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Curso Gratuito

Prática em Inventários
26, 27 e 29 de setembro de 2022
Prof. Roberto Ribeiro

AULA 01

OS 3 PASSOS PARA DEFINIR A HERANÇA QUE SERÁ PARTILHADA

1) INTRODUÇÃO
Para atuar em inventários, a primeira coisa que o profissional precisa aprender é a
calcular o monte partível, ou seja, o que efetivamente será objeto de partilha entre os
herdeiros, pois é isso que importa para o cliente.
Para tanto, é preciso fazer a distinção entre monte mor e monte partível.
Monte mor é a totalidade do patrimônio, o acervo integral dos bens que foram
deixados pelo de cujus (herança bruta). Já o monte partível é o total do patrimônio que
efetivamente será entregue aos herdeiros, ou seja, a totalidade dos bens após as devidas
exclusões (dívidas, meação...). É a herança líquida.
Saber calcular o monte partível, é importante porque:
1) O cliente quer saber o quanto receberá naquele inventário e quando você
explica como é calculado o quinhão, ele perceberá o seu nível de
conhecimento e o trabalho que será desenvolvido;
2) Para calcular o ITCD você precisa saber o que efetivamente será
transferido aos herdeiros;
3) Somente definindo o monte partível será possível a realização da correta
partilha dos bens entre os herdeiros;
4) É com base no valor apurado que você terá condições de precificar e
cobrar seus honorários;
Pois bem. Feita essa pequena introdução, vamos analisar agora os 3 passos que
você precisa percorrer para a correta definição do monte partível.

2) PRIMEIRO PASSO – ABATIMENTO DAS DÍVIDAS


O primeiro passo apuração do que efetivamente será objeto de partilha entre os
herdeiros é verificar as dívidas deixadas pelo falecido.
Isso porque, embora os herdeiros pensem que o objetivo do inventário seja apenas
transferir o patrimônio pertencente ao falecido, não é esse o único e principal objetivo
deste processo. O art. 1.796 do CC prevê que o objetivo do procedimento de inventário é

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a liquidação das relações jurídicas deixadas pelo falecido e, se for o caso, a partilha de
eventuais bens remanescentes. Veja-se o teor da regra:

Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á


inventário do patrimônio hereditário, perante o juízo competente no lugar da
sucessão, para fins de liquidação e, quando for o caso, de partilha da herança.

Em termos práticos, você precisa perguntar ao cliente se o falecido deixou alguma


obrigação pendente, pois além da responsabilidade pelo pagamento, os valores devem
ser abatidos no total de bens deixados para fins de apurar qual o valor do monte partível.
A título ilustrativo, caso o falecido tenha deixado um patrimônio de 5 milhões e dívidas de
4 milhões, estaríamos diante de um patrimônio de 1 milhão a ser partilhado.
Se você não considerar essas dívidas, estará criando falsas expectativas no cliente
e cobrando seus honorários de forma equivocada!
É sempre importante esclarecer ao cliente que ele somente terá direito a herança
após o total pagamento das dívidas e impostos. Enquanto isso não correr não será
transferida qualquer herança a ele. Inclusive, se alguma dívida for deixada para trás, o
herdeiro ficará responsável pelo seu adimplemento respeitado o limite do valor do
patrimônio recebido (art. 1.792, CC).
Evidente que essa situação é bastante simples. Muitas vezes os próprios credores
procuram os herdeiros informando a existência daquela obrigação. De toda forma, é
recomendável que você oriente seu cliente a buscar mais informações, como por
exemplo consultando bancos em que o falecido possuía conta. Além disso, recomendo
que você veja no site do tribunal de justiça se há ações em trâmite e diligencie nos
serviços de proteção ao crédito e solicite certidões negativas.
No entanto, a questão mais importante com relação ao levantamento das dívidas
no cálculo do monte partível se refere a análise da responsabilidade do cônjuge.
Vamos explicar!
Na hora de analisar as dívidas deixadas pelo falecido você deve verificar se há
alguma responsabilidade do cônjuge sobrevivente por aquela obrigação. Isso porque, o
código civil prevê, em alguns casos, que a dívida contraída por um cônjuge obriga o outro.
A título de exemplo, se João falece deixando uma dívida de 100 mil, você deve
verificar a origem da dívida para saber se a esposa não tem responsabilidade por 50%.

