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Anti-inflamatórios não esteroidais:

Sinais cardinais da inflamação:


Na inflamação nós observamos o exsudato: grande quantidade de líquido que
extravasa do vaso para o tecido. Também encontramos células inflamatórias que
ajudam a formar o edema, e encontramos também diversas células granulócitos
principalmente que são quimioatraídos para o local de inflamação e que promovem a
destruição do patógeno.
Quais são os sinais cardinais da inflamação?
Calor (aumento da temperatura ocasionado pelo aumento do fluxo sanguíneo e pelo
aumento do metabolismo celular)
Rubor (Hiperemia, aumento do fluxo sanguíneo, vermelhidão)
Edema (em virtude do aumento da permeabilidade vascular, as células através dos
vasos sanguíneos para os tecidos, e junto com as células vai o plasma sanguíneo e por
isso é causado o edema)
Dor (causada pela produção de substâncias que vão aumentar a sensibilidade das
fibras nociceptivas da dor, e, portanto, eles vão indicar qual região está ocorrendo a
lesão)
Perda de função (como consequência dos 4 sinais cardinais anteriores)
Componentes da inflamação aguda:
Resposta imune inata: liberação de autacóides, contração das arteríolas, formação de
edema e exsudação local rica em mediadores químicos. Iniciada pelo reconhecimento
dos PAMPs (padrão moleculares associados a patógenos) por receptores de
reconhecimento de padrão (Toll) nos macrófagos.
A interação de um PAMP com um receptor Toll faz com que a célula dendrítica ou
macrófago respondam imediatamente; vias de sinalização intracelular ativam a
produção de citocinas pró-inflamatórias, prostaglandinas e histamina.
Resposta imune adaptativa: ativação de células competentes contra possíveis
patógenos na inflamação. Montada especificamente pensando no agente agressor.
O que é a inflamação?
Uma reação protetora que foi gerada por uma agressão ao tecido, levando ao acúmulo
de fluidos e leucócitos com objetivos de destruir, diluir e isolar os agentes lesivos. As
respostas inflamatórias se dão por mediadores químicos.
Tudo começa quando um microrganismo lesiona uma célula, essa célula é rica em
fosfolipídios, esses fosfolipídios vão sofrer uma ação de uma enzima chamada
fosfolipase A2, e liberando como produto o ácido araquidônico, e esse ácido
araquidônico vai ser substrato de diversas enzimas dentre elas, lipooxigenase (que vai
produzir os leucotrienos), e ciclooxigenase (que vai produzir a prostaglandina,
prostaciclina e os tromboxanos A2).
Ciclooxigenase:
COX-1: constitutiva (significa dizer que ela é constantemente produzida por essas
células, e independe de uma indução, não precisa de estímulo para ser produzida), ela
é produzida e expressa em células do estômago, rim, plaquetas, útero, SNC.
COX-2: existe a induzida, ela é encontrada em macrófagos, linfócitos, em células
polimorfonucleares, endotélio vascular (enzima que está envolvida no processo
inflamatório por isso ela é induzida, e quem vai induzir? Sinais ou estímulos
inflamatórios.) e existe a constitutiva encontrada no rim e no SNC.
Ações das prostaglandinas:
PGD2: Prostaglandina D2; Produção: mastócitos; Ação: Vasodilatação, inibição da
agregação plaquetária (aumento da fluidez do sangue) e relaxamento da musculatura
lisa do TGI e útero.
PGF2A: Prostaglandina F2A; Produção: miométrio; Ação: Contração do miométrio,
luteólise e bronconstricção.
PGI2: Prostaciclina; Produção: endotélio; Ação: Vasodilatação, hiperalgesia, inibição da
agregação plaquetária, liberação de renina e natriurese.
PGE2: Prostaglandina E2; Produção: pulmão, macrófago; Ação: Vasodilatação e
hiperalgesia, febre, proliferação celular.
TXA2: Tromboxano A2; Produção: plaquetas; Ação: Função trombótica (agregação
plaquetária), vasoconstrição e broncoconstricção.
Papéis biológicos dos produtos das COX:
COX-1 constitutiva:
-Citoproteção do TGI (PGE2): Aumenta a secreção de muco e diminui a secreção de
ácido gástrico.
-Agregração das plaquetas (TxA2) e anti-agregação (PGI2)
-Dor e inflamação (PGE2, PGF2A, PGI2, PGD2)
-Função renal (PGE2, PGI2, PGF2A)
-Contração uterina (PGF2A)
COX-2 induzida:
-Dor e inflamação (PGE2, PGF2A, PGI2, PGD2)
COX-2 constitutiva:
-Função renal (PGE2, PGI2, PGF2A)
-Transmissão nervosa (PGE2, PGD2)
Agentes inflamatórios:
-Glicocorticóides (AIES)
-Anti inflamatórios não esteroidais (AINES):
São amplamente utilizados;
Existem mais de 50 AINES diferentes;
Nenhum deles atua na modificação dos sinais da inflamação;
Praticamente todos estes possuem efeitos indesejáveis;
Efeito AAA: anti-inflamatório, antipirético e analgésico.
Efeito antipirético:
-Regulação térmica via hipotalâmica
-AINES reajustam o “termostato” hipotalâmico
-Inibição das prostaglandinas de ação hipotalâmica (PGE2), com essa inibição temos a
redução da temperatura corpórea.
Efeito analgésico:
-AINES são eficazes contra a dor.
-Diminuem a produção de prostaglandinas que sensibilizam nociceptores.
-Eficazes: bursite, artrite, dor de dente, dor por metástases cancerosas, dores
musculares e de origem vasculares.
-Utilizados nas cefaleias com o objetivo de diminuir a vasodilatação cerebral via
prostaglandina.
Efeito anti-inflamatório:
-Variam muito em potencial de ação: Indometacina, piroxicans (fortes); Ibuprofeno
(média); Paracetamol (pouca).
-Reduzem: vasodilatação, edema (vasogênico) e dor.

