a síntese de PGE2, que secreção gástrica (HCl) e 
produção de muco.

 Rim (volemia e pressão arterial)


→A inibição de COX-1 no rim, inibe a síntese de PGI2 renais que são natriuréticas e
diuréticas.
→Com isso, o uso de AINES pode levar à retenção hídrica e aumento de pressão
arterial principalmente em idosos e hipertensos (mais suscetíveis). (Prolongam o
trabalho do parto, pois inibem as contrações uterinas e aumentam o risco de
hemorragia).
 Útero (não-seletivos): : →Prostaglandinas E e F: agentes uterotróficos potentes
(contração do músculo uterino). Sua biossíntese uterina aumenta rapidamente poucas
horas antes do parto, auxiliando na expulsão do feto
→Alguns AINEs tem sido usados para inibir o parto prematuro.
→Uso em gestantes geralmente não é recomendado, mas se for preciso, deve-se
interromper antes da época provável do parto. (Prolongam o trabalho do parto, pois
inibem as contrações uterinas e aumentam o risco de hemorragia).
 →Sistema respiratório →Pode ocorrer alergia respiratória (rinites, broncoespasmo,
angioedema). Não são indicados para pacientes asmáticos ou que tenham rinite
alérgica.
 Os AINES inibem as duas COX. Porém a inibição da COX-1 não é boa, pois pode gerar
um problema. Possuímos COX-1 no estômago (da secreção de ácido gástrico
secreção de muco gástrico), vasos (que é responsável pelo tônus vascular, ou seja
vasodiladora), rins (vasodilatoras aumentam a perfusão renal, também são diuréticas e
natriurética que aumenta a eliminação de Sódio e água) plaquetas (aumenta a
agregação plaquetária).
 Os AINES sendo usados indiscriminadamente, causa danos inibindo essas COX-1 que
são naturais do nosso corpo e que agem em vários lugares do nosso corpo. O uso
indiscriminado dos AINES aumenta a chance de gastrites e úlceras. E o uso de AINES,
precisa ser mais cauteloso em idosos, pois a função renal do idoso é menor. E também
em hipertensos, pois causa a vasoconstrição. Os AINES são contraindicados na dengue,
por causa da agregação plaquetária, podendo usar somente dipirona e paracetamol.
Mas na dengue, se usar indiscriminadamente os AINES, podem causar uma
hemorragia, pela agregação plaquetária.

AINES inibidores seletivos de COX-2 (Coxibs):

 Foram criados com o objetivo de minimizar os efeitos adversos colaterais pela inibição
específica da COX-2.
 A inclusão dessa nova classe de fármacos teve uma grande repercussão sobre as
prescrições médicas, isso aliado a um eficiente trabalho de marketing
 2004: descobriu-se que o Rofecoxib (Vioxx®) aumentava a incidência de infarto do
miocárdio e AVC (acidente vascular cerebral) em usuários crônicos. A MERCK
voluntariamente retirou o medicamento do mercado.
 Estes problemas só surgem provavelmente depois de vários anos de uso continuado.
 São fármacos anti-inflamatórios mais seletivos graças à presença da COX-2 apenas no
local inflamado.
Valdecoxib (Bextra) Somente uso hospitalar, injetável.
Rofecoxib (Vioxx)
Celecoxib (Celebra) Somente com receituário especial “C”.
Lumiracoxib (Prexige)
Etoricoxib (Arcóxia) Somente com receituário especial “C”.

 Indicações clínicas: Artrite, Bursite, Lupus, osteoartrite etc.

▪ Vantagens: A principal vantagem dos COXIBs é a redução da incidência de efeitos


gastrintestinais, em função da não-inibição de COX-1.

Os motivos pelos quais os Coxibs podem facilitar a formação de trombos ainda estão
a ser esclarecidos. (não vai ser cobrado)

• Alguns estudos mostram que a COX-2 pode ser constitutiva nas células endoteliais e
que participa, portanto, da síntese de PGI2 (ação antiagregante plaquetária)

Pessoas asmáticas e alérgicas: os AINES são muito antigênicos, então é bom sempre
perguntar no consultório se o paciente possui alguma alergia a algum dos AINES. E em
pessoas asmáticas, pode desencadear uma crise de asma. Isso porque o ácido araquidônio
fornece substrato pra COX e a LOX, ou seja produz a cox, que produz as prostaglandinas,
se tomar AINE, ela vai inibir a cox e a PG. Mas vai aumentar substrato para a LOX que
produz leucotrienos (esses leucotrienos são presentes no pulmão). E acaba por fazer uma
broncocrostrição. E causar uma crise de asma.

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