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Em caso positivo, esse percentual será imputado a ela. Isso aumenta o monte partível e,
consequentemente, o quinhão do seu cliente.
Mas a situação das dívidas não para por aí.
É necessário fazer o caminho inverso. Você também precisa verificar se o
cônjuge sobrevivente não tem dívidas em seu nome que também podem ser imputadas
ao falecido. Imagine que Maria tem uma dívida de 200 mil que foi contraída na constância
do casamento para prover as despesas do casal. Nesse caso, 100 mil seria de
responsabilidade de João e deverá ser incluído no inventário para pagamento e cálculo do
monte partível.
E se você está se perguntando como saber se a dívida obriga o cônjuge, a
resposta é simples: quando o código civil determinar.
O assunto é tratado nos artigos 1.643, 1.644, 1.659, III e IV, 1.663, §1º e 1.666. No
geral, a obrigação contraída por um cônjuge obriga ao outro, independentemente do
regime de bens, quando necessárias à economia doméstica, ou seja, dívidas contraídas
em benefícios do lar, como despesas de supermercado, reforma da casa, etc.
Recomendo a leitura destes dispositivos.
Superada a questão da responsabilidade por dívidas, agora vamos tratar do
segundo passo necessário para o cálculo do monte partível.

3) SEGUNDO PASSO – EXCLUSÃO DA MEAÇÃO:


Depois que você fez o levantamento das dívidas, tanto do falecido quanto do
cônjuge, é necessário analisar o regime de bens do casamento para fins de aferir se o (a)
viúvo (a) teria direito a meação sobre algum bem que está em nome do falecido.
Isso porque, em muitos casos, embora o bem esteja no nome do falecido, você não
poderá incluí-lo integralmente no inventário, pois o cônjuge possui direito a 50%, a título
de meação.
Aqui é preciso fazer a distinção entre meação e herança, pois esse é um dos
pontos que mais confundem os profissionais que atuam em inventários.
Meação é uma forma de aquisição da propriedade, móvel ou imóvel, em razão do
regime de bens do casamento. Em outros termos, a partir do casamento, o cônjuge
poderá se tornar proprietário de novos bens, a depender do regime de bens.

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Esses bens serão incorporados ao seu acervo patrimonial. Com isso, em caso de
falecimento, para se chegar ao monte partível, é necessário excluir a meação do viúvo
meeiro.
Além de modificar o monte partível, entender os pormenores da meação é
extremamente importante pois sobre ela não incidirá ITCMD, embora seja mencionada
nos autos, para fins de fazer a separação do que era do de cujus e o que é da viúva.
Em termos práticos, os regimes da comunhão parcial e universal são os que
podem interferir no cálculo do monte partível. Por isso, entender as principais regras
relativas a esses regimes é de suma importância.
Vamos analisar, em cada um desses regimes, os principais pontos que você
precisa observar, começando pelo regime da comunhão universal.

COMUNHÃO UNIVERSAL
Como regra, na Comunhão Universal de bens o cônjuge adquire 50% do
patrimônio do outro após o casamento. Exemplo: João era casado com Maria pelo
regime da comunhão universal de bens e tinha um patrimônio de 5 milhões. Nesse caso
Maria terá direito a 2,5 milhões do patrimônio, a título de meação, independentemente do
momento e a origem da aquisição. Logo, somente será inventariado 2,5 milhões.
Perceba que sem a exclusão dessa meação, o monte partível será calculado de
forma equivocada.
Essa questão é muito simples e não exige muito conhecimento.
Na prática, o problema surge porque o profissional não se atenta às regras
excepcionais que retiram o direito a meação. Dito de forma diversa, no regime da
comunhão universal, COMO REGRA, tudo que pertence a um cônjuge também pertence
ao outro. Porém, há EXCEÇÕES, ou seja, situações em que o cônjuge não terá direito a
meação.
As exceções estão previstas no art. 1.668 do CC. Dentre elas, a mais importante
e que você não pode deixar de analisar no caso concreto é a prevista no inciso I. Veja:
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de
incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;

Vamos entender essa situação e como você deve agir, através de um exemplo.
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Supondo que João faleça deixando um patrimônio de 10 milhões, composto por 2