Os anti-inflamatórios que inibem a cox-1 vão inibir a inflamação inicial, aquela


inflamação na qual as prostaglandinas são produzidas logo após a lesão do tecido.
Já, os anti-inflamatórios que atuem na cox-1 e cox-2 vão atuar na fase inicial e na fase
tardia da inflamação. E os anti-inflamatórios que inibem só cox-2 vai atuar na fase
tardia da inflamação.
Classificação farmacológica dos AINES:
Anti-inflamatórios de 1º geração (inibidores não seletivos da cox) inibem a cox-1 e
cox-2:
Efeitos terapêuticos:
-Anti-inflamatório moderado
-Analgésico moderado
-Antipirético
-Antitrombótico
Efeitos adversos:
-Irritação gástrica
-Erosão gástrica
-Lesão renal
-Sangramento
-Eventos cardiovasculares
-Reações anafiláticas
Os principais efeitos adversos dos aines de primeira geração são os problemas
gástricos.
Anti-inflamatórios de 2º geração inibidores seletivos da COX-2:
Efeitos terapêuticos:
-Anti-inflamatório moderado
-Analgésico moderado
-Antipirético
Efeitos adversos:
-Lesão renal
-Eventos cardiovasculares
-Reações anafiláticas
Era dos coxibes:
-São inibidores seletivos da cox-2, teve significante redução no número de
sangramentos gástricos nos Estados Unidos, após o início da comercialização dos
COXIBES.
-Atividade analgésica, antipirética, anti-inflamatória, atribuída a inibição seletiva da
cox-2.
-Contraindicado em pacientes com insuficiência cardíaca e hipertensão (pró
trombótica)
Salicitatos: aspirina (ácido acetilsalisilico)
-Analgésico (cefaleia, artralgia, cólicas menstruais, mialgia, dor de dente, etc)
-Antipirético
-Anti-reumático (inibe a inflamação mas não interrompe o progresso nem causa
remissão da doença)
-Anti-agregante plaquetário;
-Antitrombótico (vai impedir a agregração plaquetária);
-Profilático do infarto e do reinfarto do miocárdio;
-AAS + dengue: o vírus da dengue causa diminuição da quantidade de plaquetas e
potencializa o efeito antiplaquetário do ácido acetilsalicílico
-Os efeitos produzidos, em grande parte, pela sua capacidade de acetilar proteínas
→“Inibição irreversível das cicloxigenases pelo ácido acetilsalicílico”
Derivados de ácidos propiônicos (Ibuprofeno, Naproxeno):
-Analgésico, antipirético, anti-inflamatório;
-Alívio da dor e inflamação em artrite gotosa aguda;
-Tratamento da dismenorreia primária;
-Fechamento do ducto arterioso (persistência do canal arte4rial em prematuros);
Oxicans (piroxicam e meloxicam):
-Analgésico, antipirético e anti-inflamatório;
-Artrite reumatoide e osteoartrite;
-Distúrbios musculoesqueléticos agudos;
-Aminorréia primária;
-Menor efeitos GI comparado com o AAS;
Derivados de ácidos fenilacéticos (diclofenaco):
-Analgésico, antipirético e anti-inflamatório;
-Tratamento da artrite reumatoide e quadros clínicos não-reumáticos;
-Tratamento da dismenorréia primária;
-Tópico: inflamação de músculo, articulações e tendões.

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