imóveis, sendo um de 3 milhões e outro de 7 milhões. Após analisar a documentação dos
imóveis você percebe que o primeiro foi recebido de herança e que está gravado com
cláusula de incomunicabilidade. Isso significa que a meação do cônjuge incidirá apenas
sobre o imóvel de 7 milhões.
Agora vamos supor que você analise os documentos dos imóveis e perceba que os
dois foram adquiridos por João. A princípio, nada indica que qualquer deles tenha origem
em herança com cláusula de incomunicabilidade. O profissional despreparado iria concluir
que a esposa teria direito meação sobre os dois imóveis.
Aí vem o detalhe que apenas o especialista é capaz de observar.
Numa situação como essa, mesmo que os dois imóveis estejam no nome do
falecido e decorram de uma aquisição onerosa, é importante que você questione o cliente
sobre a origem da aquisição. Pergunte ao cliente de onde o falecido obteve os recursos
para comprar aqueles imóveis. Nesse momento, ele pode te informar que um deles foi
adquirido com recurso da venda de outro bem que o falecido havia herdado.
Com essa informação você deverá pesquisar o inventário que gerou essa herança
para verificar se não havia cláusula de incomunicabilidade.
Por que fazer isso? Simples, porque o inciso I do art. 1.668 do CC exclui da
meação, excepcionalmente, não apenas os bens herdados com cláusula de
incomunicabilidade, mas também os que se sub-rogaram, ou seja, os que substituíram
os bens recebidos por herança com cláusula de incomunicabilidade.
Logo, se João recebeu um imóvel de herança com essa cláusula restritiva, e
posteriormente vendeu o bem e adquiriu outro com os recursos, esse novo bem não
gerará direito a meação.
Importante salientar que a inclusão desse tipo de cláusula (incomunicabilidade)
somente é possível através de testamento ou doação.

COMUNHÃO PARCIAL DE BENS


Na comunhão parcial de bens o cônjuge passa a ser titular de 50% dos bens
adquiridos onerosamente após casamento, formando assim duas massas patrimoniais,
sendo uma de bens exclusivos, adquiridos antes do casamento, e outra dos bens
comuns, adquiridos depois do casamento.

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Importante destacar que o art. 1.659 do CC, traz algumas exceções, ou seja,
hipóteses que o bem que foi adquirido após o casamento e mesmo assim não será
objeto de meação. Dentre essas situações, duas delas são muito comuns e com reflexos
no inventário.
Vejamos.
A primeira situação excepcional, envolve os bens doados ou herdados. Mesmo
sendo adquirido após o casamento, bens frutos de doação e herança não serão objeto de
meação. Exemplo: Imagine que João recebeu a doação de uma fazenda de seu pai no
valor de 10 milhões. Maria, esposa, não terá direito a meação, conforme art. 1659 do CC.
O mesmo aconteceria se o pai de João viesse a falecer (herança), e ele herdasse a
fazenda. Não haveria incidência da meação sobre o patrimônio herdado.
Por isso é muito importante você verificar, no caso concreto, a origem da
aquisição dos bens. Somente assim será possível concluir, com segurança, se o bem irá
gerar ou não direito a meação.
A segunda situação que merece muita atenção se refere aos bens que foram
adquiridos após o casamento em sub-rogação dos bens particulares. Exemplo: João
tinha um apartamento de 1 milhão que foi adquirido quando ainda era solteiro. Após o
casamento com Maria, ele vende o apartamento e compra uma mansão. Nesse caso,
embora esse último imóvel tenha sido adquirido onerosamente na constância do
casamento, a esposa não terá direito a meação porque ele foi mera sub-rogação de um
bem particular.
Cuidado com esse detalhe importante.
Se no exemplo dado acima o apartamento era de 1 milhão e a mansão custou 2
milhões, a esposa terá meação sobre a parte proporcional que superou o valor do bem
sub-rogado, ou seja, Maria teria direito a meação sobre 1 milhão, o que equivaleria a 25%
da mansão.
Novamente ressalto a importância de o profissional verificar a documentação de
cada um dos bens para constatar quando houve a aquisição e questionar ao cliente a
origem dos recursos financeiros.
Por outro lado, você também deve ter muito cuidado com três situações
peculiares que a princípio poderiam indicar hipótese de exclusão de meação, mas que o
acabam gerando o direito para o cônjuge.

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A primeira delas se refere aos bens que foram adquiridos por fato eventual que,
embora não tenham sido adquiridos onerosamente, geram direito a meação do cônjuge.
Podem ser citados alguns exemplos comuns como prêmios de loterias, rifas e bingos.
Nesses casos, mesmo não tendo havido aquisição onerosa, haverá meação e o cônjuge
terá direito a 50%.
Portanto, se o falecido ganhou um imóvel por sorteio, esse imóvel será inventariado
apenas na proporção de 50% pois a esposa terá direito a meação, mesmo não se
tratando de bem adquirido de forma onerosa.
A segunda hipótese que merece atenção se refere às benfeitorias em bens
particulares. Exemplo: Imagine que João tinha uma casa antes do casamento, que foi
reformada após o casamento. Nessa reforma foi construído mais um andar, duas suítes,
uma piscina. Em razão disso, o imóvel que era de 1 milhão, passou a valer 5 milhões.
Nesse caso a meação será em relação ao quantum excedente do valor do bem
particular, cabendo a Maria direito a meação na proporção dos 4 milhões, ou seja, ela terá
direito a 2 milhões. Caso João faleça, o bem deverá ser incluído no inventário, porém
especificado que sobre ele a esposa possui meação relacionada às benfeitorias, no
importe de 2 milhões.
Evidente que o problema prático em situações como essa é definir o valor do bem
e o valor da benfeitoria. Para tanto, caso não haja acordo, somente uma perícia será
capaz de apurar esses valores pra fins de viabilizar a definição da parte que deverá incidir
a meação.
Terceira situação se refere aos frutos nos bens particulares. Exemplo: Imagine
que quando do casamento, João tinha 10.000 cabeças de gado. Na constância do
casamento em 2 anos houve um aumento para 12.000 cabeças de gado. Nesse caso,
sobre os 10.000 não há meação da esposa. Porém, ela tem direito a 50% das 2.000
cabeças que são frutos, ou seja, caberá a ela 1.000 cabeças de gado. Para fins de
inventário, deverão ser arroladas as 12.000, especificando que a esposa tem direito a
1.000 por meação.

4) TERCEIRO PASSO – BUSCAR A MEAÇÃO DO FALECIDO:


Após realizar o desconto das dívidas e excluir a meação, você deve buscar no
patrimônio do cônjuge sobrevivente a meação que pertencia ao falecido.

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Esse é um fator muito importante e que passa despercebido por aqueles que não
são especialistas. A maioria dos profissionais, quando muito, fazem apenas o básico:
excluir a meação do sobrevivente. Todavia esquecem que o falecido também pode ter
direito a meação sobre os bens que estão em nome do cônjuge sobrevivente.
Isso pode causar um grande prejuízo ao cliente!
Veja um exemplo. Imagine que João falece e deixa 2 milhões em patrimônio que foi
adquirido na constância do casamento com Maria, com quem era casado pelo regime da
comunhão universal. Nesse caso, Maria terá direito a meação de 1 milhão. Mas imagine
que Maria também adquiriu patrimônio no período em que estava casada, no valor de 5
milhões. Nessa hipótese, João teria direito a meação, no valor de 2,5 milhões. Como ele
faleceu, esse montante deverá ser incluído no inventário para ser transferido aos seus
herdeiros.
No exemplo dado, se você “esquece” de buscar no patrimônio do cônjuge
sobrevivente a meação do falecido, os herdeiros estariam com prejuízo de 2,5 milhões.
Esse prejuízo também seria seu, pois geralmente se cobra honorários baseados em
percentual sobre o valor do quinhão do cliente.
E a situação pode ser ainda pior.
Imagine que João falece sem deixar bens em seu nome. Mas a esposa possui
patrimônio de 3 milhões. Se você não verificar qual o regime de bens, o momento e a
origem da aquisição desse patrimônio, pode deixar de inventariar a eventual meação que
o falecido tinha sobre esses bens. Na verdade, em termos práticos, João teria falecido
deixando bens em nome da esposa.
Portanto, muita atenção. Pode haver situações em que o inventario será aberto
apenas para inventariar a meação do falecido nos bens que estão em nome do cônjuge
sobrevivente!
Por isso é muito importante que você solicite ao cliente os documentos dos bens
que estão em nome do viúvo (a), para que seja possível analisar eventual meação a ser
inventariada.
Por fim, uma orientação bônus!
Gostaria de chamar a atenção para o seguro de vida.

O valor da indenização do seguro de vida não deve ser inventariado, pois trata-se
de relação contratual em que o estipulante (falecido) estipulou com a seguradora que

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ocorrendo determinado evento, ela se comprometeria a pagar determinado valor ao


beneficiário (art. 794, CC).

Logo, a indenização do seguro não sai do patrimônio do falecido para os herdeiros.


Ele é pago pela seguradora às pessoas indicadas pelo contratante. Implementada a
condição (morte) os beneficiários da apólice adquirem direito exclusivo de cobrar da
seguradora o valor da indenização.

Conforme prevê o art. 792 do CC, caso não tenha sido indicado beneficiário na
apólice, a indenização será paga na seguinte proporção: a) metade ao cônjuge; b) metade
dividido entre os herdeiros, conforme ordem prevista no art. 1.829 do CC.

Com efeito, jamais inclua seguro de vida em inventário.

Isso é importante porque não sendo herança, não há que se falar em incidência de
ITCD, meação e responsabilidade por dívidas do falecido. Portanto, jamais inclua seguro
de vida em inventário. Se fizer isso você estará gerando grave prejuízo ao seu cliente.

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